Após o inesperado sucesso do thriller de Horror ‘Noites Brutais’ (que havia sido rejeitado por diversos estúdios anteriormente), o diretor e roteirista Zach Cregger conquistou a atenção da indústria. Com todos os olhos nele, era apenas questão de tempo até produtoras de Hollywood começarem a brigar por seu próximo projeto. Os direitos de ‘A Hora do Mal’ foram arrematados pela New Line Cinema por impressionantes 38 milhões de dólares num leilão disputado que envolveu diversas majors do mercado hollywoodiano. Dentre os players interessados estava a produtora do cineasta Jordan Peele, a Monkeypaw Productions. Logo após a disputa comercial, Peele se separou da equipe de empresários que perdeu a negociação. Não há confirmação oficial se os fatos estão relacionados, mas basta assistir ‘A Hora do Mal’ pra entender que Jordan Peele teria todas as razões do mundo para reagir de tal forma.
A população da cidadezinha de Maybrook se desespera com um inexplicável desaparecimento. Numa madrugada aparentemente comum, dezessete crianças saíram ao mesmo tempo de suas casas e nunca mais foram vistas. Em comum entre elas, o fato de serem todas da mesma turma na escola, alunas da professora Justine Gandy (Julia Garner). No desespero por respostas, pais e mães passam a acusar Justine de ter alguma ligação com o sumiço do grupo, do qual apenas um único aluno, Alex (Cary Christopher), saiu ileso. Insatisfeito com a lenta ação da polícia, o pai de um dos desaparecidos, Archer (Josh Brolin), inicia uma investigação por conta própria. As histórias destes e outros personagens se interconectam numa teia de situações cada vez mais sombrias e sangrentas.
Trailer
Ficha Técnica
- Título Original e Ano: Weapons, 2025. Direção e Roteiro: Zach Cregger. Zach Cregger. Elenco: Josh Brolin, Julia Garner, Cary Christopher, Alden Ehrenreich, Austin Abrams, Benedict Wong, Amy Madigan, Melissa Ponzio, Whitmer Thomas, Toby Huss, June Diane Raphael,Cary Christopher, Sarah Kopkin, Sergio Duque. Gênero: Mistério. Terror psicológico. Nacionalidade: Estados Unidos da América. Trilha Sonora Original: Ryan Holladay, Hays Holladay e Zach Cregger. Fotografia: Larkin Seiple. Edição: Joe Murphy. Design de Produção: Tom Hammock. Figurinista: Trish Sommerville. Direção de Arte: Cameron Beasley. Empresas Produtoras: Subconscious, Vertigo Entertainment, Boulderlight Pictures, New Line Cinema, Warner Bros. Distribuidora: Warner Bros. Pictures. Duração: 2h08min. Estreia no Brasil: 7 de agosto de 2025. Classificação Indicativa: Não recomendado para menores de 18 anos.
O longa de horror confirma a excelência de Zach Cregger como roteirista. Em seu segundo filme solo, prova sua capacidade de construir histórias instigantes e personagens relacionáveis que, apesar de não serem exatamente profundos, oferecem uma boa dose de sinceridade e humanidade para que o público aceite ser conduzido sem titubear por este universo medonho… e por vezes ridículo! Sim, algo que Cregger acertadamente traz de seu hit ‘Noites Brutais’ são as deliciosas doses de humor sombrio. Tais elementos poderiam destoar do clima de terror proposto pela história, mas acabam até mesmo por agravar os momentos de tensão quando estes surgem. Além disso, a produção equilibra muito bem as nuances de sua trama entrecortada por diferentes núcleos em capítulos, proporcionando vislumbres de acontecimentos por perspectivas diferentes e apresentando aos poucos um cenário imprevisível que tira proveito da longa duração do filme para explorar as possibilidades fantásticas da atmosfera bizarra arquitetada. A concretização de tudo isso, é claro, se deve a um fato bastante importante: Zach Cregger é também um ótimo diretor.
Enquanto em ‘Noites Brutais’ os espaços claustrofóbicos de uma casa (e dos túneis abaixo dela) ditavam os rumos da narrativa, ‘A Hora do Mal’ provê toda uma cidade para Cregger surtar e brilhar. Corredores e ruas são filmados como lugares amaldiçoados, a chuva e o anoitecer parecem reações da cidade a uma presença indesejada. O medo e o mistério estão presentes até quando não há nada de errado acontecendo em tela. Com um ótimo olho para sequências de suspense e ação, Cregger dirige sequências tensas e aterrorizantes com convicção de veterano, extraindo ao máximo da excelente direção de fotografia e edição certeira. A firmeza do cineasta é perceptível também através da direção do elenco, uma coleção de performances notáveis que conferem ao enredo uma autenticidade espontânea que é um dos pilares de sustentação do longa. Destaques para as atuações de Julia Garner, como a professora calorosa e enxerida que passa a ser perseguida após sua turma ser abduzida pelo desconhecido, e Amy Madigan, como a extravagante Gladys, tia de Alex.
Crédito de Imagens: Photo Courtesy Warner Bros. Pictures / © 2025 Warner Bros. Entertainment Inc. All Rights Reserved.
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Fazendo jus às expectativas, ‘A Hora do Mal’ provavelmente vai manter público, crítica e indústria atentos à carreira de Zach Cregger. Ao mesmo tempo que soa como algo que Stephen King teria escrito em seus melhores momentos, o longa também apresenta um frescor criativo inusitado que é um verdadeiro presente para fãs do Horror. Uma das maiores surpresas do ano, vai deixar o público na beira da poltrona de apreensão e angústia.
Nota da Editora: Cregger tem em seu curriculo inúmeros títulos como ator, desde curtas, séries de tevê, animações e filmes. Na direção, surpreende também em diversas áreas e está chamando a atenção.
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