Amonite


Já tem algum tempinho que junho foi declarado como o mês do orgulho LGBTQIA+ e vem bem a calhar assistir ainda mais filmes como Amonite neste período. Tramas, aliás, que mostram o sofrimento de pessoas que ousaram romper o amor heteronormativo. Esta produção do diretor Francis Lee com exatas 2 horas exibe em tela o envolvimento entre duas inglesas na era vitoriana da Inglaterra de 1840. Uma delas era a paleontologista Mary Anning (Kate Winslet), mulher pobre quarentona que procurava fósseis nas praias, as amonites. Autêntica, a cientista era menosprezada pelos seus conterrâneos devido a ousadia de ser solteira e trabalhar. A outra era a burguesa rica casada e jovem Charlotte Murchison (Saoirse Ronan), convalescente devido uma séria depressão.

Esta depressão une-as, pois o marido de Charlotte convence a cientista a colocá-la como aprendiz, uma companheira nas caminhadas pelas praias à procura de pedras fossilizadas, em troca de uma recompensa monetária. Obviamente este acordo não dá certo no início. Visto que juntar uma solteirona que só pensa no seu trabalho com uma jovem depressiva e longe do marido complica toda a situação pelo grande desnível social entre elas, muitos desencontros se dão. Mas Charlotte acaba ficando muito doente devido um banho frio de mar e precisa se recuperar na casa de Mary, para grande desgosto de sua mãe, a sra. Molly Anning (Gemma Jones), acostumada com a solidão e a lembrança dos filhos que morreram.
Trailer


Ficha Técnica

Título original e ano: Ammonite, 2020. Direção e Roteiro: Francis Lee. Elenco: Kate Winslet, Saoirse Ronan, Gemma Jones, James McArdle, Alec Secareanu, Fiona Shaw. Gênero: Drama, biografia, romance. Nacionalidade: Reino Unido, Austrália. Trilha Sonora Original: Volker Bertelmann e Dustin O'Halloran. Figurino: Stéphane Fontaine. Fotografia: Michael O'Connor. Edição: Chris Wyatt. Direção de Arte: Grant Bailey, Guy Bevitt e richard Field. Distribuidora: Sony Pictures Home Entertainment. Duração: 120 min.

Nessa habitação estóica e miserável, ao decorrer do processo de recuperação, Mary e Charlotte veem nascer um grande amor. Charlotte cura-se pouco a pouco de sua depressão e Mary revive, destrancando os sentimentos que ela guardava tão a fundo. Essa relação amorosa gera algumas cenas de sexo ardentes, mas que não são gratuitas. Isto porque tem o intuito de abordar a descoberta do prazer entre as duas. Infelizmente o marido de Charlotte a chama de volta ao lar, até que Mary vai visitá-la em Londres, a convite da amada. Lá elas decidem o destino de seu romance.


As atrizes principais estão primorosas. Kate Winslet mais uma vez revela o porquê é considerada uma das melhores atrizes de sua geração e Saoirse Ronan demonstra toda sua competência como a complicada burguesa Charlotte. O elenco de apoio é fantástico. Pena que o roteiro não aproveitou melhor seu elenco para esmiuçar seus personagens coadjuvantes. O filme é muito engessado no seu molde clássico, avesso a criatividades. E quando se pensa no filme francês Retrato de Uma Jovem em Chamas (leia aqui os comentários da Helen), Amonite empalidece por culpa da falta de ousadia de seu diretor Francis Lee.

Fica aquele gostinho de que 'poderia ser bem melhor'. Os valores técnicos (fotografia, edição, direção de arte, etc) são excelentes, mas o roteiro e a direção ficaram bem aquém da qualidade do elenco.

Assistam essa estória de amor e comentem depois o que acharam!

Nota: 6,5/10.

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Serviço:

Plataformas digitais de Aluguel e Compra:
Apple TV (iTunes), Google Play e Microsoft Films &TV (Xbox)
Plataformas digitais exclusivamente para aluguel:
Looke, NOW, SKY e Vivo Play

Escrito por Marcelino Nobrega

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