quinta-feira, 26 de maio de 2022

Top Gun: Maverick | Assista nos Cinemas


Os anos 80 continuam a se fazer presente mais do que nunca no mundo atual, seja nas séries ou em iniciativas cinemáticas que nos fazem retornar à eles. TOP GUN - Ases Indomáveis, de Tony Scott (Amor à Queima Roupa) foi lançado em 1986 e não só foi um sucesso tamanho de bilheteria - alcançando mais de $357 milhões de dólares mundialmente - como confirmou Tom Cruise como um astro. Ele que havia atuado em sete filmes inicialmente e nenhum com tanta popularidade assim, começou a ser escalado para muitas produções e chegou a década de 90 com uma filmografia de invejar muitos. Trabalhou com Dustin Hoffman, Jack Nicholson, Robert Duvall, Paul Newman, Demi Moore, Nicole Kidman, Renée Zellweger e inúmeros outros grandes atores e atrizes provando que sua competência iria além de um rostinho bonito, mas provocava a indústria com um talento enorme que perdurou e se fez valer pelos filmes de ação, temática que ele mais se dedicou, apesar dos diversos dramas que participou.

Há quase vinte anos se fala em um retorno a história do piloto da Marinha norte-americana Maverick, papel de Cruise em Top Gun. Tony Scott acabou falecendo em 2012 e não conseguiu colocar o desejo de uma sequência na tela e, sem sombra de dúvidas, a crescente onda de continuações de filmes acabou dando embalo aos produtores e ao estúdio para não deixar morrer essa vontade de Scott. Assim, trinta e seis anos após o lançamento do primeiro filme, o público poderá rever o personagem e acompanhar mais aventuras dele dentro da Academia de Pilotos, após um retorno forçado para ser instrutor de uma turma que deve voar para uma missão em terras inimigas. 

O elenco tem a volta de Cruise e Val Kilmer aos papéis originais e traz também Milles Teller, Glen Powell, Dany Ramirez, John Hamn, Charles Parnell, Jay Ellis, Monica Barbaro,Jennifer Connelly e Ed Harris. A direção é de Joseph Kosinski (Oblivion e Tron: O Legado). 

Top Gun - Ases Indomáveis e Top Gun Maverick tem um gap de trinta e seis anos

Depois de uma jornada de serviço na Marinha por mais de trinta anos, o Capitão Pete Mitchell, aka Maverick (Cruise), continua seguindo seus instintos e provando aos seus superiores que é possível pilotar de forma veloz e furiosa para combater os inimigos. O programa atual em que ele está participando está prestes a ser encerrado por um de seus superiores, o oficial Chester Cain (Harris), porém um antigo colega da Academia de Pilotos de Elite, ou mais precisamente, o Almirante Tom ''Iceman'' Kazansky (Kilmer), manda o chamar para que ele venha ensinar a nova turma de aviadores como realizar uma missão de alto risco e sairem de lá vivos.

Quando retorna a Academia em que um dia estudou, Maverick revê uma antiga paquera, Penny Benjamim (Connelly), filha de um militar que ele uma vez namorou e que agora é dona de um bar na cidade. No lugar, sente a energia dos pilotos e avista o filho do seu grande amigo Goose (Anthony Edwards), Bladley Bradshaw (Teller), chamado pelo codinome Rooster. Ao tomar posse como instrutor, o Almirante Beau ''Cyclone'' Simpson (Hamn) deixa claro que não queria ele ali e que o homem tem apenas uma missão, ensinar. O Almirante Solomon 'Warlock' Bates (Parnell) até que é mais simpático e tenta amenizar os ares. Maverick vem acompanhado do oficial Hondo (Salahuddin), seu assistente no programa anterior e é quem o ajudará a por a turma na linha. Esta última que é formada por Bob (Pullman), Phoenix (Barbaro), Payback (Ellis),  Fanboy (Ramirez), Hangman (Powell), Coyote (Davis), Rooster (Teller) e outros.

Maverick tem que ensinar aos pilotos a como destruir alvos em um tempo recorde dentro do território inimigo e ainda retornar para casa, porém, como ele uma vez foi jovem e inexperiente, sabe que precisa que a equipe crie laços, se conheça melhor e vá além da competição para chegar a cadeira de líder da missão. Ademais, ele e Rooster precisam também resolver conflitos que foram criados quando o Capitão tentou impedir que este último entrasse para a Academia de Pilotos como forma de proteção e promessa a mãe do garoto. 

Aos poucos o longa vai estabelecendo atmosfera similar a que vimos em Top Gun e também relembra a morte de Goose para que o espectador que não tenha visto o primeiro filme possa compreender as nuances do conflito que se estendem aqui quando Maverick se vê no papel de guardião do filho do amigo falecido.


A produção, apesar de ser uma sequência, segue a mesma estrutura do filme de Scott. Desde a apresentação, a similaridade com cenas e takes ou até mesmo o retorno do sentimento de culpa que Maverick sente pela morte do parceiro de voo. Temos a competição entre os pilotos, muito mais estabelecida entre os personagem de Powell e Teller, a rebeldia do Capitão o deixando em destaque ao mesmo tempo que sendo odiado por seus superiores e, claro, uma dose light de romance. 

Em Ases Indomáveis, o interesse amoroso de Cruise é vivido pela atriz Kelly McGillis. Estonteante na época do filme, os personagens tem cenas quentes ao som de ''Take My Breath Away'', da banda Berlin. Infelizmente, a atriz sequer foi cogitada para estar na película ou tem menção nesta sequência. Afinal, Maverick aparece apenas como um solteirão que ama o trabalho. Para não deixar tal parte de lado, investem em um crush perdido do militar que é citado por alto na película de 86, Penny, e ai inserem Jennifer Connelly com seus 51 anos para agradar o padrão hollywoodiano onde as mulheres, não importa a idade, precisam estar em forma e combinar com seu par de quase 60 anos. É então o único erro e equivoco do filme, pois o carro chefe deste é mesmo a ação.

A película não soube lidar com os personagens femininos do filme e a necessidade de envelhecer

Tom Cruise como grande astro que é pilota, faz os próprios stunts e demandou que o filme não usasse CGI para as cenas de voo dos pilotos, pois se eles conseguiram fazer inúmeros atos práticos no primeiro filme, atualmente a tecnologia ajudaria ainda mais a manter isto. A escolha dos atores foi feita na própria casa do ator a partir de um teste de química e Teller e Powell o impressionaram. Powell, na verdade, ganhou um personagem que nem sequer ainda estava no roteiro e Teller  só tem recebido elogios e mais elogios não só pelo talento como pelo encaixe no papel já que é muito parecido com o o ator que interpretou Goose. A participação mais incrível do filme é de Val Kilmer que mesmo enfermo coube perfeitamente na proposta. 

A direção de Kosinski, que trabalhou em Oblivion (texto aqui) com Cruise, homenageia o trabalho de Scott ao mesmo tempo que é emotiva, dinâmica e modernosa. O tom patriota de ambas são quase idênticos. Isto porquê não exatamente se menciona quem é o inimigo ou que território se está indo invadir, mas que eles são inimigos e pronto. O treinamento dos pilotos nos dão cenas incríveis e empolgantes e o espectador sai do cinema querendo ver de novo essas duas horas de muita testosterona.

Trailer

Ficha Técnica

Título original e ano: Top Gun — Maverick. Direção: Joseph Kosinski. Roteiro: Ehren Kruger, Eric Warren Singer, Christopher McQuarrie com argumentos de Peter Craig e Justin Marks — baseado nos personagens criados por Jim Cash e Jack Epps Jr.. Elenco: Tom Cruise, Val Kilmer, Miles Teller, Jennifer Connelly, John Hamn, Bashir Salahuddin, Charles Parnell, Jean Louisa Kelly, Ed Harris, Glen Powell, Jay Ellis, Monica Barbaro, Danny Ramirez, Kara Wang, Jake Picking, Raymond Lee, Greg Tarzan Davis. e Lyliana Wray. Gênero: Ação, Drama. Nacionalidade: USA, China. Trilha Sonora Original: Lorne Balfe. Fotografia: Claudio Miranda. Edição: Eddie Hamilton. Figurino: Marlene Stewart. Direção de Arte: Clint Wallace. Distribuição: Paramount Pictures Brasil. Duração: 02h11min.
A trilha sonora de Top Gun: Maverick tem músicas evidenciadas no longa de Scott, mas ganhou canção tema potente pela voz de Lady Gaga e o videoclipe tem direção de Kosinski (veja aqui).

Avaliação: Quatro corações rebeldes (4/5)

HOJE NOS CINEMAS

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Um Brinde Ao Sucesso | Disponível nas Plataformas Digitais


Com direção de Daniel Cohen, que também assina o roteiro ao lao de Olivier Dazat, trazendo no elenco nomes conhecidos do cinema francês como Vincent Cassel (Marc), Bérénice Bejo (Léa), Florence Forests (Karine) e François Damiens (Francis), entre outros, chega às plataformas digitais para compra e aluguel, a comédia “Um Brinde ao Sucesso”.

Na trama, temos os dois casais Marc e Léa, Francis e Karine, amigos de longa data, daqueles que fazem programas juntos com frequência, dividem intimidades, contam seus projetos e rotinas e, mas também conhecem e relevam as diferenças entre eles. Porque, afinal, amizade é isto! E todos acreditam que se conhecem verdadeiramente. Mas será??

Marc é o marido possessivo, bem sucedido na empresa de alumínio e portanto se responsabiliza pelo sustento da casa. Marc aguarda ansiosamente pela tão sonhada promoção. Léa é conhecida por não sair da rotina, trabalhando na loja de roupas do shopping. Sua indecisão chega ao ponto de não conseguir escolher uma sobremesa no restaurante. Até parece que Léa é do signo de libra (risos frouxos). O casal segue o roteiro pré determinado socialmente. 

Francis e Karine formam o casal certinho. Dois filhos, vida estável, elogios mútuos. Karine e Léa são amigas desde criança, o que dá a Karine o direito de se sentir superior e protetora. Em um destes jantares Léa revela que está escrevendo um livro e a notícia cai como uma bomba que destrói a harmonia do grupo. Como a pacata Léa pode fazer algo que a destaque dos demais? Francis e Karine não admitem que ela possa ser mais bem sucedida que eles e a disputa se instaura. Quando, para surpresa de todos, o livro é aceito por uma editora e se torna best seller, a amizade entra em crise. Marc se revela um marido ciumento e ressentido pelo sucesso da esposa. Em seu mundo machista é inadmissível que ela tenha mais fama, sucesso e dinheiro que ele.


A história de “Um brinde ao sucesso” é facilmente identificável. O mundo julga o tempo todo, fama e conquistas levam à disputas que, por sua vez, geram crises pessoais. Com toques de humor, misturados a momentos dramáticos, os produtores François-Xavier (O Escafandro e a Borboleta) e Patrick Quinet (A Garota Dinamarquesa) acertaram a mão e nos entregam um filme leve, divertido, que, ao mesmo tempo, faz pensar. Afinal, quem nunca sentiu uma pontinha de inveja “dozamigo” que atire a primeira pedra!

Trailer

Ficha Técnica
Título original e ano: Le Boneur des uns..., 2020. Direção: Daniel Cohen. Roteiro: Daniel Cohen e Olivier Dazat - inspirado na peça de Daniel Cohen. Elenco: Vincent Cassel, Berénnice Bejo, Françouis Damiens, Florence Foresti, Daniel Cohen, Karen-Ann Zajtelback Owen Tannou, Bruno Gouery, Alice Carel. Gênero: Comédia. Nacionalidade: França. Trilha Sonora Original: Maxime Desprez e Michaël Tordjman. Fotografia: Stephan Massis. Edição: Virginie Seguin. Figurino: Virginie Montel. Distribução: Synapse Distribution. Duração: 01h44min.

Disponível nas versões dublada e legendada para compra e aluguel nas plataformas digitais Claro Now, iTunes/Apple, Google/YouTube e Vivo Play.

terça-feira, 24 de maio de 2022

Histórias & Rimas - O Filme, de Rodrigo Giannetto


Disponível em várias plataformas digitais, o documentário Histórias & Rimas - O Filme é um verdadeiro achado histórico, um registro para as futuras gerações do movimento do hip-hop brasileiro e americano nas primeiras décadas do século XXI. Narrado através dos depoimentos de expoentes desse importante movimento cultural das ruas, poetas-cantores como Emicida, Marcelo D2, Projota, Karol Conká, Negra Li, Mano Brown e outros são as estrelas do documentário. Declamando suas rimas e contando suas histórias, numa utilização ágil da câmera e montagem frenética, os rappers expõem a voz das ruas e apresentam um rico painel da música negra das periferias.

Alternando-se entre as estrelas do movimento e alguns expoentes não tão conhecidos na grande mídia, o diretor Rodrigo Gianetto cria uma proposta especial, onde os poetas relatam suas fraquezas, sonhos e projetos através de depoimentos muito íntimos a câmera do cineasta. O espectador sente-se próximo a esses artistas e testemunha histórias engraçadas, tristes, raivosas e inspiradoras. O resultado é muito rico e emocionante.


Além do conjunto de narrativas expostas, as rimas são cantadas em vários momentos. E que poesias! Assim forma-se um caleidoscópio do movimento e de toda a cultura musical nesse período temporal que vai de 2009 a 2019. As poesias cantadas abarcam tudo o que as periferias das grandes cidades têm a falar. Essa voz, pela autenticidade e sofrimento expostos, é muito forte e emociona em muitos momentos, tornando esse documentário único e especial.

Trailer


Ficha Técnica

Título original e ano:  Histórias & Rimas. Direção e Roteiro: Rodrigo Gianetto. Co-Direção: Pablo Marques. ArtistasAndré Ramiro, Black Alien (Gustavo), BIG, B Negão, DBS Gordão Chefe, Cappadonna, Dexter, DJ Hum, Dj KL Jay, Don Pachino, Edgard, Edi Rock, Eli Efi, Elly DMN, Emicida, Fernandinho Beat Box, Flora Matos, Gaspar Zafrica, GOG, Helião RZO, Ice Blue, Jr RDG, Kamau, Karol Conka, Kauan MC, Lino Krizz, Lounge LO, Mano Brown, Marcelo D2, Marechal MC, Markão DMN, Max B.O, NDEE Naldinho, Negra Li, Pac Div, The Pharcyde, Power Tongue, Pregador LUO, Preta Rara, Projota, Rafael LDC, Rappin Hood, Johny MC, Rincon Sapiência, Rubia RPW, Sabota Jr , Sandrão RZO, Shame, Sick Jacken, Sophia MC, Sombra MC, SP Funk, Speed, Tassia Reis, Thaíde, W.O RPW, Ylsão Negredo. Gênero: Documentário. Produção: Real Filmes. Nacionalidade: Brasil. Distribuição: Movie Mobz. Duração: 84min.

O hip-hop ou rap nasceu em Nova York, na década de 1970, mais especificamente, no bairro do Bronx. Ramo da árvore mãe generosa que é a música negra, essa poesia ritmada e cantada espalhou-se pelo mundo, cativando especialmente os jovens das periferias dos centros urbanos. O longa metragem captura relatos de cidades tão díspares quanto Nova York como Los Angeles, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, etc. Mesmo distantes geograficamente, em todas elas vê-se uma população pobre, geralmente de comunidades, sem muitas perspectivas de melhoria e de diversão e que vê nesse ritmo uma possibilidade de escape e cultura, de desafogo de uma vida sem muita esperança. A arte é redenção.

Especialmente tocante é o depoimento de Sabotage, importante rapper que foi barbaramente assassinado em 2003. Esse trágico acontecimento demonstra bem que alguns poetas não conseguem escapar ilesos dessa rotina de violência e falta de oportunidades, mas que sua obra poética e cantada é eterna, sobrevivendo a esse caos que é a vida nas grandes cidades. Alguns destes artistas estão muito famosos em 2022, outros nem tanto, mas todos deixaram sua marca no mundo e se eternizaram com sua produção cultural. Pelo fato de registrar em vídeo, de maneira brilhante, esse importante movimento poético e musical que é o hip-hop, esse documentário já se torna peça obrigatória. Todos deveriam assisti-lo! Ademais, os rappers e suas poesias trazem diversão e muito aprendizado sobre nossa realidade! 

Nota: 9/10.

Lançamento 19 de Maio de 2022, nas plataformas nacionais iTune, Google Play, Vivo, Now e Microsoft, e nas internacionais Total Play, iTunes Latam, Google Latam e Microsoft México

quinta-feira, 19 de maio de 2022

A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga


Este texto contém spoilers.

O vencedor do prêmio Abracine da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2021, dá o ar da graça nesta quinta-feira (19) nos cinemas do país. A produtora Filmes de Plástico - famosa pelas obras com a cara, a linguagem e a informalidade da classe média-baixa brasileira - é responsável por A Felicidade das Coisas, longa de estreia da roteirista e cineasta Thais Fujinaga que tem distribuição da Embaúba Filmes.

A casa (de praia) própria, finalmente ter uma piscina em casa, a chegada de um novo filho, as férias com a família…são essas as coisas que trariam felicidade para a protagonista Paula (Patrícia Saravy). E desde o início, todas elas se anunciam, como algo que vem virando a esquina. A barriga de vinte e nove semanas está grande. O buraco da piscina já está pronto no quintal. O marido já está chegando da cidade para se juntar à esposa, sogra e filhos. No entanto, tudo isso é cozinhado a fogo baixo. E durante o tempo que as coisas (e a felicidade que vem com elas) levam para se concretizar, surgem obstáculos que impedem sua concretização. 


Este é um filme de ausência. O buraco evidencia a ausência da piscina. O semblante das crianças e de sua mãe evidencia a ausência do que falta. União, aceitação, permissão, dinheiro, afeto. E para completar este clima, surge o personagem mais interessante desta teia. O marido de Paula e pai das crianças é uma figura ausente. Embora seja primordial para o estabelecimento de conflitos e tensões, não o vemos em tela em momento algum. Nem mesmo por fotos. Mal ouvimos sua voz. Mas sabemos exatamente o que ele diz quando Paula fala com ele ao telefone. E sabemos o que Gustavo sente toda vez que a chegada do pai é adiada.

A piscina é um paliativo. Algo que pode preencher o buraco, o vazio da rejeição. Algo que pode maquiar férias entediantes em meio a uma crise financeira em realização de planos em família. Gabriela (Lavínia Castelari) e sua avó (Magali Biff) fazem contraponto ao irmão e à filha, respectivamente. Enquanto estes dois lutam para serem aceitos e só conseguem sentir frustração e impaciência, a criança pequena e a idosa sentem o peso do que acontece ao seu redor, mas escapam à idade em que lhes seria cobrado tamanho empreendimento.

Aliás, a interação das duas atrizes é um dos pontos fortes da obra. Gabriela é Lavínia, a tirar pela leveza e espontaneidade na tagarelice e pentelhice infantil, parece ter tanta experiência em atuação quanto a colega de cena veterana e premiada.

Um filme marcante e imperdível!

Trailer 


Ficha Técnica

  • Título original e ano: A Felicidade das Coisas, 2021. Direção e Roteiro: Thais Fujinaga. Elenco: Patrícia Saravy, Magali Biff, Lavínia Castelari e Messias Gois. Gênero: Drama. Nacionalidade: Brasil. Fotografia: André Luiz de Luiz. Edição: Alexandre Taira. Direção de Arte: Dicezar Leandro. Figurino: Vanessa Evrard. Produção: Filmes de Plástico e Lira Cinematográfica. Distribuição: Embaúba Filmes. Duração: 01h27min.

HOJE NOS CINEMAS

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Mentes Extraordinárias, de Bernard Campan e Alexandre Jollien


Louis Carretti é diretor de uma empresa funerária, divorciado que vive uma vida bem solitária focada no trabalho. Já Igor Parat, possui uma deficiência e trabalha entregando legumes aos moradores da região. O caminho desses dois personagens se cruzam por conta de um acidente e os ambos os homens embarcam numa viagem a bordo de um carro funerário para entregar os restos mortais de uma senhora idosa.
 
Bernard Campan, além de dirigir o filme franco-suiço, interpreta Louis, um agente funeral que parece ser bem sucedido no seu nicho. O outro personagem,Igor, é vivido por Alexandre Jollien, o co-diretor da película. Igor é entregador de frutas orgânicas e se desafia diariamente ao se propor a levar uma vida normal independente da sua condição. Deficiente, ele teve paralisia cerebral ao nascer. A vida desses dois personagens se cruza no final da primeira cena onde o agente funeral sai de uma casa após atender uma família, levemente abalado com o caso, ele atropela o entregador de frutas. 
 

Os dois personagens têm histórias de vida e personalidades completamente diferentes, no começo há de fato um bloqueio. E embora haja essa barreira, Carretti parece ter toda paciência do mundo com Igor, e aos poucos, aprende a lidar com as diferenças. Igor também tem ganhos e revela as suas subjetividades. Durante a viagem, laços são estreitados e é possível ver uma construção na relação dos dois, pois conforme eles vão se aproximando do destino final vamos vendo a evolução comportamental e emocional de cada um graças a influência do convívio. A película apresenta um Plot twist que diz muito sobre a importância dessa viagem conjunta para ambos.

Ganhador do prêmio de ''Narrativa Internacional'' no Cleveland International Film Festival de 2022, a película tem um roteiro consistente e trás mensagem sobre aceitação e mudança de perspectiva. Aborda também a questão da representatividade, pois uma parcela significativa e existente da sociedade muitas vezes é silenciada e mal representada nas telas. Através de cenas e diálogos construídos, o texto ainda usa citações de filósofos para apresentar uma íncrivel lição sobre a vida. 
 
Trailer
 
 
Ficha Técnica
Título original e ano: Presque, 2021. Direção: Bernard Campan e Alexandre Jollien. Roteiro: Marine Autexier, Helene Gremillon, Manuel Poirier, Bernard Campan e Alexandre Jollien. ElencoBernard Campan, Alexandre Jollien, Tiphaine Daviot, Julie-Anne Roth, La Castou. Gênero: Drama, Comédia. Nacionalidade: Suiça, França. Trilha Sonora Original: Niklas Paschbur. Direção de Fotografia: Christophe Offenstein. Montagem: Annette Dutertre. Produção: Philippe Godeau. Distribuição: Califórnia Filmes. Duração: 102 min.
 
19 de Maio nos Cinemas

A Médium | Assista nos Cinemas


A Médium é um terror em formato de ''falso documentário'' que conta a história de um grupo familiar que carrega a herança de um espírito bondoso e este se incorpora nas mulheres da família. Porém, quando Mink (Narilya Gulmongkolpech) começa agir de maneira estranha, sua mãe e tia começam a temer que algo sombrio tenha chegado antes.

Possessão é um tema clássico do terror. O Exorcista, O Ritual, Iluminado e Invocação do Mal são alguns dos filmes que se utilizam do tropo, mostrando pessoas normais que cometem um erro e acabam tendo seus corpos dominados por espíritos malignos ou demônios. Mas no caso de A Médium, a possessão é apresentada como algo bom inicialmente. Um destes espíritos que possui as mulheres da família agora está em Nim (Sawanee Utoomma) e ele é um espírito de vida e cura. Essa ideia, onde a possessão não necessariamente é temida e que a luta seja entre entidades boas e ruins, é interessante. Porém, o roteiro assinado por Banjong Pisanthanakun (One Day) acaba por não a aproveitar, entregando pouquíssimo além dos clássicos lideres religiosos que realizam exorcismos. Mink, que é a atual avatar do espírito de cura, após sua irmã o recusar, é o ponto de entrada da trama e é responsável pela exposição. Embora seus rituais sejam diferentes do exorcista Cristão, não há muito além disso. O filme poderia brincar com a ideia de que uma das garotas a salvo também está possuída e fazê-la exibir alguns dos comportamentos de Mink, e até uma conversa entre entidades, mas tudo o que temos são versões diferentes de rituais, em momento nenhum fazendo a entidade parecer tão presente e poderosa quanto é falado. 
 

A atuação de Narilya Gulmongkolpech entrega alguns sustos e fisicalidade, mas em vários momentos, parte pela escolha estética do filme que será descrita a seguir, entrega algo digno do Lendas Urbanas do Gugu, arrancando risadas de pura vergonha alheia. O mistério é onde o roteiro talvez consiga prender a atenção do espectador. Não se sabe exatamente o que aconteceu com Mink durante a maior parte do filme e, embora o final possa ser insatisfatório, o terror fornece algumas respostas interessantes além de um desfecho cheio de sangue.

Contudo, o que mais dá um ar brega a película é a estética de falso documentário. A Bruxa de Blair (1999) deu um boom nesse trend de filmes de horror e A Médium é mais uma tentativa de levar uma pobre equipe documental desconhecida a uma morte horrível e sangrenta, deixando apenas um sobrevivente sortudo ou material para ser encontrado. Mas já nisso o filme toma decisões sem sentido e principalmente não faz uso das possibilidades dessa linguagem. A escolha passa, então, a parecer menos sobre estética e mais orçamentária. A produção fica com um ar barato de tv a cabo ou de realização estudantil, mas não tem a inventividade que esse tipo de produção pode ter. Além disso, a dublagem em conjunto com a estética e atuações pouco inspiradas reforçam a imagem de algo feito para se assistir em casa.


Os mockumentaries, em geral, são mais interessantes justamente quando não se sabe se o que está assistindo é verdadeiro ou falso até muito mais tarde na projeção. Talvez esse filme tenha muito mais sucesso com um espectador que não sabe exatamente o que está assistindo no começo. Mas até assim, tudo que entrega é uma experiência sem substância e completamente esquecível. O terror, quando bem usado, pode levantar questões sobre temas importantes e medos da nossa sociedade atual. Esse filme emplacada inúmeras causas diferentes ao mal que se apossou de Ming e se torna impossível compreender sua mensagem, se é que existe uma.

A Medium é brega e carece da inventividade que o trash pode trazer. O pouco potencial que tinha, desperdiça sem cerimônia para contentar-se com o fácil e barato. Tem o visual, trama e som de um filme pra tv, mas não um particularmente bom. Tal qual alguns personagens, a fé da equipe no que estavam fazendo parece ter se esvaído com o tempo. E assim também acontece com a audiência, pouco a pouco sendo drenada da esperança de que haja alguma alma para salvar nesse projeto.
 
Trailer
 

Ficha Técnica
 
Título original e ano: Rang-Zong, 2021. Direção: Banjong Pisanthanakun. Roteiro: Banjong Pisanthanakun - com argumentos de Siwawut Sewatanon e Chantavit Dhanasevi. História original de Na Hong-jin. Elenco: Narilya Gulmongkolpech, Sawanee Utoomma, Boonsong Nakphoo, Sirani Yankittikan, Yasaka Chaisorn, Boonsong Nakphoo, Arunee Wattana. Gênero: Terror. Nacionalidade: Tailândia e Córeia do Sul. Trilha Sonora Original: Chatchai Pongprapaphan. Fotografia: Naruphol Chokanapitak. Edição: Thammarat Sumethsupachok. Distribuição: Paris Filmes Duração: 2h10min.
Na escuridão dos cinemas em 19 de maio.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Indicações de BLs - Parte II


Com o sucesso dos BLs tailandeses, produções do gênero começaram a surgir em diversos países. Em alguns, de forma mais tímida, em outros com mais impacto. De qualquer forma, é fascinante acompanhar BLs de outros países, pois assim você entra em contato com um pouco da cultura de cada lugar! Agora iremos conhecer séries do Japão, Coréia do Sul e Taiwan!

JAPÃO

Bloom Into You



Ano: 2018
Episódios: 13 (com duração de 20 minutos)
Direção: Makoto Katou

Produções sáficas são uma realidade rara ainda em todo lugar. Por isso foi ótimo ver um anime de qualidade tão alta trazendo um romance entre duas meninas. E além da representatividade lésbica, o anime aborda o espectro ace/aro, que é um tema pouquíssimo discutido até fora do espaço do entretenimento. A série, acaba “sem final”, então se você quiser um senso de completude irá ter que recorrer ao mangá de origem. Mas mesmo assim vale muito a pena!

Koito é uma estudante do ensino médio que embora goste da ideia de romance, nunca se apaixonou – e acha que nunca irá. Quando entra no conselho estudantil conhece Touko, a menina mais popular da escola. Touko se encanta por Koito e logo declara seus sentimentos. Embora não consiga retribuir, Touko concorda em se aproximar da menina. As duas personagens são muito complexas e a jornada delas é tratada com muita delicadeza e profundidade.


Cherry Magic



Ano: 2020
Episódios: 15 (com duração 20 min) + um filme (lançado nos cinemas do Japão. Ainda indisponível)
Direção: Yuasa Hiroaki, Kazama Hiroki
Onde ver: Crunchyroll

Essa série é tão confortável, que você devora os episódios sem nem sentir e depois fica com abstinência da serotonina que ela jogava no seu cérebro. Conta a história de Adachi (Akaso Eiji), que nunca se envolveu com ninguém. No seu aniversário de 30 anos, ele ganha o poder de ler a mente das pessoas e aí descobre que seu colega de trabalho, Kurosawa (Machida Keita), tem um crush nele. Essa situação gera momentos embaraçosos e divertidos.

Life~Love on the Line



Ano: 2020
Episódios: 4 (com duração de 30 minutos)
Direção: Ninomiya Takashi
Onde ver: viki

Ao contrário de outras produções japonesas, essa é mais voltada ao drama. E que drama! Ela expõe com clareza as dificuldades que os jovens LGBT enfrentam na cultura do país, até mesmo para enxergarem um futuro saudável para si mesmos.

Nish (Raiku) e Itou (Shirasu Jin) são dois estudantes que sempre se cruzam no mesmo lugar no caminho para casa. De tanto se encontrarem, uma amizade surge. A amizade vira romance e a série vai acompanhar o desenvolvimento dos personagens até a vida adulta e como fica difícil sustentar o relacionamento quando encaram as pressões da sociedade.

My Love Mix-Up!



Ano: 2021
Episódios: 10 (com duração de 20 minutos)
Direção: Kusano Shogo, Horai Tadaaki
Onde ver: Viki

De uma leveza aconchegante, a história acompanha Aok (Michieda Shunsuke), que pega uma borracha emprestada com Hashimoto (Fukumoto Riko), de quem gosta. Quando a borracha cai no chão outro colega, o sério Ida (Meguro Ren), vê seu nome escrito junto a um coração e acha que é Aoki que gosta dele. Daí começa uma divertida confusão amorosa.

Mr. Unlucky Has No Choice But To Kiss



Ano: 2022
Episódios: 8 (com duração de 20 minutos)
Direção: Yoshino Mamoru
Onde ver: Viki

Ainda em exibição, essa conquista logo de cara. Os personagens são muito carismáticos e te arrancam boas risadas. A premissa é muito legal: Kota (Sota Ryosuke) nasceu com uma nuvem de azar pairando sobre ele. Do tipo extremo mesmo. Quando começa a faculdade, ele conhece Naoya (Sato Yusuke), que ao contrário dele tem uma sorte natural. Kota logo percebe que ficar perto de Naoya parece equilibrar o universo e fazer com que coisas ruins parem de acontecer com ele. Só que essa aproximação confunde o colega, que entende tudo como avanço romântico e "propõe" namoro. Kota nunca pensou em Naoya desse jeito, mas decide enganá-lo para se aproveitar da sorte dele. Só que o feitiço logo se volta contra o feiticeiro!

Sasaki to Miyano



Ano: 2022
Episódios: 12 (com duração de 20 minutos)
Direção: Shinji Ishihira

Uma jornada tocante de autoconhecimento, que provoca reflexões sobre afeição e o que é o amor. Miyano é secretamente um fujoshi, palavra em japônes que significa “garota estragada” e é usada para chamar alguém que é fã de yaoi. Seu gosto pelo gênero um dia é descoberto pelo veterano Sasaki. Sasaki acaba interessado em pegar emprestando os mangás BL e isso aproxima os dois garotos que sentem nascer uma atração que, mesmo consumindo produtos gay, nenhum deles entende.

A série não é só boa pela naturalidade que desenvolve o romance dos protagonistas, mas também por – de forma metalinguística – fazer uma critica sobre como yaoi ainda tem um caráter de fetichização muito forte na cultura japonesa.

CORÉIA DO SUL

Blueming



Ano: 2022
Episódios: 11 (com duração de 15 minutos)
Direção: Hwang Da Seul

Os doramas da Coréia que são BL costumam ser curtos demais. Isso porque produzir conteúdo com protagonista gay ainda é difícil, então eles fazem episódios curtos e depois lançam como filme. É surpreendente a profundidade que Blueming consegue dar aos seus personagens, mesmo com tão pouco tempo. Conta a história de Siwon (Jo Hyuk Joon) que na infância sofria bullying por sua aparência e por ser pobre. Assim, ao entrar na faculdade ele está determinado a ser popular. Só que um garoto o supera, Cha Si Won (Kang Eun Bin), sem nem precisar se esforçar. Isso desperta uma fúria em Daun Hyeong.

Semantic Error



Ano: 2022
Episódios: 8 (com duração de 20 minutos)
Direção: Kim Soo Jung
Onde ver: viki

Finalmente um BL coreano com episódios maiores, embora seja tão apaixonante que você acaba querendo que fossem episódios de uma hora como os Tailandeses. A série fez um sucesso imenso na Coréia, o veículos da imprensa do país apontaram como um marco importante para que BLs sejam melhor aceitas e viabilizadas. Baseada em uma popular webtoon, a história segue o estudante de computação Chu Sang Woo (Park Jaechan) que não tem tempo para “parasitas”, aqueles colegas de grupo que todo mundo já teve que que não fazem nada, mas querem crédito. Um desses parasitas é o designer Jang Jae Young (Park Seoham), que acaba tendo a formatura atrasada por ficar sem nota em um trabalho. Ele culpa Sang Woo e decide fazer um leve bullying. Mas o garoto não é facilmente intimidado, o que desperta a curiosidade de Jae Yuoung. Em uma cartada do destino, Jae Young responde a um pedido de ajuda para desenvolver um jogo, sem saber que foi postado justamente por Sang Woo.

To My Star



Ano: 2021
Episódios: 9 (com duração de 12 minutos) + segunda temp anunciada
Direção: Hwang Da Seul
Onde ver: viki

A série se beneficiaria de episódios mais longos, mas é bem produzida e tem personagens carismáticos. Esses personagens são Kang Seo Joon e Han Ji Woo. Seo Joon (Son Woo Hyun) é um ator muito popular que está com a carreira em crise após se envolver em um escândalo. Enquanto espera a poeira abaixar, seu agente combina para que ele fique na casa do chef Han Ji Woo (Kim Kang Min). As diferentes personalidades dos dois causam bastante atrito, mas logo eles se aproximam.

Where Your Eyes Linger



Ano: 2020
Episódios: 8 (com duração de 10 minutos) 
Direção: Hwang Da Seul
Onde ver: viki

Mais um friends to lovers: Han Tae Joo (Han Gi Chan) é herdeiro de uma empresa rica. Apesar disso, ele tem pouca responsabilidade e leva tudo na brincadeira. A seu lado está sempre Kang Cook (Jang Eui Soo), seu amigo de infância e que atua como seu guarda-costas não oficial. Quando uma menina se declara para Kang Cook, Tae Joo começa a sentir ciúmes do amigo. Seria tarde demais para aceitar seus sentimentos?

TAIWAN

Be Loved in House



Ano: 2021
Episódios: 12 (com duração de 20 minutos)
Direção: Chiang Ping Chen
Onde ver: viki

Algo no clichê enemy to lovers (de inimigos a amantes) é muito irresistível. Talvez a inicial tensão e a construção gradual dos sentimentos entre os personagens gere certa emoção. E para uma trama assim, é preciso que os atores tenham muita química. E isso os atores Aaron Lai e Hank Wang possuem! A série começa quando Jin Yu Zhen (Lai) assume o controle da oficina de metais onde Shi Lei (Wang) trabalha. Ele chega impondo regras injustas, inclusive proibindo namoro, o que impede que dois dos empregados fiquem noivos. Como é o líder da equipe, Shi Lei fica a frente dos protestos. Os dois têm muitos embates, mas com o tempo Yu Zhen vai aprendendo a se abrir e Shi Lei descobre o passado de dores do novo diretor, o que vai o humanizando aos seus olhos.

Plus & Minus



Ano: 2022
Episódios: 12 (com duração de 20 minutos)
Direção: Chiang Ping Chen
Onde ver: Viki

Ainda em exibição, a série segue dois casais: Zheng Ze Shou (Max Lin) e Fu Li Gong (Shi Cheng Hao) são amigos de infância e trabalham no mesmo escritório de advocacia. Li Gong sempre foi apaixonado por Ze Shou, que ignora seus sentimentos, até que um acidente abala a dinâmica dos dois. O outro casal é formato por Kato Yuki (Zheng Qi Lei) e Jian Ying Ze (Matt Lee). Yuki é um bartender que tem uma vida agitada, enquanto Ying Ze é dono de uma lavanderia, tem uma filha e uma vida monótona. Embora muito diferentes, os dois criam uma ligação improvável.

We Best Love



Ano: 2021
Episódios: 6 (primeira temporada) + 6 (segunda temporada)
Direção: Ray Jiang

Conta a história de Zhou Shu Yi (Yu) e seu rival Gao Shi De (Sam Lin), que desde pequeno o vence em todo tipo de competição. Preso na animosidade, ele não percebe que Gao na verdade gosta dele e por isso vive o seguindo. A segunda temporada começa esquisita, mas se desenvolve bem. Além disso, ela conta com um personagem secundário autista, uma representação não tão trabalhada, mas muito bem vinda, mostrando que qualquer pessoa é capaz de encontrar o amor.

FILIPINAS

Gameboys



Ano: 2020
Episódios: 14 (primeira temporada) + um filme + segunda temporada que  deve ser rodada em 2022
Direção: Ivan Andrew Payawal

A produção de BLs nas Filipinas coincidiu com a pandemia do COVID 19. Gameboys então desenvolve sua trama – na maior parte do tempo - através de vídeo chamada. E a dinâmica funciona muito bem! É uma história moderna, que mostra os personagens se apaixonando a distância. 
 
Cairo (Elijah Canlas) é um streamer que se vangloria de ser o melhor em um jogo. Até que um novo jogador o vence e ele busca revanche do oponente, Gav (Kokoy de Santos). Aí vem a surpresa: Gav é afim dele! Cairo rejeita as investidas de Gav, mas o guri é insistente e fica a cada dia mais difícil resistir ao charme dele.

Hello, Stranger



Ano: 2020
Episódios: 8 (com duração de 20 minutos) + um filme
Direção: Petersen Vargas
Onde ver: Youtube 

Mais uma produção desenvolvida durante a pandemia e que por isso usa a dinâmica de vídeo chamada e mensagens. Acompanha Mico (JC Alcantara), que organiza uma noite de jogos com os amigos, quando o popular jogador de basquete da escola, Xavier (Tony Labrusca), entra na chamada e os insulta. Isso cria uma inimizade entre os dois. Então é claro que Mico não fica nada feliz quando é forçado a fazer um trabalho de artes justamente com Xavier.

Like In The Movies



Ano: 2020
Episódios: 8 (com duração de 20 min)
Direção: JP Habac
Onde ver: Youtube 

Essa não acontece através de vídeo chamada, mas é toda contida em só um ambiente. É muito envolvente. Pena que polêmicas de bastidores impediram o desenvolvimento de uma nova temporada. Karl (Paolo Pangilinan), um jovem de 19 anos está no meio de uma crise de identidade. Ele é forçado pelos pais a morar sozinho para aprender a ser independente. Sem dinheiro para se manter, ele propõe ao seu vizinho recentemente desabrigado, Vlad (Ian Pangilinan) que seja seu colega de quarto.

❤️


E aqui chegamos ao final dessa série de posts sobre esse mundo tão apaixonante. Espero que tenham gostado e que se empolguem para assistir!