segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Petrobras e Ministério da Cultura apresentam Festival Internacional Curicaca em Brasília com previsão de 100 mil pessoas


Petrobras e Ministério da Cultura apresentam Festival Internacional Curicaca em Brasília com previsão de 100 mil pessoas

Capital do país será o palco do mais novo evento nacional dedicado à inovação e tecnologia com sustentabilidade na indústria do país

 

O futuro chegou a Brasília. Inspirado no modelo do americano South by Southwest (SXSW), o Festival Internacional sobre Tecnologia e Sustentabilidade na Indústria – o Festival Curicaca – ocorrerá de 7 a 11 de outubro espalhado do estádio Arena BRB a outros pontos da capital federal. Gratuito e apresentado pelo Ministério da Cultura e Petrobras através de Lei de Incentivo Cultural, o evento ferverá com previsão de receber 100 mil pessoas e já confirma nomes como Itamar Vieira Junior, Edward Chen (Huawei), Mariano Gomide (VTEX), Kondzilla, Nathalia Arcuri (Me Poupe), Verena Paccola (Forbes Under 30), Mariana Vasconcelos (Agrosmart), além de shows de Olodum, Vanessa da Mata, Jorge Aragão, Nando Reis, Fernanda Takai, Alice Caymmi, MC Carol e MC Hariel, com agenda gastronômica apresentada pelo Restaurant Week e intensa programação cultural descentralizada na cidade. 

Idealizado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), entidade ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e diversos parceiros do setor produtivo brasileiro nacional, o Festival terá programação extensa para conectar tecnologia, inovação, sustentabilidade e cultura, tendo como pano de fundo as 6 missões da política Nova Indústria Brasil (NIB). O “Curicaca” reunirá ativações de diversas empresas, demonstrações de tecnologia, interações imersivas e debates intensos.

O nome do festival, que homenageia uma ave típica do Cerrado e que é conhecida por anunciar mudanças no tempo quando canta, segundo crença popular, simboliza o seu propósito: ser o anúncio de uma nova era da indústria nacional, mais verde, digital, conectada e sustentável. 

“O Festival Curicaca é uma oportunidade para unir conhecimento, tecnologia e vocação produtiva do país inteiro. É um espaço para pensarmos juntos soluções que integrem indústria e inovação, fortalecendo a economia e preparando a juventude para os desafios de um mundo em constante transformação. É celebrar a tecnologia e inovação como motores de desenvolvimento e pilares para um salto civilizacional”, afirma o presidente da ABDI e fundador do Festival, Ricardo Cappelli.

 

PALCOS, TEMAS E PALESTRANTES

A programação do Festival Curicaca é organizada em 10 trilhas de conhecimento, alinhadas às 6 missões da NIB. Dentro da Arena BRB, os participantes encontrarão um ecossistema de palcos temáticos com centenas de painéis e especialistas de destaque. Cada palco foi pensado para trazer reflexões atuais e estratégicas sobre os rumos do Brasil: 

Palco NIB Petrobras: O palco principal do evento reunirá keynotes internacionais e debates sobre o futuro do Brasil. Entre os confirmados estão Mariano Gomide (VTEX) e Verena Paccola (Forbes Under 30) Os temas incluem a estratégia da Nova Indústria Brasil, descarbonização, robótica e o potencial brasileiro no cinema e no turismo global.

 

Palco Futuro (Sebrae): Dedicado a explorar o impacto da revolução tecnológica no trabalho e na sociedade, contará com nomes como Samuraí Brito (Itaú) e Maria Paula (atriz e mestra em saúde mental). Inteligência artificial, novos modelos de educação e bem-estar digital estarão em pauta. 

Palco Indústria (BNDES): Voltado para tecnologia, capital e narrativas que moldam o futuro industrial, com Mariana Vasconcelos (Agrosmart), Camila Achutti (Mastertech), Daniel Balaban (ONU), Nina Santos (Políticas Digitais) e Billy Nascimento (Forebrain). Fundos de impacto, mobilidade, liderança digital e combate à desinformação serão debatidos.
 

Palco Inovação (Finep): Espaço para cases de empresas e startups que transformam pesquisa em impacto real. Entre os nomes confirmados estão Luana Raposo (Biotech) e Juliane Blainski (ManejeBem). 

Palco Petrobras Cultural: Voltado à força da cultura brasileira, com shows, espetáculos e experiências que celebram a diversidade artística e a economia criativa.
 

Além dos palcos, a estrutura contará com experiências imersivas para toda família, como uma cidade futurística, experimentações científicas, feiras, desafios de inovação com startups e ativações do setor produtivo de todo o Brasil. A programação completa pode ser acessada em www.abdi.com.br/curicaca ou no aplicativo “Festival Curicaca” – disponível em todas as lojas de app.
 
Trazer a fronteira da inovação para Brasília é mostrar que a indústria brasileira pode muito mais e precisa apostar em novas tecnologias. O Curicaca é isso: um despertar de um novo tempo para a nossa indústria, que deve ser protagonista na transição para um futuro mais sustentável e competitivo”, reforça Cappelli.

O Festival Curicaca tem o patrocínio cultural da Petrobras através da Lei Rouanet e Ministério da Cultura, além de parceiros como BNDES, Embratur, Embrapii, ABIMDE, CNI, Senai, Sebrae, CNI, Finep, Huawei, Embrapa, Universidade Católica de Brasília, IFB, UNB, P&D Brasil, Ministério da Fazenda, MEC e MDIC.

“ESQUENTA CURICACA”
Antecipando a programação cultural, o “Esquenta Curicaca” começa no dia 4 e segue até 11 de outubro em diversos espaços culturais de Brasília. O line-up vai reunir artistas consagrados e novos talentos, passando por diferentes gêneros musicais. Entre os destaques estão Fernanda Takai, Odair José, Paula Lima, Leandro Sapucahy, Alice Caymmi, Ellen Oléria e MC Carol. 

A programação ainda conta com a força do samba de nomes como Breno Alves (com participação de Fabiana Cozza), Samba da Tia Zélia, Sambadona, além de apresentações de grupos como As Fulô do Cerrado, 7NaRoda, Benzadeus e performances que conectam música e identidade cultural, como Jaloo, Febre90 e Dead Fish. As casas culturais que receberão a programação são: Infinu, Ordinário, Âmbar, Birosca, Teatro La Salle, Tia Zélia e Galpão 17.

TOUR GASTRONÔMICO
Em parceria com o grupo Restaurant Week, o Festival Curicaca trará também uma verdadeira homenagem ao Cerrado através de pratos que utilizam sabores da região central do Brasil. Batizado de “Tour Gastronômico Festival Curicaca”, o evento percorrerá 50 estabelecimentos da capital federal com um cardápio especial entre os dias 3 e 23 de outubro.

PATROCÍNIO CULTURAL
O Festival Esquenta Curicaca é apresentado pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras, que há décadas desempenha um papel central como uma das maiores patrocinadoras da cultura brasileira.

SOBRE ABDI
A ABDI é vinculada ao MDIC/Governo Federal e atua para fortalecer a indústria nacional, impulsionando a competitividade, inovação e sustentabilidade do setor produtivo.

         ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

SERVIÇO
Data: 7 a 11 de outubro de 2025
Local: Estádio Arena BRB e outros pontos de Brasília (DF)
Informações: www.abdi.com.br/curicaca
Ingressos gratuitos no app “Festival Curicaca” ou pelo site: www.abdi.com.br/curicaca.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Festival 60+ Kinoplex

 
 Kinoplex lança o Festival 60+ com promoção exclusiva para maiores de 60 anos 
 
Pessoas com 60 anos ou mais pagam 2 ingressos pelo preço de 1 na primeira sessão do dia em qualquer sala e dia da semana
 
Rio de Janeiro, setembro de 2025 — O Kinoplex anuncia uma nova promoção para o público com mais de 60 anos: o Festival 60+. Do dia 9 de outubro ao dia 10 de dezembro de 2025, as pessoas com 60 anos ou mais terão direito a dois ingressos pelo preço de um na primeira sessão do dia em qualquer sala, todos os dias da semana, incluindo sábados, domingos e feriados.
 
A promoção é válida para todas as salas do Kinoplex, inclusive as Salas Platinum. Os dois ingressos devem ser usados para a mesma sessão e no mesmo dia.
 
Para participar, basta que a pessoa com 60 anos ou mais compre os ingressos na bilheteria do cinema e apresente um documento de identidade com foto para comprovar a idade. A promoção não é válida para conteúdos especiais (como shows ou a série de sessões ‘Kinostalgia’) e não é cumulativa com outras promoções em vigor.
 
Sobre o Kinoplex
O Kinoplex é o maior exibidor nacional com 105 anos de história e o compromisso de ser o cinema para todos. A empresa possui 230 salas distribuídas em 18 cidades brasileiras, equipadas com o máximo de tecnologia e conforto, proporcionando uma experiência imersiva e cheia de emoção. O Kinoplex lança, em média, 250 filmes por ano, que encantam mais de 20 milhões de espectadores. Para se cadastrar no programa de benefícios, basta acessar o site do Kinoplex+ e para comprar o passaporte da rede, o site do Kinopass.

Uma Batalha Após A Outra, de Paul Thomas Anderson


O produtor, roteirista e diretor premiado nos festivais de Cannes, Berlim e Veneza, e onze vezes indicado ao Oscar, Paul Thomas Anderson está de volta com o aguardado “Uma Batalha Após a Outra”, uma trama enérgica sobre revolucionários em confronto com o sistema. O filme traz um superelenco formado por Teyana Taylor, Leonardo DiCaprio, Sean Penn, Regina Hall, Chase Infiniti, Benicio Del Toro, Shayna McHayle, Wood Harris, Nia Leon, Paul Grimstad e Alana Haim. Ademais, é livremente inspirado na obra "Vineland de Thomas Pynchon (Penguin Press, 1990) e acompanha Perfidia (Taylor), uma mulher negra, rebelde e empoderada, e seu namorado Bob (DiCaprio), um jovem branco especialista em explosivos. Juntos, eles integram o French 75, um grupo diverso que luta pela causa dos imigrantes, pela liberdade dos corpos femininos e que enfrenta o sistema político de forma radical, recorrendo até a atentados a bancos. Entre os membros da célula estão ainda Mae (Haim), Junglepussy (McHayle), Deandra (Hall) e Laredo (Harris)

Em uma de suas missões, Perfidia cruza o caminho do Coronel Steven J. Lockjaw (Penn), uma figura do aparato militar fascistóide que desenvolve uma obsessão por ela, algo contra o qual, de certa forma, ela não consegue revidar. A perseguição tóxica à qual passa a ser submetida desestabiliza o grupo, levando Perfidia a delatar os companheiros em troca da própria liberdade, conquistada ao fugir para não ser controlada por Lockjaw. Com a queda do coletivo, Bob, profundamente preocupado após o nascimento da filha do casal, Charlene (Nia Leon), que mais tarde se torna Willa (Infiniti), decide se mudar com a criança para uma pequena cidade, aconselhado por Sommerville (Grimstad), que também integra o grupo, e com o auxílio de Deandra. Lá, assume uma nova identidade, mas mergulha em uma vida de paranoia, marcada pelo abuso de álcool e outras drogas, que aos poucos o consome e o deixa fora de forma para o campo de batalha. Dezesseis anos depois, Lockjaw encontra o paradeiro de Bob e Willa e temendo que a jovem seja sua filha, e que isso comprometa sua trajetória de membro de uma associação extremista racial, o militar mobiliza um batalhão, helicópteros e armas para eliminar qualquer rastro de sua conduta questionável no passado. É então que o professor de Karatê, Sérgio (Del Toro), entra em cena para ajudar Bob, enquanto Willa recebe visitas inesperadas de pessoas que poderão ajudá-la a compreender melhor quem foi sua mãe.

O filme entrega uma trama amarradinha, cenas de ação magistrais, uma comédia sagaz no melhor estilo PTA e atuações avassaladoras, tanto de nomes consagrados como Leonardo DiCaprio, Sean Penn e Benicio Del Toro, quanto da estreante Chase Infiniti e da atriz Teyana Taylor, que impacta o público com a força que imprime à sua personagem. Com quase três horas de duração, o longa se afirma como um espetáculo de cinema técnico de altíssimo nível, visto ter sido rodado com o aparato de câmeras VistaVision (70mm). Sonda-se que o orçamento total da película sai da casa dos 130 milhões de dolares e pode chegar aos 175. 

                                                       Crédito de Imagens: Photo Courtesy Warner Bros. Pictures
A produção contou com filmagens pelo período de sete meses em vários lugares na Califórnia (Eureka, Arcata, Sacramento, Stockton, San Juan Bautista, San Diego, Los Angeles e Borrego Springs) e em El Paso, Texas.


Esta é a segunda vez que PTA utiliza uma obra de Pynchon para dar corpo a um de seus filmes. A primeira tendo sido o também espetacular "Vicio Inerente" (2014), estrelado por Joaquin Phoenix. Desta vez, o diretor alcança um patamar ainda mais elevado, entregando uma narrativa que dialoga profundamente com os tempos sombrios em que vivemos.

Se o livro transportava seus leitores aos anos 60 e 70, quando hippies se uniam para questionar o sistema, aqui estamos no presente, em uma era em que adolescentes já sabem se declarar não binários, mas muitas vezes não percebem plenamente os sacrifícios que seus pais fazem ou as lutas pelas quais passaram. Paul apresenta quase os mesmos personagens, mas estes vem com nomes diferentes daqueles na obra literária. É prático e consegue evidenciar com facilidade onde estão as semelhanças entre os textos (se o espectador tiver noção da trama original). Sua construção contemporânea de um grupo revolucionário a partir de diversos outros que existiram em tempos passados (o partido dos panteras negras, estudantes por uma sociedade democrática ou o comitê estudantil de coordenação não violenta) ressalta a diversidade, é contra guerras e traz mulheres negras falando abertamente sobre aborto e protestando radicalmente pela liberdade de seus corpos. A pauta atualíssima da questão dos imigrantes no mundo é abordada em formatos distintos: há momentos em que eles necessitam de auxílio para se libertar e outros em que um imigrante latino se torna a força de apoio para quem precisa. 

Trailer


Ficha Técnica
Título Original e Ano: One Battle After Another, 2025. Direção: Paul Thomas Anderson. Roteiro: Paul Thomas Anderson - livremente baseado na obra "Vineland", de Thomas Pynchon. Elenco: Teyana Taylor, Leonardo DiCaprio, Sean Penn, Regina Hall, Wood Harris, Alana Haim, Shayna McHayle, Paul Grimstad, Starletta DuPois, Chase Infiniti, Benicio Del Toro. Gênero: Drama, Ação, Comédia. Thriller. Nacionalidade: Estados Unidos da América. Trilha Sonora Original: Jonny Greenwood. Fotografia: Michael Bauman. Edição: Andy Jurgensen. Figurino: Colleen Atwood. Design de Produção: Florencia Martin. Direção de Arte: Andrew Max Cahn. Empresas Produtoras: Warner Bros. e Ghoulardi Film Company. Distribuição: Warner Bros. Pictures Brasil. Duração: 02h40min. Classificação: 16 anos. 

A trilha sonora da produção tem charme, precisão e aparece nos momentos certos para motivar a platéia a ficar ligada na corrida maluca que o filme se torna. Fotografia, figurino, cenários e caracterizações conseguem juntos  trazer as trocas de fases na vida dos personagens e endossar como cada um se apresenta.

A atriz Teyana Taylor tem presença, iniciou sua carreira em videoclipes musicais e sua Perfidia ganha camadas profundamente reais de uma mulher que se perde na própria voz, deixando claro que até o mais revolucionário dos revolucionários, em algum momento, tentará se salvar dos abraços aprisionadores do Estado a qualquer custo. Deandra e a própria Willa também são construídas de forma que glorificam o caminhar de mulheres pardas e pretas. E assim como em "Pecadores", filme de Rayn Coogler lançado em março deste ano, que também aborda a doença que é o racismo impulsionado por grupos extremistas que defendem a supremacia branca, temos uma ótima narrativa que se conduz por um fio de realidade.  

Se Sean Penn arrasa em um personagem totalmente oposto do que ele já possa ter interpretado nas telas, Leonardo DiCaprio vive seu primeiro cara maluco e um pai de menina muito afetuoso. O ator, que na vida real sempre é visto em causas ativistas, vive um só que meio ou muito perdido. Uma interpretação que busca referências em "Um Dia de Cão" (Sidney Lumet, 1976) ou ainda levemente em "O Grande Lebowski" (Joel e Ethan Coen, 1998). Ambos, talvez, já estejam com um pezinho nas indicações para o Oscar do próximo ano e será maravilhoso acompanhar isto.

EM EXIBIÇÃO NOS CINEMAS

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Nota de pesar: Luiz Fernando Ferraz l Ministério da Cultura

 
                                                                      Divulgação/Olé Produções



Cineasta se destacou pela dedicação ao documentário e pela busca constante de novas linguagens audiovisuais

O Ministério da Cultura lamenta a morte do cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, vítima do acidente aéreo ocorrido na noite de terça-feira (23), em Aquidauana, no Pantanal sul-mato-grossense.

Com trajetória consolidada na Olé Produções desde 2007, Luiz Fernando Ferraz se destacou pela dedicação ao documentário e pela busca constante de novas linguagens audiovisuais. Dirigiu obras de grande relevância, como a série Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia, indicada ao Emmy Internacional, além de produções exibidas em canais e festivais nacionais e internacionais. Sua obra deixa uma contribuição inestimável à cultura e ao cinema brasileiros.

Neste momento de dor, o Ministério da Cultura se solidariza com familiares, amigos e colegas de profissão de Luiz Fernando Ferraz, assim como com os familiares das demais vítimas do acidente.

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

A Longa Marcha - Caminhe ou Morra, de Francis Lawrence

 
Nos anos 70, literatura e cinema se encontravam para prever temáticas que ganhariam grande destaque no futuro, como os “reality shows”. O saudoso diretor Sidney Lumet entregou ao público “Rede de Intrigas”, em 1976. A obra, vencedora de quatro prêmios Oscar (Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Roteiro Original), apresentava um cenário em que a vida de um jornalista em surto era explorada para alavancar a audiência. Anos mais tarde, em 1979, o escritor Stephen King, sob o pseudônimo de Richard Bachman, lançava o livro “A Longa Marcha”. O texto, de forte teor distópico, imaginava um Estados Unidos onde jovens eram obrigados a competir por um prêmio em dinheiro, participando de uma caminhada exaustiva. Aqueles que não suportavam a prova eram imediatamente eliminados, e mortos ali mesmo. King talvez bebendo da fonte de Lumet e, talvez, inconscientemente inspirado pela situação da Guerra do Vietnã, presenteou as prateleiras de livros com uma trama reflexiva e sangrenta. 

Anos mais tarde, tanto nas telonas quanto nas livrarias, a temática retornou inúmeras vezes. Nos anos 90, por exemplo, “O Show de Truman” (Peter Weir, 1998) e “Ed TV” (Ron Howard, 1999) discutiram a exposição da vida em uma era prévia às redes sociais. Já nos anos 2000, livros como “Jogos Vorazes” (Suzanne Collins, 2008) trouxeram o tema com grande vigor. Antes disso, o próprio Stephen King já havia abordado o assunto em “O Sobrevivente” (1982), assim como outros autores: Orson Scott Card (“Ender’s Game”, 1985), Max Barry (“Jennifer Government”, 2003) e Neil Postman (“Amusing Ourselves to Death”, 1985). Agora, em 2025, o diretor Francis Lawrence, responsável pela trilogia Jogos Vorazes, aliado ao roteiro de J.T. Mollner (Desconhecidos, 2023), nos faz retornar a esta história potente escrita por King em tempos bem diferentes, mas não tanto assim.

O filme se inicia revelando que o jovem branco e pouco atlético Raymond Garraty, interpretado por Cooper Hoffman, se juntará a mais quarenta e nove meninos para participar da “Marcha”. Sua mãe, Ginnie (vivida por Judy Greer, atriz conhecida por viver "a amiga da protagonista" em comédias românticas), se frustra com o chamado do Estado. O garoto, no entanto, decide ir, assim como muitos outros, pois todos sabem que, no fim, haverá um vencedor de uma grande bolada em dinheiro, capaz de tirar a família da miséria. A chegada ao local de partida é comovente, mas, assim que Garraty se desfaz do abraço materno, logo conhece Peter McVries (David Jonsson), Arthur Baker (Tut Nyuot), Hank Olson (Ben Wang), Stebbins (Garrett Wareing), Collie Parker (Joshua Odjick), Gary Barkovitch (Charlie Plummer), entre outros. Com Peter e Arthur, a conexão é imediata e, em seguida, Hank também se aproxima. O restante permanece mais reservado, todavia, quem logo se destaca é Barkovitch, por se mostrar um péssimo companheiro de jornada. O Major (Mark Hamill) aparece com seu pelotão e detalha as regras do jogo/caminhada que será visto por todo o país. Os garotos ganham então números. Garraty se torna #47, McVries #23, Arthur #6, Hank #46, Collie #48, Stebbins #38, e Barkovitch #5. 

Aos poucos, a tensão cresce com meinos e mais meninos sendo eliminados a cada problema durante a corrida, seja por uma ida demorada ao banheiro, por um pé quebrado ao descuidar-se de empecilhos na pista ou até por um colega que passa a atormentar o outro. A surrealidade invade a vida desses jovens adultos e a ferocidade pela sobrevivência torna-se algo inestimável para eles. Garraty e McVries criam um laço sem igual, enfrentando juntos as situações e tentando oferecer apoio mútuo. No entanto, em uma competição como essa, o final não pode ter dois vencedores: apenas um poderá concluir aquilo que todos aqueles sonhadores, nervosos e amedrontados, começaram ao sair de casa naquela manhã de sol.

Crédito de Imagens: © 2025 Lionsgate
O filho do ator falecido Philip Seymour Hoffman, Cooper, estrela seu quinto filme na indústria

Uma obra com texto base de Stephen King pode chegar a muitos lugares e esta literalmente percorre um país e deixa marcas profundas. O pensar de um futuro com autoridades ditatoriais e sinistras liderando torneios expositivos que levam a morte são absurdos e necessários, ao mesmo tempo, visto que o solo "yankee" é neste momento um local assombrado por quem o lidera. 

King sempre foi um autor que, sem precisar de qualquer “puxão de orelha”, trouxe representatividade em seus personagens. Aqui, os garotos vêm de todos os lugares e origens - indígenas, afro-americanos ou asiáticos. A diversidade é ampla e revela muito sobre os mundos que cada um compartilha ao falar de sua vida ao colega, enquanto tenta não perder o passo e seguir o percurso com rapidez (no livro, 6,5 km/h; já no filme, 4,8 km/h). O roteiro vem com menos força que o livro quando ameniza o surgimento de um amor gay entre os protagonistas e altera o final para caber na realidade de 2025 - escolha autorizada e rechaçada pelo autor, algo talvez inédito.

O mundo masculino toma força. Só há papel para uma mãe triste e amedrontada com o futuro de sua família, que já foi antes perturbada pelo mesmo sistema. O terror é crescente e é o sorriso e brilho contagiante de McVries que dá força ao grupo. Do Major, aos poucos, podres vão caindo por terra. Ou até da própria marcha. E o sistema, apesar de acabar em pé, treme nas bases com o que o os garotos conseguem impactar um no outro. 

Trailer



Ficha Técnica

Título Original e Ano: The Long Walk, 2025. Direção: Francis Lawrence. Roteiro: JT Mollner — baseado no romance de Stephen King (sob pseudônimo Richard Bachman). Elenco: Mark Hamill, Garrett Wareing, Cooper Hoffman, David Johnson, Tyt Nyuot, Roman Griffin Davies, Judy Greer, Ben Wang, Charlie Plummer, Teagan Stark. Gênero: Distopia, Drama, Suspense. Trilha Sonora Original: James Newton Howard. Figurino: Michael Wilkinson. Design de Produção: Nicolas Lepage. Fotografia: Jo Willems. Edição: Peggy Eghbalian e Mark Yoshikawa. Figurino: Heather Neale. Direção de Arte: Kathy McCoy. Produção: James Vanderbilt, Bradley J. Fischer, William Sherak. Produção Executiva: Stephen King, Francis Lawrence. Empresas Produtoras: New Line Cinema, Vertigo Entertainment, Temple Hill Entertainment, Catchlight Studios, 3 Arts Entertainment. Distribuição: Paris Filmes. Duração: Idioma original: Inglês. Duração: 130 min. Classificação indicativa: 16 anos.

A trilha sonora de James Newton Howard circula todo o filme e deixa o espectador agoniado em vários momentos. Há quentura na fotografia, mas também há escuridão, contrastes que traduzem com precisão o momento crítico vivido pelos meninos ao longo da narrativa.

O elenco está extremamente bem escalado e cumpre seu papel com força. Cooper Hoffman e David Johnson ganham grande destaque, enquanto Charlie Plummer, Tyt Nyuot, Ben Wang e Mark Hamill se revelam forças coadjuvantes incríveis. Hamill, em especial, talvez nunca tenha interpretado um vilão tão bossal e indigesto em sua carreira e entrega uma atuação tão marcante que até renova o olhar sobre sua trajetória a esta altura do campeonato.

Uma das estreias mais impactantes da semana.

Avaliação: Quatro longas conversas sobre os dias atuais (4/5).

HOJE NOS CINEMAS

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

A Grande Viagem Da Sua Vida


Você já imaginou a possibilidade de revisitar momentos decisivos da sua vida, encarar de frente as escolhas feitas e, quem sabe, ter a oportunidade de reescrevê-las sob uma nova perspectiva? Essa é a provocação inicial que o filme  “A Grande Viagem da Sua Vida” nos traz. Para embarcar, é preciso abrir mão das amarras da lógica e se permitir sentir - carregar consigo seus melhores sentimentos, deixar a razão em segundo plano e preparar-se para uma experiência repleta de emoções intensas. No romance com direção do sul-coreano Kogonada, reconhecido por seu olhar poético, além de uma filmografia extensa na qual se destacam condução de filmes e séries, como da produção Pachinko (AppleTV+, 2022-atual), alia sua sensibilidade ao roteiro do cinco vezes indicado ao Emmy Seth Reiss (O Menu, 2022), criando uma trama que combina surrealismo e humanidade em doses generosas.

Trata-se de um filme que deve ser sentido antes de ser compreendido, uma obra que convida o espectador a mergulhar de corpo inteiro na experiência. No elenco, nomes de peso dão vida aos protagonistas: Margot Robbie interpreta Sarah, enquanto Colin Farrell assume o papel de David. Juntos, eles protagonizam uma história de encontros e desencontros que mais parece guiada pelo acaso, ou quem sabe pelo destino.

A narrativa se inicia em um casamento onde, curiosamente, nenhum dos dois gostaria de estar. Para David, o dia já havia começado de maneira turbulenta, quase o levando a desistir da longa viagem até a cerimônia. Ainda assim, algo maior parecia empurrá-lo naquela direção, como se sinais invisíveis estivessem espalhados pelo caminho, esperando apenas que ele tivesse olhos atentos para enxergá-los. Sarah, por sua vez, encontra em David alguém que desperta sua curiosidade, mas o primeiro encontro não culmina em um clichê romântico. Eles não dançam juntos na festa, afinal, David é convicto em sua recusa e não se deixa levar pela música.

No entanto, o destino tem seus próprios métodos. Ao voltar para casa, o carro de Sarah apresenta problemas e é justamente nesse momento que uma “inteligência artificial” peculiar, com ares de guardiã do inevitável,intervém, encontrando um jeito engenhoso de unir novamente os caminhos de Sarah e David. O que parecia apenas mais um contratempo revela-se o início de uma aventura romântica, fantástica e transformadora, que questiona o acaso, a escolha e a própria noção de como a vida pode ser vivida.

Crédito de Imagens: © Sony Pictures
Colin Farrell e Margot Robbie são ambos Oscar Nominee's e já deram vida a personagens icônicos da DC Comics no cinema: Farrell como Oz/Pinguim e Robbie como Harley Quinn.


A partir desse reencontro improvável, o caminho de Sarah e David deixa de ser apenas físico e ganha contornos mágicos e surreais. O que começa como uma simples viagem de volta para casa logo se transforma em uma travessia extraordinária, onde a realidade se dissolve em cenários inimagináveis. Portas misteriosas surgem no meio do nada, abrindo passagens para mundos interiores e lembranças esquecidas. Cada porta atravessada os conduz a momentos marcantes, alguns repletos de ternura, outros carregados de dor e tragédia, todos guardando ecos das escolhas e pessoas que moldaram suas vidas.

Pouco a pouco, os protagonistas compreendem que aquela jornada não é apenas uma aventura romântica, mas uma espécie de terapia existencial. Ao revisitar suas memórias e emoções, Sarah e David se deparam com feridas mal cicatrizadas, arrependimentos sufocados e decisões nunca plenamente digeridas. É nesse processo de confronto íntimo que descobrem não apenas um ao outro, mas também a si mesmos.

O público, por sua vez, é convidado a embarcar nessa mesma reflexão. Como em uma sessão de terapia coletiva, a trama tem aforça o suficiente para impulsionar os espectadores e espectadoras a reavaliar a própria trajetória: os vínculos afetivos, as escolhas aparentemente pequenas, os encontros que mudaram destinos inteiros. O filme sugere que, por mais insignificantes que pareçam, todas as decisões carregam peso e deixam marcas, moldando o que somos hoje. O que vem à tona pode ser belo ou desconfortável, doce ou amargo, mas é sempre verdadeiro.

Trailer


Ficha Técnica

Título original e ano: A Big Bold Beautiful Journey, 2025. Direção: Kogonada. Roteiro: Seth Reiss. Elenco: Colin Farrell, Margot Robbie, Phoebe Waller-Bridge, Hamish Linklater, Lily Rabe, Billy Magnussen, Shelby Simmons, Jodie Turner-Smith, Lucy Thomas, Kevin Kline, Brandon Perea, Chloe East, Simon Khan. Nacionalidade: Estados Unidos da América e Irlanda. Gênero: Drama, Fantasia, Romance. Trilha Sonora Original: Joe Hisaishi. Fotografia: Benjamin Loeb. Edição: Jonathan Alberts e Susan E. Kim. Figurino: Arjun Bhasin. Direção de Arte: Mary Florence Brown. Design de Produção: Katie Byron. Empresas Produtoras: Columbia Pictures, 30WEST, Imperativa Entertainment, Chapel Place Productions, Original Films. Distribuidora: Sony Pictures Brasil. Duração: 1h30 minutos. Classificação indicativa: 12 anos. 

Um filme profundamente emocionante, embalado por uma trilha sonora inesquecível e por cenários deslumbrantes, dignos de uma verdadeira obra de arte.

Uma experiência feita sob medida para quem aprecia grandes histórias de amor. Prepare-se para se comover — e não se esqueça dos lenços, porque eles serão indispensáveis!

18 de Setembro nos Cinemas!

19a CineBH anuncia programação| 101 filmes latino-americanos em pré-estreias e "O Agente Secreto" na abertura



19a EDIÇÃO DO CINEBH TRAZ 101 TÍTULOS EM PRÉ-ESTREIAS E MOSTRAS TEMÁTICAS COM ENTRADA GRATUITA E ABRE COM  ‘O AGENTE SECRETO’ DE KLEBER MENDONÇA FILHO
 

 

A 19ª edição da CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte vai fazer da capital mineira uma central cinematográfica entre os dias 23 e 28 de setembro de 2025. Com entrada franca, serão exibidos 101 filmes, entre curtas e longas-metragens, sendo 48 longas, 1 média e 52 curtas, distribuídos nas mostras Território, Conexões, Vertentes, Praça, Homenagem, CineMundi, Diálogos Históricos, A Cidade em Movimento, Curtas Contemporâneos, WIP, Cine-Expressão – A Escola vai ao cinema, Mostrinha, além da abertura e um cine-concerto, em 71 sessões de cinema
 
A CineBH é espaço de exibição e reflexão com destaque para a produção latino-americana, promovendo o intercâmbio cultural e artístico entre realizadores e filmes do continente. A programação deste ano conta com narrativas que abordam questões sociais, políticas e culturais ao mesmo tempo em que propõem caminhos estéticos ousados, numa seleção diversificada de obras, muitas delas inéditas no Brasil. A temática central este ano, "Horizontes Latinos: Nós Somos o Nosso Futuro?", reflete sobre a soberania cultural e política do cinema latino-americano e incentiva narrativas que rompam com o eurocentrismo. 

 

Confira os principais recortes de filmes da edição de 2025 da CineBH:
 
 
SESSÃO DE ABERTURA: “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho
O filme mais premiado na competição de Cannes em 2025, “O Agente Secreto” levou prêmios de melhor direção, ator (Wagner Moura) e crítica no evento francês. Sua primeira exibição em Minas Gerais será no Cine-Theatro Brasil, na noite de 23/3, às 20h. 

 

 

RECORTE LATINO-AMERICANO: MOSTRA TERRITÓRIO E MOSTRA CONEXÕES  

A partir do tema “Horizontes Latinos: Nós Somos o Nosso Futuro?”, a 19ª CineBH destaca 16 filmes nas mostras Território (competitiva) e Conexões, com produções de Brasil, Uruguai, México, Equador, Peru, Chile, Argentina, Porto Rico e Colômbia, várias delas em coproduções com países europeus e asiáticos. A seleção privilegia títulos inéditos ou com pouca circulação no Brasil e explorando perspectivas únicas do continente, com curadoria de Cléber Eduardo, Ester Fér, Leonardo Amaral e Mariana Queen Nwabasili. A Mostra Território chega ao terceiro ano competitivo com filmes desafiadores, nos limites da linguagem e de realizadores de até três longas-metragens no currículo. Já a Conexões, novidade desta edição, destaca a inventividade em formas amplas e serve de ampliação do panorama no continente a partir da visão dos curadores.

 

Território 

·       “Bienvenidos Conquistadores Interplanetários y Del Espacio Sideral” (Colômbia, Portugal, 2024), de Andrés Jurado, 95 min

·       “Chicharras” (México, 2024), de Luna Marán

·       “Huaquero” (Equador, Peru, Romênia, 2024), de Juan Carlos Donoso Gómes

·       “Movimento Perpétuo” (Brasil, 2024), de Leandro Alves

·       “Punku” (Peru, Espanha, 2025), de J. D. Fernández Molero

·       “Queimadura Chinesa” (Uruguai, Brasil, 2025), de Verónica Perrota

·       “Uma casa com dois cachorros” (Argentina, 2025), de Matías Ferreyra

 

Conexões 

·       “Álbum de família” (Argentina, 2024), de Laura Casabé

·       “Cais” (Brasil, 2025), de Safira Moreira

·       “Crónicas del absurdo” (Cuba, 2024), de Miguel Coyula

·       “Memória Implacable” (Chile, Argentina, 2024), de Paula Rodríguez  

·       “Notas sobre um desterro” (Brasil, 2025), de Gustavo Castro

·       “Todo documento de civilización” (Argentina, 2024), de Tatiana Mazú González  

·       “Todo parecía posible” (Porto Rico, Estados Unidos, 2024), de Ramón Rivera Moret  

·       “Un cuento de pescadores” (México, 2024), de Edgar Nito  

 

 

MOSTRA VERTENTES  

Criada no ano passado para abrigar filmes brasileiros de destaque em festivais do país, em 2025 a Vertentes se ampliou para um recorte mais geral de produções contemporâneas realizadas no país, sendo assim uma seção representativa da diversidade nacional. Sejam suas trajetórias em festivais, trajetória de seus realizadores ou expectativa gerada em torno das obras, a seleção reflete caminhos criativos em andamento, narrativas que exploram conflitos, transformações e descobertas multifacetadas. A curadoria é de Marcelo Miranda e Rubens Fabrício Anzolin e conta com pré-estreias, todas inéditas em Belo Horizonte.

 

·       “A Voz de Deus” (2025), de Miguel Antunes Ramos

·       “Apenas Coisas Boas” (2025), de Daniel Nolasco  

·       “Aqui não Entra Luz” (2025), de Karoline Maia

·       “Assalto à Brasileira” (2025), de José Eduardo Belmonte

·       “Enquanto o Céu não me Espera” (2025), de Christiane Garcia  

·       “Enterre seus Mortos” (2024), de Marco Dutra  

·       “Meu Pai e Eu” (ES, 2024), de Thiago Moulin

·       “Morte e Vida Madalena” (2025), de Guto Parente 

·       “Nosferatu” (2025), de Cristiano Burlan 

·       “Paraíso” (2025), de Ana Rieper

·       “Um Minuto é uma Eternidade para Quem está Sofrendo” (2025), de Fábio Rogério e Wesley Pereira de Castro

·       “Verde Oliva” (2025), de Wellington Sari

 

 

MOSTRA HOMENAGEM  

O tributo da 19ª CineBH será ao ator mineiro Carlos Francisco, uma das presenças mais marcantes e carismáticas do cinema brasileiro contemporâneo. Celebrado por sua versatilidade, Carlos iniciou a carreira no teatro amador nos anos 1980, fundou o Grupo Folias em São Paulo e estreou no cinema em 2005 com “O Casamento de Romeu e Julieta”. Sua atuação é marcada por gestos sutis, domínio corporal e transmissão de solidez paterna aliada à vulnerabilidade. Tornou-se mundialmente conhecido por suas participações especialmente em “Bacurau” (2019), “Marte Um” (2021) e “Estranho Caminho” (2023). A celebração a Carlos Francisco acontece na noite de 23 de setembro, no Cine Theatro Brasil Vallourec, com a presença do ator e a exibição do filme de abertura “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, no qual Carlos atua ao lado de Wagner Moura. Outros filmes com sua presença na programação são “Enterre seus Mortos” e “Suçuarana”. Especialmente em sua homenagem estão em exibição:

 

Longas:

·       “Marte Um” (Minas Gerais), de Gabriel Martins

·       “Estranho Caminho” (Ceará), de Guto Parente  

 

Curtas: 

·       “A Máquina Infernal”, de Francis Vogner dos Reis

·       “Nada”, de Gabriel Martins

·       “Um Homem que Voa: Nelson Prudêncio”, de Maurílio Martins e Adirley Queirós

 

 

MOSTRA DIÁLOGOS HISTÓRICOS  

Em 2025 a Diálogos Históricos, recorte da CineBH que expande os conceitos de outras mostras e da temática a partir de uma pequena seleção de títulos com debates, faz um destaque-homenagem ao dominicano Nelson Carlo De los Santos Arias. Jovem em idade e experiente em realizações, Nelson tem obras emblemáticas que o tornam um dos nomes mais singulares do continente. Nascido em 1985 em Santo Domingo, Nelson formou-se em Cinema pela CalArts e ganhou projeção com filmes que rompem convenções narrativas por sua visão decolonial e pluralidade cultural caribenha. Com curadoria de Marcelo Miranda e colaboração de Cléber Eduardo, a seleção exibe quase toda a obra de Nelson ao longo de três dias. Todas as sessões vão ter a presença do cineasta, que irá conversar com os espectadores.

 

·       “Canciones de Cuna” (2014) 

·       “Cocote” (2017)  

·       “Pareces una carreta de esas que no la para ni lo’ bueye” (2013)  

·       “Santa Teresa y Otras Historias” (2015) 

 

MOSTRA CINEMUNDI  

Celebrando os 16 anos do Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, com curadoria de Pedro Butcher, o recorte exibe filmes cujos primeiros projetos passaram pelo programa de coprodução, realizado anualmente em Belo Horizonte. Tendo firmado parcerias no país e no exterior, todos eles vêm tendo ampla repercussão no cenário mundial em anos recentes.

 

·       “A Natureza das Coisas Invisíveis” (DF, 2025), de Rafaela Camelo, 90 min  

·       “A Vida Secreta dos Meus Três Homens” (PE, 2025), de Letícia Simões, 75 min  

·       “As Muitas Mortes de Antonio Parreras” (RJ, 2024), de Lucas Parente, 65 min  

·       “Nimuendajú” (MG, 2024), de Tania Anaya, 85 min  

·       “Suçuarana” (MG, 2024), de Clarissa Campolina e Sérgio Borges, 85 min  

 

 

MOSTRA PRAÇA  

A Mostra Praça acontece a céu aberto na Praça da Liberdade, integrando o cinema à paisagem urbana de Belo Horizonte. Para este ano, o foco está na música como elemento de ligação entre os filmes, com ritmos a compor corpos, memórias e narrativas e a ampliar a experiência coletiva. Cada filme traduz a musicalidade como forma de resistência, invenção lúdica ou conexão cultural.

 

·       “Lagoa do Nado - A Festa de um Parque” (MG, Brasil, 2025), de Arthur B. Senra

·       “Milton Bituca Nascimento” (Brasil, 2025), de Flávia Moraes

·       “Ritas” (Brasil, 2025), de Oswaldo Santana e Karen Harley 

 

Além disso, o cine-concerto “Tela Sonora” vai unir uma pequena série de curtas-metragens de animação brasileiros para toda a família à música eletrônica ao vivo do francês Jérôme Lopez. 

 

 

MOSTRA A CIDADE EM MOVIMENTO  

Com produções independentes de Belo Horizonte e região metropolitana em diálogo direto com a vivência nas cidades, a curadoria de Bruna Piantino adotou o tema “Um lugar ao sol”, numa reflexão sobre ocupar o lugar de direito, reconhecer a pluralidade de subjetividades e abrir espaço para relações não convencionais entre corpos que se transformam ao sonhar novos cenários de vida. Serão 13 filmes, entre curtas e longas-metragens, em sessões temáticas com rodas de conversa sobre maternidade solo, corpo-território, existências trans, arte e desejo e entrelaços geracionais, com a presença de convidados.

 

Curtas:

·       “Babilônia”, de Duda Gambogi 

·       “Carlito(s)”, de Pedro Rena

·       “Escuta pra cê vê”, de Arthur Medrado e Thamira Bastos

·       “Não Quero ser Capeta, Não!”, de Duna Dias e Leonardo Augusto 

·       “Pandeminas”, de Ben-Hur Nogueira

·       “PPL é Quem?”, de Ludmilla Cabral 

·       “Ressaca”, de Pedro Estrada; “Mandinga”, de Mariana Starling  

·       “Tudo o que Quiser”, de Mariana Machado 

·       “Um Ato de Corpo Inteiro”, de Marianna Fagundes 

·       “Vidas (ou)vidas – Yusuf”, de Luís Evo

 

Longas: 

·       “Lagoa do Nado - A Festa de um Parque”, de Arthur B. Senra

·       “Sou Amor”, de André Amparo e Cris Azzi 

MOSTRA DE CURTAS-METRAGENS

Os 18 curtas-metragens selecionados por Rubens Fabricio Anzolin foram agrupados em quatro sessões, com obras que exploram poéticas singulares de se relacionar com o mundo. São filmes sobre o território e o Brasil, desviando do realismo puro para mergulhar em texturas, experimentações e brechas narrativas. Diminuir os ritmos, subverter os campos, esticar durações e oferecer sensações amalgamadas e deformadas é aquilo que parece estar em jogo nestes filmes. Assistir a essas produções é se conectar com trabalhos de diversos estados, que utilizam a linguagem para refletir questões políticas contemporâneas, mantendo o compromisso de reinventar, com mais ou menos recursos, uma linguagem da brevidade.

 

·       "Aparição", de Camila Freitas

·       "Bailinho", de Gabriel Vieira de Mello

·       "Confluências", de Dácia Ibiapina

·       "Desvios Diários: Domingo", de Bruno Risas

·       "Dois Nilos", de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro

·       "Entre Aulas", de Marizele Garcia

·       "Goiânia: Notas Pendulares sobre a Metrópole", de O. Juliano Gomez

·       "Jamais visto", de Natália Reis 

·       "Kabuki", de Tiago Minamisawa

·       "Lagoa Armênia", de Leonardo da Rosa

·       "Mãe do Ouro", de Maick Hannder

·       "Marmita", de Guilherme Peraro

·       "Moscou", de Victória Correa Silva

·       "Pequeno B", de Lucas Borges

·       "Sebastiana", de Pedro de Alencar

·       "Sutura", de Felipe Fuentes e Miller Martins

·       "Terra Mãe Mãe Terra", de Júlia Mattar

·       "Três", de Lila Foster

MOSTRINHA 

Para toda a família, tem a Mostrinha de Cinema, com sessões no Cine Petrobras na Praça e no Cine Santa Tereza. As sessões serão acompanhadas pelos personagens da Turma do Pipoca e intervenções circenses. E o programa Cine-Expressão – A Escola vai ao cinema, conta com a curadoria de Ramina El Shadai com oferta de sessões cine-escola, seguidas de cine-debates com exibição de filmes brasileiros entre longas e curtas, programados para atender estudantes por faixas etárias (5 a 7 anos, 8 a 10 anos, 11 a 13 anos e a partir de 14 anos) no Teatro de Câmara Cine Theatro Brasil e Cine Santa Tereza. As sessões são destinadas às escolas inscritas previamente pelo site cinebh.com.br.

Mostrinha

·       "Menino Gepeto", de Cláudio Constantino e Rafael Guimarães

·       "Sacis", de Bruno Bennec

·       "Sobre Amizades e Bicicletas", de Julia Vidal

PROGRAMA ONLINE

Diversos títulos da Mostra A Cidade em Movimento da 19ª CineBH estarão disponíveis na programação online que poderá ser acessada gratuitamente na plataforma do evento cinebh.com.br. Além disso, um recorte especial de filmes vão compor uma seleção na plataforma IC Play, numa parceria com o Itaú Cultural: https://www.itauculturalplay.com.br/, no período de 29 de setembro a 13 de outubro.

 

***

A 19ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte e o 16º Brasil CineMundi integram o Cinema sem Fronteiras 2025 – programa internacional de audiovisual idealizado pela Universo Produção e que reúne também a Mostra de Cinema de Tiradentes (centrada na produção contemporânea, em janeiro) e a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto (que difunde o audiovisual como patrimônio e ferramenta de educação, em junho).

***

SERVIÇO 

19a CINEBH - MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE BELO HORIZONTE

16º BRASIL CINEMUNDI – ENCONTRO INTERNACIONAL DE COPRODUÇÃO 

23 a 28 de setembro de 2025 | PROGRAMAÇÃO GRATUITA

Fundação Clóvis Salgado (Cine Humberto Mauro, Sala João Ceschiatti, Sala Juvenal Dias, Jardim Interno e Jardim do Parque); Cine Theatro Brasil (Grande-Teatro e o Teatro de Câmara), Sala de cinema do Minas Tênis Clube, Cine Belas Artes, Cine Santa Tereza, Teatro Sesiminas, Praça da Liberdade e Casa da Mostra

 

LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA 

ESTE PROJETO É REALIZADO COM RECURSOS DA LEI MUNICIPAL DE INCENTIVO À CULTURA DE BELO HORIZONTE 

 

Patrocínio Master: Petrobras

Patrocínio: Rede Mater Dei de Saúde, Prefeitura de Belo Horizonte, Codemge/Governo de Minas Gerais 

 

Idealização e realização: UNIVERSO PRODUÇÃO 

MINISTÉRIO DA CULTURA | GOVERNO FEDERAL UNIÃO E RECONSTRUÇÃO