Um Homem Fiel (L'homme fidèle)


Um Homem Fiel, mistura comédia, romance e suspense e traz o francês Louis Garrel não só como o personagem principal da trama, mas na direção do longa.

Trailer

Em meio a uma fotografia estática, cores sóbrias e edição de cortes secos, Um Homem Fiel foi um dos dezessete títulos franceses exibidos na 10° Edição do Festival Varilux de Cinema Francês, ocorrido no Brasil, em junho passado.

Dirigido por Garrel, o filme apresenta o personagem Abel, que este último também interpreta. Marianne (Laetitia Costa), namorada de Abel, o conta que está grávida. “Mas o filho não é seu”, diz. A personagem, na verdade, estava grávida de Paul (ator não descriminado no press release), melhor amigo de Abel. O personagem recebe a notícia com tamanha tranquilidade, reação que beira a tragicomédia. 

Após os telespectadores serem introduzidos a uma possível história de superação e nostalgia, acontece uma reviravolta. Nove anos se passam e Paul morre. Abel se reaproxima de Marianne e se muda para casa dela, com a mesma rapidez e certeza com a qual saiu.  


Ficha Técnica

Título original e ano: L'homme fidèle, 2018. Direção: Louis Garrel. Roteiro: Louis Garrel e Jean-Claudd Carrière. Elenco: N Louis Garrel, Laetitia Casta, Lily-Rose Melody Depp, Kiara Carrière, Diane Courseille. Nacionalidade: França. Gênero: Comédia Romântica. Fotografia: Irina Lubtchansky. Edição: Joëlle Hache.  Figurino: Barbara Loison. Distribuição: Supo Mungam Films. Duração: 75 minutos.

O roteiro, escrito por Garrel e Jean-Claude Carrière, transforma a atmosfera  do filme rotulado de comédia romântica em um suspense. Joseph (Joseph Engel), filho de Marianne, diz a Abel que “a mamãe matou o papai envenenado”. Quem assiste esquece a comédia romântica, gênero assumido da película, e se vê imerso na possível história de um assassinato. Seria uma invenção da criança para afastar Abel? Ou Marianne realmente matara o próprio marido?

A narrativa de suspense se perde e o foco se direciona à irmã do falecido Paul, Eve (Lily-Rose Depp). Surge então um segundo triângulo amoroso. E a sensação é de que o diretor e roteirista do filme gosta de testar novos significados para os relacionamentos e para a lealdade e o o faz a partir da apresentação de triângulos amorosos, tipo de relação que também ese faz presente no filme Dois Amigos (2015), também dirigido por Garrel. 


O longa, além de abusar de cenas rotineiras, câmeras estáticas, diálogos muitas vezes sérios e nostálgicos, também se utiliza de "offs" dos personagens principais para conduzir a narração. O que as personagens interpretadas por Laetitia e Lily-Rose têm de personalidade, falta em Abel. Ele carrega um vazio, como se aceitasse tudo que o destino lhe oferece; característica cômica do personagem que é facilmente manipulado. 

Contudo, o filme surpreende e nos faz esquecer o possível assassinato. Passamos a julgar a obsessão de Eve por Abel, estranhar o triângulo-amoroso e também invejar o ar sereno de Marianne. Assim, apesar de deixar algumas pontas soltas, inclusive no final silencioso e digno de múltiplas interpretações, a trama funciona quando oferece uma mescla de gêneros, uma fotografia digna de elogios e, principalmente, diálogos incomuns e cômicos, que nos deixam presos à narrativa. 

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Escrito por Letícia Parron

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