A Sogra Perfeita 2, de Cris D’amato e Bianca Paranhos

 

Depois de sentir o gosto da liberdade, Neide não quer mais se prender a ninguém. Em "A Sogra Perfeita 2”, longa-metragem dirigido por Cris D’amato e Bianca Paranhos. O filme apresenta com muito humor, reflexões sobre a liberdade feminina e o poder da amizade entre as mulheres.

Enquanto no primeiro longa, Neide, interpretada brilhantemente por Cacau Protásio (da série Vai Que Cola. 2013 - atual), fez de tudo para arranjar a mulher perfeita para que o filho saísse de casa e se casasse, nesta sequência, a empresária não quer assumir esse compromisso novamente. Afinal, Neide é uma mulher que desejou tanto a independência, que para ela estava perfeito ter um namoro sem dar esse próximo passo. Mas o orgulho de não precisar de outras pessoas em sua vida e a falta de equilíbrio em ver o quão só ela poderia se tornar, afastou todos de si. Não só o namorado que a pediu em casamento, Oliveira, interpretado por Marcelo Laham, como a melhor amiga, Sheyla, vivida pela sempre hilária Evelyn Castro.

A produção acompanha a jornada de uma mulher que redescobre o valor de quem nunca esteve sozinha. Pois apesar de independente, amigos e família são necessários visto trazerem conexões e afeto. Essa sequência retrata a vida de Neide, dona de um salão bem sucedido que estava em um relacionamento perfeito para os seus termos, até que foi surpreendida com um pedido inusitado. A amiga, Sheyla, dona de um salão masculino, não entende o porquê da negativa pois sonha em se casar - embora desconfie de homens bonitos e “perfeitos” demais que se interessam por ela. E enquanto as duas se preparam para disputarem juntas um campeonato de cabeleireiros, a família portuguesa do “noivo” chega precipitadamente no Brasil para celebrar o noivado, sem saberem que o pedido foi negado.

No meio de toda essa confusão, Neide e Sheyla vão disputar juntas contra Richarlyson ou como ele prefere, Richard - arqui-inimigo de Neide. Ele está armando contra ela, mas a cabeleireira não sabe que sua nova assistente está sob ordens do rival. Quem vive Richard é o ator Luis Miranda, com os maniqueísmos de um vilão caricato muito bem vindos aqui.

Para piorar a situação, Neide e Sheyla se desentendem. Já que, ao passo que Sheyla idolatra a amiga, Neide subestima a importância dessa amizade, e acha que a dona da barbearia sempre precisou de ajuda - ao contrário dela, e que elas não são um time. Ela não quer se casar. Ela não tem parcerias. Ela faz tudo sozinha sempre. Com esse muro criado e com os filhos vivendo suas vidas - nem aparecem nesse filme, ela se vê completamente sozinha numa armadilha que fez para si mesma.

Trailer

Ficha Técnica

Título Original e Ano: A Sogra Perfeita 2. 2025. Direção: Cris D’Amato e Bianca Paranhos. Ideia Original: Bia Crespo. Roteiro: Flávia Guimarães. Colaboração de Roteiro: Bia Crespo. Elenco: Cacau Protásio, Evelyn Castro, Marcelo Laham, Ricardo Pereira, Fafy Siqueira, Maria Bopp, Mario Matias, Carolina Borelli, Mestre Ivamar, Pedro Benevides. Participações especiais: Luís Miranda e Lambert. Xande de Pilares. Gênero: Comédia. Nacionalidade: Brasil. Trilha Sonora Original: Tami Belfer. Edição de Som e Mixagem: Ricardo Cutz – 106db Estúdio. Montagem: Bernardo Pimenta, edt. Direção de Fotografia: José Roberto Eliezer, ABC. Direção de Arte: Marghe Pennacchi. Figurino: Alex Brollo. Caracterização: Adriano Manques. Som Direto: Lia Camargo. Produção de Elenco: Alessandra Tosi. Produção Executiva: Eduardo Nasser, Laura Boorhem e Mariana Marcondes. Produzido por: Marcio Fraccaroli, Andre Fraccaroli, Veronica Stumpf. Produção Associada: Rodrigo Castellar, Adrien Muselet. Direção de Produção: Karla Amaral. Coprodução: Globo Filmes, Globoplay e Telecine. Patrocínio: Ecotec Brasil. Produção: Paris Entretenimento. Distribuição: Paris Filmes. Duração: 01h29min.

Os homens na história são bons exemplos de masculinidade saudável, embora sejam estereotipados ao extremo. Mas é uma comédia familiar, e cabe aqui que eles sejam bobos e chorões, e torcem muito pelas mulheres que amam. Inclusive se maravilham com a mudança de atitude da mãe que se redescobre através da rebeldia da nora que não quer se casar. Inclusive, a sogra de Neide, Dona Oliveira, interpretada pela atriz e comediante Fafy Siqueira, tem um arco interessante no longa: no começo ela está pronta para que Neide mude de ideia e aceite se casar - para se livrar dos 200 bem-casados que levou, mas aos poucos, vai descobrir que tem desejos e que nunca é tarde para vivê-los.

O triunfo desse filme está nos laços femininos. Desde as “BFF’s” que se desentendem por puro orgulho até a sogra que aprende com as outras duas o que é ter vontade própria e viver para além do marido (mesmo depois de morto) e dos filhos.

Crédito de Imagens: Paris Entretenimento - Paris Filmes, Divulgação

O primeiro filme chegou aos cinemas ao final de 2020 e conquistou o público

A atuação de Cacau e Evelyn está excelente com o timing humorístico certeiro, equilibrando com os momentos breves de drama. Fafy como a sogra da protagonista voa longe e dá ao espectador o bons momentos para rir e mostra o vigor de sua longa carreira na comédia.

O filme é uma ótima pedida para aproveita este fim de semana com toda a família e na telona do cinema. O tom certo de comédia fará o público ressignificar o que é ser independente e o que é construir um muro ao redor de si que afasta a todos que quiserem se aproximar. Claro, não é uma proposta que entregue uma grande crise de identidade, mas há uma clara tentativa de equilibrar o humor com o retrato da vida de uma mulher que está lutando diariamente para ser alguém que fale por si mesma.

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