“Nossos Brasis: entre o sonho e a realidade” revisita 100 anos na arte brasileira com 79 obras de 50 artistas

            Crédito de Imagem: 'Carnaval’ (1930), Emiliano Di Cavalcanti | Pintura, óleo sobre tela, 126 x 157 cm


Mostra chega em 21 de outubro na CAIXA Cultural Brasília e reúne nomes icônicos como Tarsila do Amaral, Portinari, Di Cavalcanti, Lygia Pape, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Rosana Paulino, Adriana Varejão e Beatriz Milhazes

A CAIXA Cultural Brasília apresenta, a partir de 21 de outubro, a exposição “Nossos Brasis: entre o sonho e a realidade”, um panorama plural que revisita cem anos de produção artística no país. Com 79 obras de 50 artistas consagrados – entre eles Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Candido Portinari, Volpi, Heitor dos Prazeres, Beatriz Milhazes, Arthur Bispo do Rosário, Vik Muniz, Ernesto Neto, Rosana Paulino, O Bastardo e Denilson Baniwa – a mostra reúne pinturas, esculturas, tapeçarias, fotografias, instalações e objetos. O conjunto propõe um olhar multifacetado sobre o Brasil, explorando o imaginário vinculado ao país que é, ao mesmo tempo, ancestral e contemporâneo, mítico e concreto, exuberante e contraditório.

Todas as obras são provenientes das mais importantes coleções particulares do Brasil e das seguintes instituições: Associação Cultural Lygia Clark, Caixa Econômica Federal, Instituto de Estudos Brasileiros da USP, Instituto Rubens Gerchman, Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, Museu Bispo do Rosário, Projeto Hélio Oiticica, Projeto Lygia Pape e Santander Brasil.

A mostra está dividida em três núcleos:

  • Vozes dos Trópicos: o núcleo se debruça sobre o imaginário que moldou a ideia de Brasil como paraíso exótico e exuberante, mas atravessado por tensões entre natureza e colonização, beleza e violência, mito e crítica. Obras de Tarsila do Amaral, Burle Marx, Beatriz Milhazes, Lygia Pape, Hélio Oiticica, Glauco Rodrigues, Denilson Baniwa, Ernesto Neto, Adriana Varejão, Rosana Paulino e outros conduzem o visitante a paisagens fabulosas e símbolos ancestrais, compondo um Brasil vibrante, colorido e solar.

  • Vozes da Rua: apresenta o Brasil popular em sua força criativa, onde a arte se inspira no compasso da rua, das festas e dos gestos cotidianos. Obras de Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres, Djanira, Volpi, Portinari, Beatriz Milhazes e outros retratam celebrações e rituais, revelando uma estética nascida da coletividade e da cultura que molda nossa identidade visual.

  • Vozes do Silêncio: aborda a outra face do Brasil, das questões psicológicas e íntimas, onde memória, espiritualidade e dor se transformam em criatividade. Maria Auxiliadora, Arthur Bispo do Rosário, Ismael Nery, Maria Lídia Magliani, Farnese de Andrade, Flávio Cerqueira, Vik Muniz e Nelson Leirner, entre outros, exploram corpo, fé, luto e exclusão como territórios poéticos, revelando dimensões invisíveis da experiência brasileira. Mais que um recorte histórico, “Nossos Brasis: entre o sonho e a realidade” constrói um mosaico de linguagens e visões sobre o país. O arco temporal vai dos modernistas da década de 1920 a artistas emergentes da década de 2020, criando diálogos que materializam as muitas ideias de brasilidade. “Dividido em grupos temáticos que não estabelecem dogmas, mas flertam com nosso imaginário, o conjunto de obras traz nomes consagrados, representantes da vastidão de estilos própria de um território igualmente amplo, criando relações transversais que ultrapassam limites imagéticos. São 100 anos de arte nacional representados por 50 artistas, criando um conjunto eclético e abrangente, que não tem a pretensão de esgotar a nossa vigorosa produção artística, mas apontar alguns caminhos trilhados”, explica a curadora Denise Mattar.

Crédito de Imagem: Mamoeiro’ (1925), Tarsila do Amaral | Pintura, óleo sobre tela, 65 x 70 cm

Olhares que conduzem a mostra

À frente da curadoria está Denise Mattar, paulista, crítica de arte e uma das mais respeitadas curadoras do país. Atuou em instituições como o Museu da Casa Brasileira (SP), o MAM-RJ e o MAM-SP, além de assinar retrospectivas de Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Portinari e Alfredo Volpi, várias premiadas pela APCA. Recentemente conduziu projetos de destaque como Armorial 50 (CCBB) e Di Cavalcanti, 125 anos (Farol Santander), reafirmando seu papel como referência em exposições que unem rigor histórico e sensibilidade contemporânea.

A concepção artística foi criada por Rafael Dragaud. Roteirista e diretor com trajetória marcada por projetos que cruzam arte, cultura popular e impacto social, Rafael Dragaud assina a concepção visual e narrativa da exposição Nossos Brasis: entre o sonho e a realidade. Criador de formatos como Caldeirão do Huck e Amor & Sexo, esteve à frente de produções que deixaram rastro no imaginário coletivo - como Criança Esperança, Minha Mãe é uma Peça e Falcão - Meninos do Tráfico. No cinema e na música, assinou roteiros e direções premiadas, como Cinco Vezes Favela 2 e o show Ivete, Gil e Caetano, vencedor do Latin Grammy. Na exposição, sua direção artística costura os núcleos curatoriais e reforça, por meio do espaço, da ambientação e dos elementos gráficos, a diversidade estética e simbólica proposta pela curadoria - criando um percurso imersivo, sensível e inventivo, que convida o público a imaginar novos Brasis.

Experiência ampliada

O projeto contará com uma visita guiada especial, conduzida pela curadora Denise Mattar, no dia da abertura. Também estão previstas oficinas profissionalizantes em comunidades, ampliando o alcance da mostra e reforçando seu caráter democrático.

A mostra também contará com recursos de acessibilidade, incluindo audiodescrição, tradução em Libras e materiais táteis, garantindo que diferentes públicos possam vivenciar plenamente a experiência

A exposição inaugura no dia 21 de outubro na CAIXA Cultural Brasília e segue aberta ao público até 18 de janeiro de 2026. As visitas podem ser feitas de terça a domingo, das 9h às 21h. A entrada é gratuita e a classificação é livre.

Serviço:

Exposição: Nossos Brasis: entre o sonho e a realidade

Local: CAIXA Cultural Brasília – SBS Q. 4 Lotes 3/4 - Asa Sul, Brasília - DF, 70092-900 Galerias: Galeria Principal, Galeria Piccola I e Galeria Piccola II

Abertura: 21 de outubro (terça-feira), às 19h

Período: 21 de outubro de 2025 a 18 de janeiro de 2026

Horários: terça a domingo, das 9h às 21h (segunda-feira fechado)

Entrada: gratuita | Classificação indicativa: livre Acessibilidade: audiodescrição, Libras, materiais táteis e visitas mediadas Patrocínio: CAIXA e Governo do Brasil

Escrito por Equipe Wanna be Nerd

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