Amor À Segunda Vista


O que você faria se a vida que conhecesse em um piscar de olhos não existisse mais e a mulher que você ama nem sequer sabe que você existe? Esta é a premissa de 'Amor À Segunda Vista', lançamento da Bonfilm para esta quinta-feira (11). 

No filme, o jovem Raphäel Ramisse, papel do talentoso Françouis Civil (Frank), certo dia acorda e não é mais um escritor famoso e muito menos é casado com o amor da sua vida, Olivia Marigny personagem interpretada pela atriz Joséphine Japy

A película passou pela edição deste ano do Festival Varilux de Cinema Francês e tem direção de Hugo Gélin.
Trailer

Ficha Técnica

Título original e ano: Mon inconnue,2019. Direção: Hugo Gélin. Roteiro: Hugo Gélin, Igor Gotesman, Benjamim Parent. ElencoFrançois Civil, Joséphine Japy, Benjamin Lavernhe, Camille Lellouche, Amaury de Crayencour, Edith Scob, Juliette Dol. Gênero: Comédia, romance,drama. Nacionalidade: França. Edição: Virginie Bruant. Fotografia: Nicolas Massart. Direção de arte: Lisa-Nina Rives. Figurino: Isabelle Mathieu. Supervisor do Departamento de Som: Anais Letiexthe. Supervisor musical: Raphael Hamburger.  Distribuição: Bonfilm.  Duração: 1h58. Classificação indicativa: 12 anos.

O primeiro ato do filme vem com o intuito de nos mostrar um pouco da vida de Raphäel no colégio. Ali ele vivia para lá e para cá com o amigo Félix (Benjamin Lavernhe). Mas em certo momento de aventura pelo arredores do local, conhece a jovem Olivia e o amor surge. Ele adora escrever e ela, por acaso, lê um de seus rascunhos e o incentiva a continuar. A moça toca piano lindamente e quer muito enveredar pelos mesmos caminhos que a avó, ser pianista. Juntos eles começam a crescer profissionalmente e logo se casam, mas Raphäel começa a ficar sem tempo para Olivia e os personagens literários criados por ele, que, aliás, tem grande fundamento em sua vida pessoal, se perdem. Isto porque quando o casal briga, o autor age por impulso e muda a história e o que ele não sabia é que ao acordar alteraria também a sua vida. Assim, chega a um mundo paralelo onde a esposa é uma musicista famosa e ele apenas um professor de letras. O amigo Félix também perde muito com esse novo tempo e os dois se juntam para tentar mudar o curso da trama e fazer com que tudo volte ao normal.


O roteiro tem uma delicadeza enorme para falar do romance entre Raphäel e Olivia. Principalmente, porque trabalha o crescimento dos personagens e suas transformações a partir do sucesso. Raphäel já não demonstra que ama a esposa, mas em nenhum momento deixa de amá-la. Apenas está muito apaixonado por si mesmo e colocando o ego a frente de tudo para notar. Quando cai em si parece ser tarde demais, contudo, neste momento esquece por completo suas histórias e vai atrás do amor de sua vida. Inventa mil artimanhas para chegar perto dela e como este 'novo mundo' tem resquícios daquele que o homem conhecia, ele busca as conexões que pode para conseguir consertar o seu erro. Olivia se mostra como uma mulher parceira no inicio da relação e apoia tudo que o marido faz, mas este a decepciona muito e na fase que os vemos separados - e que ela sequer sabe quem ele é, pois eles não chegaram a se conhecer na escola - percebe-se que é ela que agora está focada em ser uma artista de talento e ela atinge esta meta. 

Por todo o filme, a relação de amizade entre Raphäel e Félix é bastante testada. E o primeiro tem sempre a ajuda do segundo, mas também desaponta o fiel amigo e é cruel ao se revelar imaturo e sem coração. Conflito que o longa também consegue resolver e nos deixar bem satisfeitos.


O filme mexe com teorias de universos paralelos, volta no tempo, efeito borboleta, apresenta as subtramas do livro de Raphael e convence bastante com as explicações e razões da mudança radical que acontece à ele. Faz isso de forma leve, agradável e ultra divertida. Aliás, o tom da comédia é no ponto tanto quanto do romance. Você deve sair da sessão apaixonadíssimx pelo casal Raphäel e Olivia e também por toda a trama.

As atuações são no estilo francês de sempre: incrivelmente extraordinárias. Este é o segundo filme do ator Françouis Civil que ganhou exibição no Festival Varilux, pois Civil também faz parte do elenco de ''Quem Você Pensa que Sou'', filme com Juliette Binoche que deve chegar as telas em breve.

Hugo Gélin (Uma Familia de Dois) que não só dirige, mas escreve o roteiro em parceria com Igor Gotesman e Benjamim Parent, nos entrega um trabalho sólido e que deve trazer um sentimento de leveza como quase todos os filmes franceses conseguem o fazer. 

Um ponto alto no filme é a trilha sonora e ela ajuda a construir a sintonia em algumas das cenas mais legais da trama. Fotografia se faz em dualidade para mostrar as transformações dos personagens e os ambientes por quais eles vão passando (escola, teatro, praia) e o figurino é bastante complementar as caracterizações e detalhes de cada um.




INDICADÍSSIMO!

Avaliação: Três corações reconquistados e oitenta  (3,80/5)

See Ya!


B-

Escrito por Bárbara Kruczyński

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