Fale com as Abelhas | Assista nos Cinemas

 

Esta comovente adaptação para as telas do romance best-seller de Fiona Shaw - Fale para as abelhas, traz a história de um romance proibido entre mulheres e o preconceito de uma pequena cidade que parece ter parado no tempo. Mas também é a história das descobertas de uma criança que, perante o abandono paterno, sem referências, procura entender o mundo adulto e trabalhar sua angústia e aceitação.

Trailer


Ficha Técnica
Título original e ano: Tell It to the Bees, 2018. Direção Annabel Jankel. Roteiro Henrietta Ashworth e Jessica Ashworth - adaptação do livro homônimo de Fiona Shaw ''Tell It to the bees''. Elenco: Anna Paquin, Euan Mason, Holliday Grainger, Lauren Lyle, Kate Dickie, Billy Boyd, Gregor Selkirk, Joanne Gallagher. Nacionalidade: Reino Unido, Suécia. Gênero: Drama, romance. Tilha Sonora Original: Claire M Singer. Direção de fotografia Bartosz Nalazek. Edição: Jon Harris e Maya Maffioli. Produção: Daisy Allsop, Nick Hill, Annabel Jankel, Nik Bower e Laure Vaysse. Co-produção Sean Wheelan, Anthony Muir e Hannah Leader. Distribuição: Arteplex Filmes. Duração: 108min.

Estamos em 1952. Lydia Weekes (Holliday Grainger) trabalha em uma fábrica, como a maioria das mulheres do vilarejo. Um trabalho insalubre e cruel, mas necessário para sua sobrevivência e de seu pequeno filho, Charlie (Gregor Selkirk)O pai da criança, Robert (Emun Eliott), um militar conquistador e machista, a levou para morar próximo à sua família, deixando a mulher totalmente sem amigos ou contato com parentes a sua volta. Sofrendo ainda por seu sotaque diferente e por ter um filho "mais velho que seu casamento", como ela mesma diz.

Chamado para a guerra, Robert retorna estranho, arredio e violento. Ele abandona a esposa e o filho por outra mulher e todo vilarejo sabe e age como se fosse algo normal e aceitável, sendo culpa da mulher o comportamento do marido. Totalmente só e tendo como amiga e confidente apenas a prima Annie (Lauren Lyle), ela luta para sobreviver. Mas a situação vai de mal a pior.

Para pesar, Charlie está sofrendo bullying das outras crianças e briga para defender sua mãe, aliás, o pequeno Gregor que vive Charlie,é destaque e entrega uma atuação excelente. Na sequência, chega à cidade uma nova médica, a Dra. Jean Markhan (Anna Paquin), que assume o cargo ocupado por seu falecido pai. A Dra viveu muitos anos distante da pequena cidade e traz consigo as marcas do passado e seus segredos.

"Esta cidade é pequena demais para segredos."


Dra. Jean também assume o pequeno apiário nos fundos da propriedade e assiste-se imagens belas e sensíveis das abelhas e sua dança sincronizada  Charlie faz então amizade com a Dra sem o conhecimento de sua mãe. A recém-chegada conta ao garoto uma lenda que diz "se você contar seus segredos às abelhas, elas não voarão para longe". Sem ter com quem conversar, Charlie se sente motivado e conta suas dúvidas e dores para as abelhas. 

Quando Lydia atinge o fundo do poço, sem emprego e sem lugar para morar, apenas a Dra Jean lhe estende as mãos. Lydia e Charlie vão morar com a médica para ajudar nos afazeres da casa. Os boatos logo aumentam, um escândalo para a comunidade. A Dra Jean, segundo as más línguas "nasceu errado" e já teve "um incidente anterior com outra mulher". Charlie, em sua inocência, não entende a estreita relação que une sua mãe e a Dra.

"Um segredo não é uma mentira."



A paixão que surge entre as duas é condenada pela sociedade, considerada imoral e suja. As mulheres passam a ser hostilizadas chegando à violência física. As cenas são bem impactantes. O filme escancara temas relevante como aborto, violência doméstica e abuso de poder da família, agressão física e moral, homofobia, preconceito. A vida do casal na pequena cidade é retratada de forma triste e cruel. Um lugar onde escolher quem se ama é algo sujo e errado, mas agredir em nome do amor é aceitável.

Além da trama central, há sub-histórias bem trabalhadas, como o caso de amor da prima de Lydia, Annie, outro conjunto de cenas bem perturbadoras. A trilha sonora, com canções dos anos cinquenta, se encaixam muito bem. E ao chegar ao fim da produção é impossível não se comover. 

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Escrito por Helen Ribeiro

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