Creed III, de Michel B. Jordan | Assista nos Cinemas

Certas situações em nossas vidas algumas vezes podem nos levar a sentir remorso ou culpa de forma a não falarmos de acontecimentos passados. Na nova jornada de Adonis Creed (Michael B. Jordan) nas telas, o filho de Apolo, agora sem o Tio Rocky (Sylverster Stallone), recebe a visita de um amigo de infância chamado Damian (Jonathan Majors) que era seu parça em tudo, mas ao ser preso acabou se afastando para cumprir pena. Na atualidade, Adonis é um boxeador aposentado, tem tempo livre para brincar com a filha Amara (Mila Davis-Kent) e também para cuidar da mãe (Phylicia Rashad) e da esposa, a cantora e produtora Bianca (Tessa Thompson), ou pelo menos, tenta, pois ele ainda frequenta o ginásio e apoia jovens lutadores. 

Ao passo que Damian se encontra com Adonis, Felix (Jose Benavidez) está em treinamento para lutar com Viktor Drago (Florian Munteanu) e como forma de ajudar o velho amigo a se recompor, após tanto tempo preso, o convida para ser sparring do homem para que ele vença Drago. Mas acontece que antes de toda a caminhada de Adonis no Boxe, seu amigo já lutava e teve a carreira interrompida. Assim, este reencontro, ao inicio, soa como um pedido de ajuda, ao mesmo tempo que uma indicação de que algo ocorrido anos atrás não tenha sido resolvido entre eles e que isto pode ser o pulo para um conflito maior. E realmente o é. Afinal, Adonis se sente culpado pelas escolhas de Damian e acredita que estas foram para livra-lo de qualquer tipo de punição que também poderia vir sofrer quanto aos seus próprios atos rebeldes. Logo, os humores dos dois amigos vão começar a mudar e os levar ao ringue, pois Damian acaba mostrando exatamente ao que veio, após receber suporte e apoio para adentrar o mundo das lutas.

Como subtrama, o filme também apresenta como a velhice da mãe de Adonis pode deixar todos preocupados com uma possível fatalidade exatamente no momento em que o ex-lutador está se sentindo fragilizado. No entanto, os momentos com a filha e com a esposa nos trazem mais sutileza e amorosidade e dão leveza ao ar conflituoso.

Trailer


Ficha Técnica
  • Título original: Creed, 2023. Direção: Michael B. Jordan. Roteiro: Keenan Coogler e Zach Baylin com argumentos de Ryan Coogler, Keenan Coogler e Zach Baylin - Baseado nos personagens criados por Sylvester Stallone e Ryan Coogler. Elenco: Michael B. Jordan, Tessa Thompson, Phylicia Rashad, Jonathan Majors, Florian Munteanu, Wood Harris, Mila Davis-Kent, Selenis Leyva, Spence Moore II, Thaddeus J. Mixson, Jose Benavidez. Gênero: Drama. Nacionalidade: Estados Unidos da América. Trilha Sonora Original: Joseph Shirley. Fotografia: Kramer Morgenthau. Edição: Jessica Baclesse e Tyler Nelson.  Figurino: Lizz Wolf. Distribuidora: Warner Bros. Duração: 02h10min.
Desta vez, a trama voa plenamente solo sem qualquer ligação com a jornada de Rocky Balboa. Sylvester Stallone aparece entre os listados como produtores, aliás, mas não tem participação ativa no filme. Algumas entrevistas do astro indicam que ele não concordou com os direcionamentos da trama e as escolhas de Jordan e do produtor Irwin Winkler. Ainda assim, o que se apresenta vem complementar ao que já fora visto e, apesar de não trazer surpresas ou ser tão eloquente e dramático quanto o primeiro Creed (ler texto aqui), ou trazer mais referências ao mundo de Balboa como Creed II (ler texto aqui) , é compensatório e embarca o espectador na narrativa.

A chegada de Damian também dispara alguns questionamentos na família como o porquê Bianca não está mais cantando. E é dado ênfase que por ter deficiência auditiva, ela teve que readequar a carreira artística para produzir novos artistas, assim como seu marido que agora apoia quem está entrando no esporte. Já a filha do casal, que nasceu sem audição, demonstra que a profissão do pai pode servir a ela em momentos em que estiver desprotegida e quer aprender a boxear para se defender de bullyings na escola. Ou ainda porquê se inspira muito em Adonis.

                                                      Créditos: © 2023 Metro-Goldwyn-Mayer Pictures Inc. All Rights Reserved               
Adonis (Jordan), Amara (Kent) e Bianca (Thompson) assistem a luta entre Felix e Damian.

A direção de debutante de Michael B. Jordan foi anunciada ainda em 2020 e traz takes em câmera lenta, muita proximidade aos personagens e um ritmo dinâmico, apesar do filme ter ali quase duas horas exatas. A adição ao elenco do ator em ascensão Jonathan Majors faz uma grande diferença e antagonista e protagonista tem ótimo bate bola. Jonathan consegue dar um ar de ''intruso'' perfeito ao personagem. Alpem disto, cenas de lutas entre os boxeadores no ato final são ultra coordenadas e muito instigantes. Ludwig Göransson, que assina a trilha sonora dos primeiros filmes, não retorna aqui e Joseph Shirley assume o cargo. Há uma criação de um ambiente ainda mais sofisticado para desenhar ''a vida familiar dos creed'', já que Adonis já conquistou a glória. E o ar alternativo que Bianca possuía nos outros filmes dá espaço a um figurino mais elegante. 

                                                     Créditos: © 2023 Metro-Goldwyn-Mayer Pictures Inc. All Rights Reserved 
Adonis Creed (Michael B. Jordan) e Damian Anderson (Jonanthan Majors) acabam se confrontando no ringue e revendo antigas questões em sua relação de amizade 

A redenção dos personagens ou a resolução dos conflitos entre eles chega de forma simples e o filme tem bons momentos de reflexão sobre amizade, traição e o paralelo entre ''escolhas'' que se podem tomar na vida. Até porquê violência não se justifica, se enfrenta com educação e acesso a oportunidades.

O longa, que também pode ser visto em IMAX, estréia hoje no Brasil e chega aos cinemas nos Estados Unidos na sexta-feira (03/03) e é uma ótima pedida para o fim de semana. 

Avaliação: Três luvas douradas de puro entretenimento família (3/5).

SOMENTE NOS CINEMAS

Escrito por Bárbara Kruczyński

    Comentários Blogger
    Comentários Facebook

0 comments:

Postar um comentário

Pode falar. Nós retribuímos os comentários e respondemos qualquer dúvida. :)