Mademoiselle Paradis


A cineasta Barbara Albert, nascida em Viena, em  1970, conhecida por Fallen (2006) e Os Mortos e os Vivos (2012), lança agora seu quinto longa metragem no qual também é coautora do roteiro.

Baseado em fatos reais, Mademoiselle Paradis, é um drama com características encontradas em romances. Produção entre Alemanha e Áustria, o filme é sobre "o que e como vemos, e quando e se devemos confiar no que vemos" segundo a própria diretora.

Albert se apaixonou pela história de Maria Theresia Paradis e quis trazê-la as telas. Paradis sempre foi toda como uma criança sensível e abençoada, de um talento grandioso, porém pouco atraente fisicamente, segundo os padrões da época e da sociedade burguesa e aristocrática. Um sistema social repressor e proibitivo, onde as mulheres procuravam entrar em um acordo com as regras e defender algum tipo de liberdade. O longa retrata também como a subordinação,adaptação e a tensão que estas questões sempre provocaram na sociedade.


Trailer


Estamos na Viena do século XVIII. A jovem Maria Theresia (Maria Dragus), então com 18 anos, perdeu a visão nos primeiros anos de vida. Pianista de um talento sem igual, porém com aspecto físico não adequado as exigências da alta sociedade da época. Seus pais tentam vários experimentos médicos a fim de restituir sua visão, porém todos fracassam. Ouvem, então, falar de um controverso médico, Franz Anton Mesmer (David Striesow), que usa técnicas não convencionais para tratar de seus pacientes.


Mademoiselle Paradis se junta ao grupo de pacientes extravagantes do magnetizador e espera que a técnica daquele a cure dos males que a ciência tradicional não conseguiu.

A princípio a terapia apresenta bons resultados e Maria consegue ter uma certa liberdade e independência antes desconhecida. Não demora muito e o tratamento de Mesmer lhe dá a visão, mas  retira sua virtuosidade musical. Essa troca provoca grandes conflitos em sua vida e delineia a narrativa da trama.



Ficha Técnica


Título original e ano: Mademoiselle Paradis, 2017. Direção: Barbara Albert. Roteiro: Barbara Albert e Katherine Resetarits - baseado na obra de Alissa Walser. Elenco: Maria Dragus, Devid Striesow e Lukas Miko. Gênero: drama, época, histórico. Pais: Áustria e Alemanha. Fotografia: Christine A. Maier. Figurino: Veronika Albert. Edição: Niki Mossoböck. Distribuição: A2 Filmes. Duração: 97 min.

Maria Dragus (Duas Rainhas) foi indicada ao prêmio de melhor atriz no Austrian Film Award e no German Film Critics Association Award 2019 por sua performance e mostra sagacidade em suas escolhas dramáticas. Devid Striesow, conhecido de Os Falsários (2007) e A Queda! As últimas horas de Hittler (2010) é por outrora um ator consagrado na Alemanha em papéis na tevê, cinema e teatro. Aqui sua troca com Maria se faz valer.

O resultado entrega uma película cheia de delicadezas e sensualidade. Os tons da fotografia enaltecem os figurinos de época e se apresentam em cores mais pro rosado e o bege. A narrativa cativa e emociona na medida que traz a posição da mulher em um período conservador.

Hoje nos cinemas.

Escrito por Helen Ribeiro

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