Colossal, de Nacho Vigalondo


A vida de Glória (Anne Hathaway) muda completamente de curso quando ela, desempregada, precisa deixar sua rotina de 'party girl' em Nova York e voltar para sua cidade natal. Para completar a derradeira chegada ao fundo do poço, seu noivo, Tim (Dan Stevens), decide terminar a relação entre eles e seguir em frente. Após a mudança, Glória vê nos jornais que uma criatura gigante está destruindo Seoul, na Coreia do Sul, e aos poucos compreende que o incidente está conectado à ela e suas noites de farra com o amigo de infância Oscar (Jason Sudeikis).

Com direção e roteiro do espanhol Nacho Vigalondo (Crimes Temporais), 'Colossal' transita entre gêneros como drama, fantasia e comédia e é competente. Entrega mais personagens do sexo masculino de relevância do que exatamente femininos e trabalha questões de abuso emocional, empoderamento e perseguição por uma ótica interessantíssima.

Em cartaz a partir desta quinta-feira (15) - finally - a película tem também Austin Stowell, Tim Blake Nelson, Hannah Cheramy e Nathan Ellison, em seu elenco.


O roteiro inusitado de Nacho evidencia não só o período frágil da vida de Glória, mas sua jornada para se tornar uma mulher no controle de suas ações. Isto porque aos poucos a personagem entende que 'estar fora do eixo' deu aos que a cercam a oportunidade de se aproveitar dela emocionalmente. Assim, é ao tentar proteger outras pessoas que estão sofrendo que ela encontra forças para derrotar seus próprios inimigos.




Nessa trajetória, Glória é motivada a rever seu comportamento com o auxilio de dois outros personagens centrais, Tim e Oscar. Mas ainda que ambos sejam responsáveis pela transformação da moça, cada um impõe tal fator de forma distinta.

Tim, como noivo, sabe do potencial da moça e acredita que ela esteja perdendo tempo e não caminhando por estradas mais frutíferas. Já Oscar vê a volta da amiga para casa como uma oportunidade de reaproximação e quem sabe de algo mais. Logo, faz o possível para agradá-la e 'supostamente' ajuda-la. Por fim a convida para trabalhar com ele em seu bar, mas não gosta nada quando Glória não o dá atenção que ele crê merecer.


Nacho, conhecido por seus thrillers psicológicos, muda de campo aqui e denuncia de uma forma muito perspicaz um tema bastante em alta no mundo feminino atualmente. Sua condução é pontual e a surrealidade da história não se explica bem, mas convence o que propõe.

O desenho dos personagens está sensacional. Anne Hathaway aparece como a personificação de uma 'messy girl' com um figurino hipster e o cabelo de Hermione Granger, Dan Stevens é o tipico cara adultão e responsável, Tim Blake Nelson e Austin Stowell interpretam Garth e Joel, respectivamente. Os dois são os amigos que Oscar, Jason Sudeikis, preserva antes de Glória chegar no pedaço. Sudeikis, aliás, faz muito bem o caipira 'amigão' e suspeito. O ator e Anne, são os destaques aqui.

Bem contemporâneo, o filme emprega uma fotografia com tons que diferem, claro, o oriente, o ocidente e todos os outros mundos da protagonista. Cria-se dinamismo devido a essas ambientações e visualmente funciona. 

A trilha sonora (aqui) é assinada por Bear McCreary e canções setentistas como ''The Lady With The Braid, de DoryPrevin'' ajudam a injetar um tom adulto no longa.


Ficha Técnica: Colossal, 2017. Direção e roteiro: Nacho Vilagondo. ElencoAnne Hathaway, Dan Stevens, Jason Sudeikis, Austin Stowell, Tim Blake Nelson, Hannah Cheramy e Nathan Ellison. Trilha Sonora Original: Bear McCreary. Gênero: Comédia, Ação, Drama. Nacionalidade: Espanha e Canadá. Fotografia: Eric Kress. Figurino: Antoinette Messam. Edição: Ben Baldhuin e Luke Doolan. Distribuidora: Paris Filmes. Duração: 01h30min.
Garotas, assistam este filme!!!

Não recomendado para menores de 12 anos

Avaliação:  Quatro monstros dançando de alegria (4/5).

Hoje nos cinemas!

See Ya!












b-

Escrito por Bárbara Kruczyński

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