De Tim Burton: Grandes Olhos




















A história de vida de Margaret Keane, pintora que teve êxito nos anos 50 ao retratar crianças com olhos avantajados, foi captada para as telas na película ''Grandes Olhos'', do diretor Tim Burton. O filme conta com Amy Adams, como Margaret, e Christoph Waltz, no papel de seu marido, Walter Keane. Esnobado pelo Oscar, mas lembrado no Bafta e nos Globos de Ouro, premiação na qual Amy ganhou o reconhecimento de ''melhor atriz em filme musical ou comédia'', a produção tem estréia marcada para hoje (29) nos cinemas nacionais.  

Logo que se inicia, o longa nos apresenta Margaret Keane e sua filha, Jane, saindo em busca de uma nova vida. Margaret nunca havia trabalhado, todavia, sempre fora uma ótima dona de casa e pintora. Assim, ela decide ir em busca de algo no mercado em que possa exercer seus talentos. Por fim, consegue um emprego em uma fabrica de móveis fazendo desenhos e, para ajudar nas despesas, também faz pinturas de pessoas em uma feira aos arredores dali. Por lá, conhece Walter Keane e, não demora muito, se enamoram um do outro. 

Encantado pela veia artística de Margaret, Walter logo começa a investir na arte da esposa. As leva para galerias, bares e feiras e aos poucos vai conseguindo público e um bom sucesso comercial, para a época. Mas o casamento deles acaba enfrentando ''os Grande Olhos'' do público, quando Margaret se vê isenta de seus direitos autorais.


















O filme é realmente extraordinário. Tanto pelas atuações, quanto pela direção inigualável de Tim Burton e seu toque ''singular''. Os cenários e figurinos te fazem ter aquela nostalgia de algumas obras anteriores dele como ''Peixe Grande'' e '' Edward, Mãos de Tesoura''. Incrível. Mas sem comparação, claro. Afinal, o enredo se encaixa em contextos diferentes. De qualquer forma, temos aqui uma façanha aplausível e importante para o currículo do diretor.

O elenco, que aliás não inclui os parceiros de longa data de Burton (a não ser pelos roteiristas),  é sublime e te faz ficar enervadx. Sério!  Waltz consegue fazer o espectador ficar atento as suas proezas e traz até uma dose de humor, em certa parte do filme, mas não vejo muita diferença de outros papéis que ela já interpretou. Por sua vez, Adams nos apresenta uma mulher que vivia em tempos diferentes. Tempo esse em que a sociedade a lacrava como um ser sem dignidade, caso não dependesse do marido. É daí que vemos ela acordar para a vida e parar de ser cúmplice de seu próprio sofrimento. Temos ainda o excelente Jason Schwartzman, como curador de uma galeria cult, e também Danny Huston e Terence Stamp, na pele da influente 'mídia' da cidade.

Burton nos dá a chance de vermos através destes olhos enormes o quão fascinante a arte de Margaret é, sem de fato, julgá-la por suas ações do passado. Ao invés disso, tentamos compreender a falta de atitude por se expressar como verdadeira dona de sua vida.

A produção, infelizmente, ficou de fora da corrida pela estatueta dourada, mas nem por isso, merece menos zumzumzum. Afinal, o design de arte, a belíssima fotografia, a trilha sonora, o roteiro, a direção e as atuações são dignas de reconhecimento. O que na certa, o cinema deve provê-la.


Ficha Técnica. 
Título: Big Eyes.
Direção: Tim Burton.
Roteiro: Scott Alexander, Larry Karaszewski.
Elenco: Amy Adams, Christoph Waltz, Terence Stamp, Danny Huston, Krysten Ritter, Delaney Reye, Madeleine Arthur.
Gênero: Drama, Biografia, Comédia.
Nacionalidade: EUA.
Distribuidora: Paris Filmes.
Duração: 01h46min.



Trailer

A película  revela não só a vida de uma mulher e sua arte. Mas também o retrato de todos aqueles que já se sentiram presos, de algum modo, e conseguiram emergir disso para uma circunstância mais digna.
Indicada e mais que recomendada!
Avaliação: três enormes olhos assustados e meio balde de tinta verde.


Hoje nos cinemas!


See Ya!

B-

Ps: Este ano teremos uma exposição sobre as obras de Burton em vários centros culturais do Brasil!

Escrito por Bárbara Kruczyński

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