Ginger & Rosa

Ginger & Rosa (2012) é o mais novo longa da diretora Sally Potter (Porque Choram os Homens) que chega às telas brasileiras, nesta sexta-feira (19). O drama traz um olhar intimista sobre a vida de duas adolescentes que são amigas inseparáveis desde seu nascimento e sonham com uma vida melhor que as de suas próprias mães, sempre presas à rotina doméstica.  As amigas vivenciam a década de 60, na grande Londres, justamente na época que a ameaça de uma guerra nuclear está por vir à tona. Não demora muito para que ambas entrem em conflito com as mães, ao mesmo tempo que passam a idolatrar Roland (Alessandro Nivola), o pai pacifista e liberal de Ginger (Elle Fanning). Ele é um professor que encoraja na filha o engajamento em causas de grande relevância e reconhece sua distinção das outras meninas, mas o relacionamento de pai e filha e, das próprias amigas, será redefinido pela confusão de sentimentos de Rosa (Alice Englert). 

Ficha TécnicaGinger & Rosa. 2012, UK. 90 min - Drama. Direção: Sally Potter. Elenco: Elle Fanning, Alice Englert, Alessandro Nivola, Christina Hendricks, Annette Bening, Timothy Spall. Distribuição: Paris Filmes

O filme explicita, claramente, a personagem forte que é Ginger (Fanning) e sua vontade de combater uma guerra, enquanto seus próprios demônios a assombram. ~ o enredo fica ainda mais profundo com a ligação desses fatos. Rosa, por outro lado, não demonstra tanto interesse em causas políticas quanto Ginger, mas adora socializar (FANFARRONA DE CARTEIRINHA) com a amiga, pelas noites de Londres e seus arredores, indo aos pub's e as reuniões dos ativistas.

Ginger está sempre cercada de pessoas com cérebro e se sente ainda mais motivada a se engajar nas causas pacifistas. Seus padrinhos são o charmoso casal gay Mark e Mark Two, vividos pelo sempre espetacular Timothy Spall e por Oliver Platt, além da amiga poeta e também ativista, May Bella, a talentosa Annette Bening. Sua mãe, Natalie, é uma ex-pintora e dona de casa, interpretada pela voluptuosa e personificação em pessoa de Jessica Rabbit Christina Hendricks (Mad Men),que , ao contrário do pai de Ginger, Roland (Nivola),  só sabe falar que a bff de sua filha, Rosa,  é má influência. Em contramão ao clã de Africa (Sim, é esse o nome de batismo de Ginger!!!), Rosa e sua família não são um raio de sol de perfeição e luta contra o sistema. Sua mãe foi abandonada pelo marido e precisa trabalhar para manter a casa e os filhos. Além disso, a moça chave de cadeia, não coleciona um bom relacionamento com sua progenitora e vive sonhando em arrumar ''um amor eterno'' ~ à la quero um Mark Darcy. < sounds cliche, but it isn't! >

Bem,  a deixa para os conflitos do filme se deslancharem de vez e chegarem ao seu ápice se dão pelo fato do pai  de Ginger odiar viver ''segundo a sociedade'' e não suportar a ideia de matrimônio quanto mais em ser chamado de pai, algo que não vemos a ruivinha fazer em nenhum momento, pois ela sempre se refere à ele por Roland. Assim,  um mundaréu de reviravoltas acontecem nas vidas da dupla (separações, prisões, brigas, traições),  o que muda completamente o destino delas e todos ao redor.

O enredo de Ginger & Rosa é tão atraente quanto instigante ~ chorei que foi uma beleza ~ e uma coisa bacana de ver no relacionamento das duas protagonistas é o quão diferentes  elas são uma da outra, e, por mais que tentem sempre serem amigas, nem sempre isso se mostra possível.  A personagem de Elle Fanning, foi realmente um presente para a carreira dela, pois você percebe o quanto ela cresceu como atriz, visto que está assustadoramente brilhante!!! (e lindíssima em sua ruivez quase que autêntica). Fiquei em choque com a cena dela emocionada e explosiva, em certa parte do longa. A estreante Alice Englert, que pode ser vista no recente 16 Luas, também deu um show à parte. O elenco em si é monstro. Timothy, Oliver e Annette são extremamente precisos nas cenas em que aparecem e Christina Hendricks também, mas o filme realmente captou o brilho da Elle e fez com que nós sentíssemos a revolta da Ginger por muitos momentos. 



Trilha, Figurino e Fotografia são imensuravelmente perfeitas e adequadas ao contexto temporal. O roteiro é bem estruturado, apesar de uma narrativa, por vezes, falha. O período de hostilidade é mais que um cenário de fundo. É a eclosão dos sentimentos em guerra que essas adolescentes estão sentindo e isso fica muito bem exposto. A direção expressou inteligência ao deixar as atrizes brilharem, sem julgamento algum, o que deu sentido a vida comum na época em questão. Os sotaques britânicos do atores americanos estão aceitáveis, nada mais que isso. hahahaha ~ No Rottentomatoes o filme obteve 80% de qualificação positiva, ou seja, agradou a crítica especializada ; )
E alguém deixou de ser BV!!  > Ginger & Rosa, marca a estréia do primeiro beijo de Elle frente as câmeras. ;p
Trailer




Espero que tenham gostado e se animado para irem conferir no cinema.

See ya.
B.


Ps: O filme não tem apelo comercial, então, apesar de super indicado, não espere ver ele em cartaz em qualquer cinema! Se programe!








Escrito por Bárbara Kruczyński

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