Minha Pequena Terra, de Emma Kawawada | Assista no Belas Artes À LA CARTE

O filme Minha Pequena Terra, primeiro longa-metragem da diretora japonesa Emma Kawawada, impacta pela sua delicadeza. A realizadora consegue dar a um tema espinhoso como os refugiados um recorte tão sensível e terno que comove. Façanha digna de um grande diretor! É daquelas artistas para se ficar de olho e aguardar ansiosamente seus próximos trabalhos.

No Japão contemporâneo, uma família de refugiados políticos curdos se esforça para viver em um País polido, educado, mas hostil. Com muito empenho, a adolescente Sarya, vivida pela atriz Lina Arashi, planeja entrar na universidade para se tornar uma professora do ensino fundamental. Sem muitas lembranças de sua terra natal, pois teve que fugir muito criança de sua aldeia, ela ajuda toda a comunidade curda de Saitama com seu japonês fluente. Dona de excelentes notas e trabalhando numa mercearia para custear seus futuros estudos, a vida lhe sorri, até que a migração japonesa nega à sua família o status de refugiados. A partir daí, sua vida desmorona.

De uma maneira muito delicada, começamos a descobrir os conflitos na vida de Sarya. Das dificuldades que tem com o regime patriarcal dos curdos, de sua vergonha e ressentimento por suas origens, seu desconhecimento dos dialetos e tradições religiosas dos curdos. Nesse ínterim, ela se aproxima de outro jovem que trabalha junto com ela na mercearia, num típico flerte próprio da idade. A mão da diretora sensibiliza pela maneira terna com que aborda os conflitos na vida dessa jovem e de seu “namorado” japonês Sota. As cenas do casal de adolescentes são muito bonitas; os conflitos culturais, os problemas com os pais, a dificuldade em se abrir, tudo é repassado, mas com um recorte muito delicado.

 Ficha Técnica

  • Título original e ano: My Small Land, 2022. Direção e roteiro: Emma Kawawada. Elenco: Lina Arashi, Takashi Fujii e Sei Hiraizumi.  Gênero: Drama. Nacionalidade: Japão. Trilha Sonora Original: Roth Bart Baron. Fotografia: Hidetoshi Shinomiya. Edição: Shin'ichi Fushima. Design de Produção: Hyeon-Seon Seo. Duração: 114min.

A família de Sarya é um encanto à parte. Seu irmão de cinco anos que se isola na escola fundamental por causa do choque cultural, seu pai que mesmo rígido com os filhos demonstra um grande amor pela família e por seu povo, a agregada que tenta adequar-se aos dois mundos. Esses conflitos que são universais porque a questão de estranheza e pertencimento é um aspecto que assombra milhões de refugiados e migrantes pelo mundo afora, inclusive no Brasil.

A estreia desta semana no streaming Belas Artes À LA CARTE (clique aqui), que, infelizmente, não vai para os cinemas é uma joia refinada a ser descoberta. Seu ritmo lento permite ao espectador sentir todo o desamparo, esperança e assombro dos nossos irmãos que, abandonando suas origens, tentam vida melhor em outros países. Menção especial no prêmio da Anistia do Festival de Berlim 2022, é uma lição de humanismo! Assistam e se comovam com a jornada de Sarya!

Nota: 8/10

 Cardápio do Belas Artes À La Carte em 25/08


Serviço:
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Escrito por Marcelino Nobrega

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