quinta-feira, 16 de outubro de 2025

O Último Rodeio, de Jon Avnet

 
                                       Mais um do famigerado selo "Filmes do Bem", da Angel Studios.

Jon Avnet, diretor de “Tomates Verdes Fritos” (1991) e “A Árvore dos Sonhos” (1994), tem se dedicado, nos últimos anos, a trabalhos na tevê, onde comandou séries como “Susanna” (2013) e “Justified” (2010 - 2015). Vencedor do prêmio Franklin J. Schaffner, concedido pelo Instituto de Filmes Americano em 1995, o cineasta segue uma linha de trabalho que se encaixa bem na proposta da Angel Studios - produtora responsável pelo questionável “O Som da Liberdade” (Alejandro Monteverde, 2023). Sua filmografia recente segue um padrão de narrativas centradas em personagens guiados por princípios tradicionais e por uma forte devoção cristã - algo que, em si, não seria um problema, não fosse a forma manipuladora e por vezes perturbadora com que essas tramas são apresentadas ao público.

O diretor, ao lado do parceiro - o ator e roteirista Neal McDonough -, e de Derek Presley (Na Mira do Inimigo, 2022), assina o roteiro de “O Último Rodeio”, filme que acompanha Joe Wainwright (McDonough), um ex-veterano apaixonado pela vida no campo que precisa retornar aos rodeios e montar uma última vez para conseguir uma grande quantia em dinheiro e pagar os cuidados médicos do neto Cody (Graham Harvey), diagnosticado com um tumor grave na cabeça. A filha de Joe, Sally (Sarah Jones), fica sem chão quando tudo acontece e, mesmo mantendo um relacionamento cheio de estranhezas com o pai, precisa reunir toda a força possível para ver o filho bem. Algo inusitado é que Joe, já um senhor de cinquenta e poucos anos, havia parado de montar após um acidente sério, mas tem a ideia de voltar aos rodeios para faturar dinheiro e convida o amigo Charlie (Mykelti Williamson) para acompanhá-lo nessas competições - o que deixa Sally furiosa.

O longa estava previsto para estrear no Brasil em maio deste ano, sua primeira janela, mas acabou sendo transferido de datas e datas e chega somente agora aos cinemas brasileiros. Seguindo o percurso de outros filmes do estúdio cristão, o longa também ganha a distribuição da Paris Filmes por aqui. No Tio Sam, a própria Angel Studios apresentou o filme nas salas, algo inédito, visto que é somente produtora quase sempre. Ao lado dela aparecem como produtoras do filme Brooklyn Films, The McDonough Company, Red Sky Studios, Unity Entertainment, Professional Bull Riders, 2521 Entertainment.

Crédito de Imagens: © 2020 ASHTON RODGERS/Kinostar/Angel Studios, Brooklyn Films, The McDonough Company, Red Sky Studios, Unity Entertainment, Professional Bull Riders, 2521 Entertainment. - Paris Filmes, Divulgação
Os atores Neal McDonough e Mykelti Williamson se reúnem com o diretor Jon Avnet novamente após trabalharem em Boomtown (2002).

McDonough é o dono do argumento original para a narrativa e se diz extremamente orgulho de seu trabalho aqui. Compara o filme a "Rocky" (Sylvester Stallone, 1978) só que em cima de touros - e o longa não é isso tudo, então o ator apenas confia muito em si mesmo. Sua interpretação é do típico herói durão e salvador dos filmes de sessão da tarde. Daqueles que vem com dramas pessoais de superação de tragédias pessoais por um bem maior, a felicidade da família e a saúde do neto. O ator chegou a deslocar o ombro durante as filmagens, mas se manteve forte, colocou o braço no lugar e seguiu gravando. As cenas de rodeio, aliás, são bem modernas bem fotografadas. A tensão surge nos momentos em que Joe está montando novamente e que se machuca, assim, ele não necessariamente atinge da forma que pretendia chegar a meta planejada, mas viradas simples na história contornam o conflito e o solucionam de forma rápida e feliz dando espaço ainda para aquela velha rixa entre herói e jovens arrogantes. Ah, e filha e pai se reconciliam para o final feliz terminar ao som de "Old Soul'' da banda feminina The Highwomen.

McDonough é o autor do argumento original da narrativa e afirmou em entrevistas diversas "sentir-se extremamente orgulhoso de seu trabalho aqui". Compara o filme a “Rocky” (Sylvester Stallone, 1978), só que em cima de touros, e o longa está longe de alcançar tal impacto, o que revela, na verdade, que o ego e a autoconfiança do ator estão bem alimentadas por ele mesmo. Sua interpretação é a do típico herói durão e salvador dos filmes de sessão da tarde, daqueles que enfrentam dramas pessoais e superam tragédias em nome de um bem maior: a felicidade da família e a saúde do neto. Durante as filmagens, Mcdonough chegou a deslocar o ombro, mas manteve-se firme, colocou o braço no lugar e continuou gravando. As cenas de rodeio, aliás, são modernas e bem fotografadas. A tensão surge nos momentos em que Joe volta a montar e se machuca já nas cenas finais, assim, ele não atinge exatamente a meta planejada, mas viradas simples na história contornam o conflito e o resolvem de forma rápida e otimista, abrindo espaço até para aquela velha rixa entre o herói e os jovens arrogantes. O amigo Charlie ou o incentivador Jimmy (Christopher McDonald) ganham arcos auxiliando o amigo em sua jornada e não necessariamente vem com algo novo. Ah, e filha e pai se reconciliam para o final feliz, que termina ao som de “Old Soul”, da banda feminina The Highwomen.

Trailer


Ficha Técnica

  • Título original e ano: The Last Rodeo, 2025. Direção: Jon Avnet. Roteiro: Jon Avnet, Neal McDonough, Derek Presley. Elenco: Neal McDonough, Mykelti Williamson, Graham Harvey, Christopher McDonald, Irene Bedard, Daylon Swearingen, Sarah Jones.Gênero: Drama. Nacionalidade: Estados Unidos da América. Fotografia: Denis Lenoir. Trilha sonora original: Jeff Russo. Montagem: Tom Costantino. Figurino: Jason Parks. Design de produção: Chris Rose. Produção: Jon Avnet, Neal McDonough, Ruve McDonough, Darren Moorman. Empresas Produtoras: Angel Studios, Brooklyn Films, The McDonough Company, Red Sky Studios, Unity Entertainment, Professional Bull Riders, 2521 Entertainment. - Paris Filmes, DivulgaçãoDistribuidora: Paris Filmes. Duração: 116 minutos. Classificação indicativa 12 anos.
Em tese, o filme mira no público que curte um filme em família e traz inspirção e deve ainda acertar em quem acompanha jornadas de heróis do campo. Não necessariamente somente o público cristão, mas grande parte dele. 

Em tese, o filme mira no público que gosta de produções voltadas para a família e que buscam motivação ou ainda que são leves e inspiradoras, devendo também impactar aqueles que acompanham jornadas de heróis do campo/ filmes country. Não necessariamente apenas o público cristão, mas grande parte dele.

HOJE NOS CINEMAS

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