quarta-feira, 20 de abril de 2016

No Mundo da Lua (3D)


Com um visual e um enredo típico de animações hollywoodianas, o espanhol 'No Mundo da Lua' surpreende, só que não positivamente. A aventura tem direção de Enrique Gato (As Aventuras de Tadeo) e chega aos cinemas esta quinta-feira (21) com distribuição da Paramount Pictures.

Sinopse
Richard Carson III, um milionário ganancioso, quer colonizar a Lua e pretende apagar todos os vestígios feitos pelos astronautas da Apollo XI para assim poder explorar o hélio-3, a energia limpa do futuro, em benefício próprio. Para impedi-lo, a presidenta dos Estados Unidos ordena que a NASA organize o quanto antes uma nova viagem à Lua, de forma a assegurar que Carson não denigra a imagem de missões passadas. Como não há tempo de construir uma nova nave espacial, um foguete de 40 anos atrás é reaproveitado e, como ninguém sabe operá-lo, vários astronautas aposentados são convocados a ajudar nesta nova empreitada. É a chance ideal para que Mike Goldwing, um garoto de apenas 12 anos, possa reaproximar seu pai, o atual astronauta Scott Goldwing, de seu avô, Frank, que abandonou a família após uma missão fracassada.



Confuso, bobinho e irritantemente pregador do bordão 'american way of life', "No Mundo da Lua'', não têm realmente os pés no chão. Apresenta um visual digno de grandes produções, contudo, não casa o fator com uma história boa para se contar e se assistir, seja com os filhos ou sozinho. O maior conflito do filme, a separação entre pai e filho, se apresenta de forma superficial e muitos dos personagens parecem já ter sido vistos anteriormente. Exceto por Steve Gigs (Siow) e Bill Gags (Hamblin). Sim, eles são uma cópia exatamente de quem você está pensando. Aqueles moços que criaram duas importantes corporações tecnológicas. Ah, e um deles aqui é um robô (oi?! hahahaha).

Mike, personagem que tenta unir o avô e o pai, tem dois amigos - o pitoresco trio comum de todos os filmes - uma menina chamada Amy e um menino gordinho e ruivo que é um gênio em ascensão e tem um lagarto que é cobaia de todos os seus experimentos (que dó daquele bichinho indefeso, sério). Juntos os três impulsionam a missão e ajudam Mike a chegar onde quer e acabar com a maldição que ele acredita ser parte de sua família. 

Vimos o filme legendado em inglês e não em seu idioma original, o que corrobora a ideia de que a equipe da animação quis chamar mais a atenção daquele mercado, para entrar nele de vez, do que trazer ao público um produto de qualidade. Ou talvez foi apenas uma tática da distribuidora também.

A direção de Gato é amplamente simples e não eleva a experiência para o espectador. Talvez o fizesse se o enredo fosse outro.
Trailer


Ficha Técnica: Atrapa La Bandera, 2015. Direção: Enrique Gato. Roteiro: Patxi Amezcua, Jordi Gasull, Neil Landau e Javier López Barreira. Elenco: Phillipa Alexander, Bryan Bounds, Sam Fink, Ed Gaughan, Andrew Hamblin, Rasmus Hardiker, Adam James, Paul Kelleher, Lorraine Pilkington, Derek Siow, Jennifer Wiltsie. Nacionalidade: Espanha. Trilha Sonora: Diego Navarro. Edição: AlexanderAdams. Efeitos Especiais: Octavio Alonso, Manuel Pérez Sanz, entre outros. Animadores: Jordi Gaspar Aldea, Toni Buenavida, . Gênero: Animação, aventura. Distribuidor: Paramount Pictures. Duração: 01h35min.

Avaliação: Dois foguetes cheios de fios soltos e imperialistas (2/5)


21 de Abril nos Cinemas!
Classificação Livre

See Ya!
B-

Em Nome da Lei



Se inspirar em uma história real para idealizar uma obra fictícia é uma ação perigosa. Se feita com as intenções indefinidas pode vir a desagradar e a ofender os personagens da história verdadeira tanto quanto dar ao público o gosto amargo da incompreensão. Com 'Em Nome Da Lei', o diretor e roteirista Sergio Rezende arrisca nessa área e faz exatamente isto. Na verdade, sua inspiração na trajetória do Juíz Odilon de Oliveira, e fatos ocorridos nos anos 2000 durante a estadia do mesmo na divisa do Paraguai, até causam a impressão de que a tentativa serviria para louvar os desfechos positivos de uma operação que tomou forma para derrubar o sistema de tráfico nas fronteiras. Contudo,o tiro sai pela culatra e erra o tom.

A produção tem distribuição da Fox Filmes e conta com Paolla Oliveira, Mateus Solano, Juliana Lohmann, Eduardo Galvão,Carolina Chalita, Gustavo Nader e Chico Diaz, no elenco.
Na trama, um jovem juiz chamado Vitor (Solano) é transferido para uma cidade do Brasil que faz fronteira com o Paraguai. Ali um esquema forte de tráfico é impulsionado pelos mandantes Gomez (Diaz) e seu parceiro General Ramirez (Roberto Birindeli). Enquanto isso, a procuradora Alice (Oliveira) e o agente da policia federal Elton (Galvão) lideram uma investigação para quebrar de vez o sistema sustentado por aqueles bandidos e não demora muito, Vitor se junta à eles.
Elton (Eduardo Galvão), Alice (Paolla Oliveira) e Vitor (Mateus Solano) em: unidos venceremos.
O enredo tem um quê de 'podia ter dado certo, mas se perdeu'. Prefere bancar o velho lenga-lenga de heróis e vilões lutando do que construir espaço para os personagens e defendê-los. Vitor, o juiz interpretado por Solano, adentra a história com a convicção de que limpará o lugar do crime, mesmo que para isso atrapalhe investigações em andamento, pois para ele o que importa é ir direto ao jogo. A personagem de Paolla, Alice, é outra que faz além do que sua função como procuradora a requisita e Galvão nos dá um típico agente valentão e marrento. O vilão de Diaz têm um valor mediano no filme e a construção da relação entre seu braço direito, Hermano (Emilio Dantas), e sua filha Luna (Juliana Lohmann) aparenta ser somente mais um romance para encher linguiça como também acontece com Vitor e Alice, além de cebolinha (Silvio Guindane), o piloto de avião que é responsável por transportar as drogas, e sua peguete (Carolina Chalita).

A rasa tentativa de alivio cômico do filme fica a cargo do personagem Zezé (Gustavo Nader), um oficial de justiça que parece estar sempre preparado para soltar mais um bordão chulo e sem graça. Por fim, a trama gira, gira, adiciona um detalhe aqui e ali e faz um contorno em si mesma. Os inúmeros clichês enfraquecem a investida, pois soa tão constrangedor quanto o espanhol do garçom que atende Vitor em uma das cenas.

Os vilões: Hermano (Emilio Dantas) e Gomez (Chico Diaz)
A produção tem problemas estruturais, mas não deixa de mostrar que sabe bem o que quer retratar.Usa seu espaço cenográfico de forma inteligente e dá uma boa caracterização aos personagens.

 A direção experiente de Sérgio pode ter errado a mão, mas percebe-se que peca mais pelo exagero do que qualquer outra coisa. Talvez se aqui fosse usada a regra conhecida da etiqueta onde 'menos é mais', o longa agradasse de forma positiva.

A trilha sonora original fica por conta de Pedro Bromfman e tem um embalo diferente, mas bom. (Ouvir Moptop enquanto os personagens decidem sair para dar uma corridinha até que saiu bem orquestrado). 

Trailer

Ficha Técnica: Em Nome da Lei, 2016. Direção e Roteiro: Sérgio Rezende. Elenco: Paolla Oliveira, Chico Diaz, Mateus Solano, Emilio Dantas, Eduardo Galvão, Paulo Reis, Silvio Guindane, Gustavo Nader e Roberto Birindeli. Trilha Sonora: Pedro Bromfman. Fotografia: Nonato Estrela. Distribuidor: Fox Filmes.

Avaliação: Dois olhares de indignação  (2/5)

21 de Abril nos Cinemas!
Não recomendado para menores de 14 anos

See Ya!
B-

Ps: Cuidado ao 'endeusar' alguém, ainda mais um juiz! Lembre-se que a vaidade e o ego dele podem prejudicar drasticamente as considerações que ele deve fazer em seu trabalho.

O Caçador e a Rainha do Gelo


O Caçador e a Rainha do Gelo trás Cedric Nicolas-Troyan, responsável pelos efeitos visuais em Branca de Neve e o Caçador, para assumir direção da continuação.
E como era de se esperar, nenhum sinal da Branca de Neve ou da Kristen Stweart. Depois de todo aquele babafá dela com o diretor do primeiro filme, Rupert Sanders, juntando com a atuação meia boca da atriz em Branca de Neve o Caçador, não foi surpresa quando anunciaram que nenhum dos dois voltaria para a sequencia. E sabe a melhor parte? Não fizeram falta.


O Caçador e a Rainha do GeloDireção: Cedric Nicolas-Troyan
Elenco: Charlize Theron, Chris Hemsworth, Emily Blunt e Jessica Chastain
País: Estados Unidos
Duração: 114 minutos


A sequência se passa depois da Rainha Ravenna (Charlize Theron) ser derrotada pela Branca de Neve. Sua irmã mais nova, Freya (Emily Blunt) passa por um momento muito difícil e foge para o deserto, onde constroi um Castelo de Gelo e cria seu reinado. Lá, a Rainha do Gelo treina seu exército de caçadores assassinos. Mas a regra é clara: ninguém pode amar, amar é PROIBIDO. Quando Freya descobre que Eric (Chris Hemsworth) e Sara (Jessica Chastain) estão apaixonados, ela os confronta e faz com que o casal nunca mais se veja.
O filme segue a busca de Eric, o Caçador, pelo espelho que foi de Ravenna. Ele precisa levá-lo para um lugar seguro, onde a peça não pode mais fazer mal a ninguém.

Sabe o que é mais incrível na história? As personagens femininas. São 3 protagonistas fortes e poderosas, tão poderosas que as vezes nem lembramos do Caçador, e da carinha linda dele que aparece quase o filme todo. E o trio é interpretado por três atrizes talentosíssimas e queridas do público: Charlize Theron, Emily Blunt e Jessica Chastain.#GirlPower



A rainha da Charlize aparece pouco, mas impressiona pela interpretação e visualmente. Ela se integra ao cenário como se fizesse parte dele, são figurinos grandiosos e expressões que fazem você sentir o filme. Sabe aqueles gritos que arrepiam atrás da nuca?!

O romance do casal principal não convence, essas histórias de amor eterno e arrebatador já não tem a força que tiveram em outros tempos. Acho que o público hoje é mais realista.
Já as cenas do Eric com os duentes arrancam algumas risadas, o que é uma delícia para quebrar o clima tenso do filme.
A Sara, interpretada pela Jessica Chastain é a típica heroína feminina da atulidade - quando ela pega o arco já veio na cabeça "KATNISS -, não é que eu não goste, mas fico com aquela impressão de "ela não devia estar fazendo isso", já que a atriz é muito mais que só um rostinho bonito. Falta espaço para ela interpretar de verdade. O espaço que as personagens da Emily Blunt e da Charlize Theron tiveram.


A realidade é que o roteiro serve mais como um suporte para as imagens lindas e elenco deslumbrante com seus figurinos que deixam a gente de boca aberta. E para isso, O Caçador e a Rainha do Gelo funciona muito bem.



O Caçador e a Rainha do Gelo chega aos cinemas dia 21 de Abril.


xoxo

Fernanda

Amor Por Direito


Documentado em formato de curta pela diretora Cynthia Wade, lá em 2007, a história de amor entre a detetive Laurel Hester e a jovem Stacie Andree ganha agora sua representação em um longa-metragem. No Brasil, 'Freeheld' ganhou o título de 'Amor Por Direito' e tem sua estréia marcada para esta quinta-feira (21). Nos papéis principais estão a ganhadora do Oscar Julianne Moore e a atriz Ellen Page. O filme tem ainda Steve Carell e Michael Shannon, no elenco, e a direção fica por conta de Peter Sollett (Nick & Norah: Uma Noite de Amor e Música) e o roteiro é assinado por Ron Nyswaner (Filadélfia). 

O drama traz ao espectador a comovente história real da policial de Nova Jersey, Laurel Hester, vivida pela sempre primorosa Julianne Moore, e da mecânica Stacie Andree, interpretada por Ellen Page. Juntas há alguns anos e reconhecidas como 'companheiras em um relacionamento estável', o casal tem seu mundo despedaçado quando Laurel recebe a trágica notícia de que possui um câncer em fase avançada. A primeira ação da detetive é prover o bem estar de sua parceira para que a mesma consiga manter a casa que ambas construíram juntas, contudo, ao solicitar que Stacie receba os benefícios da pensão da policia após sua morte, ela tem a triste surpresa de ter seu pedido indeferido pelas autoridades responsáveis pelo condado de Orange County. O argumento contrário dos freeholders é defendido pelo não reconhecimento da relação que Laurel tem com Stacie. 

Assim, a policial decide juntar todas as forças que lhe restam para lutar pelo bem estar de Stacie e inicia uma batalha diária contra o sistema com a ajuda do ex-parceiro de trabalho Dane Wells (Michael Shannon) e do ativista pelos direitos LGBT's Steven Goldstein (Steve Carell).   

O documentário que inspirou o filme foi ganhador do Oscar de 'Melhor Documentário em Curta-Metragem', no ano 2008.

O casal Laurel (Moore) e Stacie (Page)
Com um enredo já conhecido por alguns, a trama se sustenta em uma história de amor bastante delicada que amplia o questionamento sobre direitos de casais homoafetivos e heterossexuais. Não obstante, busca claramente dar mais atenção ao amor e a grande parceria entre Laurel e Stacie do que qualquer outra coisa.

Tudo vai se moldando ali passo a passo. Somos apresentados a vida de ambas e como elas se conheceram. Logo mais, vemos o amor florescer e, por fim, conhecemos as lutas que essas mulheres tão fortes têm de superar. Seus dramas e suas vitórias comovem e, além de tudo, trazem muita reflexão.

Stacie Andree aparece como figurante ao lado de de Steve Carell
Steven Goldstein, personagem de Carell, é um dos pontos chaves para o caminhar da história, pois durante todo o embate das audiências, é ele quem busca atenção da mídia e quem impulsiona as pessoas para se mobilizarem pela causa. Não se cansa um minuto de proclamar aos 'freeholders' que eles têm o poder de mudar aquele e tantos outros casos, basta quererem. A chegada do personagem, na verdade, traz até um alivio cômico, mas não deixa de reforçar a dramaticidade da situação. Seu depoimento cutuca a ferida, em cheio, tanto quanto os argumentos feitos pelo amigo de Laurel, e também policial, Dane Wells (Shannon).
Michael Shannon vive o polical e amigo de Laurel, Dane Wells

Shannon, inclusive, tem a função essencial de mostrar que uma amizade verdadeira não distingue classe, cor ou opção sexual e é o único, dentro do departamento policial, em um primeiro momento, a tomar partido pela ex-colega e reconhecer que ela têm tanto ou mais direitos que àqueles ali presentes. Aliás, o departamento esquece, de maneira covarde, todo o trabalho realizado por Laurel e prefere se abster do caso para não se prejudicar aos olhos da comunidade. Um ou outro policial se mostra corajoso o bastante para apoiá-la frente àquele conselho tão devastadoramente rigoroso e insensato.   

O elenco é assustadoramente perfeito. Moore é detalhista e emplaca  mais uma vitória para o já tão belo currículo. Page encara o papel intimamente e, por estar ligada a produção do filme, consegue ir além do que se espera dela. Shannon dá outro show e Carell parece nem ligar para o fato de que entrou na última hora para o elenco.

Direção e roteiro cavalgam juntos e chegam onde querem chegar. Emocionam, questionam, fazem refletir! Ou seja, trabalham bem e sem esforço. A edição é acertada e o ritmo da película também.

A trilha sonora se faz simples - o que até surpreende - por ser filha de uma união um tanto quanto incomum, Hans Zimmer e o músico Johnny Mar são seus pais - e a música tema, ''Hands of Love'', é cantada pela voz  outrora country de Miley Cyrus. 


Trailer


Ficha Técnica: Freeheld, 2015. Direção: Peter Sollett. Roteiro: Ron Nyswaner. Elenco: Julianne Moore, Ellen Page, Michael Shannon, Steve Carell, Luke Grimes. Fotografia: Maryse Alberti. Trilha Sonora Original: Hans Zimmer e Johnny Marr. Edição: Andrew Mondshein. Nacionalidade: Eua. Gênero: Drama, Romance, Biografia. Distribuidora: Paris Filmes. Duração: 01h44min.


Avaliação: Quatro tiros certeiros em corações sensíveis (4/5)


21 de Abril nos Cinemas!
Não recomendado para menores de 12 anos!

See Ya!
B-

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Ave, César!


Com um elenco estrelar e uma história bem curiosa, o novo filme dos Irmãos Coen Ave, César! tinha tudo para ser incrível. E é!
Há tempos eu procurava um filme para fazer rir que não entrasse naqueles milhões de clichês super batidos. Nada contra clichês, eu até gosto. Mas vamos combinar que filmes bons que fogem deles são bem melhores, não é?


Ave, César! Direção: Joel Coen, Ethan Coen
Elenco: Josh Brolin, George Clooney, Alden Ehrenreich, Scarlett Johansson, Tilda Swinton, Channing Tatum e Ralph Fiennes
País: Estados Unidos e Reino Unido
Duração: 106 minutos

Na Hollywood pós-guerra, Ave, César! segue Eddie Mannis (Josh Brolin), responsável por proteger as estrelas do estúdio Capitol Pictures de escândalos e polêmicas. Tudo corre como de costume até que Baird Whitlock (George Clooney), uma das maiores estrelas do estúdio é sequestrado durante as filmagens da superprodução Ave, César!, por um grupo chamado "Futuro". Eddie tem que se virar para encontrar Whitlock e não atrasar as filmagens, tudo isso enquanto lida com mil perrengues dos outros atores do estúdio.

Toda a história se passa em um dia. Mas a gente acaba se envolvendo tanto na história e nem percebe isso até bem no finalzinho. O que para mim é uma delicia, tem coisa melhor do que estar super imersa em um filme?!



Um dos maiores destaques do longa é o elenco cheio de estrelas renomadas. George Clooney vem com um dos personagens mais divertidos da carreira, o jeito bobo e avoado de Baird Whitlock rende grande parte das risadas. Ralph Fiennes (♥) é um diretor de dramas que tem que lidar com um ator de faroeste que é arrastado para de dentro de seu filme. Esse ator é Hobie Doyle, interpretado por Alden Ehrenreich (Dezesseis Luas), pensa em um personagem que abre a boca e você tem vontade de rir. Não sei se é o sotaque, mas toda vez que ele falava eu já ficava com um sorrisinho no canto da boca. Channing Tatum tem um papel importante, mas aparece bem pouco no decorrer do filme, mas quando aparece: sai de perto! Uma das melhores cenas. E a personagem feminina com mais destaque é interpretada por Scarlett Johansson, uma atriz que já foi casada algumas vezes e agora, solteira, está grávida, pensa só no bafão que isso era naquela época.



Mas de longe, o mais interessante no filme é a construção e a crítica da Hollywood dos anos 50, "a Era de Ouro". Os Coen fazem uma comédia escrachada expondo Hollywood e suas figuras que mesmo na vida real parecem tão ficcionais. O filmes trás uma série de personagens que desenvolvem seus dilemas nesse mundo de faz de conta que é a Era de Ouro de Hollywood. Toda a loucura e problemas das estrelas devem ser resolvidas pelo gerente do estúdio, que tenta tomar conta de tudo como um roteirista escrevendo a vida de seus personagens.


Cinco estrelas (bem temperamentais)!

Avé, César chega no cinemas de todo o Brasil amanhã (13 de Abril).


xoxo

Fernanda



quinta-feira, 7 de abril de 2016

Rua Cloverfield, 10



Você já assistiu McGayver? Sente saudade dele? Então chega mais, pois em 10 Cloverfield Lane (Rua Cloverfield 10 – em português) a protagonista é praticamente sua versão feminina. A produção estreia hoje, 7, nos cinemas do país.
 
Michelle (Mary Elizabeth Winstead) é uma jovem mulher que termina seu relacionamento e vai embora da cidade, mas tem sua jornada interrompida ao sofrer um acidente de carro. Ao acordar, encontra-se no porão de um desconhecido que diz a ter salvo e a mantém ali para o próprio bem. Desconfiada de tudo ela passa a buscar maneiras de livrar-se do cativeiro em que se encontra. Junto com ela estão Howard (John Goodman), dono do bunker e Emmett (John Gallagher Jr), um ex-atleta.

Howard é um ex-integrante da marinha cheio de teorias da conspiração e construiu o bunker, pois, segundo ele, um ataque russo sim, os russos novamente seria iminente. Ao descobrir que suas premonições estavam certas, ele se tranca no local e evita que todos ali saiam, alegando que do lado de fora há risco biológico pela contaminação tóxica do ar. O personagem de John Goodman é sisudo, rústico, estranho, cheio de manias e completamente mutável, o que fica perceptível conforme a trama avança. Já Emmett é um personagem mais raso, contudo tem papel importante na história.

A produção tem J.J. Abrams como produtor e mesmo assim não convence. Apresenta alienígenas [bem mal feitos] nos últimos dez minutos e, ainda assim, seria muito melhor se não os tivessem inserido. Nesses últimos momentos, Michelle sofre a síndrome do protagonista e tudo começa a dar certo para ela de forma absurda, transformando-a numa verdadeira versão feminina de McGayver. Os 15 últimos minutos são completamente descartáveis e a trama seria menos frustrante se fosse vendida como Suspense.

 A direção de Dan Trachtenberg é bem coordenada e faz com que os personagens recebam atenção em momentos específicos conduzindo bem a trama. O enquadramento em close facilita a sensação de claustrofobia e capta mais as expressões dos atores. O diretor também utiliza pontos de filmagem para ressaltar imponência, como no momento em que Michelle vai abrir a escotilha do bunker e a filmagem é feita de baixo para cima, dando a ela maior visibilidade.
 
O roteiro da dupla Josh Campbell e Damien Chazelle, também criador da ideia original, apesar de falhas e pontos que poderiam ser cortados é bom e traz personagens que se apresentam e contam suas histórias aos poucos, tornando-se mais complexos ao longo da produção. Os diálogos e ações, em boa parte, são motivados por desconfiança o que gera carga emocional ainda maior em boa parte do filme. 
 
Apesar de pequeno o elenco se entrosa bem e, além de Mary Elizabeth Winstead, John Goodman e John Gallagher Jr, conta ainda com Mat Vairo, Maya Erskine, Suzanne Cryer e Bradley Cooper.
 
 Trailer



Ficha Técnica: 10 Cloverfield Lane. Direção: Dan Trachtenberg. Roteiro: Josh Campbell e Damien Chazelle. Elenco: Mary Elizabeth Winstead, John Goodman, John Gallagher Jr, Mat Vairo, Maya Erskine, Suzanne Cryer e Bradley Cooper. Nacionalidade: EUA. Gênero: Ficção Cientifica. Suspense, Terror. Distribuidor: Paramount Pictures. Duração: 01h43min.

Em resumo: a produção é mediana e cheia de falhas. Em diversos momentos você sente a pressão psicológica pelo suspense ( na ação e falas dos personagens), os enquadramentos são bem pensados e funcionam e até os diálogos são interessantes, todavia, peca ao se vender somente como ficção científica/terror.


Nota: 1,8/5

07 de Abril, nos cinemas!


Por Leandro Lisbôa


Sobre o autor:
I’m Batman (Bem que gostaria)
Chamo-me Leandro, tenho 27 anos e sou jornalista desde 2012. Atualmente estudo Design de Interiores e Letras Língua Inglesa. Gosto de games, de livros e não dispenso uma boa conversa. A cultura pop é um interesse que tem crescido cada vez mais em mim e, por isso, tenho buscado entender mais e falar sobre.Adoro séries e fazer maratona não é nada difícil para mim. E por falar em maratona, também sou apaixonado por esportes.
=D
 

De Onde Eu Te Vejo



Em 'De Onde Eu Te Vejo', longa de Luiz Villaça que debuta esta quinta-feira (07), somos apresentados ao amor de um casal que é corrompido pelas forças do tempo. Um amor construido pelo período de 20 anos que teve como palco a cidade de São Paulo. Uma megalópole com alma guerreira e corpo em formato de muitos, muitos prédios. Uma  resposta de argumentos bons a este e tantos outros amores ali vividos. Uma dança constante da vida consigo mesma.

Ela é Ana Lucia (Denise Fraga), uma arquiteta que trabalha destruindo espaços ao invés de preenche-los. Ele é Fábio (Domingos Montagner), um jornalista que acaba de ser atingido pela crise de sua área e está desempregado. Juntos, eles tem uma filha (Manoela Aliperti) que está indo em busca de seus sonhos e os abandonando para se concentrar nos estudos.

O casal, por hora separados, tem então de lidar com a ausência da filha e a presença constante um do outro. Isto porque Fábio passa a morar no prédio em frente ao de Ana Lucia e consegue ter visão ampla, igualmente a ela, do que se passa do outro lado da rua.


O filme se permite contar a história de uma forma super criativa. Usa São Paulo como personagem e engana o espectador com boas artimanhas. Como, por exemplo, voltar ao passado sem realmente estar nele por intermédio de um 'revival' que o casal encena. Os personagens não centrais trazem  para a trama reflexões próprias que se contrabalanceiam ao que está ocorrendo ali de forma muito coerente. Afonso, personagem do ator Juca de Oliveira, pode ser considerado um destes e Yolanda também (Laura Cardoso) . Tem se ainda Marisa Orth como a amiga do casal, Olga, e Fúlvio Stefanini como dono do bar em que eles costumavam frequentar.

A construção que o roteiro entrega das personagens femininas é de um todo um pouco básica demais. Tanto a da filha adolescente como a da própria Ana Lucia. Ademais, a chegada de um novo alguém na vida da arquiteta parece se dar de um jeito mais irrisório do que necessariamente acrescentar ao enredo. Quem realmente rouba a cena com trejeitos e fofurices extremas é o gracioso protagonista de Domingos. O ator conquista seu espaço tanto devido ao seu bom desempenho como ao ótimo material que o roteiro lhe proporcionou.


Denise Fraga volta a quebrar a 'quarta parede', como em outros de seus trabalhos (muitos deles até com Villaça), e, apesar de fazer isto de um jeito mínimo, para o contexto do longa a mania não cola. A jovem Manoela que interpreta a filha do casal também não convence e você fica sempre se questionando o porquê dela se apresentar tão robótica.

A produção usa de alguns artifícios que dão a leve impressão de estar assistindo 'Mariana e Martin' no futuro, personagens oriundos do longa Medianeras: Buenos Aires na era do Amor Virtual (2011). Não só por terem a cidade como um aliado, mas também pelo contraste das situações e das reações dos progonistas à elas.

A São Paulo do longa e a visão arquitetônica de Buenos Aires em 'Medianeras' , dirigido por Gustavo Taretto em 2011.

Villaça conduz com satisfação e tira bom proveito do resultado final de seu filme. Sua exigência de uma trilha sonora diferente para cada bairro de SP casou muito bem com a leveza dos sons compostos por Dimi Kireeff. E a produção de arte e figurino apontam detalhes muito sofisticados dos personagens.

Em suma, a película apresenta um conflito que tinha tudo para se resolver sem dar muitas voltas, todavia, mesmo que tenha dado, conseguiu fechar o ciclo e seguir em frente.

Trailer


Ficha Técnica: De Onde Eu Te Vejo, 2014. Diretor: Luiz Villaça. Roteiro: Rafael Gomes e Leonardo Moreira. Elenco: Denise Fraga, Domingos Montagner, Marisa Orth, Juca de Oliveira, Laura Cardoso, Fúlvio Stefanini, Marcelo Airoldi, Laila Zaid e Manoela Aliperti. Fotografia: Alexandre Ermel. Montagem de Som: Miriam Biderman. Trilha Sonora Original: Dimi Kireeff. Direção de Arte: Vera Hamburger. Distribuidor: Warner Brothers Brasil. Duração: 01h30min.


Avaliação: Três prédios em construção com material do bom (3/5).

HOJE NOS CINEMAS!


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B-

O custo da guerra ganha reflexão em 'Decisão de Risco'

Sempre haverá um preço para aqueles que estão em combate. Um que muitos não querem pagar e poucos são corajosos o suficiente para firmarem posições e sofrerem as consequências a partir destas. Ganhando ou perdendo, sempre restarão os danos sofridos e a guerra, volta e meia, encontra um motivo para se fundamentar.

Atualmente, o maior destes conflitos é a luta contra o extremismo religioso e a manta pavorosa que o favorece chamada terrorismo. Uma onda provocada pelo embate de nações e opiniões divergentes sobre inúmeros assuntos que parece não cessar fogo nem um segundo sequer. Ademais, causa um impacto de destruição ainda maior do que o imaginado e traz outra polêmica à tona: o uso de armamentos bélicos ainda mais potentes para combater tal força.

A discussão provoca enfrentamento de opiniões onde uns defendem a ação para proteção dos civis e outros preferem tentar dialogar de forma menos animalesca. Como exemplo, as conferências e acordos mediados pelas Nações Unidas.

Buscando esta linha de análise, a produção inglesa 'Decisão de Risco', dirigida por Gavin Hood (Ender's Game: O Jogo do Exterminador) traz a superfície um enredo que abusa de recursos inteligentes para firmar um pensamento crítico a situações urgentes da busca e captura de agentes terroristas.

Com Helen Mirren, Alan Rickman, Aaron Paul, Iain Glen e Barkhad Abdi, no elenco, a película estreia nesta quinta (07).


Na trama, a coronel Katherine Powell (Helen Mirren) está realizando uma elaborada operação, coordenada diretamente do solo britânico em conjunto com o comando militar norte-americano, para encontrar três perigosos terroristas em Naioribi, no Quênia. Os oficiais acompanham os movimentos dos alvos, através de um avião-drone estrategicamente posicionado para que não seja detectado por radares inimigos. Inicialmente, a operação seria para capturá-los, mas a descoberta de dois homens-bomba faz com que o objetivo mude para eliminá-los a qualquer custo. Inicia-se então um debate interno, envolvendo o lado militar e também o político, sobre como agir causando o mínimo possível de danos colaterais.

A película não faz esforço algum para ser surpreendente. Ela simplesmente é. Cativa a inteligência do espectador, dosa tensão, humor e emoção e não se compele a ser melodramática. Pelo contrário. Usa mão de recursos que a deixam reflexiva. Traz dados importantes, relata fatos e questiona tanto os agentes políticos como os militares. A imposição forte da direção contrasta bem os núcleos de atores e imprime segurança ao tocar nas feridas abertas que o enredo exibe.
O elenco causa impacto com seu forte entrosamento e todos os atores em cena ganham uma função importante. Aaron Paul, que cabe no papel como ninguém, não se trai em nenhum momento. Helen Mirren interpreta uma mulher forte que raciocina rápido e busca todos os meios possíveis para atingir a meta da missão. Alan Rickman, em seu último papel da carreira, vive um general divido entre o trabalho e a família e nos presenteia com seu grande estilo de atuar. Iain Glen se coloca como um político que necessita de apoio para agir e o núcleo atingido diretamente pelas ações encenam uma realidade muito triste.

O roteiro de Guy Hibbert tem força, é conciso e, mesmo com um ou outro clichê, descreve muito bem um momento de terror. Talvez até esteja diminuto perante a vida real. Mas vale a reflexão.

Gavin Hood causa até espanto pelo bom trabalho - o que difere bastante de outros que fez. A trilha de Killian e Hepker ajuda bastante a por o filme em ordem e a edição é impecável.

Daqueles filmes que a turma de humanas vai se amarrar e ficar trocando figurinha com os fanáticos por suspense e ação.

Trailer



Ficha Técnica: Eye in The Sky, 2015. Direção: Gavin Hood. Roteiro: Guy Hibbert. Elenco: Babou Ceesay, Lex King,Phoebe Fox, Carl Beukes, Monica Dolan, Faissa Hassan, Aisha Takow, Armaan Haggio, Helen Mirren, Alan Rickman, Aaron Paul, Iain Glen e Barkhad Abdi.Nacionalidade: Reino Unido. Gênero: Suspense. Trilha Sonora Original: Paul Hepker e Mark Kilian. Distribuidora: Paris Filmes. Duração: 01h42min

Avaliação: Quatro olhares incisivos e questionadores (4/5).

07 de Abril, nos cinemas!

See Ya!
B-