domingo, 20 de janeiro de 2019

Eu Sou Mais Eu


Existem certos tipos de histórias que já foram contadas dezenas, ou talvez, centenas de vezes no cinema. Muitas delas seguindo um gênero mais romântico, milhares delas com um tom de aventura. 

E apesar de muitos desses filmes terem uma base parecida, o objetivo deles sempre foi e é fazer algo diferente. Revelar enredos inimagináveis e totalmente inusitados. Pegue como exemplo 'Encontros e Desencontros (Lost in Translation) e A Forma da Água' (comentário aqui). Produções que, de certa forma, tentam falar de amor, além de outros assuntos, porém, a cada detalhe ou frame é revelado que o rumo da trama vai seguir de jeitos e formas imensamente distinta. Então, mencionar seu fator em comum, o amor, talvez seria quase um exagero. 

Mas nem todos os filmes conseguem seguir este raciocínio. Existem também aqueles que recortam um tema batido e não o pioram ao tenta trazer algo novo acabando por ganhar a descrição de 'é só mais um daquele gênero'. E Eu sou mais eu, de Pedro Amorim, sofre exatamente desse mal.

A tentativa de filme conta a história de Camilla Mendes (Kéfera Buchmann), uma cantora pop extremamente famosa que deixou a fama e riqueza subirem à cabeça, e que acaba vivendo uma vida luxuosa mas sem nenhuma moral, ética ou educação mesmo. Isso tudo muda quando uma fã, de algum jeito, acaba fazendo com que ela volte para o passado no qual a famosa era apenas uma adolescente estranha, descabelada e sem nenhuma luxúria para refletir um pouco sobre a vida.

Se você já assistiu alguma produção com uma premissa parecida, essa descrição já te diz para parar por ai e nem sequer dar uma chance à ela. E esse é o maior pecado de 'Eu Sou Mais Eu' - não instiga e não agrega nada novo, muito menos se distingue. Ademais, se torna mais uma película sem reflexão profunda e perde todo o sentido que queria parecer dar ao ir pelo gênero de “adulto ruim volta à infância para aprender a não ser ruim.”  Lembram do sensacional 'De Repente 30? NÃO CHEGA NEM PERTO. Infelizmente.



Ficha Técnica

Título original: Eu Sou Mais Eu, 2019. Direção: Pedro Amorim. Roteiro: Angélica Lopes e L.G Bayão. Elenco: Kéfera Buchmann, João Côrtes, Giovanna Lancellotti, Flávia Garrafa, Arthur Kohl, Marcella Rica , André Lamoglia. Participação especial: Felipe Titto. Trilha sonora original: Instituto, Tami Belfer e Thiago Liguori. Direção Fotografia: Helcio Alemão Nagamine, ABC. Direção de Arte: Karen Araújo. Figurino: Diogo Costa. Caracterização: André Anastácio. Produção Musical: Rodrigo Lima. Som Direto: Lia Camargo. Supervisão de Edição de Som: Miriam Biderman, ABC. Montagem: Gustavo Vasconcelos. Mixagem: Ariel Henrique. Desenho de Som: Ricardo Reis, ABC. Produção: Lara Guaranys, Marcus Baldini, Gustavo Munhoz, Abrão Scherer e Marcos Scherer. Produção executiva: Lara Guaranys e Mauro Pizzo. Produtora associada: Kéfera Buchmann. Coordenação de Pós-Produção: Daniel Boesel e Beto Bassi. Produtora: Damasco Filmes, Universal Pictures. Distribuidora: Imagem Filmes

Porém, contudo, todavia, e mais uma vez: é importante lembrar que este nunca precisou tentar fazer algo novo ou sequer querer fazer. Afinal, ele não foi idealizado para agradar cinéfilos com cabelos brancos, mas sim adolescentes ainda em tempo de escola - mire ainda nos seguidores da influencer/youtuber/atriz Kéfera Buchmann.

Mas e ai tem alguma coisa que dá pra tirar dele? ah, então, há uma forte mensagem anti-bullying, fortalecendo a ideia de que o público que vai assistir sofre tais dramas na vida. Fora que você se sente em 2004 e como aquele sim foi um bom ano, vai ser interessante para aqueles que nunca o viveram, tentar sentir tal emoção. 

Então, as chances se você realmente se interessa em sair de casa e pagar pelo ingresso, pode ser que você goste, mas pode ser que não. Ainda assim tenha em mente que se não curtiu o que leu aqui provavelmente não vai aproveitar muito a sessão.

Trailer

HOJE NOS CINEMAS

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