Kong - A Ilha da Caveira (3D)


Toda essa comoção envolta do rei dos macacos começou lá em 1933 e, desde então, Kong já ganhou inúmeras versões e reboots (lista aqui). Em grande parte dos plots, humanos saem em busca de: ou fazer um filme em um ilha remota no sul do pacífico ou embarcam em uma expedição com fins de estudar a vida animal desses lugares. Ambas as tentativas os fazem encontrar Kong e, em quase todas elas, o temível e assustador monstro tem uma conexão com uma dama bela e frágil e sofre perseguição dos homens amedrontados devido a força e o tamanho colossal do bicho. Há também, em uma das tramas, o encontro de Kong com outra besta indomável, o aterrorizante Godzilla, que, aliás data de 1962 e deve também ter reboot logo, logo. Afinal, em 2014, com a volta de Godzilla aos cinemas o ''Monster Universe'' ganhou um novo tom e uma vontade ainda maior de se mostrar real neste cinema Hollywoodiano da era do CGI. Assim, claro, era hora de desenhar um plano e desenvolver projetos que colocassem tanto o monstro japonês em foco como também Kong.

Pois bem, com direção de Jordan Vogt- Roberts e roteiro do trio Dan Gilroy, Max Borenstein e Derek Connolly ''Kong - A Ilha da Caveira'' ganha os cinemas mundiais esta semana e promete diversão aos fãs do monstro.

O enredo, como todos os outros, trabalha não só a admiração e o medo pelo desconhecido, mas traz ainda um contexto histórico forte do que a sociedade norte-americana viveu no período de guerras. Ademais, visualmente, é incrivelmente cheio de referências a filmes clássicos sobre a guerra do Vietnã. 

No elenco, atores que estão com tudo na era das adaptações dos quadrinhos, Brie Larson, Samuel L. Jackson e Tom Hiddleston, além de dinossauros da atuação como John Goodman, John C. Reilly e Richard Jenkins. Marcam presença também os atores em ascensão Corey Hawkings (Straight Outta Compton: A História do N.W.A) e Toby Kebbell (Ben-Hur).

Trailer


1944, segunda guerra mundial. Dois pilotos de nações rivais, um japonês e outro norte-americano, caem em uma ilha misteriosa e lá se deparam com uma criatura enorme que se assemelha a um macaco. Anos mais tarde, a nação estado-unidense está em conflito com o Vietnã e cada vez mais a sociedade acredita que aquela luta não faz sentido. Meio a confusão e os protestos pelo retorno dos soldados, Bill Randa (Goodman) tenta obter junto ao senador Willis (Jenkins) apoio, verba e um batalhão militar para tentarem chegar a uma tal ilha perdida que ele anda investigando. Randa acredita que lá existam segredos que precisam ser revelados ao mundo, contudo, não tem prova exata do que o lugar esconde. Após obter o aval do senador e tudo o que precisa para partir para a ilha, ele e seu time, formado pelos geólogos Houston Brooks (Hawkings), San (Tian Jiang) e diversos outros cientistas, reúnem ainda o rastreador James Conrad (Tom Hiddleston) a fotógrafa Mason Weaver (Brie Larson) e também os  militares liderados pelo coronel Preston Packard (Samuel L. Jackson). 

Ao chegarem no local misterioso, a expedição de Randa se depara com monstros inacreditáveis, inclusive, o rei da ilha da caveira, Kong.


O roteiro se preocupa bastante em linkar acontecimentos da história mundial a trama do filme. Eras que acabam dando um pano de fundo bom ao que o longa tem para especular. Diálogos informativos também são um forte. Quanto aos personagens, eles não são nada distintos de produções do tipo. Pelo contrário, suas características se assemelham muito ao que já vimos por ai. 

O personagem de Goodman é o cara que quer mexer na ferida, Já Hiddleston traz um mercenário bem descomplicado e com motivações súbitas para bancar o herói e Brie Larson vive uma fotografa bem tipica que capta lindos momentos no encontro com a tribo local, algo bem antropológico, diria de passagem, todavia, sua conexão com Kong ou com o seu possível interesse romântico (Hiddleston) não cola. Jackson é outro que não eleva o nível de seu coronel em nada e é a parte mais forte do filme que traz aquela ideia da vilania de Kong. Os soldados liderados pelo coronel tem até um bom encaixe na trama, mas também não fogem do conceito ''mais do mesmo''. John C. Reilly traz um alivio cômico necessário ao suspense que se tenta emplacar e, apesar de vez ou outra, causar estranhez ainda é o melhor em cena. Hawkings, a partir de certo momento, ganha força na trama e é quem nos faz entender que haverá continuações do universo de Kong e Godzilla. Kebbell é válido para o que é proposto a seu personagem tanto quanto Cole (Whigham),  este último que é o mais true de todos os soldados.

Seguindo uma narrativa até dinâmica, o roteiro ainda escreve monstros que estão ao nível de Kong e os dá ao espectador com a ajuda dos efeitos especiais. Vemos ali aranhas e polvos gigantes ou ainda animais que lembram búfalos e tem tamanho montanhês e os vilões ficam a cargo dos fortíssimos lagartos e pássaros pre-históricos. Assim, como diz Jackson em uma de suas falas ''segurem seus traseiros'' que o trem é forte (hahaha), aliás, vale lembrar que a escrita aqui re-usa essa fala, pois o ator já a proclamou em outro longa sobre criaturas assustadoras .


O visual criado para Kong é sublime. As tomadas de Roberts tem planos belíssimos e ganham ótimos efeitos da equipe técnica. Fica claro que ele gosta de focar nos personagens e se distanciar deles para chamar a atenção da grandiosidade da natureza local. A película, que tem como diretor de fotografia Larry Fong, tem cenas rodadas no Hawai, na Australia e até no Vietnã, e ,realmente, não peca no quesito visual já que abusa da luz natural das locações.

O figurino é de Mary E. Vogt e, além de trazer roupas clássicas dos anos 70 e abusar do uso de uniformes antigos, a moça ainda preenche os personagens com muito verde e tons de amarelo queimado.

A trilha sonora (ouça aqui) do filme em si não tem tanto efeito. Henry Jackaman é o seu responsável. Porém a lista de canções (ouça aqui) escolhidas para se levantarem em certas horas do longa dão o tom certinho de algumas cenas e , olha, vou confessar que Black Sabbath cai como uma luva na cena em que a tropa toda está nos helicópteros chegando a ilha da caveira. Na playlist disponível no site do filme, vocês ainda conferem a canção de Jorge Ben Jor 'Brother'.

 Algumas imagens têm referências a clássicos de guerra e há um poster especifico que homenageia 'Apocalypse Now' (1079)
Kong - A Ilha da Caveira é sim um filme DE MONSTROS, não espere muito uma trama forte e nem um resultado final esplêndido. Portanto, é válido confessar que ele diverte, contudo, é uma produção problemática do meio para o fim e com motivações simplistas.

Ficha Técnica: Kong: Skull Island, 2017. Direção: Jordan Vogt-Roberts. Roteiro: Dan Gilroy, Max Borenstein e Derek Connolly - com argumento de  John Gatins. Elenco: Terry Notary, Samuel L Jackson, Tom Hiddleston, Brie Larson, John Goodman, John C. Reilly, Corey Hawkings, John Ortiz, Tian Jing, Toby Kebbell Jason Mitchell, Shea Whigham, Thomas Mann, Eugene Cordero, Richard Jenkins, Will Brittain, Miyavi, Robert Taylor, Marc Evan Jackson. Gênero: Aventura, Ação. NacionalidadeEUA, Vietnã. Trilha Sonora Original: Henry Jackman. Efeitos Especiais: Michael Meinardus. Figurino: Mary E. Vogt. Fotografia: Larry Fong. Edição: Richard Pearson. Distribuidora: Warner Bros Pictures. Duração: 01h59min.
Uma produção gigantesca que deve ter grande público e que se você estiver animado para assistir dispense o 3D!

Avaliação:  Dois helicópteros pegando fogo e setenta e cinco monstros em fúria (2,75/5).

Classificação indicativa: 12 anos
Hoje nos cinemas!

See Ya!


B- 

Escrito por Bárbara Kruczyński

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