A Justiceira


E o planeta gira e mais filmes genéricos de ação aparecem. Não importa o ano, é obrigatório que a cada dois meses tenha mais um filme com explosões, tiros e mortes. Produções que não trazem nada de novo, não por falta de tentativas, não vamos desmerecer a equipe e tal, mas por que este não é o plano de muitos estúdios da indústria. Afinal, a ideia é dar ao público algo que ele assista, se diverta e nunca mais pense a respeito. 

E nesta quinta feira (18) mais um desses “típicos” longas entra em cartaz. É a película ''A Justiceira, de Pierre Morel (Busca Implacável)''. Uma que com certeza passará a fazer parte da lista de obras cinematográficas que insistem em colocar uma trama de ação evidenciando uma protagonista feminina de personalidade forte, porém, com a ausência de um roteiro equilibrado. O que torna todo o projeto negligível. 

Trailer

Ficha Técnica.Título: Peppermint, 2018. Direção: Pierre Morel.  Roteiro: Chad St. John. Elenco: Jennifer Garner, Richard Cabral, John Ortiz, John Gallagher Jr., Juan Pablo Raba, Method Man, Caiey Fleming, Tyson Ritter. Gênero: Ação, suspense. Trilha Sonora Original: Simon Franglen. Fotografia: David Lanzenberg. Edição: Frédéric Thoraval. Distribuição: Diamond Films. Duração: 01h35min.
Aqui conhecemos a história de Riley (Jennifer Garner), uma mãe de um subúrbio norte-americano que ama o marido e a filha, mas os perde quando o marido se envolve em um plano pouco inteligente de roubar um traficante mexicano - este que apresenta todos os esteriótipos de latinos que Hollywood adora inventar. Cinco anos se passam e Riley vai de uma vendedora de loja pequena a uma assassina treinada em artes marciais. E a mulher vira craque no uso de armas de alto calibre e sabe bem como falar frases de efeito na hora certa. 

Curiosamente, a escolha do nome em português, Justiceira, deixa bem claro que a personagem deve se vingar de acontecimentos do passado (Quem lembra da série maravilhosa Revenge?, pois não é aquilo). E é uma pena que todo o tempo usado para escrever o roteiro não tenha sido o suficiente para trazer um texto elegante e com solo firme. Pois não há muito o que dizer de uma trama que escolhe falar de uma sobrevivente de um tiroteio que viu o seu parceiro e a filha serem mortos e para se restabelecer decide então virar uma vigilante e caçar os responsáveis pelos assassinatos.

Aliás, é bem possível que se você desenha que a personagem tenha servido no exército e que ela seja, em grande parte, motivada por transtorno de estresse pós-traumático, pode acabar correndo o risco de ser processado pela Marvel por plágio. 

Assim, se você está a procura de um filme para assistir que apenas tenha uma mulher matando mais de quarenta e três pessoas em cena, mostre explosões e ao sair do cinema não vai se lembrar de mais nada, A Justiceira pode ser a bola da vez. Mas só neste caso.

Fica a dica para quem estiver por São Paul: não se esqueça que a Mostra Internacional de Filmes se inicia hoje e talvez te satisfaça mais do que filmes medíocres.

Hoje nos Cinemas.

Nota da editora:
O filme estava sendo rodado durante a controvérsia do movimento #METOO e muitas coisas no set de filmagens foram alteradas para  não causar transtornos a atriz Jennifer Garner. Inclusive, ela chegou a ganhar uma sala especial para troca de figurinos.

Escrito por Lucas Pereira

    Comentários Blogger
    Comentários Facebook

0 comments:

Postar um comentário

Pode falar. Nós retribuímos os comentários e respondemos qualquer dúvida. :)