sexta-feira, 30 de novembro de 2018

A Vida Em Si


Toda boa obra nos ensina a interpretá-la ao longo do seu decorrer. A Vida Em Si o faz com maestria. É um filme divido em cinco capítulos. Cada um tem seu próprio protagonista, chamados pela narradora de “heróis”. Essas cinco histórias se amarram como uma só. Vendo de uma forma simplista, são histórias de amor em um filme de drama. Mas a verdade é que este é um longa metalinguístico sobre narrativa. E ainda sobre como a vida também é regida por narrativas.

Trailer

Ao decorrer de seus 118 minutos, a produção vai provando na prática todos os temas e hipóteses de sua narradora e de seus heróis. A Vida Em Si fala em vários momentos da teoria literária do narrador não-confiável. E logo com o primeiro arco, nos ensina que essa não-confiança deve ser levada a sério, já que nos apresenta um protagonista que inventa uma narrativa falsa para aguentar a realidade. Logo de cara, com uma ficção dentro da própria história, nos ensina a não nos apegar aos personagens. Já que estes são descartáveis, vão sendo substituídos ao longo da trama e são apenas pequenas peças de um conjunto muito maior.

Em um momento interessante, o filme nos diz com todas as letras que nem sempre o que está em primeiro plano em uma história é o mais relevante. Em seguida, nos comprova isso ao mostrar o herói da vez se preparando para cortejar uma garçonete que passa ao fundo enquanto a câmera enfoca uma bela figurante centralizada.

Mantendo-se fiel a seu tema, são comuns as cenas em que personagens se transformam em contadores de história, ganhando atenção de nós espectadores, da câmera e de seus colegas dentro das tomadas enquanto narram alguns fatos com brilho no olhar, empolgação na voz ou mesmo musicalidade. Isso sem falar na grande contadora de história do filme: a narradora misteriosa que só se revela ao final (embora em certo ponto da obra sua identidade se torne clara para o espectador mais atento).


 Ficha Técnica:
Título: A Vida em Si, 2018. Direção e  Roteiro: Dan Fogelman Elenco: Oscar Isaac, Olivia Cooke, Olivia Wilde, Laila Costa, Antonio Banderas, Mandy Patinkin, Annette Bening, Sergio Peris-Mancheta, Àlex Monner e Samuel L. Jackson. Nacionalidade: EUA Gênero: Drama, Romance. Música: Frederico Jusid Fotografia: Brett Pawlak Montagem: Julie Monroe. Classificação: 16 anos. Distribuição: Paris Filmes. Duração: 01h59min.
Uma escolha estética acertada, quase Rodrigueana¹, é a de deixar as personagens conviverem em tela com suas lembranças e com recriações de momentos passados que não viveram. Assim, o espectador vê ao mesmo tempo passado e presente; realidade e inconsciente. Um ótimo recurso para nos aproximar do que está na mente dos heróis e, portanto, gerar empatia. Uma pena que esse recurso seja completamente deixado de lado em um dos capítulos.

Infelizmente, os minutos finais do longa se entregam à necessidade do gênero de emocionar o público a qualquer custo, se valendo de uma música colocada unicamente para essa função e de uma colagem clichê de flashbacks das personagens, coroados por um discurso em off sobre a vida. Por sorte, o filme é bom o suficiente para sobreviver a essa sabotagem final.

¹ O teatrólogo brasileiro Nelson Rodrigues trouxe inovação para o teatro mundial ao fazer os planos da realidade, sonho e alucinação coexistirem no palco.

06 de Dezembro nos cinemas

|Nota da editora: O filme ganhou sessões de pré estréia este fim de semana.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Encantado


E se as histórias de princesas fossem o inverso do que são. E, na verdade, ao invés delas o príncipe é que precisasse de alguém para salvá-lo? Poisé, em 'Encantado', longa de Ross Venokur, é exatamente isto que acontece devido ao fato de o galã da história ser o amaldiçoado da vez e só conseguirá se livrar da punição de 'encantar todas as mulheres do reino' se encontrar o amor verdadeiro e beijá-la em seu aniversário de vinte um anos. 

Charming, nome do título em inglês, tem dublagens de Demi Lotavo, Avril Lavigne, Ashley Tishdale, Sia, Wilmer Valderrama, G.E.M., Nia Vardalos, Steve Aoki e John Gleese. No Brasil, Larissa Manoela e Leonardo Cidade.

A animação entra em cartaz esta quinta-fera em horário especial para pré-estréias e oficialmente chega aos cinemas na próxima semana.

Trailer

Ao nascer o pequeno príncipe encantado (Valderrama\Cidade) recebe uma maldição onde todas as mulheres do reino se apaixonarão por ele e os homens o odiarão. Para quebrar o feitiço, ele deverá enfrentar três desafios próximo ao dia do seu aniversário de vinte um anos e achar o amor verdadeiro para lhe dar aquela bitoca mágica. Porém, quando chega perto da data, a realeza está super enrolada com três princesas: Cinderela (Tishadale), Bela Adormecida (G.E.M.) e Branca de Neve (Lavigne) e não sabe ainda por quem está apaixonado. Antes de enfrentar o grande desafio da vida, contudo, encontra o jovem Lenny - que no caso é a destemida Leonora Quinonez (Lovato\Manoela) desfarçada de guia turístico - e este o protege dos percalços durante a jornada dos desafios, pois ela\ele foi contratada para isto. No meio do caminho, encontram uma tribo de mulheres gigantes e tem que fazer de tudo para escapar já que elas querem devorá-los. Não demora muito, e eles viram melhores amigos com o passar do tempo. 

 Encantado (Valderrama\Cidade) é o típico hétero que vemos por ai e Leonora (Lovato\Manoela) a moça de coração aventureiro.

A trama não é das mais bem costuradas. Tem clichês e muitas conveniências, porém é meeeeega divertida e traz uma personagem feminina ultra empoderada - ainda que ela tenha um pouquinho de baixa auto-estima, mas quem nunca, não é mesmo? Uma coisa engraçada é ver Cinderela, Bela Adormecida e Branca de Neve ganharem versões menos perfeitinhas como em suas tramas originais. Na película, estas são mulheres tão reais que até irritam, mas isto se deve ao pouco de futilidade que se é aplicado as personagens para que a plebeia Leonora cresça perante elas. E é impossível não notar isto. Leonora é quase como um príncipe de outras tramas, aceita proteger encantado em troca de recompensa, claro, e o fim disso pode ser sim um final feliz. 

Colorido, com traços bem trabalhos e canções aqui e ali, a animação emociona e traz muitas questões sobre 'salvar a si mesmo' e sobre o tal do 'amor verdadeiro' blablabla. Por mais levinho que seja, é sim um filme interessante sobre a troca de papéis tradicionais desse tipo de história. 

Ross Venokur já é roteirista a bastante tempo, mas Encantado representa seu segundo longa como diretor. Pelo texto, percebe-se o talento, pela condução talvez mais prática o dará força no ramo. E em breve ele deve trazer outro filho animado ao mundo, pois consta em sua filmografia mais uma trama em produção. 

A grande maioria das animações no Brasil chegam as exibições dubladas e esta não peca. Larissa, Leonardo e todo o elenco está convincente. Mas seria legal que mais cinemas disponibilizassem também versões legendadas, pois muitos adultos também adoram longas do gênero.

A trilha sonora aqui é assinada por Tom Howe e aqui é possível assistir o vídeo da canção que Ashley, Avril e G.E.M cantam juntas na trama. 

 Na primeira imagem, os dubladores brasileiros, Larissa Manoela e Leonardo Cidade e na segunda as vozes originais da animação com a dupla de ex-namorados Wilmer Valderrama e Demi Lovato.

Para quem não lembra, Wilmer Valderrama interpretou o Fez na série de sucesso 'That 70's Show' (disponível na netflix) e ele e Demi namoraram por anos, mas até o lançamento do filme, não estavam mais juntos. 

Ficha Técnica

Título Original: Charming, 2018. Direção e Roteiro: Ross Venokur. Vozes originais: Wilmer Valderrama, Demi Lovato, John Gleese, Sia, Nia Vardalos, Avril Lavigne, G.E.M., Ashley Tishdale. Dublagem brasileira:  Larissa Manoela, Leonardo Cidade. Gênero: Animação, Aventura, Família. Nacionalidade: EUA, Canada. Música: Tom Howe Edição: Rob Neal. Distribuição: Imagem Filmes. Duração: 01h30min. 

Avaliação:  Dois potes de ouro e meio coração rosado (2,5/5).

Verifique se há pré-estreias nos cinemas próximo a sua casa em www.ingresso.com

06 de novembro nos cinemas!

See Ya!

B-

Robin Hood: A Origem


A primeira vez que o herói fora da lei Robin Hood foi visto na telona data de 1908, no curta Robin Hood and His Merry Men, de Percy Stow. Diz-se que figura histórica e mítica, vinda lá da terra da Rainha, viveu no século XII onde o Rei Ricardo Coração de Leão era o líder e as cruzadas se davam pela europa. Ali, Hood roubava da nobreza para dar aos pobres, pois esta os forçava a pagar altos impostos e passar por inúmeras crueldades. 

De lá pra cá, ele já foi visto tanto no cinema, como na tevê e também virou personagem de quadrinhos. Habilidoso com o arco e flecha e supostamente na luta mão a mão, Robin Hood ficou imortalizado como o 'príncipe dos ladrões' e também como justiceiro. 

Beeem mais tarde aquele pequeno curta de Percy virou desenho animado com distribuição da rainha das animações, a senhora Disney. Tivemos também inúmeros filmes em live-action, um deles com Kevin Costner, lá em 1991, e um mais recente com Russel Crowe, lançado em 2010, onde ambos vivem o fora da lei. No Brasil, Os Trapalhões também usaram um pouco da trama para construírem dramatizações e assim foram produzidos ''Robin Hood, o Trapalhão da Floresta'' e também ''o Mistério de Robin Hood'. Ainda viveram Hood nas telas, Douglas Fairbanks (1922), Errol Flyin (1938), Cornel Wilde (1946), John Derek (1950) Richard Todd (1952), Sean Connery (1976), Patrick Bergin (1991).

E agora temos mais um filme origem para esmiuçar a jornada de Robin Hood com direção de Otto Bathurst com a sensação da nova geração de atores britânicos Taron Egerton, no papel principal, e Jamie Foxx como seu mentor Pequeno John. O famoso par romântico do herói é vivido aqui pela atriz Eve Hewson, a filha do cantor e músico Bono Vox.

Trailer

Robin of Loxley(Egerton) é convocado para ir as cruzadas e honrar seu povoado. Por lá, não só aprende a se defender e a lutar como também a sobreviver em situações de extremo risco. Vê razão para a guerra, mas também percebe que ela se perde quando inocentes começam a ser massacrados apenas para o gosto dos nobres e das autoridades. Principalmente, quando um jovem é morto na frente de seu pai Little John (Fox). Em sua terra, Nottingham, a amada, Marian (Hewson) ficara para trás desprotegida e quando ele retorna ferido o caos se instaurou pela cidade pela vontade tanto da realeza e dos nobres como da Igreja e até parte dos seus bens foram confiscados. Decide então lutar e tentar não só salvar o povo como ter o amor de Marian de volta e encontra auxílio em Little John, um homem agora sedento de vigança e com muita a ensinar a Robin. 


O enredo mostra as origens de Robin, como o subtítulo que o longa ganhou no Brasil auto-explica, mas o que o difere de qualquer outro filme sobre o príncipe dos ladrões é que ele tem um tom moderno e embarca o espectador em um design bem parecido ao que o diretor Guy Ritchie deu aos também clássicos Sherlock Holmes e Rei Arthur, porém aqui, o roteiro de Ben Chandler e David James Kelly não consegue ser tão consistente quanto suas inspirações e a direção de Bathurst fica aguada por demais. 


As conveniências são demasiadas, os clichês também e a cada passo do personagem já sabemos exatamente o que vai acontecer, ou seja, não há surpresas. Os pesonagens de Ben Mendelsohn e James Dornan são altamente mais do mesmo e nenhum dos atores consegue esquecer suas características de outros filmes. Talvez Eve Hewson e Tim Minchin até se saiam bem, mas a dupla protagonista não. E Taron Egerton e Jamie Foxx parecem o famoso arroz sem tempero da tia esquecida. 

Há sim aventura, lutas coreografadas (e por grandes sensações da internet como Lars Andersen of Denmark), muito uso de arco e flecha, algo típico do personagem, porém há pouca comoção do povo para com ele e o uso da dualidade de um Lorde que também é consciente e ajuda os outros escondidos parece bobo quando não deveria.  

A trilha sonora é assinada por Joseph Trapanese (escute aqui) e vem embalada por sons super, ultra, modernosos.


Ficha Técnica

Tírulo Original: Robin Hood, 2018. Direção: Otto Bathurst. Roteiro:ben Chandler e David James KellyElenco: Taron Egerton, Jamie Foxx, Jamie Dornan, Ben Mendelsohn, Eve Hewson,Tim Minchin, F. Murray Abraham, Cornelius Booth. Gênero: Aventura, Ação. Nacionalidade: Eua. Trilha Sonora: Joseph Trapanese. Fotografia: George Steel. Figurino: Julian Day. Edição: Chris Barwell e Joe Hutshing. DistribuidoraParis Filmes. Duração: 01h59min.


Avaliação:  Dois arcos sem flecha (2/5).

29 de novembro nos cinemas!

See Ya!


B-

De Repente Uma Família


Diferente de uma geração que se casa para criarem filhos não planejados, Pete (Mark Wahlberg) e Ellie (Rose Byrne) decidem formar uma família por se gostarem afundo e só depois de já terem construído juntos uma vida profissional de sucesso e possuírem uma relação estável (e ainda cuidarem de um adorável cachorro) é que o assunto "filhos" chega na roda.

Consideravelmente um casal distinto e preocupado em levar uma vida de qualidade e propiciar isto a família também, os dois chegam a conclusão de que sim vão ter filhos e se neste plano os herdeiros não vierem naturalmente quem sabe por adoção? E assim Pete e Ellie visitam um centro especializado e iniciam todo o processo. Mesmo que a principio uma parte da família não aprove - o lado de Ellie, principalmente.

Lá, as assistentes sociais Karen (Octavia Spencer) e Sharon (Tig Notaro) informam os procedimentos, dados das crianças e até os convidam para um encontro com pessoas como eles, ou seja, que querem adotar. E a partir dai, a caça começa. Perambulando pelo centro, o grupo de 'quase pais e mães' são apresentados a pequeninos e também as crianças que já são adolescentes e muitos ali evitam estes últimos pela carga dramática que ainda acreditam não estarem prontos para enfrentar. Mas o casal, ao andar por todo o local, fica meio desanimado e só quando a jovem Lizzy (Isabela Moner) provoca e é até um pouco mal educada com Pete que ele e a esposa acham que o desafio de suas vidas chegou. Porém, ao informarem as assistentes sobre o desejo de adotar a garota recebem a notícia que ela não vem sozinha. Vem com mais dois irmãos pequenos, Juan (Gustavo Quiroz) e Lita (Julianna Gamiz). E os dois, apesar da surpresa, aceitam de imediato zelarem pelos três e preparam o ninho do jeito mais incrível possível para recebê-los, afinal, eles tem uma empresa de reformas de lares. 

Trailer

Ficha Técnica
Tírulo Original: Instant Family, 2018. Direção: Sean Anders. Roteiro:Sean Anders e John MorrisElenco: Mark Wahlberd, Rose Byrne, Isabela Moner, Gustavo Quiroz, Juliana Gamiz, Octavia Spencer, Tig Notaro, Tom Segura, Allyn Rachel, Britt Rentschler, Jody Thompson, Margo Martindale, Michael O'Keefe, Julie HagertyNacionalidade: Eua. Trilha Sonora: Michael Andrews. Fotografia: Brett Pawlak. Figurino: Lisa Lovaas. Edição: Brad Wilhite.  DistribuidoraParamount Pictures. Duração: 01h57min.

No inicio, o casal tem dias maravilhosos com os filhos - como todo inicio de relação - e ao dizerem sobre isto nas reuniões com os outros pais são sempre surpreendidos com olhares de inveja, afinal, os outros estão tendo dias difíceis e estressantes - exceto por uma mãe presente que ainda está na caça do filho perfeito pelo centro. Mas logo, logo as desavenças começam e a convivência vai mostrando que cuidar, amar e corrigir é um dever extremamente árduo. Também chegam os conflitos para a idade de cada um e as personalidades distintas. Juan é um pouco desatento e está quase sempre se machucando, a pequena Lita é a fofa do trio e Lizzy já vai soltando as asinhas de que está na fase dos garotos e festas.

As cenas com os familiares também são um bom contraste. Pelo lado de Ellie, a família é um pouco incompreensiva pela decisão de adoção, tem falas óbvias e julgam, mas não deixam de receber os novos membros bem. Já a mãe de Pete, a 'Grandma Sandy, papel da sempre ótima Margo Martindale, abraça a função de avó com muito louvor e vem com muito amor, presentes e tudo o mais que for. 

Pete(Wahlberd) e Ellie (Byrne) com os filhos Lizzy (Moner), Lita (Garniz) e Juan (Quiroz)

O filme tem uma alta dose de humor e brinca com o que pode sem ferir ou ofender ninguém, mas tem aqui e ali um clichêzinho. Trata dos inúmeros tópicos que surgem aqui de um jeito delicado. Traz personagens com muita autenticidade, diferentes nacionalidades e abraça a diversidade em grande parte do elenco. Vemos casais padrões e fora deles também e se constrói um bom questionamento a partir disto.

Por ser baseado em experiências pessoais do diretor e roteirista Sean Anders, a película vem com consistência. Até porquê ele consegue fazer com que as situações não soem forçadas e as poucas conveniências agradam pela naturalidade e similaridade com o real. E Anders consegue extrair do elenco muita espontaneidade. Por já ter trabalhado com Wahlberg duas vezes, entende bem o que ele pode fazer e recorta suas qualidades. Byrne faz uma ótima dupla com o ator, aliás, e as crianças adentram a cena para enriquecer. Claramente, Isabela Moner tem um papel forte e é quem cria muitos dos conflitos. As atrizes que fazem as avós trazem comicidade a tela tanto quanto os outros pais do centro de adoção e é quase impossível que o público saia da sessão sem gostar do que viu, pois além da diversão cenas fofas e família tocam os corações de todos. 

Parte técnica aqui faz o filme andar e trabalha para não se destacar mais que a trama. A trilha sonora é assinada por Michael Andrews (ouvir aqui) e a atriz Isabela Moner também gravou uma canção para promover o filme (assista o vídeo).

No tocante a época em que estamos chegando, o filme é perfeito e pode ser uma bela opção para o domingo em família. 


Avaliação:  Três corações quentinhos de amor e Oitenta momentos risíveis (3,80/5).

Hoje nos cinemas!

See Ya!

B-