De Todd Phillips, Cães de Guerra


Os norte-americanos são um povo vi-dra-do em segurança militar (característica básica que mantém o american dream vivo). Mas foi na era do governo de George W. Bush que a equipe do Departamento de Defesa Nacional bateu o recorde em aparecer no 'quadro de funcionários do mês'. Aliás, naquele momento o mundo inteiro viu o quanto um modelo de defesa nacional tinha potencial para movimentar um mercado econômico, ou seja, virar um plano de negócios (e deveras lucrativo). 

Enquanto a nação se dividia entre 'pró e contra' a guerra do Iraque, dois jovens de vinte em poucos anos, Efraim Divoreli e David Packouz, iniciavam uma parceria com o intuito de ganhar muita, mas muita grana de toda aquela sangria  e servirem de 'ferramentas' cruciais para abastecer o poder bélico dos soldados em missão no Afeganistão. 

Divoreli e Packouz eram amigos de infância. Se conheceram na sinagoga ainda pequenos e na adolescência começaram a compreender os benefícios da tão polêmica marijuana. Se separaram por alguns anos quando Divoreli foi mandado pela família para trabalhar na loja de armas do tio, em Los Angeles, e se reencontraram logo após o rapaz já ser expert no assunto. Packouz, por outro lado, estava levando a vida como massoterapeuta em Miami e o dinheiro parecia não ser o suficiente. Assistindo a situação, Divoreli acaba chamando o amigo para trabalhar com ele em sua pequena empresa, a AYE Inc. Ali, Divoreli fornecia poder bélico para todo o país e descobriu um meio de ganhar muito dinheiro fornecendo armas para quem mais usava: o Departamento de Defesa. Assim, com a entrada de Packouz no jogo, a dupla começa a insistir em licitações do governo e conseguem ganhar um contrato de US$ 300 milhões. 

 Toda essa história foi contada no artigo (que depois virou livro) de Guy Lawson para a revista Rolling Stone e agora chega aos cinemas pela ótica do diretor da trilogia ''Se Beber Não Case'', Todd Phillips.

O filme é estrelado por Miles Teller como Packouz e Jonah Hill como Divoreli e ainda têm Bradley Cooper e Ana de Armas, no elenco.
                                    Os verdadeiros ''cães de guerra'', David Packouz e Efraim Diveroli
Milhares de 'ajustes cinematográficos' são incrementados ao enredo para dar aquele ar de cinema Hollywodiano, claro, mas o roteiro do trio Stephen Chin, Todd Phillips e Jason Smilovic constrói muito bem a história real dos garotos e o plano de fundo da guerra. Consegue ser critico, reflexivo, 'politicamente correto' e super cômico.

O personagem de Miles, Packouz, é o narrador constante dos acontecimentos e o temos muito mais em tela que Jonah Hill, porém mesmo atuando bem, é o Diveroli de Jonah que rouba toda a atenção para si e sai causando durante a película.

Jonah, na verdade, é quem faz o filme acontecer. Seu personagem movimenta o jogo e traz vivacidade a trama. As características que insere em Diveroli o fazem um típico judeu fanfarrão que é tremendamente sagaz e cômico. Jonah ainda faz uma risada diferenciada - que pode parecer inútil - mas é hilária. Miles seria a faceta moral da história. Um protagonista com cara de bom moço que depois assume seus pecados e se redime. Inclusive, David Packouz topou aparecer no filme - se lembre disto quando ver um jovem careca cantando para um grupo de idosos logo nas cenas iniciais.

Bradley Cooper interpreta Henry Girard um dos parceiros de negócios da dupla Packouz e Diveroli. Henry usa os dois para se livrar de problemas e movimenta o palco com muito mistério. A atriz Ana de Armas (Bata Antes de Entrar) vive a esposa e mãe da filha de Packouz. Sua função ali é, com certeza, questionar a moralidade das ações de Packouz e convence.

O ator Jonah Hill bate um lero com Miles Teller, enquanto o diretor Todd Phillips os observa
 A direção de Todd é jovial, embasada e seu trabalho se reconhece facilmente. Isto ainda facilita a mudança de tons e o manejo de seus planos no filme. Sua experiência em comédias traz agilidade ao universo dramático e o deixa interessante.

A edição de Jeff Groth é similar a que vemos em filmes de Todd, este último que costuma trabalhar com narrativas não lineares. A fotografia de Lawrence Sher tem o auxilio da mudança drástica de cenários e parece até fazer da Albânia a Filadélfia de Rocky Balboa, ainda mais com o figurino que Michael Kaplan investe em Miles quando ele está lá supervisionando as operações da AEY Inc.

A seleção de músicas que Cliff Martinez nos faz ouvir é empolgadíssima e vai te fazer cantar em vários momentos, além de embalar com muita precisão muitas das cenas.

Ps: a película Scarface, de Brian de Palma, ganha citações aqui
Trailer


Ficha Técnica: War Dogs, 2016. Direção: Todd Phillips. Roteiro: Stephen Chin, Todd Phillips e Jason Smilovic - baseado no artigo de Guy Lawson para as Revista Rolling Stone 'Arms and The Dudes''. Elenco: Jonah Hill, Miles Teller, Bradley Cooper, Ana De Armas, David Packouz, Patrick St. Esprit, Kevin Pollak, Barry Livingston, Eddie Jemisom, Wallace Langham, Shaun Toub,  JB Blanc, Gabriel Spahiu, Vincent Teixeira. Gênero: Drama, Guerra, Comédia. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Cliff Martinez. Figurino: Michael Kaplan. Edição: Jeff Groth. Fotografia: Lawrence Sher. Distribuidora: Warner Bros. Pictures. Duração: 01h54min.
Boa pedida!

Avaliação: Três granadas e meia caixa de munição no saco plástico  (3,5/5).


08 de Setembro, nos cinemas!

See Ya!
B-


Visite também:
http://www.caesdeguerrafilme.com.br/

Escrito por Bárbara Kruczyński

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1 comments:

Unknown disse...

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