Meu Nome É Gal, de Dandara Ferreira e Lô Politi | Assista nos Cinemas

 
Após passagens em festivais como o Festival de Cinema de Gramado, Meu Nome É Gal tem seu lançamento no feriado do dia 12 de outubro. No longa de estreia de Dandara Ferreira, a diretora também interpreta Maria Bethânia, que aparece como coadjuvante nesta cinebiografia de sua agora falecida amiga Gal Costa. A direção do filme também é assinada por Lô Politi (''Sol'' e ''Alvorada'').

As biopics brasileiras - principalmente as musicais - têm má fama com a crítica especializada por serem predominadas de retratos “chapa-branca” de seus biografados, além de serem formulaicas, terem roteiros bem parecidos entre si e se escorarem unicamente em um bom casting e na emoção já garantida dos sucessos entoados pelas personalidades retratadas.

Pois esta é diferente. Sua execução é fraca e peca em vários aspectos. Mas merece congratulações por pelo menos tentar ser uma obra diferente das demais deste gênero. Ao invés de apostar em uma narrativa que tenta abarcar toda a carreira do biografado, incluindo os episódios mais escandalosos, o roteiro de Lô Politi escolhe um recorte específico: retratar o surgimento da persona Gal - desde a mudança para a cidade grande, passando pela escolha de seu nome artístico e culminando em suas primeiras grandes repercussões.

Trailer

Ficha Técnica


Titulo original e ano: Meu Nome É Gal, 2023. Direção: Dandara Ferreira e Lô Politi. Roteiro Final: Lô Politi. Roteiro: Lô Politi, Maíra Buhler e Mirna Nogueira. Elenco: Sophie Charlotte, Rodrigo Lellis, Camila Mardila, Luis Lobianco, Dan Ferreira, Dandara Ferreira, Chica Carelli e George Sauma. Gênero: Biografia, Drama, Música. Nacionalidade: Brasil. Direção de Fotografia: Pedro Sotero. Direção de Arte: Juliana Lobo, Thales Junqueira. Figurino: Gabriella Marra. Maquiagem: Tayce Vale. Som Direto: Abrão César. Edição de Som: Beto Ferraz. Mixagem: Toco Cerqueira. Trilha Sonora Original: Otavio de Moraes. Montagem: Eduardo Gripa e Eduardo Serrano. Produção Executiva: Jatir Eiró, UPEX, Mariana Marcondes. Produtores Associados: Wilma Petrillo, Dandara Ferreira e Jorge Furtado. Produzido Por: Marcio Fraccaroli, Lô Politi, André Fraccaroli, Veronica Stumpf. Distribuição: Paris Filmes. Codistribuição: SPCINE, Secretaria Municipal de Cultura. Patrocínio: Rede D’Or, Hering. Apoio: ProAC, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura do Estado de SP, Governo Federal, Lei Aldir Blanc, BRDE, FSA, ANCINE, (bandeira nacional). Coprodução: Globo Filmes, Telecine e California Filmes. Produção: Paris Entretenimento e Dramática Filmes. Duração: 2hrs. 
Se o normal para o gênero é apostar em uma caracterização de cair o queixo, este filme também vai na direção contrária. Em nenhum momento Sophie Charlotte se assemelha muito a Gal fisicamente. Apesar da recriação dos looks e penteados, a fisionomia não convence tanto. Por um lado, isso deixa espaço livre para a atriz criar e fazer uma verdadeira interpretação ao invés de uma simples imitação. Mas por outro, há vezes que ela acaba ofuscada pelo desempenho de Rodrigo Lélis e Luis Lobianco, que vivem, respectivamente, Caetano e Guilherme Araújo.

É que há a intenção de mostrar a transformação da tímida e acanhada Maria da Graça no fenômeno que foi Gal Costa. No entanto, Sophie acaba apagada diante de outras atuações que mais parecem caricaturas dos famosos. O problema, neste caso, é de direção. Uma das exceções se encontra no papel de Camila Márdila, que acaba privilegiada por representar um rosto não tão conhecido quanto os demais ao interpretar a ex-esposa de Caetano, Dedé Gadelha.

Créditos: Paris Filmes/ Divulgação
O longa nasceu após Dandara Ferreira dirigir a série documental ''O Nome Dela É Gal (HBO,2017) e a própria Gal Costa pedir a diretora que também dirigisse o filme sobre sua vida.

Muito da história é sobre o que Caetano diz; o que Caetano faz; como ele contraria Gal; como a protagonista é afetada pelo que acontece a ele. Nada mais justo que o compositor de uma grande porcentagem do repertório da cantora, além de um de seus melhores amigos, ganhar destaque na obra. O problema aqui é a falta de força na construção imagética da personagem principal.

É impossível não sair do cinema com algumas das músicas de Gal tocando no fundo da cabeça, ou não se deixar levar com a nostalgia empregada pela estética das filmagens em super 8 ou ainda não se emocionar com as imagens reais da cantora ao fim da exibição. A frustração, então, vem da certeza de que nomes potentes como Lô Politi e Dandara Ferreira são capazes de um resultado melhor do que o apresentado.

A produção ganhou exibição no Festival do Rio, na última semana, na mostra ''Première Brasil: Hors Concours Longa-Metragem''.

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Escrito por Luana Rosa

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