Quarteto Fantástico - Primeiros Passos l Assista nos Cinemas

 

Mais que heróis. Uma família.

 

No coração do novo filme do Universo Marvel, Quarteto Fantástico – Primeiros Passos, dirigido por Matt Shakman (Wandavision, 2021), não estão apenas os superpoderes ou as batalhas épicas entre o bem e o mal. Está algo mais íntimo, mais humano — a ideia de que, antes de serem super-heróis, Reed Richards (Pedro Pascal), Sue Storm (Vanessa Kirby), Johnny Storm (Joseph Quinn) e Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach) são, essencialmente, uma família.

 

Esse é o verdadeiro superpoder que pulsa por trás de cada cena, cada decisão e cada sacrifício.

 

🧬 Família: o núcleo irradiador

 

Desde os primeiros minutos, o roteiro (assinado por Josh Friedman, Eric Pearson e Jeff Kaplan baseado nos personagens criados por Stan Lee e Jack Kirby) nos mergulha em uma dinâmica familiar viva, cheia de imperfeições e amor genuíno. É fácil olhar para Reed Richards e vê-lo como o cientista brilhante e elástico, mas aqui ele é também o companheiro preocupado, o futuro pai tentando equilibrar genialidade com responsabilidade. Sue Storm, por sua vez, assume um protagonismo emocional marcante: grávida do pequeno Franklin Richards, ela carrega o fardo e a bênção de gerar vida enquanto o mundo ao seu redor ameaça ruir.

 

Ser invisível nunca foi tão simbólico — porque mesmo com poderes cósmicos, Sue lida com angústias que qualquer mãe reconhece: “Será que vou dar conta?”, “O que virá depois?”, “Quem sou eu agora que serei mãe?”. E no meio disso tudo, ela precisa salvar o mundo.

 

                                  Crédito de Imagens: © 2025 20th Century Studios / © and ™ 2025 MARVEL

O filhinho do casal Sue Storm e Reed Richards surge na edição #6 dos lançamentos em HQ do grupo de heróis (Fantastic Four Annual #6)

 

🔥 Rivalidade e afeto entre irmãos

 

A relação entre Johnny Storm, o inflamável Tocha Humana, e sua irmã Sue é um retrato carinhoso da clássica rivalidade entre irmãos — cheia de provocações, lealdade e amor incondicional. Johnny, com sua impulsividade e espírito aventureiro, representa o fogo da juventude, aquele que brilha alto, mesmo quando não tem certeza de para onde vai. É a fagulha de caos numa família que precisa de todos os elementos em equilíbrio. Já Ben Grimm, o gigante rochoso conhecido como O Coisa, com seu coração mole e punhos de pedra, nos lembra que há beleza até mesmo nas partes mais duras da existência.

 

🌀 Gravidez, esperança e luta

 

O anúncio da gravidez de Sue funciona como uma linha de costura emocional que entrelaça toda a narrativa. O bebê, Franklin, ainda nem nasceu, mas já é o centro gravitacional das decisões, dos conflitos e das esperanças. Porque proteger a Terra, agora, é proteger também o futuro. É uma metáfora poderosa: os heróis salvam o planeta, sim — mas fazem isso enquanto colocam o arroz para cozinhar, discutem o nome do bebê e tentam manter a rotina de um jantar em família.

 

Essa abordagem transforma o filme em algo mais do que uma batalha entre superpoderes e destruição em massa. Ele fala sobre o que estamos dispostos a fazer por aqueles que amamos. E isso torna tudo mais humano.

 

                                   Crédito de Imagens: © 2025 20th Century Studios / © and ™ 2025 MARVEL 

Shalla-Bal foi criada por Stan Lee e John Buscema na primeira série de quadrinhos solo do Surfista Prateado, cuja edição de estreia foi lançada em agosto de 1968.

 

🌌 Shalla-Bal: o espelho sombrio

 

Do outro lado do tabuleiro cósmico, surge Shalla-Bal, a Surfista Prateada (vivida por Julia Garner). Antagonista? Talvez. Mas acima de tudo, ela é um espelho emocional de Sue Storm — uma mulher que, para salvar seu povo, sacrificou sua liberdade e se tornou a arauta do implacável Galactus (Ralph Ineson), uma força colossal que devora mundos inteiros. Galactus, aqui, não é apenas um vilão: ele é o símbolo da ameaça existencial que paira sobre tudo que é vivo, sobre tudo que é frágil e precioso. Nos quadrinhos, ela é namorada do Surfista e os pombinhos são separados por Galactus.

 

🤖 Visual, humor e nostalgia

 

Visualmente, o filme é um deleite. O design retro-futurista traz um charme quase steampunk com toques da era espacial — como se os anos 60 tivessem projetado o amanhã. O CGI está impecável, dando vida a cenas de voo e ação que arrepiam, sem perder o toque artesanal de uma produção feita com cuidado. HERBIE, o robozinho assistente, é puro carisma e lembra a Rosie dos Jetsons — uma pitada de nostalgia inteligente que equilibra bem o tom emocional e o humor leve.

 

Trailer 

 

 📽️ Ficha Técnica

 
Título Original e Ano: The Fantastic Four: First Steps, 2025. Direção: Matt Shakman. Roteiro: Josh Friedman, Eric Pearson, Jeff Kaplan e Ian Springer (história de Pearson, Kaplan, Springer e Kat Wood baseada nos personagens criados por Stan Lee e Jack Kirby). Elenco: Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn,Ebon Moss‑Bachrach,Ralph Ineson,Julia Garner, Paul Walter Hauser, Natasha Lyonne, Sarah Niles, Mark Gatiss. Gênero: Ação, Aventura, Ficção Científica, Super‑herói. Nacionalidade: Estados Unidos da América. Trilha Sonora Original: Michael Giacchino. Fotografia: Jess Hall. Edição: Nona Khodai e Tim Roche. Design de Produção: Kasra Farahani. Direção de Arte: Nick Gottschalk. Figurinista: Alexandra Byrne. Empresas Produtoras: Marvel Studios & 20th Century Studios. Produção Executiva: Kevin Feige, Grant Curtis, Louis D'Esposito e Robert Kulzer. Distribuidora: Walt Disney Studios Motion Pictures (Disney Pictures Distribution). Duração: 01h55min.

 

🎬 Mais do que um filme de super-heróis

 

Quarteto Fantástico – Primeiros Passos é aquele tipo de produção que nos faz lembrar por que nos apaixonamos por super-heróis no primeiro lugar. Porque, por trás dos uniformes e poderes, estão pessoas tentando se conectar, encontrar sentido, proteger o que importa — e fazer tudo isso sem perder a própria humanidade.

 

A aventura é vibrante, as batalhas são espetaculares, e os momentos de tensão seguram o fôlego. Mas o que mais fica é a sensação de pertencimento. É um filme sobre salvar o mundo, sim. Mas também sobre salvar uns aos outros — mesmo que, às vezes, isso signifique apenas estar ali, dividindo a última fatia de pizza depois de um dia caótico.

Ah, e não esqueça: fique até o final: duas cenas pós-créditos estarão ali te aguardando, e uma deles… bem, digamos que vai mudar tudo o que você acha que sabe sobre o universo Marvel.

 HOJE NOS CINEMAS

Escrito por Helen Ribeiro