Cry Macho: O Caminho Para a Redenção


N. Richard Nash escreveu ''Cry Macho'' durante os anos 70 como forma de roteiro, mas não conseguiu vender os direitos para produção de um longa-metragem. Sendo assim, o formatou e publicou como livro. Após uma longa jornada, o livro foi então adaptado para as telas pelo próprio autor com produção do renomado Clint Eastwood que também aparece na direção e protagoniza o filme.

A película segue a jornada de Mike, um cowboy que saiu dos trilhos após a morte da família inteira em um acidente, mas que continua tentando sobreviver. Ele passa seus dias chegando atrasado ao trabalho na fazenda de Howard (Dwight  Yoakam) e belo dia o amigo se cansa do que vê e o despede. Após algum tempo, Mike é procurado pelo antigo chefe para uma missão. Ir ao México buscar o filho de Howard e tirá-lo de perto de todo abuso sofrido pela criação desnorteada da mãe. O velho cowboy recebe o pedido com cara feia, mas acaba seguindo estrada devido a todo apoio que já teve do patrão quando precisou no passado.


A busca não é fácil. Mike encontra a mãe do menino e vê que ela não anda bem. A mulher até manda capangas ficarem de olho no cowboy e diz que ele não levará o jovem Rafael dali, mas o menino encontra Mike e tem vontade de reencontrar o pai. Os dois pegam o caminho da fronteira, mas antes passam por uma pequena vila onde fazem amizade com uma amorosa senhora. 


A produção consegue deflagrar algo muito óbvio: que Clint está velho. Sua figura já frágil até tenta ser altiva no longa, mas sentimos que ele veio aqui se despedir. Seu protagonismo é tão okay, quanto sua atuação ou direção. E não temos aqui um filme que entraria no seu Top10 de longas do artista. Quiça do Top5. Isto se deve não porquê ele tem um tom familiar e infantil, mas devido a releitura da adaptação não tentar destruir clichês da época em que fora escrita. Sequer trabalha a questão do idioma, pois norte-americano acredita mesmo que todo lugar em que ele aparece, ele deve ser compreendido.

Os personagens latinos, tanto o jovem Rafael como a senhora que o ajuda ou ainda a mãe do garoto e os capangas, apresentam carácter opostos. Se os dois primeiros são totalmente inocentes e andam com a  maré, os dois últimos são construídos rasamente e não necessariamente ganham força, pois são ambos estereótipos (criminoso e prostituta). O personagem do pai, Howard, acaba por ser revelar negativamente também e ainda assim a criança ultrapassa a fronteira para ir viver com aquele homem, que aparentemente não queria sua presença por laços familiares, mas sim por vínculos materiais e controle da ex-mulher. 

Há beleza na captação de imagens pela estrada, sintonia no que a trilha quer passar, porém, se aqui e ali tentam jogar um pouco de comédia no meio deste drama desacertado, não funciona muito bem. Há escolhas muito frágeis aqui e por mais que Clint tente trazer algo leve e familiar, não cola com tanta precisão nos que estão mais atentos ao mundo do politicamente correto. 

Trailer


Ficha Técnica

Título original e ano: Cry Macho, 2021. Direção: Clint Eastwood. Roteiro: Nick Schenk e N. Richard Nash - baseado no livro homonimo de N. Richard Nash. Elenco: Clint Eastwood, Dwight  Yoakam, Natalia Traven, Eduardo Minett, Fernanda Urrejola.Gênero: Drama. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Mark Mancina. Fotografia: Ben Davis. Edição: David S. Cox e Joel Cox. Distribuição: Warner Bros Pictures Brasil. Duração: 01h34min. 

 Avaliação: Dois galos mansos e meia gemada sem sal (2,5/5).

O filme teve sua estréia exclusiva no Rio de Janeiro e São Paulo em 16 de Setembro e chega agora a alguns Estados e Capitais. Em Brasilia, é possível assisti-lo no Cine Cultura, do Shopping Liberty Mall.

EM CARTAZ

See ya!
B-

Escrito por Bárbara Kruczyński

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