quinta-feira, 23 de junho de 2016

Saudades! Bloosom


Se você tem mais de 20 anos, assim como eu, deve se lembrar muito bem de Bloosom. A série, protagonizada pela Mayim Bialik, estreou pela CBS em 1991 e terminou em 1995. Mas nosso querido SBT, que reprisa Chaves até hoje, passou a sitcom por muitos anos. Não lembro bem a época, mas devo ter assistido por volta de 1998 e nos anos seguintes.

Eu era bem novinha, mas lembro da Blossom, dos chapéus malucos que ela e a amiga usavam  (que eu desejava loucamente) e dos irmãos gatinhos dela... Mas, calma, o que foi Blossom mesmo???

A série acompanha uma moça de 15 anos, que mora com o pai e os dois irmãos. Uma família bem pouco tradicional para época, a mãe dela deixou tudo para trás para viver o próprio sonho.

Tudo bem, já temos Full House (Três é Demais) que acompanhou três marmanjos cuidando de três mocinhas. Era engraçado, muitas piadinhas, conhecemos as gêmeas Olsen, blá blá.

Mas a Blossom teve que passar por tudo aquilo “sozinha”, só tinha uma amiga doidinha (e meio bobinha, tadinha hahahaha) e vivendo com os três homens da casa. Você consegue imaginar?  Não tinha internet para você pesquisar suas dúvidas não viu, gente? (Quem nunca???!) Algumas coisas são meio constrangedoras para conversar com o irmão.

Lembro com clareza do episódio em que ela teve a primeira menstruação e teve vergonha de contar para o pai, então, resolveu ir ao supermercado comprar os absorventes e a hora que foi pagar aquela caixinha se transformou EM UMA CAIXA GIGANTE. E ela deu um berro dizendo que não era dela hahahahahah É engraçado vendo, mas imagina se fosse com você?  Não seria tão legal né??!


Blossom não é só mais uma série de uma adolescente tentando passar por aquela fazer awkward que todo mundo já passou (ou vou passar ainda), o corpo mudando, os namoros, dúvidas, o que eu vou fazer da vida... Ela é diferente. Incrível, é uma garota brilhante e sarcástica.

Eu era  bem novinha, mas a Blossom me ensinou muito, e hoje fico feliz por ter assistido ela passar por aqueles momentos constrangedores. Acho que me ajudou a não ter que me constranger tanto quando foi minha época...

Só para lembrar, a Mayim Bialik é Ph.D em neurociência. E hoje, depois de anos fora das telas, voltou como a Amy Farah Fallow, namorada do Sheldon em The Big Bang Theory. TBBT pode até estar meio cansativo, mas adoro matar a saudade da minha amiga Blossom ;)




Fica a dica. Prometo que você vai gostar!

Xxx

Nanda

Independence Day: O Ressurgimento (3D)


Em 1996, a terra sofreu uma invasão alien inesquecível. Após a derrota dos invasores, as nações entraram em acordo para se armarem e ficarem alertas para ações futuras que fossem similares. Por fim, construiu-se bases galácticas, que auxiliaram na vigilância e na proteção constante do planeta.Contudo, vinte anos depois, mais um ataque acaba acontecendo. Desta vez, com uma nave ainda maior que as anteriores. Para combatê-los, as maiores potências do mundo decidem que uma nova geração de pilotos  usará de toda a tecnologia necessária para defender a humanidade. Um desses pilotos é Jake Morrison (Liam Hemsworth), namorado de Patricia Whitmore (Maika Monroe), filha do ex-Presidente Thomas J. Whitmore (Bill Pulman), estadista a frente do governo norte americano na época do primeiro ataque. A moça, agora crescida, trabalha para a atual presidente dos Estados Unidos, Landford (Sela Ward), mas outrora fora piloto de caça. Com a invasão Landford ganha total apoio dos outros países e convoca então veteranos da primeira batalha, como o cientista David Levinson (Jeff Goldblum) e seu pai Julius (Judd Hirsch), para juntos marcharem em um contra-ataque.
A sequência tem roteiro dos criadores da história, Dean Devlin e Roland Emmerich e direção do próprio Emmerich, como feito no primeiro.



A trama encontra um novo gancho para voltar a ativa e não é espetacular, como um todo, mas age de acordo com o esperado dos blockbusters. Todavia, não supera a simpatia do primeiro filme e não têm o retorno de um personagem de sucesso devido a questões contratuais (Will Smith não será visto por aqui). Mas calma lá que os criadores conseguem fechar certos pontos bem e isto não defasa o enredo. Pelo contrário. Pula-se a geração e vemos agora o filho (Jessie T. Usher) do capitão Steven Hiller, papel de Smith, assumir a liderança do ataque. O Jovem Dylan se junta a uma trupe de pilotos inigualáveis e é o orgulho não só da mãe (Vivica A. Fox) como da própria equipe.

A história se divide ainda em vários outros núcleos, pois traz com mais detalhes a carreira do cientista David Levinson (Goldblum) e suas pesquisas pelos países em que as naves alienígenas ficaram hospedadas durante todo este tempo, por onde anda seu pai Julius (Hirsch) e o que aconteceu com o Doutor Brakish Okun (Brent Spiner). Além disto, há a adição do núcleo familiar da menina Sam (Joey King) que está a procura dos pais, a chegada de uma nova pesquisadora, a doutora Catherine Marceaux, vivida pela excelente Charlotte Gainsbourg, e também Aliens totalmente diferentes dos anteriores.


Como no primeiro, os 'combatentes' se unem para solucionar o mistério da volta dos aliens e falham várias vezes até conseguirem uma pista crucial. O personagem de Hemsworth inclina-se para a liderança, mas esta fica dividida entre ele e o filho de Hiller. Já a volta do ex-presidente, agora muito transtornado, ganha destaque, mas acaba dando a trama um cliclêzinho bem básico. 

O enredo se atualiza para as questões atuais de gênero e mostra contemporaneidade. Todavia, a senhora presidente 'repete' atos do sexo oposto, ou ainda pior, têm atitudes similares. Há a inclusão de alguns novos personagens, como alivio cômico, e estes não funcionam tão bem quanto deveriam. 
 

O blockbuster foi produzido com um orçamento de 200 milhões de dólares (125 a mais do que o seu anterior) e apresenta efeitos especiais superiores e relevantes para a história. Sua direção trabalha da mesma forma que da primeira vez, só que agora se desequilibra. Afinal, são muitos ângulos e muitas jornadas para mostrar. O roteiro é consistente e regular e faz escolhas bem direcionadas, apesar de previsíveis.

O elenco estelar trabalha mesmo como um conjunto, porém confesso que ver Gainsbourg em um filme do estilo tira o foco de todo o resto. A trilha da dupla Thomas Wander e Harald Kloser não é tão impactante quanto a do primeiro, mas se faz presente.


Trailer


Ficha Técnica: Independence Day - Resurgence, 2016. Direção: Rolanda Emmerich. Roteiro: Nicolas Wright, James A. Woods, Dean Devlin, Roland Emmerich, James Vanderbilt. Elenco: Bill Pulman, Liam Hemsworth, Maika Monroe, Jeff Goldblum, Jessie T. Usher, William Fichtner, Sela Ward, Vivica A. Fox, Brent Spiner, Charlotte Gainsbourg, Deobia Oparei,Travis Tope, Chin Han, Joey King. Nacionalidade: Eua. Trilha Sonora Original: Thomas Wander e Harald  Kloser. Distribuição: Fox Filmes. Duração: 02h00min. 
Mediano e assistível!
O 3D está ok. Nada muito sobressalente.

Avaliação: Dois aliens fanfarrões e meio olhar suspeito (2,5/5)









HOJE NOS CINEMAS!

See Ya!
B!

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Segure as lágrimas: Como Eu Era Antes de Você

Eu não costumo chorar vendo filmes. É raro, bem raro. E não é que assistindo Como Eu Era Antes de Você eu chorei?
Não foram litros de choro, mas umas lágrimas básicas desceram pelo meu rosto. Coisa que acontece mais do que eu queria, mas quase nunca assistindo a um filme.


Costumo evitar expectativas pra filmes muito comentados, porque é como diz o ditado, a expectativa é a mãe da decepção.
Mas dessa vez não teve para onde correr, em cada canto um trailer, uma foto, um material de divulgação. Então eu estava contando os dias para ver esse filme (e torcendo para não ter aula no dia da cabine).
Chegou o dia... que filme LINDO! Emocionante e com aquele elenco que te conquista na primeira cena - ok, já estava conquistada bem antes da primeira cena.

Como Eu Era Antes de Você
Direção: Thea Sharrock
Elenco: Emilia Clarke, Sam Claflin, Janet McTeer.
Gênero: Drama, Romance
País: Reino Unido


Na onda dos "romances de hospital", Como Eu Era Antes de Você é baseado no best-seller homônimo da escritora britânica Jojo Moyers, que para a nossa felicidade também escreveu o roteiro no filme. Na direção, uma estreante nas telonas, Thea Sharrock. A protagonista é vivida pela queridíssima atriz de Game of Thrones, Emilia Clarke.

Louisa Clark, ou Lou (para todos) é uma moça de 26 anos que acabou de perder seu emprego no café do vilarejo em que vive. A família passa por dificuldades, o pai desempregado e as possibilidades de emprego mínimas. Lou tem a oportunidade de trabalhar como cuidadora de um paciente tetraplégico aristocrata, Will Traynor - o lindo Sam Claflin, de Jogos Vorazes e Simplesmente Acontece.

Will morava em Londres, trabalhava no mercado financeiro, tinha uma bela namorada e praticava vários esportes radicais, até que um acidente, dois anos antes, lhe causou a paralisia. Lou está ali, basicamente, para fazer companhia e tornar os dias dele melhores. Tarefa difícil, já que a princípio o cara é só sarcasmo e mau-humor.


A relação dos dois vai crescendo aos pouquinhos. Mas não tem como negar que é de partir o coração ver aquela mulher sempre alegre e colorida sendo podada pelo sarcasmo do Will.
Falando no visual da Lou, uma das cenas mais divertidas do filme é a sequência de "looks do dia" dela chegando ao trabalho. Ali você enxerga a personalidade dela sem ter a menor dúvida, e dá vontade de pegar aquela criatura fofa e animada e guardar em um potinho para te fazer feliz nos momentos de bad.



Como Eu Era Antes de Você é uma história de amor sem muitas surpresas, mas que nos prende desde o início com seus personagens charmoso.

Prepare o lencinho...



Abraço,

Fernanda

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Truque de mestre: O 2º Ato


Hocus Pocus, desviei seu foco. Estreia na próxima quinta-feira, 9, nos cinemas de todo o país “Now You See Me 2” (Truque de Mestre: O segundo ato – em português), continuação da franquia iniciada em 2013.

Desta vez, os Quatro Cavaleiros, equipe composta por J. Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), Merritt McKinney (Woody Harrelson), Jack Wilder (Dave Franco) e a nova adição, Lola (Lizzy Caplan) querem limpar seus nomes e expor Owen Case (Bem Lamb) magnata da tecnologia. Eles retornam da pausa de um ano para um show que vai elevar os níveis de ilusionismo no palco, mas, para surpresa de todos, Thaddeus Bradley (Morgan Freeman) faz com que sejam desmascarados. O jovem Jack, que até então era dado como morto foi apresentado e Dylan Rhodes (Mark Ruffalo), agente do FBI foi exposto como integrante do grupo. Em fuga, eles acabam indo parar em Macau, na China, deixando para trás apenas Dylan para trás.


Em Macau, a mando de Walter Mabry (Daniel Radcliffe) filho adotivo de Arthur Tressler (Michael Caine) são sequestrados e, para reaver sua liberdade, precisam roubar um chip poderoso o suficiente para dar acesso a qualquer computador do mundo. A fim de alcançarem o objetivo os cavaleiros vivem seus desafios e arquitetam novo plano enquanto fogem do FBI no que culmina em um grande desfecho.

O elenco conversa muito bem entre si. Seja para os momentos de discordância entre os personagens ou para os momentos de atividade e execução dos planos arquitetados. Morgan Freeman, mesmo aparecendo menos que no primeiro filme está sensacional, o Daniel Radcliffe tem uma participação divertida, mas ainda acredito que só está no filme por conta do nome, a Lizzy Caplan trouxe muito de comédia para sua atuação e gostei disso. Agora, o Woody Harrelson dominou nesse assunto. A cara dele já é engraçada ao natural e ainda tem os momentos em que ele contracena com ele mesmo na pele de seu irmão gêmeo. Já o Jesse Eisenberg... bem, eu praticamente vi o Lex Luthor em alguns momentos. As intenções, as movimentações do ator e tudo mais lembram um bocado.


A direção de Jon M. Chu (G. I. Joe: Retaliação) é interessante. O filme é dinâmico e funciona melhor que o primeiro, apesar de ter momentos um tanto desnecessários. Os enquadramentos e cenas de ação são bem filmados e dão foco ao que se pretende mostrar (ou não mostrar, já que é um filme de magia e ilusionismo).

O roteiro de Ed Solomon (Truque de Mestre,MiB: Homens de Preto) também funciona. O longa resolve muita coisa apresentada no primeiro filme e explica um pouco da vida Dylan Rhodes com seu pai. O Olho é introduzido e, no geral, não apresenta muitas falhas. Há um desfecho que pode ser entendido como possibilidade de uma continuação.

Brian Tyler é o responsável pela trilha sonora da trama e traz músicas divertidas, dançantes e que encaixam bem com os momentos de ação e aventura.

Em resumo, com co-produção de David Copperfield é um bom filme. Diverte bem, é mais dinâmico e proporciona umas risadas. Tem trilha sonora boa, que faz dançar, os efeitos especiais são relativamente bons e os truques de mágica fazem mesmo a gente prestar atenção. Vale a pena assistir no cinema, mas sugiro que assista o primeiro filme para não ficar perdido.





Ficha Técnica: Now You See Me 2, 2016. Direção: Jon M. Chu. Roteiro:Ed Solomon, Pete Chiarelli, Boaz Yakin, Edward Ricourt. Elenco: Woody Harrelson, Daniel Radcliffe, Jesse Eisenberg, Michael Cane,Morgan Freeman, Mark Ruffalo, Dave Franco, Lizzy Caplan, Jay Chou, Sanaa Lathan, David Warshorfsky e Tsai Chin.Edição: Stan Salfas. Trilha Sonora Original: Brian Tyler. Gênero:Suspense, Crime. Nacionalidade: Eua. Distribuidora: Paris Filmes. Duração:01h55min

Nota: 3/5
Até a próxima. 
;)

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Eu aprovo: Emma Approved


Emma Approved é uma webserie baseada no clássico Emma, da Jane Austen. Ela é dos criadores de The Lizzie Bennett Diaries e segue o mesmo formato da série queridinha e premiada (ganhar um Emmy é para poucos, né?!).
Sou bem suspeita para falar porque sou #fanzoca de As Patricinhas de Bervelly Hills  Emma! Ainda não parei para pensar nisso, mas acho que gosto até mais do que Orgulho e Preconceito (#fanzocatambém!). A Emma é uma personagem superanimada, e que — mesmo às vezes não parecendo — se preocupa muito com os outros, mesmo no aspecto mais “matrimonial” da coisa toda. Uma fofa! Eu sei muito bem que ela não é das personagens preferidas da Jane Austen, já vi gente chamando de fútil e bobagens assim. Mas poxa, respeitar — e celebrar! — a personalidade alheia é bom viu?
Nossa Emma “moderna” é meio que uma lifestyle coach, dizer casamenteira acaba com o glamourdo negócio não é mesmo? E sim, é um negócio. Emma Woodhouse tem sua própria empresa (financiada pelo pai, por que não?!) onde os clientes encontram suas almas gêmeas, se casam e vivem felizes para sempre.
Bom, quem conhece a história do livro, sabe que a Emma da Jane é isso aí mesmo. Faz o impossível para poder juntar casais que segundo ela “nasceram um para o outro”.
Eu costumo curtir essas adaptações modernas baseadas em obras antigas. Sou apaixonada por O Cravo e a Rosa10 Things I Hate About que vieram de A Megera Domada do Shakespeare. Bridget Jones, From Prada to Nada (até isso!), e outras cositas más.
Então fica a dica, assistam Emma Approved! Os episódios de 5 minutinhos cada são colocados no ar nas segundas e quintas no canal da Pemberly Digital no YouTube (aquela mesma de The Lizzie Bennett Diaries.)
E se mesmo assim eu não conseguir te convencer, assistam a série para matar a saudades daCher de As Patricinhas de Bervelly Hills. Sim, ela também é uma Emma versão moderna (1996).
A Cher também aprova
xoxo

Fernanda

domingo, 5 de junho de 2016

O Império Final - Brandon Sanderson

Olá pessoas! Quem gosta de livros de fantasia? Estava eu esses dias pensando sobre que post fazer, quando lembrei de um livro que eu AMEI e que ainda não tinha feito resenha. Só que não me vi como alguém capaz de conseguir transmitir para vocês toda a riqueza da trama... foi então que decidi recrutar meu amigo - que é mais apaixonado pela história e mais talentoso com as palavras do que eu - para resenhar "O Império Final", o primeiro livro da trilogia "Mistborn: Nascidos da Bruma", escrita pelo norte-americano Brandon Sanderson (lançado no Brasil pela editora Leya). Ainda bem que ele aceitou! Espero que gostem e que se sintam motivados a dar uma chance para o livro. Garanto que não vão se arrepender!  



"Há alguns dias, parei durante alguma atividade corriqueira e insignificante como estender a roupa ou lavar a louça e refleti sobre algo que sempre me deixou um tanto quanto intrigado: a capacidade criativa dos autores de nossas sagas favoritas.

De fato, qual teria sido o processo neurológico por trás da imaginação de J.K. Rowling ao criar o feitiço do patrono, aquele que conhecemos tão bem? Ao decidir que Transfiguração merecia ser uma disciplina curricular na escola de magia que arquitetou em sua mente com tamanha maestria? O que se passa na cabeça de George R.R. Martin ao tecer as intrigas de sua saga épica de forma tão cruelmente magnífica – coloquemos cruel nessa mente –, muitas vezes deixando nós, leitores, incapazes de dizer a nós mesmos que aquele personagem que se foi era simplesmente aquilo, um personagem? Qual foi o pacto que Suzanne Collins fez ao escrever Jogos Vorazes? Em que cláusula específica daquele contrato com sabe-se lá que entidade ficou assegurado que a história deixaria quem a lesse obcecado até que chegasse a seu fim? Qual é o limite da inventividade desses mestres da ficção? Seriam eles capazes de criar uma nova história?

Não uma história qualquer, mas outra com um mundo igualmente encantador, cheio de elementos cuja veracidade e senso de realidade mal são questionados por nós, que estamos ávidos por deixar a razão de lado e embarcar naquela aventura. Tolkien tem a Terra Média d’O Senhor dos Anéis e Lewis tem As Crônicas de Nárnia. Mas nenhum deles criou a Terra Média e Nárnia. Outro autor do qual nunca tinha ouvido falar, por outro lado, criou Mistborn: Nascidos da Bruma. Esse autor se chama Brandon Sanderson, e foi quem incutiu essas perguntas na minha cabeça com o primeiro livro da citada saga. Não é segredo algum que venho fazer esta resenha como um leitor leigo. E, mesmo como leitor leigo, como falar sobre as minhas impressões a respeito da história sem antes falar um pouco desta? Então deixe-me contar uma coisinha ou duas sobre Nascidos da Bruma - O Império Final.

As brumas surgem à noite. Os skaa se preparam para dormir ao pôr do sol, aterrorizados demais para que jamais ousem abrir a porta de suas casas depois que a noite chega. Durante o dia, as cinzas caem constantes do céu, o sol é vermelho e brilha através da fumaça, e há mil anos as plantas perderam a sua coloração verde. As profecias da distante Terris diziam que o Herói das Eras teria o poder de deter as Profundezas e salvar o mundo... e que também teria o poder de destruí-lo. Ele havia falhado. Desde então, o Senhor Soberano governa o Império Final, exercendo a sua tirania sobre uma sociedade brutalmente oprimida e um mundo arrasado.

E é aqui que começo a expor os meus motivos para elevar O Império Final a um posto entre os meus livros preferidos. O primeiro deles diz respeito ao referido sistema político em que se passa a história. A sociedade no Império Final é estritamente separada em dois grupos: a nobreza e os skaa. Os skaa são escravos camponeses, trabalhadores de fábricas e forjas que possuem a tarefa exclusiva de satisfazer os caprichos da nobreza, e que almejam nada mais do que sobreviver aos espancamentos de seus capatazes e um prato de sopa para aguentar até o dia seguinte. A nobreza, por sua vez, tem mais do que o poderio de forças armadas para garantir sua dominância sobre a classe desfavorecida: ela tem o próprio Senhor Soberano, imortal e onipotente, aquele que ditara um milênio antes como as coisas deviam ser. E tudo, ou o pouco que mencionei, pode parecer simplista demais, o que, asseguro, não procede. Na verdade, a imersão nesse sistema pela leitura em si se dá tão naturalmente que em momento algum você se pega com impressões críticas negativas a respeito dele. É como se você não fosse confrontado com aquela velha sensação de ver o uso da fantasia para se criar algo surreal demais justamente porque a própria fantasia é uma desculpa. O que quero destacar aqui é que há uma diferença entre descrever e narrar com arrogância e a certeza de que se alcançará determinado objetivo, e narrar e guiar o leitor em direção à mitologia da história com técnica e com elementos inteligentes. Em O Império Final, não é provável que se pergunte por que maioria avassaladora da população é escravizada e não se rebela contra a minoria que a oprime. Mas há de se perguntar quem é um simples camponês para questionar a vontade da Centelha do Infinito.

Em meio a isso, no entanto, há os que ousem ter esperança e se organizem na tentativa de fazer o impossível. Kelsier é o líder de uma gangue de ladrões em Luthadel, sede do palácio do próprio Senhor Soberano e a maior cidade do Império Final. Nada os distinguiria de outras gangues que aplicavam golpes em Casas nobres para enriquecer, não fosse um único fato. E este fato é outra das minhas razões por amar a história, eu, fã de sistemas de magia inteligentes e bem feitos. Os homens da gangue de Kelsier são misteriosos alomânticos, que possuem poderes variados e inusitados. Um deles tem a peculiar capacidade de controlar as emoções de uma pessoa como quem controla fantoches. Outro, por exemplo, é capaz de aguçar todos os seus sentidos, enxergando a distâncias que nenhum olho humano pode fazê-lo ou ampliando sua audição de forma assombrosa. Tais poderes não se baseiam em explicações vazias, entretanto, pois fazem parte de um sistema complexo e bem pensado, por vezes até mesmo obedecendo a princípios reais da ciência e da física, algo totalmente eficaz em deixar tudo muito mais interessante e incrível. Os brumosos – assim são chamados os alomânticos que possuem um único poder – fazem principalmente parte da nobreza e são raros, mas há skaa bastardos e mestiços que, pela sua herança de sangue nobre, podem herdar a alomancia. Um brumoso que é capaz de aumentar sua força e habilidades físicas, seja ele um nobre ou um skaa, por exemplo, é conhecido como Brutamontes. Outro que é capaz de abrandar as emoções de uma pessoa é um Abrandador.

Alguns poucos, porém, possuem todos os poderes alomânticos. São os Nascidos da Bruma. Tal é o poder de um nascido da bruma que, se um único brutamontes equivale a dez guerreiros treinados em batalha, há quem compare um nascido da bruma a ter um exército inteiro ao lado. Os nascidos da bruma são extremamente raros mesmo entre a nobreza. Só um alomântico de linhagem extremamente pura teria chance de ser um nascido da bruma; logo, os poucos – e desconhecidos – que existem são quase exclusivos das Grandes Casas de Luthadel. Os skaa brumosos são ferozmente perseguidos pelas forças do Ministério e do Senhor Soberano, que buscam assegurar a sua extinção, e não há quase rastro algum da existência de um nascido da bruma skaa.

Kelsier e sua gangue traçam o plano de algo que ninguém sequer conseguiu chegar perto de realizar antes: derrubar o Império Final e o Senhor Soberano. É quando eles ouvem boatos sobre uma garota explorada e maltratada, usada por outra gangue de ladrões para dar golpes. Vin não faz ideia de que é uma alomântica, embora uma rápida avaliação de Kelsier e seus amigos mostra que a garota usa, ainda que inconscientemente, os poderes de uma Abrandadora para persuadir pessoas e trazer lucros para sua gangue. E tudo muda quando Vin se descobre capaz de acessar outros poderes alomânticos.

A magia em Nascidos da Bruma – Império Final é um arraso. Dito isto, não me prolongo. E há a condução da narração. Sanderson se mostrou mais do que competente em criar situações que prendam a atenção do leitor e deixem-no voraz para saber o que vai acontecer. É algo que se pode dizer de muitos outros livros e histórias, claro, mas não se menciona o que é comum a muitos se não for algo excepcional e digno de ser mencionado. Outro fato é o de que a história dentro da história – ou background, como preferir – é muito intrigante, o que também destaca o talento do autor. A narrativa te induz a fazer suposições. E então, faz você questionar aquela suposição e criar uma nova suposição por cima dela, sem que uma esmague completamente a outra, e mais uma vez, até que você já não tenha certeza do que esperar sobre algo. Talvez seja o que comumente se conhece por reviravolta, mas prefiro não usar esse termo. Penso em reviravoltas mais como acontecimentos inesperados e surpreendentes, o que também é característico do livro.


Por fim, a ação é um espetáculo à parte. Arrisco a dizer que o autor tem uma das melhores escritas neste sentido que já tive o prazer de conhecer. Não é maçante; muito pelo contrário, carrega uma pegada e uma energia incrível. O nível e a quantidade das descrições são perfeitos para que você visualize e ao mesmo tempo não perca o ritmo do acontecimento em questão.

O sistema político e a mitologia criados por Brandon Sanderson no primeiro livro de sua saga foram o que me fizeram perguntar aquilo sobre a criatividade dos autores. E não, não sou capaz de responder a essa pergunta. Sei que, assim como Martin e Rowling, e outros que marcaram a minha vida, Sanderson foi capaz de criar mais uma saga que vou carregar no meu coração de leitor e amante de fantasia enquanto não me tornar insensível aos encantos desse gênero.

E, como consideração final, acho que, ao escolher livros para ler, devia confiar mais nos meus instintos e menos em listas de mais lidos do skoob."

Sobre o autor da resenha: 

Gustavo H. tem 22 anos, estuda Letras na UnB e é funcionário público. Apaixonado por fantasia, aguarda ansiosamente a chegada de Daenerys Targaryen à Westeros.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Warcraft – O Primeiro Encontro de Dois Mundos (3D)


O big lançamento desta quinta-feira (02) dos estúdios Universal adapta uma fantasia criada para o universo dos jogos de vídeo-game às telas de cinema. ''Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundo'', traz a luta entre Orcs e Homens pelo domínio dos sete reinos. A trama é dirigida por Duncan Jones (Contra o Tempo) e tem no elenco o astro de Vikings, Travis Fimmel, como o comandante Anduin Lothar e também o ator britânico Dominic Cooper, na pele do rei Llanne Wrynn. Ainda no elenco, Paula Patton, Ben Foster, Toby Kebbell, Ben Schnetzer, Daniel Wu e Ruth Negga. 

A aventura se inicia com a luta entre um homem e uma criatura estranha (que logo somos informados ser um orc). Dali, o enredo dá um pulo, para algum lugar do passado, onde será apresentado o inicio desta guerra. 

Em Azeroth, região que há muito a paz reinava, abriu-se um portal e dele guerreiros Orcs saíram com um único objetivo: conquistar aquele novo território. Liderados pelo mago Gul'dan (Wu), estas feras gigantescas, entram em combate com o Rei Llanne (Cooper) e seu exército -  este último que vem a ser comandado pelo cunhado do rei, Lothar (Fimmel), um experiente e corajoso guerreiro. Ainda sem saber ao certo com o que estão lidando, o monarca e seu comandante, solicitam a presença do mago e protetor do reino, Medivh (Foster), contudo, a batalha toma rumos obscuros quando uma força maligna coloca em risco a vida de todos.


Warcraft exibe, com talento moderado, uma história cheia de camadas. Cada núcleo ali tem força, vontade e muitos, muitos conflitos.

Do lado dos Orcs, há uma busca por um novo lar, pelos comandos das tribos e pela sobrevivência de suas famílias - acima de tudo sobre os mais fracos. Garona, um ser hibrido que aparenta ser uma Orc e, ao mesmo tempo, uma mulher, sofre nas mãos destas bestas e vê - os ainda mais fracos que ela  -serem consumidos por tal dominação. Durotan (Toby Kebbell), chefe do clã Gelo de Fogo, se guia por todo o filme como o único a ter consciência da guerra e é fiel a seus princípios até o fim.

Já no reino dos homens, a resistência aos Orcs cresce aos poucos, mas a parte a isto tem-se as ‘fugas pessoais’ de cada personagem dentro da história. O personagem de Fimmel, por exemplo, tem de expressar a dor que sente por uma família partida ao meio. O mago Medivh, vivido por Ben Foster, é o coringa e (talvez a peça chave) para tudo o que anda ocorrendo por ali. Além disso, a todo instante aparenta não estar muito a fim de defender o reino dos homens e sente-se traído se alguém tenta ajuda-lo.

As personagens femininas (ainda bem) ganham destaque e tem força na história, e, talvez, até cheguem (no futuro) a ser o centro dela, pelo que se entende das deixas finais da trama. 


Apesar dos detalhes (e milhares de outros pontos destacados sobre a trama), o roteiro não surpreende. Soa forçado, vai para lugares previsíveis e cria laços entre personagens de forma muito rasa. Não há (sequer) um tom cômico para aliviar a tensão.

A direção de Duncan, não é como um todo ruim, mas não se sobressai. O elenco ‘virtual’ da trama tem mais força na história que o real. Na verdade, o único ator que ainda tenta se destacar é Ben Schnetzer, que interpreta um aprendiz de magia.

trilha sonora de Ramin Djawadi se destaca por toda a película. Tons estridentes e triunfais dão aquele teor de guerra e obscuridade, quando necessário. A fotografia de Simon Duggan se mantêm fiel a um jogo de video-game e deixa claro a presença do CGI. A edição alonga-se por demais, quando deveria ter sido melhor recortada. 

Trailer




Ficha Técnica: Warcraft, 2016. Direção: Duncan Jones. Roteiro: Duncan Jones e Charles Leavitt. Elenco: Travis Fimmel, Dominic Cooper, Paula Patton, Ben Foster, Toby Kebbell, Ben Schnetzer, Daniel Wu e Ruth Negga. Edição: Paul Hirsch. Fotogradia: Simon Duggan. Trilha Sonora: Ramin Djawadi.Nacionalidade: Eua. Gênero: Fantasia,Ação, Aventura.Distribuição: Universal Pictures. Duração: 02h04min
Fãs do jogo ( nunca joguei warcraft, gente, esses comentários foram extremamente sobre o filme), assistam e contem pra gente se a produção é um universo paralelo ou se é bem fiel ao game.
Ah, e o 3D é TOTALMENTE DISPENSÁVEL!



Avaliação: Dois magos brincando de fazer fumaça (2/5)

Visite também:
http://www.warcraftofilme.com.br/

HOJE NOS CINEMAS!

See Ya!
B-