quinta-feira, 1 de maio de 2025

Thunderbolts*

 
Thunderbolts*, nova produção da Marvel que chega para concluir a quinta fase do MCU, é um dos filmes mais maduros que o estúdio já entregou ao seu público, mesmo que tal audiência nem sempre seja tão sagaz e entenda as entrelinhas. Após o sucesso estrondoso da série de filmes dos ''Vingadores'' (2012-2019, todos produzidos por Kevin Feige), o grupo de fãs de heroflicks no cinema se disse órfão de adaptações que trouxessem à eles o mesmo sentimento de pertencimento e tem sido ainda mais árduo aos produtores tentarem entregar produtos comerciais rentáveis e com consistência pelo backlash que longas com mais diversidade tem atraído, muitas vezes injustamente. 

O time do diretor Jake Schreier ganha então a missão de jogar nas telas um experimento sincero e que combine sobriedade, maturidade e uma conversa quase que terapêutica entre super heróis e saiba convencer os ardilosos fãs a sentarem na cadeira do cinema e refletirem sobre temáticas que causam dor a sociedade em plena modernidade, entre elas, a depressão e o próprio sentimento de não estar adequado ao que o mundo exige de cada um. A narrativa se liga aos acontecimentos pós ''Capitão América: Admirável Mundo Novo'' (Julius Onah, 2025), mas se o espectador não assistiu a série ''Falcão e o Soldado Invernal'' (Malcom Spelman, 2021) e os longas ''Viúva Negra'' (Cate Shortland,2021) e ''Homem Formiga e a Vespa'' (Peyton Reed, 2023) pode ficar um pouco perdido com quem são os anti-heróis que se juntam aqui para formar um grupo inusitado de defensores dos humanos. Principalmente se não tiver conhecimento que o bando não é o mesmo apresentado em ''O Incrível Hulk'', edição 449, pois foi a HQ mencionada que trouxe os Thunderbolts* à luz do sol pela primeira vez e personagens como Hulk, Deadpool, Venom, Duende Verde e muitos outros já chegaram a fazer parte de inúmeras variações do conjunto. Assim, o cinéfilo Marvelniano vai receber um grupo alternativo ao original, sendo eles, os ''Thunderbolts - Revolução'' que traz Yelena Belova (Florence Pugh reprisa o papel que esteve em Viúva Negra), Alexei Shostakov (também tem-se o retorno de David Harbour como o empolgado guardião vermelho russo), John Walker (Wyatt Russell é a segunda versão do Capitão América que vimos na série do Falcão e o Soldado Invernal), Bucky Barnes (Sebastian Stan vive o personagem pela oitava vez), Valetina Alegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus voltando para uma quarta participação em um filme Marvel), Ava Starr (Hannah John-Kamen sai do universo do Homem Formiga e Vespa e cai aqui) e a filha do General Dreykov, Antonia (Olga Kurylenko também reprisa o papel em que esteve em Viúva Negra). Natasha Romanoff, Shang-Shi e Sharon Carter não estão presentes. Natasg pelo motivo claro do fim de sua jornada nos Vingadores. 

A apresentação de parte do grupo, já no filme da Viúva Negra, remexe nas origens e conexões entre eles visto que alguns aparecem como irmãos ou pais e filhas - algo que não ocorre nos quadrinhos. Desta forma, um certo sentimento de união e família é mais instigado e quando este filme se inicia, entendemos que Yelena está jogada no mundo realizando missões a torto e a direito para Valentina afim de tentar evitar abordar o assunto da morte de sua irmã e a ausência de seu pai. A líder da CIA e presidente de inúmeros grupos de experimentos secretos está enfrentando um pedido de impeachment no congresso norte-americano e para tentar se livrar de provas que a retirem do cargo, decide colocar em um local só todas estas e incinerar. Dentre documentos e outros arquivos, estão Ava, Yelena, John e Antonia. Além deles, um rapaz estranho, conhecido como Robert ou Bob (Lewis Pullman) também foi levado e corre risco como todos eles. Sem terem muito o que fazer e com nenhum poder sobre-humano, unem forças e tentam fugir dali. De Fontaine, no entanto, é avisada por sua ajudante Mel (Geraldine Viswanathan) o que está acontecendo e traz reforços para evitar que seus ex-combatentes trabalhem contra ela. A jovem também tem seu pé atrás com a chefe e deixa Bucky Barnes avisado do perigo que aquele grupo corre, as provas vivas dos erros da toda poderosa. Um absurdo de explosões, fogos, escaladas em grupo se dão e quase ao saírem, descobrem que o estranho entre eles é um experimento poderoso e que precisa de ajuda, pois Bob é o único que não escapa de Valentina. Durante a corrida, Bucky e Alexei se juntam à eles para então tentaram ajudar o jovem misterioso.

Durante alguns momentos dentro do espaço que estavam presos, Yelena e Bob conversam sobre a dor que o garoto sente. Um vazio muito forte que o faz ter dias ruins e dias normais. A super espiã indica ao jovem que tente ignorar a dor, pois é o que ela tem feito e diz compreender o que ele tem passado. Bob era viciado em drogas e se inscreveu em um experimento que desse à ele a oportunidade de desenvolver capacidade humanas inimagináveis, mas não necessariamente entende ou sabe o quê até compreender que se tornou alguém poderoso e invencível.

Trailer



Ficha Técnica
Título Original e Ano:  Thunderbolts*, 2025. Direção: Jake Schreier. Roteiro: Eric Pearson e Joanna Calo com argumentos de Eric Pearson - baseado nos personagens criados por Kurt Busiek e Mark Bagley (Thunderbolts), Stan Lee e Jack Kirby (Os Vingadores), Joe Simon e Jack Kirby (Capitão América), Paul Jenkins e Jae Lee (Centinela). Elenco:  Florence Pugh, Sebastian Stan, Julia Louis-Dreyfus, Lewis Pullman,  David Harbour, Wyatt Russell, Hannah John-Kamen, Olga Kurylenko, Geraldine Viswanathan, Chris Bauer. Gênero: Ação, Aventura, drama político, scifi, fantasia. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Son Lux. Fotografia: Andrew Droz Palermo. Edição: Angela M. Catanzaro e Harry Yoon. Design de Produção: Grace Yun. Direção de arte: Rory Bruen. Figurino: Sanja Milkovic Hays. Empresa Produtora: Marvel Studios. Distribuidora: Walt Disney Studios Motion Pictures. Duração: 02h06min.
A Marvel apresenta pela primeira vez o personagem Sentinela, criado por Paul Jenkins e Jae Lee, em 2000. Após problemas em casa com os pais, bullying na escola, e vicio em drogas, ele se vê depressivo e perdido aceitando ser parte de um experimento com uma fórmula ainda mais poderosa do que a injetada no Capitão América. O que ele não sabe é que sofrendo de esquizofrenia dissociativa, além de ser o herói, ele é também o Vácuo - um lado negro perigoso seu que ao ser liberto é ainda mais forte que Thanos e some com os seres humanos em segundos. Por fim, os deixa presos em salas de traumas e momentos sofridos que já passaram em suas vidas. Logo que tem ciência do poder magnânimo e desta dualidade de Bob, Yelena acredita que sabe o que fazer para ajudá-lo e, deixando Alexei imensamente extasiado, não tem outra escolha a não ser levar todos com ela para lutar e tentar auxiliar o complexo rapaz. 

Crédito de Imagens: © 2025 MARVEL. All Rights Reserved.
Florence Pugh revelou que insistiu muito com a produção para realizar o salto de um dos mais altos prédios do mundo no qual Yelena pula logo no start das cenas. A cena remete a um suicídio visto a temática que perambula o filme inteiro.


Com roteiro da dupla Eric PearsonJoanna Calo, a mega produção entrega ao público um blockbuster muito profundo e que sabe lidar bem com os muitos assuntos que puxa dentro da narrativa. Ao falar de depressão, solidão, amizade, irmandade, traz solidez e empurra a ação para o lado jogando o público dentro de um ''Beau Tem Medo'' (Ari Aster, 2023) menos agoniante e ao estilo Marvel de ser. A gargalhada vai surgir em piadas por aqui e por ali, mas o tom sério e mais reflexivo é muito bem direcionado e não se desequilibra. Com atuações pontuais do conjunto, os destaques ficam com a maravilhosa Julia Louis-Dreyfus e também o ator Lewis Pullman (Topgun Maverick, 2022). 

No todo, para quem não espera nada da produção, a surpresa será enorme e uma ótima pedida para os que tem jogado hate nos últimos filmes do estúdio. Aliás, a animação que ele pode também trazer é que Avengers: Doomsday, programado para 2026, deve ter a participação de alguns dos personagens, entre eles, o Sentinela. 

Avaliação: Três divãs da senhora Marvel (3/5).

HOJE NOS CINEMAS

Homem com H, de Esmir Filho

 
O multiartista Ney Matogrosso, talvez o maior showman brasileiro vivo, ganha cinebiografia belíssima contando um pouco de suas muitas fases na indústria musical, além de momentos pessoais como o relacionamento com o cantor e músico Cazuza. Homem com H, de Esmir Filho (Alguma Coisa Assim, 2017) esbanja acertos em performances e denota com poesia e metáforas significativas momentos sérios como a chegada da AIDS a vida da população LGBTQ, entre os anos 80 e 90. Estrelado por Jesuíta Barbosa, que vive magistralmente o interprete mais distinto da música popular brasileira, a produção ainda conta com a presença de Jullio Reis como o ex-membro do Barão Vermelho, Bruno Montaleone dá vida ao ex marido de Ney, Marco de Maria, Rômulo Braga e Hermila Guedes vivem os pais do cantor, Antônio e Beita. A primeira banda de Ney, os ''Secos & Molhados'', formada com João Ricardo e Gerson é interpretada por Mauro Soares e Jeff Lyrio. O filme ainda tem participação especialíssima da apresentadora Sarah Oliveira, irmã do diretor e que vira e mexe faz programas especiais sobre Ney. A ex-VJ aparece como uma jornalista em cena do longa. A cantora Céu também integra o elenco e vive uma cantora dos anos 60 que claramente dá ao homenageado inspirações artísticas.

A obra não entrega uma narrativa linear e logo que a tela se abre vemos cenas do pequeno Ney de Souza Pereira perambulando pela mata. Em instantes, take dos pais do garoto o assistindo apresentar ''O Homem de Neanderthal'' entram em destaque. Dali parte-se para as experiências opressoras de Antônio com o filho ainda muito criança. O que não se vê acontecer com os irmãos do garoto. Militar, rígido e um pai pouco preocupado em dar afeto ao filho, cobra dele postura de gente normal e quase sempre tenta constranger as veias artísticas ou andróginas de Ney. Anos se passam e cansado de humilhações, o garoto decide ir para o exército e assim ficar longe de casa, não trazendo sofrimento a mãe pelas brigas constantes com o progenitor. Contudo, após o alistamento, segue seu rumo, ainda que sem qualquer tostão furado no bolso. Os anos de ditadura, entre as décadas de 60 e 70, não fazem o jovem deixar de ser quem é e este se muda para Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo sempre buscando se desenvolver. Na capital, trabalha no Hospital de Base e estuda teatro. Vive um amor abusivo e se livra para ser mais e deixar de ser menos. Por São Paulo e Rio encontra sua turma da arte. Costura, faz trabalhos artísticos e aos poucos vai chegando a hora de encontrar João Ricardo e Gerson. Com quem monta uma das bandas precursoras de sons progressivos no Brasil e com um estilo visual que até hoje confunde mundialmente os fãs do Glam Rock pela semelhança com a banda Kiss, que surgiu na mesma época. Como um ser muito sexual, sua vivacidade é nítida e por onde passa conquista não só homens, como mulheres - o que o filme deixa muito claro é sua bissexualidade.

Os anos em que Ney passa duro e sem ter dinheiro, não o fazem desistir de enveredar pelo mundo da arte. Centrado e com muito bom gosto, se dedica ao teatro e ao canto e sua voz vai chamando a atenção de quem o cerca. Quando finalmente estoura com o Secos & Molhados, ele joga para fora toda sua sagacidade teatral com o amparo de uma voz diferenciada e muita atitude de palco. O filme demarca os anos, os lugares em que o protagonista vive e vai espelhando ao espectador como sua jornada se deu aos poucos e compassada até o estrelado. Tanto no seu grupo, como em carreira solo, enfrentou preconceito, censura e o destaque para o dilema mais doloroso na vida do artista vai para a relação com o pai, que nunca perante Ney o reconhecia como alguém e sempre trazia dor e confronto. Nos últimos anos de vida, contudo, há certa fase amena. A mãe é sempre vista como o carinho e afeto que o cantor teve dentro da família. Além de todo apoio e admiração pela carreira musical.

                                    Crédito de Imagens: Paris Entretenimento e Paris Filmes - Divulgação
Com um texto redondinho, a película emociona inúmeras vezes e faz uma linda e justa homenagem a Ney Matogrosso 

Jesuíta Barbosa chegou a emagrecer 12 quilos para viver Ney e entrega fisicalidade e um corpo muito similar, pois apesar do cantor ser alto e magro, sempre possuiu músculos e teve muito energia durante os shows, o que Barbosa consegue refletir com sua atuação e caracterizações com muita precisão. Os olhares, trejeitos, rebolados, todos vem com ele e há uma certa incorporação da figura mítica que Ney é no ator. As cenas de sexo vem em grande quantidade no filme, mas não são vulgares e ganham beleza de inúmeras formas. Há cenas mais orgásticas de um passado juvenil e de experimentação e também de amor como quando Ney encontra Cazuza ou seu marido, Marco. Infelizmente, ambos faleceram vítimas da AIDS e quando o assunto chega ao filme vem como uma cobra que adentra o quarto dos personagens enquanto dormem. Ney enfrenta a dor de ver a doença levar seus amigos, seus amores e não se deixa abater. Insere o que pode em lindas interpretações, agora mais maduro e de cara limpa, exibindo sua força e coragem.

As performances musicais, a clássica foto da capa do primeiro disco dos Secos & Molhados, a era inicial da carreira solo são apresentadas com maestria por Barbosa e editadas com cortes quase idênticos ao original.

Trailer


Ficha Técnica
Título Original e ano: Homem com H, 2025. Direção: Esmir Filho. Roteiro: Esmir Filho. Elenco: Jesuíta Barbosa, Jullio Reis, Bruno Montaleone, Rômulo Braga, Hermila Guedes, Mauro Soares, Jeff Lyrio, Danilo Grangheia, Augusto Trainotti, Bela Leindecker, Caroline Abras, Regina Chaves. Participações especiais: Céu Sarah Oliveira. Gênero: Música, Biografia, Drama. Nacionalidade: Brasil. Direção de Fotografia: Azul Serra. Direção de Arte: Thales Junqueira. 1º Assistente de Direção: Kity Féo. Figurino: Gabriella Marra. Caracterização: Martin Trujillo. Montagem: Germano de Oliveira. Som Direto: Ana Penna. Edição de Som: Martin Griganaschi. Mixagem: Armando Torres Jr, ABC. Supervisão Musical e Música original: Amabis. Produção de Elenco: Anna Luiza Paes de Almeida. Direção de Produção: Karla Amaral. Produção:  Paris Entretenimento. Produção: Márcio Fraccaroli, André Fraccaroli, Veronica Stumpf. Produtor Associado: Rodrigo Castellar. Produção Executiva: Rodrigo Castellar, Mariana Marcondes. Produtores Associados: Rodrigo Castellar, Adrien Muselet, Esmir Filho. Distribuição: Paris Filmes. Coprodução: Claro. Apoio: Riofilme. Classificação: 16 anos. Duração: 130 minutos.
Ney tem uma jornada na tela com recortes muito potentes. Em certo momento, ele é  levado a um jantar pelos colegas de banda e o empresário para ser ''podado'' e não ser mais o Ney que se pinta, dança e rebola e se nega a seguir tais comandos. Quando tem conversas duras com o pai, o espectador também sente o quão forte o jovem Ney teve de ser por sua vida. Com os amores, sempre tentando se livrar de relações possessivas ou lidando com situações inusitadas como a que precisa expulsar Cazuza alucinando em seu apartamento, onde claramente estava cheio de drogas. Ele se mantém firme e se recusa a ter uma vida conforme os outros, sua arte mostra política, resistência e diferencial desde sempre e sem sequer uma palavra que exclame abertamente isto. Assim, o filme chega a lugares muito incríveis por andar em trilhos de grandeza e poesia. 

     Crédito de Imagens: Fotos encontradas no livro ''Vira-Lata de Raça, de Ney Matogrosso e Ramon Nunes Mello - Divulgação

O encontro do trio ''Secos & Molhados'' revela como nem os colegas de banda estavam preparados para a genialidade de Ney Matogrosso.

Apesar de diversas biografias literárias sobre o cantor, a única que tem seu dedo saiu em 2018, assinada por ele e Ramon Nunes Mello com o título de ''Vira-Lata de Raça'' (Editora Tordesilhas), e somente nela é possível saber mais sobre a trajetória do cantor por sua própria visão. De toda forma, o livro não é adaptado, mas serve como material de pesquisa ao diretor e roteirista Esmir Filho e equipe. Esmir já dirigiu inúmeros videoclipes para artistas como Marina Lima e Céu, além de programas de tevê, curtas e séries. Teve, talvez, seu primeiro contato trabalhando diretamente com Ney quando o artista foi ao programa ''Calada Noite'' (2015-2016), apresentado por Sarah Oliveira. O show do canal de TV a cabo GNT trazia celebridades e famosos que possuíam uma relações diferente com a noite, os ditos ''notívagos''. Dirigiu Andrea Beltrão em ''Verlust'' (2020) e seu filme ''Alguma Coisa Assim'' (2017) chegou a participar do Festival de Cinema de Guadalajara recebendo indicação a prêmios. Sua condução em Homem com H mostra amadurecimento e uma ótima percepção do artista, sem ferir ou trazer recortes desajustados. Esmir e toda equipe entregam um dos filmes brasileiros que deve integrar, em breve, a casa dos melhores. 

Avaliação: Quatro pássaros livres (4/5).

Open Air Brasil retorna a Capital Federal após nove anos de espera

 
Apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Nubank, o OPEN AIR BRASIL está de volta e começa a nova temporada em Brasília, nove anos após a última edição na cidade. De 3 a 15 de junho, no Pontão do Lago Sul, o público da capital poderá assistir a filmes na maior tela de cinema a céu aberto do mundo, em uma  incomparável experiência audiovisual. Com uma programação que agrada a diversos públicos - dos clássicos aos infantis, passando por gêneros variados -, além de shows e atrações artísticas que dialogam com as sessões, o OPEN AIR BRASIL é uma enorme celebração ao cinema.  A programação já está sendo anunciada nas redes sociais do evento (@openairbrasil) e alguns dos filmes são o vencedor do Oscar de melhor filme ''Anora'', o novo longa do diretor Wes Anderson ''Esquema Fenício'' e ''Patricinhas de Beverly Hills'', além dos os brasileiros ''Homem com H'', ''O Auto da Compadecida 2'' e ''Kasa Branca'' e muitos outros. A venda de ingressos terá início no dia 7 de maio e os clientes Nubank terão direito à pré-venda exclusiva nos dias 5 e 6. 


O OPEN AIR BRASIL, que teve sua última edição em 2023 no Rio de Janeiro, é idealizado e produzido pela D+3 Produções. O evento une a magia do audiovisual à tecnologia de última geração da exclusiva tela gigante de 325 m² (do tamanho de uma quadra de tênis), que vem direto da Suíça. A projeção em 4K e o potente sistema de som, com 28 caixas Dolby Digital Surround, são um show à parte. Nesta edição de Brasília serão realizadas 18 sessões ao longo das duas semanas e a expectativa é de 1.500 pessoas por sessão. O objetivo é encantar o público e despertar, ou resgatar, a paixão pelo cinema.


O Open Air Brasil e o Pontão do Lago Sul parecem ter nascido um para o outro! Voltar para Brasília é sempre voltar para casa pois encontramos as condições perfeitas para o nosso cinema ao ar livre: o céu de Brasília, uma vista linda, o clima seco e um público que adora cinema”, conta Renato Byington, sócio fundador da D+3. 


O tradicional evento, que acontece há mais de 20 anos no Brasil, já recebeu um público superior a 750 mil pessoas e exibiu mais de 650 produções, de blockbusters a cults, de clássicos a filmes de arte. Esta será a 34ª edição do OPEN AIR BRASIL realizada pela D+3, que já levou o evento a sete capitais  brasileiras, passando também por Lisboa e Madri. Além da programação dos filmes, pensada cuidadosamente para atender diferentes públicos, o OPEN AIR BRASIL proporciona uma experiência cinematográfica expandida, combinada com shows, performances e ativações. Até hoje, foram 145 apresentações musicais de artistas como Preta Gil, Gloria Groove, Lulu Santos, Marcelo D2 e Buchecha. 


Depois de Brasília, o OPEN AIR BRASIL parte para Salvador, onde acontece entre os dias 30 de setembro e 12 de outubro no Centro de Convenções Salvador. Rio de Janeiro e São Paulo também estão no calendário, com previsão de realização em 2026. 

 

Crédito de imagem: Open Air Brasil/Cinema Inflável - Divulgação

O evento contará com eventos nas cidades satélites, diferente da última edição em 2016
 

Em paralelo ao OPEN AIR BRASIL e também com o patrocínio do Nubank, a D+3 vai realizar ainda 12 edições do CINEMA INFLÁVEL em outras localidades do Distrito Federal já a partir de maio. Gratuito, o evento acontece também a céu aberto, em regiões com acesso limitado ao cinema. Com uma tela inflável de 60 m² e distribuição gratuita de pipoca, a iniciativa contará com uma programação exclusiva e capacidade de 800 pessoas por sessão. O CINEMA INFLÁVEL vai exibir cerca de 20 filmes por edição, incluindo curtas-metragens e videoclipes de cineastas locais, além de oferecer recreação infantil e apresentar programações e atividades em parceria com importantes pontos de cultura. Pela primeira vez, será realizado em locais fora do Rio de Janeiro. 

 

O evento, também é de realização da produtora D+3, e exibirá filmes de diversos gêneros em espaços públicos de regiões que não estão no centro da capital. Em 2025, o Cinema Inflável vai passar por localidades próximas ao Distrito Federal e a Salvador. Com apoio do Governo do Distrito Federal, o evento busca tornar a experiência do cinema ao ar livre mais acessível e fazer com que o público se apaixone ainda mais pela sétima arte.  


O pontapé inicial da temporada, que terá 12 edições nos arredores do Distrito Federal e Goiás até setembro, será em Ceilândia, de 7 a 11 de maio. Na semana seguinte, entre os dias 14 a 18, o Cinema Inflável estará presente em Vila Telebrasília. O evento também vai contar com rodas de conversa, oficinas, recreação infantil e atividades em parceria com importantes pontos de cultura, como mostras e apresentações de projetos locais, como Cio das Artes e Jovem de Expressão. 


O Cinema Inflável acontece no Brasil desde 2013 e já contou com 14 edições, sempre em locais no estado do Rio de Janeiro, como Nova Iguaçu, Rio das Pedras, Guapimirim e Itaboraí. Após a temporada no Distrito Federal e Goiás de maio a setembro, o evento parte para a Bahia.

 

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SOBRE A D+3

A D+3 Produções é uma produtora carioca, com mais de 25 anos de história, representante brasileira do Open Air para toda a América Latina, Portugal e Espanha. O evento, que já teve mais de 30 edições, passou por cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e também por Lisboa e Madri. A produtora é ainda idealizadora do Cinema Inflável, além de ter realizado eventos icônicos como Rider Weekends, Claro Que É Rock, ArteCore, ColaborAmérica e BraJazz.


SOBRE O NUBANK

O Nu é uma das maiores plataformas de serviços financeiros digitais do mundo, atendendo 110 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia. A empresa tem liderado uma transformação na indústria, usando dados e tecnologia proprietária para desenvolver produtos e serviços inovadores. Guiado por sua missão de combater a complexidade e empoderar as pessoas, o Nu atende à jornada financeira completa dos clientes, promovendo acesso e avanço financeiro com crédito responsável e transparência. A empresa se apoia em um modelo de negócios eficiente e escalável que combina baixo custo de atendimento com retornos crescentes. O impacto do Nu tem sido reconhecido em diversos prêmios, incluindo as 100 Empresas mais Influentes da Time, as Empresas Mais Inovadoras da Fast Company e os Melhores Bancos do Mundo da Forbes. 

Para mais informações, visite https://international.nubank.com.br/about/.

Screamboat: Terror a Bordo

 
“Minha mãe sempre dizia: ‘quando nada mais funcionar, tente o amor – e sempre mantenha uma arma dentro da bolsa’!”

Se não fosse a insistência em se associar ao personagem Mickey Mouse – e, precisamente, ao curta-metragem “O Vapor Willie” (1928, de Ub Iwerks) enquanto enredo de formação de protagonista vilanaz –, este filme seria menos desinteressante. Ou, dizendo de outra maneira: quando a trama se rende descaradamente às fórmulas dos ‘slasher movies’, até que consegue ser minimamente divertido. Não obstante ser mal dirigido e sobremaneira escuro, além de aderir a uma montagem problemática em seu sobejo de cortes, os atores se esforçam para transmitir alguma credibilidade, nalgo que, desde a sinopse, revela-se como estapafúrdio… 

A quase totalidade do filme passa-se no interior de uma balsa, num trajeto noturno, saindo da cidade de Nova York: Selena (Allison Pittel), uma estudante de Moda, aceita o convite de seu pretendente romântico Pete (Jesse Posey) para esconder-se na referida balsa, depois que ela é perseguida por um quarteto de jovens fúteis, que comemoram o aniversário de uma delas e aproveitaram-se dos serviços de Selena enquanto garçonete ocasional. Ocorre que, neste veículo, o rato de grandes proporções Willie (David Howard Thornton) é libertado, acidentalmente, do fosso em que ele ficou aprisionado por vários anos, e deseja vingança… 

Assassinando indiscriminadamente a todos que encontra pela frente, Willie estivera naquela balsa desde que ela era um barco a vapor, no início do século XX, quando ele foi resgatado por um capitão bem-intencionado do local onde era submetido a experimentos científicos. E, assim, de maneira forçada, é justificada a sua fúria incontrolável, bem como a simpatia que demonstra por Selena, já que ela parece com a sua namorada Minnie… 

Crédito de Imagens: © Sleight of Hand Productions / Imagem Filmes
O diretor Steven LaMorte já conta mais de 20 títulos em sua filmografia, entre eles, ''O Malvado - Horror no Natal (2022)

Em determinado momento, Selena constata esta similaridade fisionômica, e tenta aproveitar-se disso para fugir da sanha malévola de Willie, que chega a eletrocutar vários passageiros, de uma só vez, num determinado cômodo da balsa. Entre os sobreviventes, estão a paramédica Amber (Amy Schumacher) e o garotinho Matteo (Rumi C. Jean-Louis), que se unem a Selena e Pete para tentarem sobreviver. 

O roteiro deste filme, co-escrito pelo próprio diretor, possui um humor óbvio e pretensamente satírico, que, entre vários temas, zomba dos comportamentos imbecilizados de alguns “influenciadores digitais”, sendo perturbadoramente engraçada a seqüência em que duas jovens são empaladas através da boca, enquanto coreografam dancinhas para as redes sociais. Mas o enredo não se sustenta, sobretudo quando insiste nas conexões desnecessárias com o Universo Disney, como algumas falas de filmes famosos (“tu consegues sentir o amor, hoje à noite”, por exemplo) e a trilha musical assobiada do referido “O Vapor Willie”. O diretor Steven Lamorte não precisava disso, mas não se desvencilha de equívocos semelhantes aos que levara a cabo no filme em que parodia, sem autorização de seu autor, a história do Grinch (vide texto aqui). 

Trailer


Ficha Técnica

Título original e ano: Screamboat, 2025. Direção: Steven LaMorte. Roteiro: Matthew Garcia-Dunn, Steven LaMorte. Kailey Hyman, Mike Leavy, Jesse Kove, Brian Quinn, Joe DeRosa, Tyler Posey, Jarlath Conroy. Elenco: David Howard Thornton, Allison Pittel, Jesse Posey, Amy Schumacher, Kailey Hyman, Mike Leavy, Jesse Kove, Brian Quinn, Joe DeRosa, Tyler Posey, Jarlath Conroy. Gênero: Trash, terror. Nacionalidade: Estados Unidos da América. Direção de Fotografia: Steven Della Salla. Trilha Sonora Original: Charles-Henri Avelange, Yael Benamour. Edição: Patrick Lawrence. Produção: Steven LaMorte, Steven Della Salla, Martine Melloul, Amy Schumacher. Empresas Produtoras: Sleight of Hand Productions, Reckless Content, Fuzz on the Lens Productions, Kali Pictures. Distribuição: Imagem Filmes. Duração: 01h42min.


Para além dos inúmeros defeitos estruturais deste filme, insistimos: ele não é tão ruim quanto aparenta ser – inclusive, de propósito. Para quem está acostumado às franquias cinematográficas sobre mortes cumulativas de adolescentes e/ou de pessoas abobalhadas, “Screamboat – Terror a Bordo” (2025) demonstra-se como “mais do mesmo”, porém entretenedor ao seguir a cartilha eliminatória dos personagens: o modo como eles são decapitados, mordidos, esfaqueados e/ou torturados possui algum fascínio para os aficcionados pelo subgênero de terror. 

No trecho final do filme, o enredo de formação insere um suposto poder hipnótico a Willie, que consegue convencer uma funcionária da balsa a auxiliá-lo em seus propósitos crudelíssimos. Nos créditos finais, há o aviso de que “Willie e Minnie retornarão” em filmes vindouros, garantindo a feitura de uma continuação, para os espectadores que esperaram até este derradeiro instante. Há um público-alvo assaz definido para este trash cinemático e, se formos exitosos na tarefa de não levar a sério o que acontece, talvez concordemos que, mais uma vez, tal obra não é tão horrenda quanto se esperava. Trata-se de um sintoma cabal das tendências enredístico-discursivas contemporâneas e, por isso mesmo, merecedora de análise e algumas observações. Eis o nosso parecer!

HOJE NOS CINEMAS