Corra Que A Policia Vem Aí! (2025)

 

David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker criaram, em 1982, uma série de seis episódios para a televisão americana intitulada “Police Squad”. A proposta eram paródias policiais recheadas de jogos de palavras e piadas visuais, zombando dos dramas investigativos da época. Estrelada por Leslie Nielsen como o tenente-detetive Frank Drebin, ator falecido em 2010, a produção foi cancelada por um motivo inusitado: “os espectadores precisavam prestar muita atenção para entender o humor” — ou, como resumiram os produtores, “era preciso assistir para apreciá-lo”. 

O sucesso veio depois, com a trilogia “The Naked Gun” (1988–1994), onde o formato cinematográfico potencializou as piadas visuais e resultou em comédias com ritmo teatral. Mais de 30 anos depois, chega aos cinemas uma nova versão de “Corra que a Polícia Vem Aí”, agora com Liam Neeson como o filho do tenente Frank Drebin. Frank Drebin Jr. que seguiu os passos atrapalhados do pai e se tornou um policial renomado, famoso por capturar criminosos de maneiras nada convencionais.

As piadas mantêm o humor escrachado e nonsense dos filmes originais, explorando situações cotidianas (“Aceita um café?”) e trocadilhos de cunho sexual que funcionam muito bem na dublagem em português. Nesta nova versão, os roteiristas Dan Gregor, Doug Mand e Akiva Schaffer moderaram o conteúdo, e, em certo momento, um personagem comenta que “o mundo já não é mais o mesmo, está mais chato” — reflexo do cuidado para não ofender ou ser “cancelado” (com direito até a uma piadinha sobre “aquele que não tem mundial”). A direção acerta nas tomadas rápidas, nos jogos de imagem e nas referências espalhadas por todo o filme, incluindo citações às produções anteriores.

Crédito de Imagens: © 2025 Paramount Pictures.

O diretor Akiva Schaffer é responsável pelo maravilhoso e fora de série "Tico e Teco - Defensores da Lei", de 2022, que está disponível no Disney+.

A trama começa com um assalto a banco aparentemente sem sentido, já que o alvo não era o dinheiro, mas um dispositivo guardado em um cofre. O vilão da vez é o CEO Richard Kayne (Danny Huston), que, no estilo Elon Musk, planeja usar a engenhoca para levar a população ao caos e assim reiniciar uma raça utópica de “caras poderosos e corretos, com valores tradicionais”. Em suas investigações atrapalhadas, Drebin conhece a sedutora Beth Davenport (Pamela Anderson), em busca de justiça pela morte suspeita de seu irmão. Um romance hilário surge entre os dois (e as notícia chegam de que na realidade também).

A dupla seguirá juntas para desvendas os mistérios que cercam os últimos ocorridos, mas Drebin fará de um tudo, inconscientemente, para se autoprejudicar e deixar a sua chefe enlouquecida com seu trabalho super atento e dedicado.

Trailer

Ficha Técnica

• Título Original e Ano: The Naked Gun , 2025. Direção: Akiva Schaffer. Roteiro: Akiva Schaffer; Dan Gregor; Doug Mand. Elenco: Liam Neeson, Pamela Anderson, Paul Walter Hauser, Kevin Durand, Danny Huston, Liza Koshy, Moses Jones, Eddie Yu, Chase Steven Anderson, Michael Beasley, CCH Pounder, Cody Rhodes. Gênero: Comédia, Policial, Ação. Nacionalidade: Estados Unidos. Trilha Sonora Original: Lorne Balfe. Fotografia: Brandon Trost. Edição: Brian Scott Olds. Design de Produção: Bill Brzeski. Direção de Arte: Artie Contreras, Desma Murphy e Brian Stultz. Figurinista: Betsy Heimann e Maria Tortu. Empresas Produtoras: Paramount Pictures; Domain Entertainment; Fuzzy Door Productions, Quebec Film and Television Tax Credit. Distribuidora: Paramount Pictures Brasil. Duração: 1h25min. 

Vale esperar até o fim dos créditos para ver que o filme continua também ali. Aliás, neste momento se ouve a música romântica que Drebin compôs para sua amada. A trilha sonora, por sinal, também é divertida, incluindo até Only Time, de Enya, e a atriz Pamela Anderon também canta uma música em ritmo de jazz bem amalucada em certo momento da comédia.

Esta nova versão deve conquistar o público atual com seu humor leve e despretensioso, além de servir como um adorável “remember” para quem riu à beça com os clássicos.

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