Eike: Tudo ou Nada, de Andradina Azevedo e Dida Andrade


Inspirado pelo livro da jornalista Juliana Gaspar, ''Tudo ou Nada: Eike Batista e a verdadeira história do grupo x'', estreia hoje dramatização biográfica sobre a jornada do empresário rumo ao fundo do poço. ''Eike: Tudo ou Nada'' conta com direção de Andradina Azevedo e Dida Andrade e surpreende pela escolha inusitada de Nelson Freitas para o papel central, visto que o ator esteve por anos linkado a programas de comédia. O filme usa de metáforas para exibir um recorte da vida amorosa do ex-bilionário, o que quebra um pouco o drama para evidenciar a corrida deste ao sucesso no ramo das petrolíferas. 

Eike Batista chegou a ser listado como um dos homens mais ricos do mundo, com uma posição que ascendeu muito rápido e desceu também, pois de 2012 a 2014 a elevada quantidade de dinheiro que este ganhou, logo perdeu (cerca de 30 bilhões de dólares). O empresário teve êxito no ramo da mineração, mas ousou migrar para o mercado do petróleo quando o governo anunciou a abertura de leilão para  lotes do ''pré-sal''.
 
A distribuição é da Paris Filmes e também estão no elenco: Thelmo Fernandes, Marcelo Valle, Bukassa Kabengele, Juliana Alves, Jonas Bloch, André Mattos, Carol Castro e Xando Graça.

Trailer


Ficha Técnica

  • Título original e ano: Eike: Tudo ou Nada, 2022. Direção: Andradina Azevedo e Dida Andrade. Roteiro e Direção: Andradina Azevedo e Dida Andrade. Elenco: Nelson Freitas, Carol Castro, Thelmo Fernandes, Xando Graça, Marcelo Valle, Juliana Alves, Bukassa Kabengele, Lipy Adler, André Mattos, Jonas Bloch, Isabel Fillardis, Adriano Toloza, Carol Melgaço, Pablo Spyer. Gênero: Drama, Biografia. Nacionalidade: Brasil. Fotografia: Andradina Azevedo. Montagem: Maria Rezende, EDT. Direção de Elenco: Ciça Castello. Trilha Sonora Original:  Flávio Iannuzzi. Direção de Arte: Dina Salem Levy. Figurino: Inês Salgado. Maquiagem: Rose Verçosa. Som Direto: Felipe Machado. Desenho de Som: Ricardo Cutz, A3pS e Matheus, A3pS. Mixagem: Ricardo Cutz, A3pS. Produção de Finalização: Thiago Pimentel. Produção Executiva: Mauro Pizzo. Produção: Tiago Rezende. Produtores Associados: Mariza Leão e Marcio Fraccaroli. Produção: Morena Filmes. Coprodução: Star Productions. Distribuição: Paris Filmes. Duração: 100min.

O filme se inicia com cena que destaca a infância de Eike na Alemanha ainda nas asas da mãe e sendo disciplinado a saber exercitar sua ambição. Dali partimos para os anos 2000 onde o menino já é um homem de sucesso e empolgado com seu trabalho no ramo do minério. Recebe notícias de uma nova jogada do governo que pode o fazer ganhar ainda mais grana e sai em busca de patrocínio de amigos ricos da família, mas não consegue atenção e é chamado de maluco por tentar entrar em um negócio que talvez não tenha tanto conhecimento. Com sua equipe, e roubando mais gente da maior petroleira do país para a integrar, consegue então todo o dinheiro de investimento necessário para colocar em prática seu plano. Dá carta branca a um de seus novos subordinados, Odorico (Graça), e deixa alguns outros com a pulga atrás da orelha. Afinal, o risco era enorme e ele poderia perder tudo caso o responsável por achar petróleo não o encontrasse.


Paralelo aos acontecimentos profissionais, o envolvimento com a então modelo Luma de Oliveira (Castro) vira um escândalo na mídia, pois o homem acaba se divorciando para ficar com ela e o bebê que esta espera. Sem tomar muito tempo em tela, o assunto do ''romance'', só retorna para falar de uma possível traição que o homem sofre. E sempre sem muita exploração de toda a história, algo que provavelmente não aconteceria caso ele fosse uma personagem feminina. Mas Eike tem problemas maiores do que o romance que entram em questão: o abandono de funcionários da OGX,  a empresa criada para buscar petróleo, a perca de dinheiro rapidamente, além da fuga de patrocinadores. Ademais, a queda de cabelo se torna frequente e seu físico vai exibindo também alguma forma de decadência.


Na primeira imagem, Nelson Freitas como Eike Batista em ''Eike: Tudo ou Nada'', na sequência, imagem do empresário ao adentrar o mercado das Petroleiras.

Nem o envolvimento de Eike com o ex-governador do rio, ou políticos da região, são esmiuçados, mas temos a contextualização de que este mantinha relações com gente muito grande emprestando jatinhos e etc. Não era aclamado entre aqueles de sua classe, mas possuia acesso aquele meio. Com a movimentação negativa da empresa sendo exposta, um mandado de prisão é expedido, mas o homem já havia ido para Nova York. Retorna ao Brasil e se entrega e fica preso até iniciar os processos de delação e acordos com a justiça. E, claro, o filme busca em informações letrais a exibição da jornada de Eike pelos últimos anos.



O mínimo dos problemas do filme, que teve potencial para mais e não conseguiu atingir, é o elenco. As atuações realmente vão ao pé da letra e é isso. Não há em si algo exagerado da parte do protagonista ou dos coadjuvantes e segue-se uma linha normal do que vemos em biografias. A caracterização de Nelson Freitas está de parabéns, pois vende bem a similaridade com o empresário. Carol Castro, que adentra em pouquíssimas cenas, também é uma Luma perfeita. Grande parte dos personagens que trabalham com Eike ganham nomes fictícios e há até uma escolha de um elenco mais diverso. 

 

Temos uma direção que não faz muito pelo roteiro e ao mesmo tempo que a produção começa ambiciosa, termina sem se validar.  Destaque para a fotografia e as caracterizações.


Avaliação: Dois barris de petróleo. (2/5)



HOJE NOS CINEMAS

Escrito por Bárbara Kruczyński

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