quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Série Documental ‘O Negro no Futebol Brasileiro’ (HBO) Vem Ai!

Talvez se criem expectativas que “O Negro no Futebol Brasileiro”, série documental de quatro capítulos baseada no livro de mesmo nome do autor Mario Filho, se focasse completamente no racismo presente nos primórdios do futebol e como isso afeta o futebol até os dias atuais. De certo modo, o pensamento não é completamente errado; porém o show vai além e faz o incrível trabalho de apresentar todo o contexto histórico e cultural da época em que o esporte surgiu.

Acompanhado de uma agradável trilha ao fundo, a produção conta a história do futebol brasileiro desde 1894, quando Charles Miller trouxe o esporte para o Brasil após ter morado na Inglaterra, apenas seis anos após a abolição da escravatura. O documentário revela a situação racial do Brasil, deixando claro como a conjuntura afeta o começo do futebol brasileiro e como as pessoas marginalizadas lidavam com uma sociedade que tratava as como indivíduos com poucos direitos, mostrando a importância do futebol para quebrar os estigmas da época.
 Atletas como Júnior, Cláudio Adão, Adriano e Romário aparecem na tela, mas vemos também personalidades como Gilberto Gil

Para ilustrar a informação dada pelos entrevistados, o documentário conta com uma porção de fotos e vídeos do período circulado, não só contando para quem assiste sobre a história do futebol, mas mostrando claramente o que é dito e eliminando qualquer dúvida sobre o conteúdo captado. A atenção da audiência se prende ainda mais pelo ritmo da série que se faz constante e não para de inserir dados importantes.

Em suma, pode se dizer que qualquer pessoa vai encontrar razões para gostar da série. Fãs de futebol vão se interessar em aprender mais sobre a história do esporte no Brasil; e mesmo aqueles que não gostam muito ainda vão aproveitar e aprender mais sobre uma parte da história do nosso país que nem sempre é muito falada, mas que o impacto na nossa sociedade é impossível de não se notar.

Trailer

Ficha Técnica.Título Original: O Negro No Futebol Brasileiro. Direção e Roteiro: Gustavo Acioli — Inspirado na obra homônima de Mário Filho. Participações: Romário, Adriano, Angélica Basthi, Gilberto Gil, Cláudio Adão, Haroldo Costa, Júnior. Gênero: Série Documental. País: Brazil. Ano: 2018. Cor. Produção:HBO, Filmes do Equador, Roberto Rios, Lucy Barreto, Luis Carlos Barreto, Paula Belchior, Paula Barreto. Produção original do canal HBO.
“O Negro no Futebol Brasileiro” é uma série em formato de documentário dividida em quatro partes. Sua estreia acontece nesta quinta feira, às 21h, nos canais HBO.

Por 
Lucas P Marques da Silva

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Yonlu - O Filme


A produção traz à tona um assunto atual, triste e que se faz necessário discutir e se encarar de frente: a depressão e onde ela pode nos fazer chegar. 

Yonlu, pseudônimo de Vinícius Gageiro Marques (Thalles Cabral), nosso protagonista. É um jovem de 16 anos, filho de uma família de classe média, pai professor universitário e mãe psicanalista, que não poderiam imaginar a tragédia que habitava seu lar.

Inteligente, talentoso músico e poeta, Vinicius falava fluentemente, pelo menos, três línguas e frequentava a terapia desde os 8 anos, algo comum nesta fase de pré e adolescência com o intuito de ajudar nas possíveis crises de idade que vem a surgir. Contudo, o que fica impossível de controlar é a influência de grupos sociais sobre a situação. 

E Yonlu chega ao extremo, desiste de lutar contra seus fantasmas e pratica uma atitude radical: o suicídio. O ato fora compartilhado ao vivo, em 2016, com um grupo na internet que incentiva e dá ideias do melhor método.

Trailer



Dirigido por Hique Montanari, o longa tem um elenco pequeno e Thalles Cabral nos leva ao universo criativo e particular de Yonlu mostrando muita sensibilidade e talento. O encaixe da trilha sonora com canções reflexivas e melancólicas a imagens das obras do rapaz são reveladas de forma singela, descrevendo os momentos da vida e da criação daquele trabalho e acertam em cheio. Transmitindo de jeito impressionante o conflito interno pelo qual ele passava.

Yonlu nos embarca no que é ser um jovem e nos faz sentir seu sofrimento. O quão comum ele é nos dias atuais, com a  internet que inclui e amplia o círculo de amigos ao mesmo tempo que leva à solidão.

Um drama sensível que é exibido com delicadeza a partir da a criatividade do próprio Yonlu e também de sua visão de uma realidade distorcida - uma das causas da depressão. E quando ele bate, nos faz refletir sobre a importância do círculo de amizades de nossa vida real e virtual e as atitudes geradas a partir de sua influência. Afinal, muitas vezes uma simples palavra ou atitude pode nos levar a sofrer consequências sem volta.


Ficha Técnica. Titulo Original: Yonly - O Filme, 2017. Direção e Roteiro: Hique Montanari. Elenco: Thalles Cabral,Nelson Diniz, Liane Venturella, Leonardo Machado, Mirna Spritzer, Lorena Lorenzo, Rodrigo Waschburger, Anderson Salles, Victória Sanguiné, Áquila Mattos, Douglas Florence, Frederico Restori. Gênero: Ficção. Direção de Arte: Iara Noemi, Gilka Vargas. Direção de Fotografia: Juarez Pavelak. Animações: Osso Filmes. Montador: Alfredo Barros. Trilha Sonora: Yonlu. Trilha Sonora Incidental: Nando Barth. Pós-Produção: Daniel Dode. Diretora de Produção: Tatiana Behar. Som Direto e Desenho de Som: Gabriela Bervian. Figurinista: Anelisa Teles. Produção: Luciana Tomasi. Produtor Executivo: Luciana Tomasi.  Empresas Produtoras: Container Filmes, Prana Filmes. Duração:  88 minutos

As músicas e imagens nos fazem adentrar em uma mente criativa e questionadora, cenascom poucos atores transmitem a solidão que o jovem vivia e toda sua angustia. Yonlu era uma gênio e sofria com isso.

Sua obra só foi descoberta e reconhecida quando ele já não estava mais aqui. Todo um potencial ceifado pela morte prematura e trágica.

Em suma, recomendo assistirem a produção, comentarem com os amigos e discutirem bastante sobre o que ela propõe no intuito de evitar que acontecimentos como a morte de Yonlu se tornem uma banal rotina.

O filme participou da 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e recebeu o prêmio ABRACINE de Melhor Diretor também fez parte da Seleção Oficial da Mostra Geração no 19º Festival do Rio e foi indicado a Melhor Ator Principal em Filme Estrangeiro e Melhor Diretor de Longa-metragem Estrangeiro no Festival Internacional de Cinema de Madrid 2018.



30 de agosto nos cinemas. 

Por 
Helen Nice
@n.dacoruja

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Escobar — A Traição


Mais um filme baseado em livro está entre as estreias desta semana. Desta vez trata-se de Escobar - a traição inspirado na obra "Loving Pablo" de Virginia Vallejo (Amando Pablo, Odiando Escobar).
Dirigido por Fernando Léon Aranda, traz Javier Barden (Mar Adentro, Onde os fracos não tem vez) no papel de Escobar e Penélope Cruz (Vick Cristina Barcelona, Vanilla Sky) encarna Virgínia Vallejo, uma das amantes de Pablo.

O filme é mais uma das versões sobre a vida do mais temido e respeitado traficante do mundo, desta vez sobre a ótica de sua amante. O perigoso relacionamento da jornalista mais famosa da Colômbia com o chefe do cartel.

"É melhor chorar em um jato particular que no transporte público."

A vida de riscos e glamour, medo e paixão na qual se envolveu, consciente dos perigos que corria. Virgínia presenciou a formação do Cartel de Medellin, a explosão do avião da Avianca, os sicários, os assassinatos e viu sua vida transformada em uma história de terror. Pablo tinha outras amantes enquanto mantinha sua família cercada de cuidados e amor (à sua maneira!)

Trailer
Ficha Técnica. Titulo Original: Loving Pablo, 2017. Direção: Fernando León de Aranoa. Roteiro: Fernando León de Aranoa — adaptação do livro de Virgina Vallejo. Elenco: Javier Bardem, Penélope Cruz, Peter Sarsgaard. Trilha Sonora Original: Federico Jusid. Fotografia: Alex Catalan. Edição: Nacho Ruiz Capillas. Gênero: Drama. País: Espanha. Duração: 123 min. Distribuidora: Califórnia Filmes. Classificação Indicativa: 16 anos
Vítima ou cúmplice? Qual o papel de Virgínia na história do chefe do narcotráfico?
Assista, se possível, sem comparações com outras versões ou séries.
Um filme que prende a atenção, principalmente daqueles que se interessam pela vida de Escobar e a magnitude de seus atos.

Talvez se o filme fosse falado em espanhol ganhasse mais realismo. Mesmo assim, gostei bastante.
Recomendo!!

23 de agosto nos cinemas.
Por
Helen Nice

Onde Está Você, João Gilberto?


Documentário sobre os caminhos traçados pelo cineasta francês George Gachot em sua constante busca pelo paradeiro do nosso ícone da Bossa Nova, o cantor e compositor João Gilberto.
Inspirado no livro "Ho Ba La La- À procura de João Gilberto" do escritor alemão Marc Fisher, o cineasta veio ao Brasil na tentativa de realizar o sonho de ouvir a música Ho Ba La La tocada e cantada pelo próprio João. 

O cantor que marcou uma época e dá rosto à um estilo musical - a Bossa Nova - influenciou toda uma gama de artistas tanto no Brasil como no Mundo. 

O documentário procura resgatar e destacar essa importância, pois João está ausente do meio artístico há mais de 30 anos e nem  mesmo sua família, amigos ou vizinhos tem muito contato.
"Chega de Saudade" (1959) dá direção ao documentário! 

Trailer
Ficha Técnica. Título original: Onde Está Você, João Gilberto?, 2018. Direção e roteiro :Georges Gachot. Gênero: Documentário. Trilha Sonora Origina: João Donato. País de origem: Alemanha / Suiça / França / Brasil. Distribuidora: Imovision. Duração: 102 minutos. Classificação 12 anos.

O cineasta segue os passos do cantor e cria um roteiro investigativo baseado no livro, onde Fisher era Sherlock e a tradutora Raquel Balassiano era Watson, o contato no Brasil. Passa por lugares e situações que supostamente chegarão ao artista.

Amigos, a ex esposa Miucha e antigos parceiros de composição vão criando a linha imaginária que 
deverá culminar no esperado encontro. Tudo isso permeado por belas imagens, fotos, entrevistas (Marcos Valle que só falava com João por telefone, João Donato e Roberto Menescal que não falam com João há décadas) e as belas e envolventes músicas do compositor.

Fisher que morreu em 2011 não chegou a ver o filme concluído.
Dois fãs à procura do ídolo recluso.
Será que João Gilberto foi encontrado?
Sua curiosidade poderá ser sanada a partir de 23 de agosto quando o filme entra em cartaz.

23 de agosto nos cinemas.
Por
Helen Nice

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Troca de Rainhas


Nomeado ao ‘Oscar Francês’, o Prêmio César, Troca de Rainhas chega hoje aos cinemas de todo o Brasil. A produção, dirigida por Marc Dugain, conta como um trato político entre o regente da França e o Rei da Espanha cessou uma ‘possível’ guerra entre os países, em 1700 e bolinha, e quase entrelaçou as duas nações.

A trama é baseada no livro, ‘’L’Échange des Princesses”, escrito por Chantal Thomas, que também aparece aqui como roteirista, e é estrelado por Lambert Wilson, Jualine Lepureau, Anamaria Vartolomei, Olivier Gourmet, Kacey Mottet Klein e Igor van Dessel.

Quem conseguiu conferir o Festival Varilux de Cinema Francês este ano pôde conferir o filme na programação.

Trailer


Com a súbita morte dos monarcas e seus herdeiros, o irmão do rei, Phillippe d’Orléans (Gourmet) assume como regente do reino francês, em 1721, e começa a preparar o sobrinho neto, um menino de 11 anos chamado ‘Louis XV’(van Dessel) para ser o futuro rei. Phillippe como bom estrategista que é percebe que um acordo entre o país e o reino da Espanha pode vir a calhar e eliminar a possibilidade de futuras guerras, já que a França não tem finanças o bastante para se defender de ataques, como no passado. Assim, propõe uma troca de princesas onde a filha do rei espanhol (Wilson), Anna Maria Victoria (Juliane Lepoureau), de 4 anos, se case com Louis XV e o irmão de Anna Maria e herdeiro do trono da Espanha, Don Luis (Monttet Klein), se case com a prima do futuro rei e filha do regente da França, Louise Elisabeth.

O acordo acontece, mas os conflitos que se seguem fazem com que a adaptação de ambas as princesas ao seus novos lares se torne complicada, o que traz dificuldades a estadia de Anna Maria e Louise Elisabeth em ambos os reinos.

O Regente do Reino francês, Philippe d'Orléans (Gourmet), o Rei da Espanha, Felipe Órleans (Wilson) e o pequeno Rei, Louis XV (van Dessel).


O filme exala exuberância. Tem um figurino de acordo. Ambientação sem igual e um primor em detalhes técnicos que os amantes de produções de épocas vão ficar encantadíssimos. Chantal Thomas, roteirista e responsável também pelo livro em que a trama se baseia, é pontual em seus diálogos e faz um ótimo jogo entre duas nações aflitas. Thomas ainda é preciso em mostrar como a vida das mulheres da realeza dependia de acordos feitos por homens que lhe tinham como posses. Pais e tios que pouco se importavam como a felicidade dessas meninas seriam atingidas com mudanças tão bruscas e tudo a favor da diplomacia. Ele ainda contextualiza bem o período com a presença da igreja próxima do rei e de como esta punia jovens que se atraiam pelo mesmo sexo.

Anna Maria, papel da fofíssima Lepoureau, segue os planos do pai e não reclama. Se mostra encantadora e uma rainha com classe e extrema elegância, mesmo com a pouca idade. O que de nada surpreende o pequeno rei da França, vivido por Igor van Dessel. Aliás, o jovem monarca está sempre rodeado de puxa-sacos em sua corte, um deles, o sem noção Duc de Condé (Thomas Mustin). Mas também tem ao seu lado uma governanta fiel (Catherine Mouchet) que lhe quer muito bem e logo se fascina com Anna Maria. A princesa acaba sendo muito cobrada por ser tão criança por todos os lados e o Rei também questiona bastante o crescimento demorado da menina.

Do outro lado da fronteira, Louise Elisabeth (Vertolomei) não faz nada para agradar a nova família e nem o futuro marido. Pelo contrário, se mostra teimosa, infantil e zombeteira. Don Luis, ainda assim, se apaixona pela francesinha e não vê a hora de tê-la como esposa. Algo que acontece mais rápido do que imagina, pois o pai (Wilson) decide abdicar do trono devido a velhice e tornar o filho rei. Quando se casam, a aproximação entre os dois fazem os sentimentos da moça mudar. Contudo, nem tudo são flores e mais conflitos surgem.

A direção de Dugain consegue deixar tudo muito ‘contemporâneo’ e interessante. Vemos cortes acentuados que tem finalizações simples e complementares e quando você vê o filme já acabou — o que lhe faz perceber que ele não é entediante por um minuto sequer.


Ficha Técnica. Titulo:  L'Echange des Princesses,2017. Direção: Marc Dugain. Roteiro: Marc Dugain e Chantal Thomas - baseado no livro homônimo de Chantal Thomas. Elenco: Lambert Wilson, Anamaria Vartolomei, Olivier Gourmet, Catherine Mouchet, Juliane Lepoureau, Igor Van Dessel, Thomas Mustin. Fotografia: Gilles Porte. Edição: Monica Coleman. Figurino: Fabio Perrone. Produção: Genevieve Lemal, Patrick André. Nacionalidade: França, Bélgica. Distribuidora: Pandora Filmes. Classificação Indicativa: 12 anos

AvaliaçãoTrês acordos politicos e oitenta mulheres condenadas (3,80/5).
Não recomendado para menores de 12 anos

16 de Agosto nos Cinemas!

See Ya!




B-

Mentes Sombrias


As distopias teens ganharam voz nos anos 2000 quando #JogosVorazes atingiu um grande sucesso de vendas nas livrarias de todo o mundo e ganhou as telas dos cinemas. Desde então, também foram adaptados muitos livros do gênero. Entre eles, a série Maze Runner, Divergente, A Quinta Onda e Ender's Game. Cada qual alcançando um sucesso mediano ou nulo e deixando os fãs bastante decepcionados.

Chega então a vez do primeiro livro da série criada por Alexandra Bracken, Mentes Sombrias, ganhar sua versão cinematográfica. Aparentemente, a trama é chamativa. Ali conhecemos a história de uma sociedade onde crianças e adolescente são atingidos por um vírus mortal e os sobreviventes ganham 'poderes'. Habilidades estas que são classificadas por cores e destacam os mais perigosos, laranjas (controle de mentes) e vermelhos (controle do fogo), no topo da pirâmide. Já verdes (intelêngia), azuis (levitar objetos) e amarelos (controle de eletricidade), não tanto. Claro, o governo quer o controle de tudo por temer essa nova geração e inicia uma perseguição a todos. Ruby (Amandla Stenberg), uma garota negra de 10 anos, vê sua vida mudar completamente ao saber que tem o vírus. Logo, é levada para o centro que esses jovens são mantidos e lhe é revelado que ela é uma das mais poderosas. Assim, Ruby precisa então fazer de um tudo para se proteger e não ser descoberta. No meio do caminho, ela conhece Charles (Skylan Brooks), Liam (Harris Dickinson) e Zu (Miya Cech) e juntos eles saem em busca de um campo de jovens que pode ajudá-los a ficar longe das garras do governo. 

O filme tem a direção de Jennifer Yuh Nelson (Kung Fu Panda 2 e 3) e a escrita do material fica por conta do roteirista de séries de tevê, entre elas, Good Behavior, Chad Hodge.

Mentes Sombrias entra em cartaz hoje.


Trailer



A principio, há um encantamento próprio que ocorre quando se fala em distopia. Ainda mais uma que decide mostrar diversidade e inclusão - a personagem principal é negra e grande parte dos coadjuvantes também se diferem do que já vimos em outros filmes. Alguns são latinos ou ainda asiáticos. Mas engana-se quem acha que a película não cai nos clichês que o gênero criou.

Temos uma personagem com um poder enorme e que não sabe lidar com isso (alguém lembrou da Jean Grey ai?). Quando ela é descoberta, em algum momento, consegue ajuda muito rápido, porém, também não fica perto para ver se a 'ajuda' é real e segue em busca de outros caminhos. Convenientemente, encontra um grupo de garotos perambulando a solta e fugindo de 'caçadores de recompensas', no caso, a caça são eles, claro. Dentro do grupo, acaba sendo a mais forte e se apaixona por um dos garotos e ele por ela. O romance, aliás, é criado num piscar de olhos. Tipo duas ou três cenas. E a amizade dela com Bolota, Zu e Liam também nasce em menos de cinco minutos de filme.

Cada adolescente ou criança é classificado segundo a sua habilidade. Ruby está no topo do grupo.

O roteiro insere diálogos pouco interessantes para muitos dos personagens. Se faz previsível em diversos momentos e consegue fazer com algumas piadas funcionem bem e outras não. Ele também não consegue inserir bem as motivações dos personagens e os cortes bruscos da edição trazem confusão ao resultado final do projeto. A direção de Jennifer não consegue fazer o filme ser tão dinâmico quando pretendia.

O elenco vem de diversos filmes teens já vistos por ai. Amandla esteve, aliás, em Jogos Vorazes. Interpretava Rue. A doce menina que Katniss não consegue salvar. A jovem também estará em breve no aguardado 'O Ódio que Você Semeia', adaptação que trata a questão racial nos Estados Unidos de um jeito muito verdadeiro e cruel. Skylan Brooks pode ser visto em filmes como 'Nocaute' e também na série da Netflix 'The Get Down'. Já Harris Dickison esteve em 'Ratos de Praia e estará também em 'Malevóla 2'. A pequena Miya Cech esteve em inúmeras séries, uma delas Hawaii Five-O. Temos ainda as participações de Mandy Moore como ativista que ajuda jovens como Ruby e seu grupo e Gwendoline Christie, de Game of Thrones, como a caçadora Lady Jane.

O único ponto positivo do filme, sinceramente, é a boa supervisão musical de Deva Anderson. Ouvimos sons indies e folks em diversos momentos. Os mais legais, inclusive, é o que vocês poderão ouvir The XX com Loud Places e Birdy com 'Find Me'.


Ficha Técnica: The Darkest Mind, 2018. Direção: Jennifer Yuh NelsonRoteiro
Chad Hodge, adaptado do livro homônimo de Alexandra Bracken. Elenco: Amandla Stenberg, Mandy Moore, Gwendoline Christie, Harris Dickinson, Skylan Brooks, Miya Cech, Patrick Gibson, Golden Brooks, Bradley Whitford, Wallace LanghamEdição:Maryann Brandon e Dean Zimermman. Trilha Sonora Original: Benjamin Wallfisch. Supervisora Musical: Deva Anderson. Gênero: Distopia, Scifi. Figurino: Lessa Evans e Mary Claire Hannan. Fotografia: Kramer Morgenthau. Nacionalidade: Eua. Distribuidor: 20th Century Fox. Duração: 01h44min.

Para quem leu o livro, a percepção de que 'a retirada de certos detalhes' realmente farão falta, segundo nosso colaborador Vitor que também conferiu o filme. E para quem não se importa muito com roteiros adaptados ainda assim vai perceber o manuseio desequilibrado do material. 

AvaliaçãoDois poderes incríveis e trinta balões escritos 'não esperava muita coisa' (2,30/5 ).

16 de Agosto nos Cinemas!


See Ya!




B-

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

O Animal Cordial





Introduzindo o estilo Slasher Movie no cinema nacional, Gabriela Amaral Almeida nos presenteia com o visceral “O Animal Cordial”, já aclamado pelo público de festivais e pela crítica.

A produção é aquele tipo de filme impossível de se descrever ou definir com palavras literais, só mesmo assistindo para saber.
Personagens profundos e recheados de crítica social desfilam na tela restritos ao pequeno espaço de um restaurante supostamente chic.
Até que ponto o cansaço, o stress e o convívio no ambiente de trabalho afetam as relações, as reações e as decisões num momento crítico?
É isso que iremos ver em O Animal Cordial que já traz o paradoxo no próprio título.
Na verdade, o longa é um terror psicológico que vai além do que a sinopse tentar dizer sobre ele.

Trailer

Entre muito sangue,música e atitudes inesperadas vamos pouco a pouco conhecendo a história de cada personagem.
Produzido por Rodrigo Teixeira, o filme traz um elenco de feras, entre eles, Murilo Benício, Ernani Moraes, Humberto Carrão, entre outros.
Um dono de restaurante com visíveis distúrbios psicológicos e sua funcionária Sara reagem a um assalto criam todo suspense e terror. Paixão, submissão, drama, tudo se mistura nesse filme impactante.


FICHA TÉCNICA. Direção e roteiro: Gabriela Amaral Almeida. Argumento: Gabriela Amaral Almeida e Luana Demange. Elenco: Murilo Benício, Luciana Paes, Ernani Moraes, Jiddu Pinheiro, Camila Morgado, Irandhir Santos, Humberto Carrão, Ariclenes Barroso, Thais Aguiar, Eduardo Gomes e Diego Avelino. Produtor:Rodrigo Teixeira. Co-produtor: Canal Brasil. Produção Executiva: Ana Kormanski, Daniel Pech e Raphael Mesquita. Direção de Fotografia: Barbara Alvarez. Direção de Arte: Denis Netto. Figurino: Diogo Costa. Maquiagem:André Anastácio. Som Direto: Gabriela Cunha. Diretora de Produção: Thais Morresi. Montador: Idê Lacreta. Desenho de som: Daniel Turini e Fernando Henna. Trilha Sonora: Rafael Cavalcanti. Supervisor de pós-produção:Henrique Viana. Idioma: Português. Gênero: Thriller/ Slasher/ Gore. Ano: 2017. País: Brasil. Classificação: 18 anos.
Assista e tire suas próprias conclusões!
Hoje nos cinemas.
Por
Helen Nice

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Mamma Mia! Lá Vamos Nós De Novo

Dez anos atrás, chegava as telas dos cinemas ‘Mamma Mia!’, trama onde a jovem Sophie, personagem vivida pela atriz Amanda Seyfried, tentava encontrar seu verdadeiro pai, após encontrar um diário perdido da mãe, papel de Meryl Streep, que indicava a possibilidade da paternidade ser de algum dos três rapazes com quem tivera um romance de verão. Todo o contexto da trama era embalado pelas canções pops do grupo musical sueco ABBA na voz dos próprios personagens.
 
Leve, engraçado, sem muitas intenções e repleto de atores renomados, a produção chegou a ser a nomeada a vinte e três prêmios, dois desses, aliás, em categorias do Globo de Ouro e uma para o irônico ‘Framboesa de Ouro’. Com todo o sucesso e atenção que o longa ganhou os idealizadores resolveram o dar uma continuação e esta chega agora aos cinemas. 

Catherine Johnson, responsável pelo musical fora das telas, e roteirista do filme segue presente, mas a direção, que fora de Phyllida Lloyd, passou para as mãos de Ol Parker (O Exótico Hotel Marigold) na nova empreitada. O elenco protagonista está todo de volta, Amanda Seyfried, Domic Cooper, Julie Walters, Stellan Skarsgard, Pierce Brosnan, Colin Firth, Christine Baranski. Meryl Streep, contudo, faz uma pequena participação, e não estrela o filme devido a nova caminhada da personagem, por assim dizer. Adentram este time: Cher, Lily James, Jeremy Irvine, Josh Dylan, Hugh Skinner, Jessica Keenan Wynn, Alexa Davie e Andy Garcia.
 
Trailer


Em ‘Mamma Mia’ (2008), começamos a acompanhar a jornada de Sophie para encontrar seu pai enviando cartas à eles. Aqui, temos um inicio similar. E as cartas também se destinam aos pais da moça. Afinal, eles três decidiram ter este papel. Sam (Brosnan) é único que não necessita da correspondência, pois se casou com Donna (Streep) e fez moradia na ilha grega Kalokairi. Outra cena similar em ‘Lá Vamos Nós de Novo’ é a chegada das amigas de Donna a ilha paradisíaca, Rosie (Walters) e Tanya (Baranski).
 
A vinda de Rosie e Tonya se deve a nova retomada que Sophie deu ao hotel da mãe e quer todos presentes para a reinauguração. Com o amor de sua vida (Cooper) longe para estudos em hotelaria, a filha de Donna não vê a hora de revê-lo e ter seu apoio. O reencontro das três também serve para que as memórias do passado voltem e todas as aventuras da jovem Donna (Lily James) sejam revisitadas. Inclusive, o encontro com os jovens Harry (Skinner), Bill (Dylan) e Sam (Irvine). Obviamente tudo ao som empolgante criado pelo grupo ABBA.
 

Ol Parker não só entra para a direção como também é colaborador nas escritas do roteiro em parceria com Richard Curtis e Catherine Johnson. E a união constrói uma boa jornada para estes animados personagens. Ao voltarmos ao passado de Donna, a vemos totalmente livre e sem medo de ser considerada qualquer coisa que não ‘uma pessoa feliz e de bem com a vida’. A moça e as amigas já faziam as performances na faculdade e divertiam todos ao redor delas.
 

A produção consegue trazer muita diversão, mas além disso, celebra mais uma vez o amor, a amizade e a maternidade com delicadeza e sem sair do tom. Vemos os laços familiares de Sophie com os pais estabelecidos e tão forte quanto da última vez que o vimos. Sua caminhada como mulher a reconecta com a mãe e também a faz refletir sobre toda a história de Donna e a sua própria.
                    Temos cenas emocionantes entre Streep e Seyfried ao fim do terceiro ato
A chegada de novos personagens como a avó (Cher) egocêntrica há muito sumida e a inserção do misterioso ‘Señor Cienfuegos’, vivido por Andy Garcia, dão um novo ar ‘caliente’ e chic ao enredo e ambos os atores estão ótimos.

                    A chegada de Cher parece um número de um show seu em Las Vegas
Os atores que vivem os personagens mais jovens fazem sua parte tão bem que é um primor vê-los em cena. Lilly consegue ser tão maravilhosa quanto Streep, Jessica se faz de ‘rainha da conquista’ tão bem quanto Baranski e Alexa é quase uma irmã gêmea de Julie em cena. E os gatões Jeremy, Hugh e Josh também se fazem valer. Cria-se ainda espaço para alguns alivios cômicos, como o ‘agente de imigração’ vivido pelo ator Omid Djalili e o casal de apaixonados Alexio ( Gerard Monaco) e Appolonia (Anna Antoniades).
 
Como continuação que brinca com o passado de personagens já vistos antes, há aqui e ali alguns erros factuais , de continuidade e etc — aqui sabemos que as amigas de Donna já conheciam os rapazes e isto não ficou tão subentendido no primeiro longa. Mas nada disso atrapalha o bom caminhar do filme.
Ah, e temos cameo de Björn Ulvaeus e Benny Andersson, membros do Abba e compositores das canções. Sobre a trilha(escute aqui), há repetição de algumas músicas do longa anterior, claro, e acrescentam-se as ritmadas “Angel Eyes,” “When I Kissed The Teacher,” e “I Wonder (Departure).
 
 
Ficha Técnica
 
Título original e ano : Mamma Mia! Here We Go AGain, 2018. Direção: Ol Parker. Roteiro: Ol Parker . Argumentos de Richard Curtis,Ol Parker, Catherine Johnson. Realizado por Judy Craymer e baseado no musical criado por Catherine Johnson. Elenco: Amanda Seyfried, Julie Walters, Christine Baranski, Lily James, Dominic Cooper, Colin Firth, Jeremy Irvine, Andy Garcia, Celia Imrie, Alexa Davies, Jessica Keenan Wynn, Hugh Skinner. Pierce Brosnan, Omid Djalili, Josh Dylan, Gerard Monaco, Stellan Skarsgård, Cher e Meryl Streep . Gênero: Musical, comédia. Distribuidora: Universal Pictures do Brasil. Nacionalidade: Eua. Trilha Sonora: Anne Dudley. Músicas por: Björn Ulvaeus e Benny Andersson. Edição: Peter Lambert.Fotografia: Robert D. Yeoman. Figurino: Michele Clapton. Duração: 01h54min.

Diversão garantida aos sensíveis e amantes de musicais.
Não recomendado para menores de 10 anos
Avaliação: Três músicas dançantes (3/5).
02 de agosto nos cinemas!
See Ya!


B-