Willow | Belas Artes À La Carte



Willow, em português, significa salgueiro. A árvore, que sempre chora, derrama suas lágrimas pela humanidade nas três estórias que compõem esse filme. São narrativas de perdas, das dificuldades das mulheres em engravidar, de seus rebentos e suas dificuldades. A base do roteiro são contos de fadas, folclore da Macedônia do Norte, atualizados aos dias de hoje em duas das narrativas.

A maldição do salgueiro começa no primeiro conto de fadas. Na Idade Média, um casal não consegue engravidar e procura a ajuda de uma bruxa. A feiticeira concorda em auxiliá-los, desde que o primogênito lhe seja entregue, para confortá-la na sua velhice. O casal descumpre a promessa e, na noite em que a idosa vem cobrar sua parte no trato, é assassinada brutalmente. Enterrada na sombra de um salgueiro, a morte da velha clama seu débito. Após isso, o casal não gera mais nenhum filho e cuida do seu único descendente como o maior tesouro do mundo. Mas o salgueiro amaldiçoado vem cobrar a antiga promessa.

Pula-se para os tempos modernos e vemos as vidas de duas irmãs impactadas pela muda de um salgueiro. Ambas desejam engravidar e aparentemente são estéreis. O sofrimento destas mulheres tem desenlaces diferentes, mas o subtexto das narrativas são contos de fadas desse pequeno país da Europa: a Macedônia do Norte. Esse realismo mágico entrelaçado com a atualidade é muito interessante de se acompanhar. Os contos de fadas do folclore europeu não eram estórias açucaradas à la Disney. Esses tesouros orais que eram passados dos pais para os filhos contavam dificuldades reais dos camponeses da época, misturados com fantasia e medo do desconhecido. Onde não tinha ciência, sobrava superstição.

Ficha Técnica

Título original e ano: Willow, 2019. Direção: Milcho Manchevski. Roteiro: . Elenco: Sara Klimoska, Natalija Teodosieva, Kamka Tocinovski, Nenad Nacev. Gênero: Drama, fantasia, romance. Nacionalidade: Macedônia do Norte. Duração: 101 min.
É um filme para ser visto e revisto. Suas várias camadas de texto demandam um olhar atento às cenas. Naturalmente, na imaginação do espectador, vão se montando os elos que juntam os três arcos . Os personagens fantásticos, nas várias eras, juntam-se num belo painel que remete aos contos eternos que estão incrustados em nossa mente. A visão feminina adiciona um belo recorte de gênero ao contexto. Afinal as três narrativas do roteiro são enlaces da maternidade e de amor aos filhos.

O diretor premiado Milcho Manchevski mais uma vez demonstra sua maestria em criar narrativas sofisticadas, com várias camadas. O também roteirista de seus filmes, ganhador do prêmio principal no Festival de Veneza, em 1994, por Antes da Chuva, nos surpreende de novo com este belo longa-metragem. Disponível no streaming Petra Belas Artes À La Carte, faz parte da Mostra de Cinema da Macedônia do Norte desta excelente plataforma da filmografia mundial. Assistam e se surpreendam!


Nota: 8,5/10. 

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Escrito por Marcelino Nobrega

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