Frozen 2, de Chris Buck e Jennifer Lee


O sucesso estrondoso do reino de Arendelle com seus segredos e magia não poderia ficar apenas em um filme. Afinal, é muito comum que as animações infantis sejam consumidas pelas famílias até que a próxima chegue e a anterior seja esquecida. Mas Frozen acabou se mostrando um marco e alçou Elsa, Anna e Olaf à “classe A” dos personagens Disney ao lado de Simba e Mulan. A canção Let it Go (ou Livre Estou, na versão brasileira) ficou gravada para sempre na cabeça de todos os pais com filhos nessa faixa etária e a animação entrou de vez no imaginário mainstream.

Era natural uma continuação e até que ela demorou para sair: são seis anos entre as duas produções. Essa demora pode ser vista como um cuidado da Disney em tratar um universo que já nasceu tão rico e tão querido. Toda a história familiar das irmãs, os misteriosos poderes de Elsa e a magia que dava vida aos seres em volta do reino eram um prato cheio de possibilidades para uma continuação. E tudo isso é explorado nesta sequência onde ainda descobrimos um pouco mais desse universo aclamado.



Trailer



Ficha Técnica


Titulo original e ano: Frozen II, 2019. Direção: Chris Buck, Jennifer Lee. Roteiro: Jennifer Lee - com argumentos de Chris Buck, Kristen Anderson-Lopez, Robert Lopez, Marc Smith. Vozes originais de: Idina Menzel, Kristen Bell, Josh Gad, Jonathan Groff, Evan Rachel Wood, Sterling K. Brown, Alfred Molina. Gênero: Aventura, comédia, animação. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Christopher Beck. EdiçãoJeff Draheim. Distribuição: DISNEY/BUENA VISTA. Duração: 01h43m.
Depois de um “chamado” sobrenatural que põe em risco a vida no reino, Elsa sai numa jornada para desvendar os segredos que compõem o lugar e marcam o seu povo. É a própria natureza que a obriga a pular fora de sua zona de conforto com a irmã, o namorado desta e o bonequinho de neve Olaf. As várias manifestações da natureza são pontos-chave do filme e são trabalhadas de maneira muito madura ao não corresponderem a um bem e a um mal clássicos. Elsa e Anna precisam lidar com a própria história e, portanto, consigo mesmas para entender o que acontece em seu reino e como resolver o desequilíbrio. Essa visão sobre o ciclo da vida e dos elementos é interessante e cresce muito quando o filme nos apresenta a comunidade da floresta, baseados visual e filosoficamente nos povos originários americanos. 


Infelizmente, todas essas boas ideias acabam parecendo apenas superficialmente pelo decorrer do filme, sem muita profundidade em nenhum campo. Aliás, pouca coisa tem algum peso em Frozen 2 e até mesmo Kristoff, o namorado de Anna e peça importante na primeira aventura, fica de lado aqui. Conhecemos melhor Elsa, Anna e a história da família, mas as novas personagens são apenas trampolins para que a trama avance ou se resolva quando necessário.

A sensação é que os seis anos de espera foram dedicados à tecnologia de animação já que o filme tem um visual impressionante. A cena no mar é melhor e mais empolgante que muitos filmes da Marvel (é bom admitir que Elsa é muito mais uma super-heroína que uma princesa Disney) e as texturas, luzes e sombras do estúdio chegaram a um patamar técnico que eu acredito ser difícil que alguém alcance. Por isso, o chamado que tira nossas protagonistas do reino e a resolução dos problemas parece corrida. Depois que elas entendem o problema, ele já começa a ser resolvido.

Frozen 2 é um filme mais bonito plasticamente que o primeiro, mas com uma narrativa um pouco mais preguiçosa. Apesar de comentar temas muito mais interessantes que o original, meia hora a mais faria muito bem à história e nos faria lembrar do filme com mais carinho e envolvimento afetivo com essa extensão da mitologia de Arendelle.

02 de janeiro nos cinemas

Escrito por Marisa Arraes

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