quinta-feira, 20 de abril de 2017

Gostosas, Lindas & Sexies



As amigas Beatriz (Carolinie Figueiredo), Tânia (Lyv Ziese), Ivone (Cacau Protasio) e Marilu (Mariana Xavier), são mulheres confiantes. São quem são, não importa o tamanho do manequim que vestem, quem namoram ou onde e com o quê trabalham. Isto ninguém pode negar

O grupo é o personagem central na tentativa de filme que Ernani Nunes, diretor, e Viniciuz Marques, roteirista, trazem ao público em 'Gostosas, Lindas & Sexies', produção distribuida pela Paris Filmes que ganha as salas dos cinemas brasileiros hoje.

Com alta dose de referências que vão desde a série de tevê norte-americana 'Sexy & The City' e, possivelmente, até o nacional 'A Partilha', de Daniel Filho, o longa não desvia dos caminhos tortos que decide seguir e fica difícil de defendê-lo.

Trailer


A trama é desenhada da seguinte forma: temos um grupo de mulheres que são lindas, desbocadas e estão acima do pesoBeatriz (Carolinie Figueiredo), sonha em escrever um romance, mas por enquanto trabalha em uma revista que propaga justamente um estilo de vida diferente do qual a moça leva. Tânia (Lyv Ziese) é a amiga que precisa de consolo, pois acaba se separando do marido, após descobrir uma traição. Ivone (Cacau Protasio) é a bem sucedida do grupo. Montou sua própria rede de salões de beleza e enriqueceu. É ainda mãe solteira de dois filhos e basicamente vive para o trabalho. Já Marilu (Mariana Xavier), se divide entre diversos jobs e suas nights com os moços que lhe interessam (quase todos). A empregada das quatro, personagem vivida pela atriz Juliana Alves, obviamente, é a mesma e é colocada como outro vínculo entre o grupo, mas não surte o efeito esperado já que é adereçada de características típicas do preconceito, mulata da escola de samba, fofoqueira e afins. É inserido ainda um 'personagem mental'. Alguém que conversa com uma delas e, claro, é dublado com trejeitos escandalosos para soar engraçado. Mas só é bobo. 

O que não cai bem no longa é que todas essas personagens são construídas de uma forma bastante escrota. E o pior é que mesmo elas sendo anti-éticas, malucas e sem noção a evolução delas dentro do filme é controversa. Pois elas tem a conveniência de um final feliz, mas o processo para chegar ali é permeado de preconceitos consigo mesmas e piadas que não cabem nem 'no politicamente correto' e muito menos no 'pra fazer graça de leve'

Beatriz (Figueiredo), a sonhadora da turma é quem seria a Carrie Bradshaw no filme e quem tem momentos tórridos com um argentino, apesar de ter um amor em casa a esperando. Sua vida no trabalho é difícil pela perseguição das colegas magras, mas ela contorna tudo jogando ainda mais baixo que suas perseguidoras. Tânia (Ziese) tem um amigo fiel que não sai do seu lado por um minuto sequer e não é muito detalhista no que acontece a sua volta, além de cantadas escrotas que recebe por ai. Ivone (Protasi) é o X da questão no grupo, pois a ela são dadas cenas em que, aparentemente, um sequestro seguido de sexo seria engraçado e não é. É só tosco e medonho. Marilu (Xavier) seria o exagero do tom cômico no filme. Talvez até uma comparação barata a Samantha Jones caiba, mas não chega a tanto. Isto porquê ela sai do 'vivendo a vida adoidado' para o vamos ser anti-ética mesmo e é isso


Há uma grande falta de cuidado por parte do roteirista aqui. Síndrome de Estocolmo, gordofobia, etnia, ética são temas que merecem muita atenção quando empregados em um contexto cômico. Não basta apenas jogar ali a cena engraçada. É necessário mais que isso. Em 'Sex and The City', as personagens se descontruíam gradualmente e seu caminhar era tão importante quanto onde elas queriam chegar. Não era gratuito como aqui foi. Aliás, ele pega referências da série e não usa uma das principais, a cidade, que aqui é o Rio de Janeiro. Um palco que poderia ter sido muito melhor aproveitado

Trazendo para um patamar nacional, para quem lembra de 'A Partilha', de 2002, onde Glória Pires, Andréa Beltrao, Lilian Cabral e Paloma Duarte viviam irmãs completamente diferentes, a comédia ali era inerente àquelas personagens, pois elas viviam a realidade e suas tragédias acrescentavam tanto que suas diferenças eram sim um valor a mais ao filme. Em 'Gostosas, Lindas & Sexies', nada disso ocorre.

O elenco atua como o pedido, sem surpresas, e grande parte dos exageros ficam por conta das pequenas participações de Márcia Cabrita, Paulo Silvino e Marcos Pasquim. As crianças que interpretam os filhos da personagem de Cacau Protásio aparecem com falas tão escrotas quanto a grande maioria dos diálogos no filme. Os créditos finais foram a única emoção do filme inteiro.

Ficha Técnica. Título original e ano: Gostosas, Lindas & Sexies, 2017. Direção: Ernani Nunes. Roteiro: Viniciuz MarquesElenco: Carolinie Figueiredo, Lyv Ziese, Cacau Protasio, Mariana Xavier, Marcos Pasquim, Márcia Cabrita, Juliana Alves, André Bankoff, Eliane Giardini, Paulo SilvinoNacionalidade: Brasil. Fotografia:Marcelo Brasil . Montador: Ricardo Carvalho.  Distribuidora: Paris Filmes. Duração: 01h50min.
Não recomendado para menores de 14 anos

Avaliação:  Uma tonelada de preconceitos na cara do Brasil (1/5).

Hoje nos cinemas!


See Ya!

B-

Paixão Obsessiva


As atrizes Katherine Heigl e Rosario Dawson protagonizam o suspense indigno 'Paixão Obssessiva', filme que chega hoje aos cinemas brasileiros.

No enredo, Heigl vive Tessa. Mãe da pequena Lily (Isabella Kai Rice), fruto de sua relação com o ex-marido David (George Stults). Após a separação, a guarda da criança fica com o pai e logo David engata um novo romance com a escritora Julia Banks (Dawson), o que deixa Tessa enfurecida, afinal, ela não aceita o fim da relação e vai fazer de tudo para ter o marido de volta

A película tem direção da produtora Denise Di Novi e roteiro de David Leslie Jonhson com trama escrita por Christina Hodson.


O roteiro traz duas mulheres com histórias de abuso. Mas enquanto uma delas apenas sofreu abusos, a outra não só sofreu como também foi instigada a causar

Dawson encarna Júlia. Uma mulher traumatizada pelos maus tratos de seu ex-parceiro. Uma escritora que tenta se adaptar uma nova vida e a um novo amor. Já a Tessa de Heigl se constrói a partir de um perfeccionismo radical instaurado por sua mãe no processo de seu crescimento, atitude que ela também começa a praticar com a própria filha

A vida de Tessa é baseada em ser a mulher mais perfeita, como sua mãe fora, seguindo assim os padrões de uma sociedade decadente: ser bem casada, bela e do lar. Porém tanta perfeição circula apenas na superfície já que a personagem é totalmente maluca e psicótica. Alguém que não só faz mal a si, como com quem a cerca


Di Novi tem uma estréia fraca no cinema. Sua experiência na televisão não sustenta um controle cinematográfico voltado para a telona e não ultrapassa os pontos fracos do roteiro (explicações lights  da vida dos personagens que poderiam ser mais ricos e melhor aproveitados)

Traz cenas de sexo sem tom, um amor platônico piegas e traumas que teriam tudo para ser empregados de forma mais contundente e não o são. A relação de cobranças entre avó, mãe e filha também é algo descontinuado e que poderia ter sido explorado bastante dando ali um bom arco ao histórico de psicoses de Tessa. Mas vemos 3% e nada mais

O personagem do marido 'disputado' não acrescenta nada para a trama e é tão fraco quanto o sub-vilão jogado para 'impulsionar' conflitos com a personagem de Dawson. Heigl é o papel perfeito da mulher maluca, mas não chega nem perto da maravilhosa Glenn Close em 'Atração Fatal', de 1987

Mariam Toy, figurinista da película, ajuda a construir duas mulheres completamente distintas e vemos que o que Julia tem mais de descontraída não se aplica a Tessa. Que vem clássica e estilosa. A trilha sonora é de Toby Chu e o pouco suspense que temos aqui se deve a ele

Com uma edição rápida, o filme chega ao seu fim sem muitas surpresas, se resolve e apresenta novos problemas, contudo sempre querendo ser sútil


Ficha Técnica: Unforgettable, 2017. Direção: Denise Di Novi. Roteiro: David Leslie Jonhson e Christina HodsonElenco: Katherine Heilg, Rosari Dawson, Geof Stults, Cheryl Ladd, Alex Quijano, Isabella Kai Rice, Whitney CummingsGênero: Suspense, Drama. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Toby ChuFigurino: Marian Toy. Fotografia: Caleb Deschanel. Edição: Frédéric Thoraval.  Distribuidora: Warner Bros Pictures. Duração: 01h40min.
Avaliação:  Um desastre na rodovia (1/5).

Hoje nos cinemas!

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B-

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Velozes & Furiosos 8


O destino da turma invocada de Dominic Toretto (Vin Diesel) ganha mais um capitulo da-que-les na oitava sequência da franquia 'Velozes e Furiosos' que chega aos cinemas nesta quinta-feira (13). A produção, desenhada mesmo antes do término do sexto filme, sofre nova alteração na direção, cargo aqui dado a F. Gary Gray (Straight Outta of Compton: A História do N.W.A), mas continua com o mesmo roteirista dos últimos quatro filmes, Chris Morgan. 

Aqui, o longa não perde seu estilo clássico, que é de embarcar o expectador em uma jornada onde a gangue de Dom é requisitada para resolver algum problema 'a nível mundial' e são, claro, chamados para trabalhar ao lado dos vilões de outrora  -agora pessoas com a ficha limpa - dirigindo e destruindo belos carros, vivendo um outra nova aventura e mostrando ainda que são bons de porrada.

O elenco traz novamente Michelle Rodriguez, Ludacris, Tyresse Gibson, Nathalie Emmanuel, Jason Statham, Dwayne Johnson, Kurt Russel e junta ao grupo os atores Scott Eastwood, (sim, com esse sobrenome ele é filho exatamente de quem você pensa que é), Kristofer Hivju, da série Game of Thrones, e também  nomes oscarizados como Charlize Theron e Hellen Mirren. E, sim, Paul Walker ganha singela homenagem aqui - o que deve o correr até o desfecho da saga.

Trailer




A storyline de #F8 segue assim: Dom (Diesel) e Letty (Rodriguez) estão em lua de mel e Brian (Walker) e Mia (Jordana Brewster) não estão mais no jogo, pois estão levando uma vida mais pacata - como todo o resto do grupo. Contudo, quando Dom é seduzido a trabalhar para a terrorista high-tech Cipher (Theron) e seu comparsa Rhodes (Hijvu), Letty, Roman (Gibson), Tej (Ludacris) e Ramsey (Emmanuel) se juntam ao Senhor Ninguém (Russel), ao policial Hobbs (Johnson) e ao ex-criminoso Deckard Shaw (Statham) para derrotar Cipher e fazer Dom voltar atrás. Passando pela costa de Cuba e esquentando as ruas de Nova York, o grupo ainda vai dar mais uma volta no Globo chegando até a Rússia para deter o caos que Cipher quer instaurar no mundo.

'Vai virar as costas para sua família?'
Olhar dramático de 'sim, miga, já virei'

O desenrolar de Velozes & Furiosos 8 é amplamente condizente com tudo o que já vimos e a produção consegue manter seu tom pipoca, pois investe em elementos que são a base da franquia ( temática familiar, amizades, carros, explosões, tiros, viagens internacionais, mulheres desnudas - esse até tem 1% a menos, aleluia - e comédia).

A presença de Diesel no filme é ainda maior, afinal, ele é um dos produtores - ponto que faz o expectador focar mais nele e em seu grupo do que lembrar da antiga parceria com Walker. A construção da trama agora dá enfase a relação de ódio entre Hobbs, personagem de Johnson, e Deckard, o ex-criminoso vivido por Statham, e se descostura em uma linha previsível, todavia, engraçada. Draminhas de casais são mais fracos aqui (amém) e a ação come solta por 136 minutos.

O personagem de Russell conduz a trupe tanto quanto Johnson e do outro lado vemos Diesel tentar desabrochar suas veias dramáticas para defender uma vilania suspeita. O Hobbs toscão e forte de Johnson continua sendo o melhor personagem da franquia, desde que o ator foi inserido nesse universo.  O Roman de Tyresse Gibson é novamente usado como o alivio cômico principal do filme e soa menos entediante do que das outras vezes. Ludacris com seu Tej é mais do mesmo. A entrada de Kristofer Hijvu na trama é decente (Tormundo seu lindo <3) e o 'Ninguémzinho' de Scott Eastwood não faz feio. Há um retorno de minutos de outro personagem que já foi vilão, mas naquele estilo ''entra mudo e sai calado''. Nesse mesmo momento, Statham tem cenas maravilhosas em que defende a integridade de um bebê incapaz*.

As mulheres do grupo, vividas por  Nathalie e Michelle, auxiliam bem, mas a bola da vez não é delas e sim de Charlize Teron. A atriz mostra com um estilo alternativo totalmente hype e cheia das falas filosóficas e profundas que não tem Tio Ben como Peter Parker, mas quer ter responsabilidades e ser reconhecida pelo seu poder. O tom cru e com gosto de 'chefona desbocada' da participação de Hellen Mirren é a cereja do bolo. A personagem de Elsa Pataky também retorna aqui.



Gray vem para adicionar ainda mais dinâmica no caminhar da franquia e explora bastante os giros de câmera e takes que seguem os carros com precisão. Faz tomadas amplas e prefere focar no conjunto do que em detalhes. Há uma ótima gestão das cenas de ação e de lutas. O Le Parkour é acrescentado em cenas onde os personagens brigam na cadeia e temos sequências bonitas. 

A fotografia aqui pula do quente para o frio em segundos e diz muito da versatilidade da produção. Brian Tyler é o compositor da trilha sonora e consegue criar um bom climax, principalmente, nas cenas de perseguição. Os efeitos visuais vão ao extremo em F8 ( carros 'claramente' se suicidando do alto de prédios) e devem levar a galera ao delírio.

O longa ganha canção tema que investe na diversidade, como o filme, e traz ritmos calientes, além de três astros da música pop J. Balvin, Pitbull e Camila Cabello (ver vídeo aqui).


* Houve um estranhamento entre Diesel e Johnson (ver aqui) que muitos estão dizendo por ai que é marketing, contudo, há duas ou três cenas dos atores juntos no longa. Além disso, o destino do personagem de Johnson chega a uma conclusão ambígua que questiona o expectador se ele realmente voltará para os próximos filmes.
Ficha Técnica: The Fate of The Furiuos, 2017. Direção: F. Gary Grey. Roteiro: Chris Morgan - baseado nos personagens criados por GaryScottThompson. Elenco: Vin Diesel, Michelle Rodriguez, Tyresse Gibson, Luke Evans, Ludacris, Scott Eastwood, Dwayne Johnson, jason Statham, Charlize Theron, Kurt Russell, Nathalie Emmanuel, Elsa Pataky, Kristofer Hivju, Don Omar, Hellen Mirren.Gênero: Ação, Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Brian Tyler. Efeitos Especiais: J.D. Schwalm. Fotografia: Stephen F. Windon. Edição: Paul Rubell e Christian Wagner.  Distribuidora: Universal Pictures. Duração: 02h16min.
Sim, os fãs devem ficar satisfeitos.

Avaliação:  Dois carros endiabrados (2/5).


Hoje nos cinemas!


See Ya!











B-

terça-feira, 11 de abril de 2017

Porque você deveria (ou não) assistir 13 Reasons Why


Relutei bastante antes de escrever este post. Acho que já existem textos suficientes sobre 13 Reasons Why na internet na última semana. Queria deixar registrada minha opinião, não que você se importe ou vá mudar sua vida, mas eu sempre gosto de ler minhas ideias uns anos depois e pensar o que eu sentia.
Então esse texto vai ser bem pessoal.

13 Reasons Why é a série original da Netflix, baseada no livro de Jay Asher. Já havia ouvido falar no livro antes e apesar de achar a história interessante nunca me preocupei em ir atrás pra ler. Mas quando o teaser da série saiu eu fiquei hipnotizada e comecei a esperar ansiosamente pela estreia.

O teaser

Data anunciada, Fernanda na expectativa. Como já devo ter falado aqui umas mil vezes, expectativa é a mãe da decepção, então a melhor coisa que podemos fazer é não alimentá-la. Deixei de lado, vida que segue. Mas o final de março foi chegando e eu já tava agitada esperando chegar o tal do dia 31. Acabou que chegou e eu não consegui assistir, levou uns dias até que eu tivesse um tempinho e pudesse começar a ver e só fui realmente terminar mais de uma semana depois - gente, lembra quando eu só não assistia porque tinha outras mil séries pra ver? hahahaha como a vida é engraçada. 


"Por que uma garota morta mentiria?"

Sinceramente não esperava a sensação que a série causou. Não via ninguém falando sobre nas redes sociais, então fiquei surpresa quando na última semana metade do meu feed no Facebook era um mix de sentimentos e artigos sobre a série da menina morta. 

Sinopse: Uma caixa de sapatos é enviada para Clay (Dylan Minnette) por Hannah (Katheriine Langford), sua amiga e paixão platônica secreta de escola. O jovem se surpreende ao ver o remetente, pois Hannah acabara de se suicidar. Dentro da caixa, há várias fitas cassete, onde a jovem lista os 13 motivos que a levaram a interromper sua vida - além de instruções para elas serem passadas entre os demais envolvidos.


Não entrarei no mérito de analisar a série como "crítica de internet" ou fazer a psicóloga. Mas aqui estão os motivos que eu acho que você deveria (ou não) conhecer a história da Hannah Baker. 

Porque você NÃO deveria assistir

Depressão é coisa séria, só quem já passou por isso sabe realmente. Não tem ilustração, texto de auto-ajuda ou corrente de Facebook que vá fazer você entender. 
E existe uma coisa chamada "gatilho" que funciona mais ou menos assim (vou usar um exemplo próprio): você escolhe um filme para assistir na Netflix e quando nos primeiros minutos a palavra "Metodologia" aparece você começa a se sentir a pessoa mais burra e incompetente do mundo porque lembrou da disciplina que você abandonou na faculdade. Aí você já não assiste mais o filme e passa dias e dias pensando nisso e não quer fazer mais nada, nem ir a aula, porque né? Porque? Desaparecer naquele momento seria ideal.
E olha só: uma palavra. 
Agora imagina uma coisa infinitamente mais dolorida: estupro, suicídio. 

Eu não consigo imaginar a dor que pessoas que passaram por isso sentiram assistindo aquilo ali. É um gatilho PESADO! Quantas relatos li de moças que ficaram arrasadas assistindo aquilo, que tiveram lembranças revividas, passaram mal, não conseguiram continuar...



Temos que cuidar da nossa mente. 
A verdade é essa, claro que apoio é importante. Médico, família, pessoas compreensivas, terapia, remédios e o que for ajudar. Mas nós temos que nos cuidar, se uma coisa te faz mal, ativa aquele monstrinho que tá la no fundo da sua cabeça. Não o faça, não veja essa série, não assista, leia ou escute coisas que te fazem mal. Cuide de você, é sério!

Porque você deveria assistir


#NãoSejaUmPorquê

Muita gente questionou se as cenas de estupro e o suicídio precisavam mesmo ser tão explícitas. 
Eu não sei. 
A série merece ser vista porque é que é importante falar sobre suicídio, bullying, estupro, depressão. Essas coisas estão tão presentes na vida (infelizmente) e todo mundo deixa velado. Porque se a gente fala, é sempre tabu. "Troca o disco", ouvi dia desses.
É importante que a galera que nunca passou por isso se coloque no lugar do outro e consiga pelo menos imaginar como aquilo é difícil, e doloroso. Mesmo depois de morrer a Hannah foi julgada inúmeras vezes pelos "amigos". Nem morta ela teve paz, como pode? 

#NãoSejaUmPorquê Não seja o gatilho de alguém, não subestime os sentimentos dos outros. Cada um sente de um jeito. O que é bobagem para você pode não ser pro seu amigo, pra sua namorada. Empatia. Se coloque no lugar do outro. Por favor.

Se você precisa de ajuda, procure apoio, FALE. 
Você é importante. Nunca se esqueça disso, ok?


Um abraço!

Fernanda