A Sombra do Meu Pai, de Akinola Davies Jr. | 49ª Mostra SP

 

Foco Reino Unido

Competição Novos Diretores


Folarin (Sope Dirisu), por necessidade econômicas, é um pai ausente, que passa mais tempo no emprego na cidade do que com os filhos e a esposa na aldeia. Passando em casa apenas para tomar um banho e trocar de roupa, a pedido dos filhos, resolve levá-los à capital. Com esse tema simples, inicia-se uma grande aventura, em que as relações familiares entre o pais e os dois filhos ainda crianças são estreitadas. O pai com seu amor lança uma sombra de proteção no destino dos seus meninos.

As crianças Aki (Godwin Egbo) e Remi (Chibuike Marvelous Egbo) assombram-se com a cidade, sua agitação e seus personagens urbanos. Mas, nesse passeio, irmanam-se com o pai, ouvem seus ensinamentos, levam suas broncas e até mesmo percebem seus muitos deslizes como homem. Mas vão e voltam juntos, unidos frente ao perigo e aos prazeres da cidade.
Com duração de apenas um dia, esse passeio simples é a deixa que o diretor nigeriano Akinola Davies Jr., em seu primeiro longa-metragem, utiliza para contar a difícil situação política e econômica da Nigéria. A ida do Folarin à Lagos é para receber os seis meses de salário atrasado que a empresa lhe deve. Praticamente o país está um caos, aguardando o resultado da eleição presidencial, após anos de ditadura.

Desde a saída da aldeia em um transporte alternativo, percebem-se os problemas. Os passageiros discutem entre si, falta gasolina, muita notícia desencontrada. Durante o dia, a situação vai piorando, nada dos salários atrasados serem pagos, amigos pedindo dinheiro, pessoas apreensivas na rua por causa de um massacre. Até que uma hora a tensão explode de vez e o pai e os filhos voltam para aldeia.

Crédito de Imagens: 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo - Divulgação

Ficha Técnica

Título Original e Ano: My Father's Shaddow, 2025. Direção: Akinola Davies Jr. Roteiro: Akinola Davies Jr, Wale Davies. Elenco: Ṣọpẹ́ Dìrísù, Chibuike Marvellous Egbo, Godwin Egbo. Nacionalidade: Reino Unido,  FotografiaJermaine Edwards. MontagemOmar Guzmán Castro. Som: Pius Olamilekan Fatoke, CJ Mirra. Música: Duval Timothy, CJ Mirra. Design de ProduçãoJennifer Anti, Pablo Anti.  Produção: Rachel Dargavel, Funmbi Ogunbanwo. Produzido por: Element Pictures. Coproduzido por: Crybaby, Fatherland. Duração: 94min. 


Além deste contexto político, há o fator social. No decorrer do filme, presenciamos as várias religiões que compõem aquela nação, seus diferentes povos e línguas, as figuras pitorescas que percorrem suas ruas. O longa-metragem nos faz conhecer melhor a Nigéria, seus problemas, sua riqueza de costumes e culturas. E aprendemos mais também sobre Folarin, Aki e Remi. Excelentes atuações, vale ressaltar, daquelas tão intimistas e reais que nem parecem estar representando.
Representante do Reino Unido na lista de possíveis indicados para o Oscar de "Melhor Filme Estrangeiro" no próximo ano e menção honrosa do júri da "Caméra d’Or", do Festival de Cannes, a película é um rico mergulho na história de um país bem como o retrato intimista de uma família em dificuldades, mas solidária nos momentos difíceis. As ações ocorrem em apenas um dia de 1993, mas para o espectador fica o sentimento de ter conhecido intimamente a realidade desta importante país africano.
Nota: 8/10.

Vinheta oficial | 49ª Mostra


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Escrito por Marcelino Nobrega

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