As Trapaceiras


No anos 2000, as mulheres tem lutado cada vez mais e ganhado voz e não só elas como todo um pensamento de defesa da diversidade vem tomando a frente. Filmes tem ampliado mais seu espaço e todos os gêneros e identidades estão conseguindo alcançar outro tipo de representação nas telas.

Com essa chamada, voltamos os olhos para o longa 'As Trapaceiras', de Chris Addison. A película une duas atrizes em alta em Hollywood, Anne Hathaway e Rebel Wilson - uma é ganhadora de Oscar e a outra uma comediante em ascensão - e as joga para duelar como vigaristas profissionais em uma trama que nos remete ao longa 'Os Safados' (1989), onde Steve Martin e Michael Caine viviam os papéis de dois trambiqueiros que fazem uma aposta para ganhar o coração de uma dama e surrupiar seu dinheiro. Além também de ser remake de outro filme do fim dos anos oitenta, 'Dois Farristas irresistíveis' (1964) com Marlon Brando, David Niven e Shirley Jones e escrita por Stanley Shapiro e Paul Henning.

O roteiro é de Jac Schaeffer e a produção chega aos cinemas brasileiros esta quinta-feira (25).

Trailer

Ficha Técnica

Título original e ano: The Hustle, 2019. Direção: Chris Addison. Roteiro: Jac Schaefer baseado no filme "Os Safados" escrito por Stanley Shapiro, Paul Henning e Dale Launer e também no original 'Os Dois Farristas Irresistíveis'' escrito por Shapiro e Henning. Elenco: Anne Hathaway, Rebel Wilson, Alex Sharp, Dean Norris, Nicholas Woodeson, Ingrid Olive. Trilha sonora original: Anne Dudley. Fotografia: Michael Coulter. Figurino: Emma Fryer. Edição: Anthony Boys. Distribuição: Universal Pictures Brasil. Duração: 01h33min.
Penny Rust (Wilson) é uma jovem que vive a dar golpes em homens de forma simples e até escancaradas. Decide então ir fazer um rolê na Europa e alavancar grana de uma galera mais classuda. Durante a viagem, conhece a esperta Josephine Chesterfield (Hathaway) e, apesar de não estar tentando dar o golpe na moça, leva um dela. As duas vigaristas então se reconhecem e Josephine decide ajudar Penny em algumas jogadas, mas logo a dupla inicia uma aposta para ficar com a grana do jovem rico Thomas Westerburg (Ales Sharp).


Claramente, a personagem de Rebel vem com as mesmas características hilárias de Steve Martin e Anne Hathaway esbanja elegância como Michael Caine. A apresentação da dupla até que convence o que não é consistente é o desenrolar do filme e as escolhas bobas que cada personagem assume. O desfecho tenta trazer uma reviravolta, mas só vai enganar aquele espectador que não quiser pensar um pouquinho e a mudança de gênero aqui não consegue ser tão satisfatória quanto poderia. 

Ambas as atrizes se esforçam e em certas cenas até rimos das palhaçadas de Wilson ou de sua interação com Hathaway, contudo, o texto vem com uma atualização caricata e pouco criativa, o que é até irritante e de virar os olhos de pavor. Por fim, o que era para ser empoderamento acaba caindo no clichê machista e perdendo todo o sentido.


Addison tem uma extensa carreira em Hollywood. É ator, produtor, roteirista e aqui faz sua estréia como diretor em longas, pois já dirigiu algumas séries para TV. Entre elas, Vice (2013-2016). A edição nos poupa de muitas horas de enrolação e nos entrega menos que uma hora e quarenta de filme. Fotografia, figurino, design de produção e de arte deixa tudo muito belo, mas nada da técnica consegue vencer as falhas dos arcos dos personagens. A comédia acaba não se validando tanto quanto os filmes nos quais é baseada.

Avaliação: Um golpe desequilibrado (1/5).

HOJE NOS CINEMAS

See Ya!

B-

Escrito por Bárbara Kruczyński

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