Minha Filha


No último dia 05 de outubro, o 13º Festival de Cinema Italiano, em São Paulo, exibiu a película ''Minha Filha", dirigida por Laura Bispuri. O filme é uma co-produção entre Alemanha, Itália e Suíça e chega hoje aos cinemas.

O drama traz no elenco Valéria Golino, Alba Rohrwacher, Udo Kier e Sara Casu. Ele tem duração de 1h37mins e transmite tensão e conflitos ao público através do manuseio da câmera de tal forma que o incômodo e a angústia das personagens são sentidos de imediato. Tem-se ainda a sensação de se estar dentro da tomada.

Trailer

 
Na trama, Vittoria (Sara Casu) é uma bela menina de cabelos claros que se aproxima dos seus 10 anos, mas possui maturidade superior a essa idade.A menina tem que lidar com uma realidade dura e cruel onde precisa fazer escolhas que muito adulto não tem cacife para aguentar. 

O primeiro contato de Vittoria com a mãe biológica Angélica (Alba Rohrwacher) acontece de maneira incomum. Ela a vê a em uma feira agrícola da cidade em um ato íntimo com um homem desconhecido. Mas Vittoria é, na verdade, criada pela mãe Tina (Valeria Golino) e por um pai com aparente afeto e respeito. 

Para Tina, a maternidade parece ser sua maior realização. Contudo, um dia, de repente, Vittoria é levada por Tina, induzida pelo pai, para conhecer sua mãe biológica e ver a situação precária em que vive. Ali, Angélica demonstra estar em conflito consigo mesma e não tem sentimentos definidos em relação à filha.



Se mostra assim uma mãe inconstante, decadente, alcoólatra, prestes a perder a casa, se envolvendo com qualquer um, trocando sexo por bebida ou umas moedas.

O que é o oposto da outra mãe que é carinhosa e preocupa-se com Vittoria. Se esta está bem alimentada e cuidada. Gosta de preparar a festa anual de aniversário da garota e tem prazer em sentar junto à filha para ver tv.

Um contraste brutal entre as duas mães se deflagra. Diferenças propositais que marcam as faces de ambas as mães - recatada (que dorme no quarto da filha) ou prostituta (que se submete a qualquer um chegando a se humilhar na frente da filha)

A situação mostra muitas vezes que a criança tem um discernimento melhor do que as mães.



Ficha Técnica
Título Original: Filgia Mia, 2018. Direção: Laura Bispuri. Roteiro: Francesca Manieri, Laura Bispuri. Elenco: Valeria Golino, Alba Rohrwacher, Sara Casu. Produção: Marta Donzelli and Gregorio Paonessa, Maurizio Totti and Alessandro Usai, Viola Fügen and Michael Weber, Dan Wechsler. Fotografia: Vladan Radovic. Edição: Carlotta Cristiani. Música: Nando Di Cosimo. Figurino: Antonella Cannarozzi. Gênero: Drama. País: Itália. Duração: 100 minutos. Classificação: A Definir. Distribuição: Imovision.

Bispuri tem visão e põe o espectador para observar os belos cenários ou lugares áridos e faz com que o público compare à vida das personagens. Também usa muito o efeito da câmera que caminha trêmula colada ao ator. Ótima maneira de fazer o público sentir.

Durante toda a narrativa, esta ambiguidade prevalece e somente no final uma possível fusão da mulher previsível e amorosa com a mulher inconstante e problemática serve de opção.

Assim fica o questionamento do porquê Vittória teria que escolher somente uma. Porque, na verdade, haveria a necessidade da escolha?

Assista e tire suas próprias conclusões.

Hoje nos cinemas

Escrito por Helen Nice

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