Querida Zoe | Festival Filmelier no Cinema


Querida Zoe, filme dirigido por Gren Wells, que também dirigiu A Estrada Interior (2014) é um drama típico de sessão da tarde. A chavinha que gira aqui é a transformação dos personagens e o espectador poderá estabelecer o desenvolvimento dos protagonistas a partir do "antes e depois" de cada um.

A produção norteamericana não tem grandes intenções de mudar a fórmula e apresentar um drama com outras camadas, mas em quesito de atuação, ela se sai muito bem com seu ótimo time. O elenco, aliás, traz a queridísima Sadie Sink (A Baleia, Stranger Things). E a obra é uma carta de amor à irmã mais nova de Tessa, personagem de Sadie. Narrado através da carta escrita para Zoe, que representa os estágios de luto pelo qual Tessa está passando, após a perda da irmã, o filme vai se construindo.

Tessa descreve tudo como o "before and after" da fatalidade. Zoe era uma criança de pouco mais de dois anos, que morreu no trágico dia 11 de setembro. Mas não faleceu por causa do atentado que mudou o rumo de vida estadounidenses para sempre. A pequena foi atropelada e Tessa se culpa por sua morte, todavia, carrega essa frustração até que o sentimento se transforma em raiva, uma raiva que se direciona aos familiares e é também dos familiares. Afinal, o trágico ocorrido mudou a família e fez esta virar um grupo de pessoa que não sabiam lidar mais umas com as outras. Desta forma, o antes e o depois se fazem presentes para destacar como esta família faz para lidar com o luto. Evidencia como uma perda tão prematura de uma criança pode afetar a todos. 

Trailer



Ficha Técnica
Título original e ano: Dear Zoe, 2022. Direção: Green Wels. Roteiro: Philip Beard, Marc Lhormer e Melissa Martin. Elenco: Sadie Sink, Jessica Capshaw, Theo Rossi, Justin Bartha, Kweku Collins,  Vivien Lyra Blair, Tanyell Waivers, McKenzie Noel Rusiewics. Gênero: Drama. Nacionalidade: Estados Unidos da América. Trilha Sonora Original: Michael Yezerski. Fotografia Joel Schwartz. Edição: Julian Smirke. Design de Produçao: Carmen Navis. FigurinoMelinda Eshelman.  Duração: 01h34.

Previo a esta produção, o público já obteve amostras de que Sadie Sink e muitos dos atores aqui, eram convincentes em seu trabalho, mas depois de se assistir ao longa, fica mais que comprovado que mesmo com um roteiro que não oferece muito, eles conseguem entregar um bom resultado e se destacar. Jessica Capshaw (Blind Trust, Holidate, Greys Anatomy) interpreta Elly Gladstone, mãe de Tessa. A personagem de Jessica não se movimenta muito em cena, mas certamente consegue transparecer a dor que uma mãe sente ao enterrar seu filho. A atriz faz um trabalho excelente ao  delinear como a personagem está perdida e não consegue dar atenção ao marido e as duas filhas. Ou não consegue encontrar felicidade em nada mais, nem em si mesma. Fazendo com que um muro seja construído entre ela e a primogênita, Tessa, que foge para a casa do pai, Nick, interpretado por Theo Rossi (Luke Cage, CloverField, Army of Dead).

Nick é cozinheiro, mas nunca consegue segurar um emprego, por achar que merece mais. Ele tem um negócio um tanto quanto questionável, enquanto não consegue colocar para frente seu Food Truck. O homem, na verdade, vende drogas com o vizinho Jimmy (Kweku Collins). Este que se envolve com Tessa, assim que ela se muda para a casa do pai, a procura de se distanciar de todo o luto em sua casa. Para ela, é mais fácil esquecer até de Zoe e tentar seguir em frente. A garota foge até não conseguir mais, e todo o luto a encontra na casa onde procurou refúgio.

       Créditos: Divulgação 
O longa foi premiado no Woods Hole Film Festival (2022) nas categoria de "escolha do diretor" para melhor performance juvenil (Sadie Sink) e "Prêmio do Júri" par a"Melhor Narrativa" dado ao diretor Gren Wells

Existe um Tessa antes e depois de fugir para a casa do pai. E existe um Nick que acaba se modificando por conta da chegada da filha que nunca quis nada com ele. Todos os personagens apresentam essa construção e se transformam depois dos acontecimentos tomarem forma. Algo que pode soar cliche, obvio demais para qualquer obra, porém é o que Tessa vai descrevendo, ao aprender a lidar com os sentimentos dela, depois que perde a irmã. O antes e o depois é o que faz a diferença. 

A produção está disponível no catálogo do Festival Filmelier em 30 cidades brasileiras. 

Visite: www.festivalfilmelier.com.br e confira a programação. 

Escrito por Amanda Karolyne

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