segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Utopia

Utopia é uma produção do canal inglês E4 (mesmo de Skins, My Mad Fat Dairy e Misfits). A série estreou no começo de 2013 de forma tímida. Inclusive, acredito que pouca gente fora do UK a conheça. O que é uma pena.... enfim, li sobre ela quando estreou, achei legal a sinopse e por isso comecei a ver o piloto, mas não tava muito no clima para ver nada e desisti. Porém, depois de ver a noticia de que a série terá uma versão americana, decidi assistir de novo o piloto. Não sei se o remake irá prestar, mas pelo menos já serviu para me fazer dar uma chance a essa série f... quer dizer, excelente!

Ficha técnica de "Utopia"

Criada por: Dennis Kelly (Pulling)
Canal: E4
Temporadas: 1 (por enquanto)
Episódios: 6
Elenco: Fiona O'Shaughnessy (Alexandre), Alexandra Roach (Anna Karenina), Nathan Stewart-Jarrett (Misfits), Adeel Akhtar (O Ditador), Paul Higgins (Hope Springs), Oliver Woollford, Neil Maskell (Desejo e Reparação) e Emilia Jones (Um Dia).

A premissa é bem interessante. Na história, um cientista esquizofrênico pouco antes de morrer produziu uma graphic novel underground chamada "The Utopia Experiments" que aparentemente descreveu um desastre biológico antes dele acontecer. Anos depois um grupo nerd - que inclui uma médica, um técnico de computadores, um hacker e um menino de 11 anos - descobre a existência de uma segunda parte da revista e então acabam envolvidos em uma conspiração na qual eles jamais esperavam. Acontece que os eventos narrados em Utopia eram mesmo reais e eles agora - com a ajuda de uma menina perturbada chamada Jessica Hyde - têm que fugir de uma organização, The Network, que quer caçá-los para conseguir a revista, pois ela contem segredos que podem mudar o mundo para sempre.   


Enfim, achei a ideia da série super original! O que não seria nada se o desenvolvimento dessa ideia fosse ruim. Além de criativa, a trama é muito bem pensada e escrita, sem deixar (quase) nenhuma ponta solta. Ao longo dos episódios, - alguns com mais ação, outros com menos, mas nunca parados - respostas vão sendo dadas e reviravoltas vão acontecendo e elas são sempre surpreendentes. Mesmo aquelas que estavam na cara e você não percebeu! São seis episódios onde quase tudo é resolvido, mas que obviamente acaba com um cliffhanger daqueles... que é para nos deixar ainda mais ansiosos pela segunda temporada (que estreará ainda este ano).

A estética da série é deslumbrante. O uso das cores primárias (principalmente o amarelo) é muito interessante, pois recebem destaque e assim fazem o visual da produção aproxima-se de fato de uma graphic novel (pelo menos eu acho). Ah, e as cenas em campo aberto, que abrem quase todos os episódios, são maravilhosas! Anyway, a fotografia da série deveria receber prêmios... Outra coisa muito boa é a trilha sonora.






 "The network's the enemy, but what if the enemy is right?"

Os personagens - em sua maioria - são ótimos. Complexos, inconsistentes e fascinantes, você nunca sabe as reais intenções de ninguém ou do que ele/a é capaz. Tanto que não há heróis e vilões na trama; apenas protagonistas e antagonistas. O propósito dos antagonistas - embora eles usem meios cruéis para conseguirem alcançar seu objetivo - discute algo bem atual, uma questão na nossa sociedade que faz  muito sentido e por isso as vezes você se pega pensando se eles não teriam pelo menos um pouco de razão ou se você deveria mesmo estar torcendo contra eles (só para saberem, apoio os protagonistas!).

Para terminar, embora eu recomende muito a série, preciso avisar que ela é um pouco pesada na questão da violência. Inclusive, ela recebeu muitas criticas da imprensa por isso, principalmente por ter duas crianças em seu elenco que estão presentes em muitas cenas violentas.

PS: O remake americano vai ser transmitido pela HBO. Tenho receios quanto a ele já que vão ter que esticar a história um bocado para caber em 12/13 episódios... mas pelo menos tem grandes nomes envolvidos no projeto! David Fincher vai produzir e dirigir o piloto da série enquanto o roteiro vai ser escrito por Gillian Flynn (sim, a autora e roteirista de Garota Exemplar). Espero que faça jus à produção original!

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