Limite | Belas Artes À La Carte

''O melhor filme brasileiro de todos os tempos!'' Polêmica essa afirmação, né? Mas, aos olhos da ABRACCINE – Associação Brasileira de Críticos de Cinema, Limite, filme de 1931, dirigido por Mário Peixoto, está no topo da lista de cem melhores películas do cinema nacional.

Com duas horas de duração, este experimento do audiovisual é um extenso poema que trata da desesperança e do limite dos seres humanos. Em 1931, a gramática do cinema ainda estava se consolidando. Essa liberdade de expressão e de narrativa fazia com que vários diretores se sentissem livres em evidenciar a sua visão na forma de contar uma estória no universo da sétima arte. O carioca Mário Peixoto (1908-1992) foi um desses pioneiros.

Escritor e cineasta, este grande diretor brasileiro, de apenas um filme concluído, é autor de uma obra de extrema sofisticação. Sua complexidade narrativa e imagética impressiona até hoje! É o nosso Orson Welles. Talvez essa inventividade e perfeição é que tenha provocado uma longa lista de sete filmes inacabados. Coisas de gênio!


Ficha Técnica

Título original e ano: Limite, 1931. Direção e Roteiro: Mario Peixoto. Assistente de Direção: Brutus Pedreira e Ruy Guerra. Elenco: Olga Breno, Tatiana Rey, Raul Schnoor, Brutus Pedreira, Iolanda Bernardes, Edgar Brasil, Carmem Santos, Mario Peixoto. Gênero: Drama. Nacionalidade: Brasil. Edição: Mario Peixoto. Fotografia: Edgar Brasil. Trilha Sonora Original: Mario Peixoto. Duração: 01h54min.
Centrado em três personagens que estão à deriva em um barco e que desistiram de viver, o filme, em vários flashbacks, narra o passado de cada um dos protagonistas: uma mulher que fugiu da prisão, um homem cuja amante faleceu e uma mulher vítima de um casamento infeliz com um marido alcoólatra. Estes desesperançados entregaram-se à angústia e, mesmo com remos, ficam perdidos no mar, passando fome e sede. Não espere uma narrativa lógica. É um poema e é mais importante a impressão que fica do que o encadeamento dos acontecimentos. O fato de ser uma obra muda e em preto e branco reforça essa impressão de desorientação do espectador ao assistir o longa, mas poesia tem uma lógica própria e a película segue este viés.

Fruto de uma restauração, Limte teve cenas perdidas e algumas bem estragadas pelo tempo, mas é de uma beleza hipnótica, centrado no mar e na natureza de Mangaratiba. De uma criatividade impressionante, suas cenas são inusitadas, em ângulos raramente usados. Suas soluções técnicas impactam pela inteligência e encanto. Lançamento no streaming do Petra Belas Artes À La Carte esta semana, é firuginha obrigatória para qualquer brasileiro! Dá muito orgulho ver como nosso cinema é bom e tem um passado tão glorioso! Assistam e percam-se neste poema visual!

Nota: 9,5/10.

                                             Cardápio Semanal: 10.02.22 - Programa 110

Serviço:

Planos de assinatura com acesso a todos os filmes do catálogo em 2 dispositivos simultaneamente. Valor assinatura mensal: R$ 9,90 | Valor assinatura anual: R$ 108,90.

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Escrito por Marcelino Nobrega

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