Diamantino


Não é sempre que uma produção consegue nos deixar completamente sem palavras. E isto não tem nada a ver com a qualidade dele - se é muito bom ou muito ruim -, mas sim por que seu impacto é tão grande que não é possível decidir de imediato o que ele é, onde se encaixa, o que ele quis passar.

Diamantino é… Um filme. E que filme! Cachorros gigantes, futebol, espiões, filhos adotivos, ele realmente tem de tudo e dentro desse tudo vários simbolismos e mensagens enfileirados aguardando o espectador escolher o que exatamente é o centro da trama.

A história por si é simples, apesar de pouco convencional: Diamantino, um jogador de futebol incrivelmente popular resolve deixar os campos, após a final da Copa do Mundo onde o time português fracassou. Algo trágico, pois durante o torneio ele chegou a concorrer como a estrela do time nos jogos e tudo veio a baixo quando não ganharam. Buscando um novo proposito de vida, o ex-jogador se depara com a crise de refugiados que vem se deflagrando por toda a Europa e meio a isso se interessa em adotar uma criança africana para lhe proporcionar uma vida melhor.

Trailer


A ação mexe profundamente com o protagonista e este perambula pela trama para solucionar conflitos mesmo que tenha que pedir a ajuda de 'cachorros gigantes' que o acompanham, de certa forma, desde quando não era conhecido. Ficou confuso, neh? porém, no contexto do filme o simbolismo dos cachorros é provocante e funciona. Há uma certa inocência no jogador que acaba sendo perdida quando ele descobre os problemas do mundo real e fazem ele querer fazer algo maior com a própria vida.


Ficha Técnica
Título Original: Diamantino, 2018. Direção e Roteiro: Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt. Elenco: Carloto Cotta, Cleo Tavares, Anabela Moreira, Margarida Moreira, Joana Barrios, Maria Leite. Gênero: Comédia. Nacionalidade: França, Brasil, Portugal. Direção de fotografia: Charles Ackley Anderson. Direção de arte: Bruno Duarte e Cypress Cook. Montagem: Raphaëlle Martin-Holger. Edição de som: Daniel Turini e Fernando Henna. Mixagem: Benjamin Viau. Música original: Ulysse Klotz & Adriana Holtz. Produzido por: Daniel van Hoogstraten, Justin Taurand e Maria João Mayer. Produtora: Maria & Mayer (Portugal) / Les Films du Belier (França). Coprodução: Syndrome Films (Brasil). Distribuidora: Vitrine Filmes. Duração: 01h32min. 

Este exemplo dos cachorros é uma das formas que se pode tentar explicar o que é Diamantino. Isto porque o longa é cheio de elementos incrivelmente estranhos, que inicialmente parecem vir de lugar algum, contudo, se o espectador se propõe a pensar - e depois de assistir-lo, fazer isto é um requerimento para realmente tirar proveito da experiência -, o roteiro é bem mais profundo e interessante do que ele parece em um primeiro momento.

Premiado no Festival de Cannes deste ano com o grande 'Prêmio da semana da crítica', a película franco-luso-brasileira tem um estilo insano e se desfaz na tela com mensagens possíveis de identificação. Como é uma comédia fantasiosa vem com certeza para aqueles procurando por uma experiência audiovisual única e satisfatória.
20 de dezembro nos Cinemas

Escrito por Lucas Pereira

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