Vem ai a 10ªedição do Festival Cinema e Transcendência!

                                                                                                               Não Sou Nada, de Edgar Pêra - Divulgação
 
Com curadoria do cineasta e músico André Luiz Oliveira e da também cineasta e produtora Carina Bini, festival exibe 21 filmes entre 4 e 16 de novembro, com sessões gratuitas, atividades formativas, shows musicais e práticas de yoga e meditação
 
Criado em 2013, o Festival Internacional Cinema e Transcendência chega à sua 10ª edição, com uma programação com 13 longas e 8 curtas-metragens, ações educacionais, shows e homenagens ao legado artístico do cineasta Vladimir Carvalho e do diretor teatral e idealizador do Cena Contemporânea, Guilherme Reis, além de celebrar em vida a produção da cineasta Luna Alkalay, com dois filmes presentes no evento.
O festival será realizado de 4 a 16 de novembro, no Cinema do Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília, realizado pela Tantri Arte e a Atman Filmes, com curadoria do cineasta e músico André Luiz Oliveira e da produtora e diretora Carina Bini. O evento tem patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF e apoio do Sesc. Todas as sessões têm entrada franca, mediante retirada de ingresso no site bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB, um dia antes de cada sessão. A classificação indicativa depende de cada filme e pode ser conferida na programação, na bilheteria e no site.
Nascido para levar ao público narrativas relacionadas a caminhos da espiritualidade fora de dogmas ou crenças, neste ano o festival se consolida no imaginário do público enquanto proposta de provocar deslocamentos no espectador, que o conduzem a uma expansão de consciência por meio da experiência artística.  A curadoria desta edição de aniversário terá como tema “Cinema e Saúde Mental”, abordando o crescente aumento de crises pessoais, sofrimento extremo e problemas como ansiedade, estresse e burnout.
O tema estará refletido em vários dos filmes programados, dos debates e, também, materializa-se em forma de antídoto às mazelas da saúde mental, com as atividades de yoga e meditação. “O festival, no seu décimo ano, traz uma leva heterogênea de filmes no sentido de ampliar a percepção de que o diálogo do cinema com a transcendência não se dá apenas no conteúdo, mas também no campo da linguagem, no risco e na ousadia estética”, resume André Luiz, idealizador e curador do festival, ao lado de Carina Bini.
“Em 10 anos de existência o festival construiu uma trajetória e criou seu público cativo, que espera e pergunta pelo evento”, analisa Carina, que é também diretora geral do festival. Segundo ela, a peculiaridade do Transcendência é justamente mostrar como festivais de cinema acessam diferentes públicos e podem ser criativos em suas formas e propostas curatoriais. “Nossa proposta é a ‘transcendência’, um termo tão generoso, que pode significar muitas coisas. Mas, para o festival significa tudo aquilo que transcende a uma ordem, que amplia olhares, traz novos pontos de vista, que mergulha fundo para emergir com reflexões profundas e múltiplos significados para a própria vida e suas diferentes realidades”, detalha.

CINEMA

Festival Internacional Cinema e Transcendência – Edição 10 Anos apresenta produções marcadas pela experimentação de linguagem, a exemplo da catarse poética presente nos documentários “Poemaria”, de Davi Kinski; e a cópia restaurada de “Cristais de Sangue”, de Luna Alkalay, lançado originalmente em 1974.
Seu caráter internacional estará presente em produções estrangeiras muito significativas, como é o caso de “Não Sou Nada”, thriller psicológico português de Edgar Pêra, que se passa na cabeça do poeta Fernando Pessoa, que também será homenageado com esta exibição pelos 90 anos de seu “passamento”. Outras produções internacionais são “Caminhe Comigo”, de Marc J Francis e Max Pugh, que faz uma imersão cinematográfica no mosteiro do mestre zen Thich Nhat Hanh; e “A Sabedoria do Trauma”, documentário sensível de alerta sobre a importância da saúde mental, realizado pelo italiano Maurizio Benazzo e a búlgara Zaya Benazzo nos EUA, acompanhando as ideias do médico e autor best-seller húngaro Gabor Maté.

O público também será convidado a adentrar o imbricamento entre arte e política com “O Homem de Areia”, documentário do homenageado Vladimir Carvalho, que será exibido após a masterclass “A Estética dos Afetos”, ministrada pelo seu irmão, o premiado cineasta e fotógrafo Walter Carvalho, que assinou a direção de fotografia deste filme.

Outros destaques da programação cinematográfica transcendente se apresentam na paranormalidade escancarada de “Eletromagnética – Os Caminhos de Uma Aprendiz”, de Felipe Cunha; nos caminhos da arte fotográfica e os cuidados do corpo apresentados por “Yoga – Arquitetura da Paz”, de Heitor Dhalia; nos tratamentos terapêuticos exibidos em “Meu Amigo Lorenzo”, de André Luiz Oliveira; nas inquietações da consciência que brotam em “Centelha Divina”, de Melquior Brito; nas experiências interpessoais confessadas no corajoso “Trópico de Leão”, de Luna Alkalay; e na cura das feridas da alma buscada com sensibilidade em “Ecos do Silêncio”, também de André Luiz.
O público poderá votar nos seus filmes favoritos ao longo do festival. No encerramento do evento, serão exibidas aquelas produções eleitas pelo voto popular. O festival conta com sessões com legendas LSE, para pessoas surdas e ensurdecidas, intérprete de Libras para as atividades formativas (masterclasses, paineis e debates), além de informações sobre o evento impressas em braille e disponibilizadas no local de realização do evento.
SHOWS
Desde o seu primeiro ano, o Festival Internacional Cinema e Transcendência tem colocado em destaque a música tanto na tela dos filmes. De forma presencial, o festival trouxe ao público shows, performances, vivências sonoras e recitais de artistas de grande expressão, como Moraes Moreira, Renato Matos e Lazzo Matumbi, além de exibir documentários musicais sobre grandes nomes, como o filme então inédito “Beatles na Índia” e a cinebiografia de Astor Piazzolla.
Para a Edição 10 Anos não poderia faltar esse elemento tão transcendental que é a música e a performance ao vivo. Portanto, a programação de shows será composta por dois espetáculos. O primeiro será o show “Diaspóricas”, uma celebração da força e da ancestralidade da música preta brasileira, inspirado no documentário homônimo que será exibido no festival na mesma data, dirigido por Ana Clara Gomes. No CCBB Brasília, estarão presentes as artistas goianas que estrelam a obra audiovisual, Flávia Carolina, Kesyde Sheilla, Maximira Luciano e Iná Avessa.
Na última semana do festival,  será a vez de o público assistir ao concerto do trio instrumental Gharana Eletroacústica, composto por Wilton Rossi e Zepedro Gollo, do duo Tartamudo, com André Luiz Oliveira, que mostra sua experiência em instrumentos indianos clássicos, tais como o sitar, o bansuri e o dilruba.
O trio constrói paisagens sonoras da música clássica indiana em forma de Ragas unidas às estruturas da música eletrônica ocidental moderna, por meio de elementos percussivos e pulsantes, com guitarras em camadas de loops manipulados ao vivo. Gharana Eletroacústica, assim, constitui uma experiência audiovisual multi-sensorial que convida músicos e plateia a um mergulho interior numa onda coletiva.
HOMENAGENS
Festival Internacional Cinema e Transcendência – Edição 10 Anos fará duas homenagens póstumas, ao mestre do cinema documentário Vladimir Carvalho, que nos deixou em 2024, com a exibição do seu filme “O Homem de Areia”, e ao diretor teatral e gestor cultural Guilherme Reis, que fez sua passagem em setembro desde ano. Ele será lembrado na apresentação do trio Gharana Eletroacústica, na qual serão mostradas imagens dos filmes de André Luiz Oliveira em que ele participou como ator e depoente, como “Louco Por Cinema” (1994).
“É com muita alegria e honra que a curadoria do festival homenageia esses gentis e íntegros senhores ‘candangos’ por adoção, além do inestimável legado artístico para o cinema Vladimir, com o Cine Memória, e Guilherme, com o Cena Contemporânea, deixaram também um rastro de influência positiva em todos os que tiveram com eles algum tipo de contato”, justificou André Luiz.
Representando a força resiliente e a potência das mulheres no cinema, o Festival Cinema e Transcendência homenageia neste ano, em vida, a roteirista e diretora Luna Alkalay, uma das pioneiras do cinema brasileiro. Redescoberta em 2023 após ser encontrado um dos seus filmes perdidos, a cineasta estará no festival com dois filmes e ainda ministrará uma masterclass após a exibição das obras. Serão uma oportunidade para o público assistir à agora restaurada cópia outrora perdida de “Cristais de Sangue” (1974) e, também, seu recente e triunfal retorno com a obra experimental “Trópico de Leão” (2024).
E por fim, como não poderia deixar passar despercebida uma efeméride tão significativa para todos nós, o festival homenageia o poeta Fernando Pessoa (1888-1935) celebrando os seus 90 anos de “passamento” com a exibição inédita no Brasil do filme “Não Sou Nada”, do diretor português Edgar Pêra. Um filme ousado, enigmático para leigos, polêmico para conhecedores da obra do poeta e extasiante para pessoanos ardorosos.
ATIVIDADES FORMATIVAS
A décima edição do festival também abre espaço para o debate de ideias, o aprendizado, o estímulo ao pensamento crítico e à reflexão sobre a arte e a vida por meio de atividades formativas.
Algumas sessões do festival serão seguidas por debates, todos mediados pelo diretor André Luiz Oliveira. Após a exibição do filme “Eletromagnética”, na sessão de abertura, a terapeuta, escritora e espiritualista Halu Gamashi conversa com o público para aprofundar suas experiências e vivências extrassensoriais. A conversa propõe reflexões sobre práticas de autoconhecimento, consciência coletiva e o papel do ser humano na era eletromagnética.
Na sessão de “Meu Amigo Lorenzo”, o debate “Autismo e Psicanálise” reúne após a exibição a musicoterapeuta Clarisse Prestes e a psicanalista Inês Catão para discutir sobre autismo dentro do viés da psicanálise e suas abordagens.
E ao término da projeção do filme “A Sabedoria do Trauma”, o Prof. Dr. Fabrício Lemos Guimarães parte das reflexões do filme, explorando como experiências traumáticas moldam a vida individual e coletiva. O público é convidado a refletir sobre a relação entre trauma, comportamento e sociedade contemporânea. O debate propõe insights para compreender e transformar experiências dolorosas em aprendizado e crescimento pessoal.
O público também poderá assistir gratuitamente a duas masterclasses. "A Estética dos Afetos na Construção de uma Obra", ministrada pelo premiado fotógrafo e cineasta Walter Carvalho discorrerá sobre sua primeira experiência como fotógrafo no audiovisual, no filme “Homem de Areia”, de Vladimir de Carvalho, seu irmão mais velho, que será exibido na sequência da aula. Ao mesmo tempo que revive memórias do trabalho, aborda este encontro criativo afetivo no cinema.
A masterclass “O Cinema como Catarse" será apresentada pela própria homenageada Luna Alkalay, após a sessão dupla de seus filmes “Cristais de Sangue” e “Trópico de Leão”. A diretora compartilha o processo criativo de seu filme mais recente, que nasce como uma "catarse” após uma relação abusiva com um homem mais jovem. Nesta aula a diretora discorre sobre a questão geracional e de gênero no cinema e como estas relações impactam a produção autoral.
YOGA E MEDITAÇÃO
Uma atividade central no Festival Internacional Cinema e Transcendência é a prática da Yoga, como forma de receber o público em uma experiência prática compartilhada e imersiva. No dia 9 de novembro, serão separadas duas aulas antes da exibição do documentário temático de Heitor Dhalia, “On Yoga – Arquitetura da Paz”.
Primeiro, a produtora e cineasta Carina Bini, com vasta experiência em cultura indiana que, e também, é instrutora de yoga, apresentará o “Yoga com Ragas”, que consiste na prática de Hatha Yoga, focada em respiração e consciência corporal, enriquecida pelas ragas indianas executadas ao vivo no sitar por André Luiz Oliveira, criando uma experiência harmoniosa entre movimento, som e presença. O Festival conta ainda com aulas de yoga matinal para todas as idades, conduzidas pelo projeto “Yoga das Garças” - coletivo de professoras de yoga que se dedica a oferecer práticas de yoga de forma gratuita e para todas as idades, em parques e locais tradicionais da cidade.
Na sequência, o público poderá participar do “Yoga Dance”, com a instrutora Tati Petra. Nesta prática são combinados movimentos de dança com posturas de yoga, integrando respiração, corpo e ritmo. A atividade promove consciência corporal, expressão criativa e bem-estar, proporcionando conexão entre mente, corpo e energia através do movimento fluido e musical.
O festival conta ainda com uma prática de meditação conduzida pela MeditaSom, uma experiência sonora conduzida por Anna Heuseler, que aproxima os participantes da meditação por meio de sons e vibrações musicais. Com a participação de André Luiz Oliveira no sitar indiano, a prática cria uma atmosfera de imersão e contemplação. A atividade promove saúde mental e bem-estar, estimulando relaxamento e presença.
 
FILMOGRAFIA DO 10º FESTIVAL CINEMA E TRANSCENDÊNCIA
 
LONGAS-METRAGENS
Eletromagnética – Os Caminhos de Uma Aprendiz (Brasil, 2023, documentário, 82 min, classificação 18 anos). Direção: Felipe Cunha. Sinopse: O filme aborda a Era Eletromagnética como tema central, através da trajetória de Halu Gamashi, uma verdadeira cientista quando se trata de espiritualidade. Suas vivências extra sensoriais como paranormal e seu contato direto com o mundo sutil, são a base para o entendimento da era em que a humanidade se encontra nos dias de hoje.
Ecos do Silêncio (Brasil, 2023, ficção, 100 min, classificação 16 anos). Direção: André Luiz Oliveira. Sinopse: David é um jovem pós-adolescente que mora em Brasília angustiado desde a primeira infância por não conseguir se comunicar com o irmão autista. Ao perceber que o seu problema tem origem num segredo de família relacionado ao seu irmão, Davi, guiado por sonhos recorrentes, empreende uma longa jornada fora de casa, longe dos pais e do país, em busca de uma compreensão que traga algum alívio para o seu conflito.
Ecos do Silêncio, André Luiz Oliveira - Divulgação

Caminhe Comigo (EUA, 2017, documentário, 94 min, classificação 12 anos). Direção: Marc J Francis, Max Pugh  Sinopse: Uma imersão cinematográfica no mosteiro do mestre zen Thich Nhat Hanh, onde a serenidade guia cada gesto. Com acesso raro, o filme revela a beleza do cotidiano monástico e a sabedoria do silêncio. Uma reflexão sensível sobre a felicidade, a atenção plena e o sentido de viver o agora em meio ao caos do mundo moderno.
O Homem de Areia (Brasil, 1981, documentário, 116 min, classificação livre). Direção: Vladimir Carvalho. Sinopse: "O Homem de Areia" retrata a vida de José Américo de Almeida, chamado por seus pares de "patriarca da democracia" por sua trajetória pessoal e profissional. Nascido no ano 1887, em Areia - município paraibano próximo de Campina Grande, Almeida foi romancista, ensaísta, poeta, cronista, político, embaixador, advogado, professor universitário, folclorista e sociólogo. Precoce, se formou em direito aos 21 e três anos depois foi secretário de governo, interventor, deputado federal e fundador da faculdade da Paraíba.
Poemaria (Brasil, 2024, documentário, 75 min, classificação 14 anos). Direção: Davi Kinski. Sinopse: O documentário Poemaria investiga a poesia como um canal de transformação, conectando o íntimo ao coletivo. Com um formato híbrido entre registro documental e interpretação performática, explora a força das palavras e seu impacto na experiência humana.
Diaspóricas (Brasil, 2022, documentário, classificação livre). Direção: Ana Clara Gomes. Sinopse: A música brasileira é uma mulher negra e o encontro de mulheres na diáspora é capaz de ressignificar as opressões estruturais do racismo e do sexismo. Série documental sobre artistas mulheres que fazem “música preta brasileira”.
On Yoga – A Arquitetura da Paz (Brasil, 2017, documentário, 92 min, classificação 12 anos). Direção: Heitor Dhalia. Sinopse: Baseado no livro homônimo do fotógrafo Michael O'Neill, conta a história dos dez anos em que o autor fotografou os grandes mestres da yoga. A obra trata de questões humanas e atuais e as mistura com elementos de movimento e sons experienciais, resultando em uma nova visão da Arte da Yoga.
Centelha Divina (Brasil, 2021, documentário, 81 min, classificação 12 anos). Direção: Melquior Brito de Morais. Sinopse: Um pedreiro de 71 anos chamado Francisco busca respostas para suas perguntas na espiritualidade, filosofia e física quântica.
Meu Amigo Lorenzo (Brasil, 2025, documentário, 96 min, classificação livre). Direção: André Luiz Oliveira. Sinopse: Surpreendente amizade entre um jovem autista e um cineasta músico, diretor do filme. Eles se encontraram pela primeira vez em 2007 no "setting" de musicoterapia. Impactado pelo autismo, o cineasta passa a filmar todas as sessões testemunhando audiovisualmente o desenrolar do tratamento até quando o documentário emerge naturalmente como resultado de 15 anos de música, amor e amizade.
Poster de "Meu Amigo Lorenzo"
Leia o texto do filme por Wesley Pereira de Castro (clique aqui)

Não Sou Nada (Portugal, 2023, ficção, 92 min, classificação 16 anos). Direção: Edgar Pêra. Sinopse: No seu Clube do Nada, o poeta convive com muitos dos seus heterônimos e consegue concretizar todos os seus sonhos em vida. Mas o aparecimento de Ofélia, sua amada oculta, vem desestabilizar o Clube, onde o vanguardista, Álvaro de Campos, disputa a autoridade de Pessoa de forma agressiva.
Cristais de Sangue (Brasil, 1974, ficção, 82 min, classificação 16 anos). Direção: Luna Alkalay. Sinopse: Fábula poética, política e transcendente sobre Maria do Rigoleto, mulher prisioneira de seu padrasto, coronel ambicioso e controlador. Chega à cidade um estrangeiro disposto a ajudá-la a libertar-se assim como o seu povo do jugo do coronel.
Trópico de Leão (Brasil, 2024, doc/ficção, 100 min, classificação 14 anos). Direção: Luna Alkalay. Sinopse: Relato de uma mulher, Luna, que vive um relacionamento abusivo com um homem narcisista 30 anos mais jovens. Ele a abandona e bloqueia seu contato. Traumatizada, ela percorre profundezas e abismos de si mesma. Durante esse longo percurso a mulher se divide em três outras, que vêm em seu socorro. Eco, a que repete o que o Narciso lhe ordena; Penélope, a que espera, que tece durante o dia e desfaz o labirinto à noite; e Medéia, a que clama por vingança.
A Sabedoria do Trauma (EUA, 2023, documentário, 87 min, classificação 16 anos). Direção: Maurizio.Benazzo e Zaya Benazzo. Sinopse: Um em cada cinco norte-americanos é diagnosticado com uma doença mental todo ano. O suicídio é a segunda causa mais comum de morte nos EUA entre os jovens e mata mais de 800 mil pessoas por ano no mundo. O que acontece? Em "A Sabedoria do Trauma", exploramos com o médico e autor de best-sellers Dr. Gabor Maté, a razão pela qual a sociedade ocidental enfrenta estas epidemias. Dr. Maté nos dá uma nova visão: a de uma sociedade sem a preocupação de corrigir comportamentos, mas sim procurando compreender suas origens.
 
CURTAS-METRAGENS
Tempestade Solar (Brasil, 2024, doc/ficção, 19 min). Direção: Verena Kael. Sinopse: Após uma explosão solar destruir todas as comunicações do planeta, a poluição invisível desaparece. Como resultado, algumas mulheres começam a desenvolver poderes sensoriais, como a telepatia. Após o caos causado pela perda de todos os avanços tecnológicos, um novo governo surge e começa a perseguir as mulheres telepáticas.
Tudo o Que Importa (Brasil, 2024, documentário, 25 min). Direção: Coraci Bartman Ruiz. Sinopse: História de três famílias trans e suas jornadas de compreensão e celebração de suas identidades. Essas mães, pais e avós se apresentam e decidem lutar por uma sociedade que respeite e valorize a diversidade.
Insânia de Uma Consciência: Ou a Fútil História de um Fantasma (Brasil, 2023, ficção, 16 min). Direção: Pablo Rodrigues Cardoso. Sinopse: Um fantasma questiona sua existência quando se vê perdido na liminaridade da vida (ou da morte). Preso no local de sua morte, ele precisa lidar com uma presença estranha.
Quando Disse Adeus Pensei Que Você Tivesse Ido (Brasil, 2024, documentário, 17 min). Direção: Juliana Magalhães. Sinopse: Vinda de uma família do sertão mineiro onde as mulheres sofrem comumente de depressão, Juliana traça um paralelo entre a depressão da mãe e a sua própria angústia depressiva, ambas inseridas no contexto social e cultural de uma das regiões mais pobres do país.
Asa Real (Brasil, 2024, ficção, 20 min). Direção: Diogo Oliveira. Sinopse: Uma mulher toma uma decisão: é preciso voar para escapar do abismo que a vida coloca em nosso caminho. Diante das estrelas, ela promete não desistir de seu sonho. Ela passa dias e noites tentando fazer sua máquina de asas funcionar, sem sucesso. Ela precisa então encontrar uma peça para consertar sua engenhoca.
O Termo (Brasil, animação, 8 min). Direção: Evandro Machado. Sinopse: Uma obra de animação que se relaciona com a percepção da morte vista em fragmentos como um sonho e que transmite uma sensação de confusão sobre a passagem do tempo e da finitude.
Cinema Sem Teto (Brasil, 2025, documentário, 11 min). Direção: Denise Szabo. Sinopse: Cinema Sem-Teto reflete sobre a importância do cinema de rua e popular como meio vital de preservação e promoção da identidade e cultura regionais e nacional, ao mesmo tempo em que questiona os impactos da falta de investimento público no setor audiovisual brasileiro.
Travessia (Brasil, 2024, documentário, 15 min). Direção: Karol Felicio. Sinopse: "Travessia" mergulha no coração da aldeia Rio Piraquê-Açu, revelando o dilema de jovens mães indígenas que, apesar de acolhidas pela avó parteira Keretxchu, optam por dar à luz em hospitais. Entre tradição e modernidade, o filme questiona o futuro dos saberes ancestrais: eles poderiam desaparecer?
 
SERVIÇO

Festival Internacional Cinema e Transcendência – Edição 10 Anos
Quando: De 4 a 16 de novembro
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília (SCEC, Trecho 2)
Ingressos: Gratuitos, mediante retirada no site https://ccbb.com.br/brasilia
Mais informações: (61) 3108 7600 e ccbbdf@bb.com.br
 
SOBRE O FESTIVAL
 
O Festival Internacional Cinema e Transcendência nasceu no Distrito Federal e é único no país por construir sua curadoria e programação a partir de temas, que têm objetivo de contribuir para o amadurecimento pessoal, buscando através do cinema e demais áreas, suprir a necessidade premente de transformação e respostas para as crises da sociedade contemporânea.
 
Em um momento marcado por desastres climáticos e intolerância, é crucial promover ações conscientes. Sabemos também que o mundo abriga uma infinidade de coisas belas, expressadas através do fazer artístico, ações de solidariedade e respeito humano. É isso que queremos exibir no nosso festival.
 
O cinema, nesse contexto, desempenha um papel fundamental ao influenciar e transformar o universo interior dos indivíduos, essencial para mudar o rumo da humanidade. Ao longo de sua trajetória, o Festival se consolida como um espaço de experiência e reflexão, onde o público é convidado a vivenciar o cinema como experiência estética e pessoal capaz de gerar sentido e transformação.
 
Com uma trajetória consolidada há dez anos, o festival reafirma sua relevância cultural e simbólica para o DF e para o país, ao unir cinema, autoinvestigação e reflexão social e cultura em um mesmo espaço. Em tempos de crise ética e emocional, investir em uma iniciativa que celebra o amor, a escuta e o cuidado é, acima de tudo, um ato político e de esperança, que propõe novos caminhos para o viver em sociedade e para o próprio fazer artístico.
 
Com 9 edições em Brasília, 2 em São Paulo e 1 no Rio de Janeiro, o festival consolidou um público fiel. Durante a pandemia, realizamos 2 edições online, alcançando mais de 60 mil espectadores. O evento se tornou um espaço de reflexão, promovendo diálogos essenciais para a sociedade.
 
Já reconhecido no calendário cultural de Brasília, o Festival não é apenas um evento de entretenimento, mas uma importante iniciativa de promoção cultural e social, atraindo a atenção de críticos e amantes do cinema.
 
Com sua proposta inovadora, continua a trazer filmes, pensadores e cineastas que dialogam com questões sociais relevantes, evidenciando os benefícios que o Festival proporciona na superação de desafios internos e externos tornando-se uma importante iniciativa para a promoção cultural e social em Brasília e no Brasil.
 
SOBRE A CURADORIA
 
O tema “Cinema e Saúde Mental" foi escolhido como eixo de inspiração dos debates e da seleção de filmes, justamente devido ao crescente aumento de crises pessoais, sofrimento extremo e problemas como ansiedade, estresse e burnout. Em um contexto de desastres climáticos, conflitos e intolerância, o festival buscará promover ações conscientes, destacando a beleza presente no mundo, expressa por meio da arte, solidariedade e respeito humano, refletindo isso em sua programação cinematográfica.
 
André Luiz Oliveira é cineasta, músico, roteirista, realizou curtas, médias e longas-metragens, além de shows musicais e trilhas sonoras para filmes. Em 1969 dirigiu seu primeiro longa “Meteorango Kid o Herói Intergalático”. Em 1975, “A Lenda de Ubirajara”. Em 1994 retorna com “Louco por Cinema”; em 2009 o doc/ficção “Sagrado Segredo”. A partir 2009 inicia o ciclo de documentários: “Cozinheiro do Tempo – Bené Fonteles” (2009), “Mário Cravo, O Ferreiro de Exu” (2012, “Zirig Dum Brasília – A Arte e o sonho de Renato Matos” (2014), ”O Outro lado da Memória” (2018) com Rama de Oliveira “Mito e Música – A Mensagem de Fernando Pessoa” (2019). Em 2020 retorna à ficção com “Ecos do Silêncio” e em 2023 o documentário “Meu amigo Lorenzo”. André é da Bahia e vive em Brasília.
 
Carina Bini é diretora e produtora audiovisual, fundou a Atman Filmes em Brasília-DF; viveu na Índia de 2012 a 2016, onde aperfeiçoou sua experiência com a cultura e cinema do país; foi premiada no Programa de Cooperação entre Ancine, Diretoria Geral do Cinema (MIC - Itália) e Centro Experimental de Cinematografia (Roma), para o desenvolvimento do seu primeiro longa-metragem de ficção "Mil Luas". Em 2023 dirigiu a série para TV "Casa Vivas". Em 2024 dirigiu a série "As Pajés", sobre mulheres indígenas. Em 2025 se prepara para dirigir documentário de longa-metragem "Amotara e o Manto", sobre repatriação e o Manto indígena Tupinambá. Há dez anos realiza o Festival Internacional Cinema e Transcendência.
 
SOBRE O CCBB BRASÍLIA
 
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB Brasília) foi inaugurado em 12 de outubro de 2000. Sediado no Edifício Tancredo Neves, uma obra arquitetônica de Oscar Niemeyer, tem o objetivo de reunir, em um só lugar, todas as formas de arte e criatividade possíveis.
 
Com projeto paisagístico assinado por Alda Rabello Cunha, dispõe de amplos espaços de convivência, galerias de artes, sala de cinema, teatro, praça central e jardins, onde são realizados exposições, shows musicais, espetáculos, exibições de filmes e performances.
 
Além disso, oferece o Programa Educativo CCBB Brasília, projeto contínuo de arte-educação, que desenvolve ações educativas e culturais para aproximar o visitante da programação em cartaz, acolhendo o público espontâneo e, especialmente, estudantes de escolas públicas e particulares, universitários e instituições, por meio de visitas mediadas agendadas.
 
Em 2022, o CCBB Brasília se tornou o terceiro prédio do Banco do Brasil a receber a certificação ISO 14001, cuja renovação anual ratifica o compromisso da instituição com a gestão ambiental e a sustentabilidade.
 
ACESSIBILIDADE
 
A ação “Vem pro CCBB” conta com uma van que leva o público, gratuitamente, para o CCBB Brasília, de quinta-feira a domingo. A iniciativa reforça o compromisso com a democratização do acesso e a experiência cultural dos visitantes. A van fica estacionada próxima ao ponto de ônibus da Biblioteca Nacional.
 
O acesso é gratuito, mediante retirada de ingresso no site, na bilheteria do CCBB ou ainda pelo QR Code da van. Lembrando que o ingresso garante o lugar na van, que está sujeita à lotação, mas a ausência de ingresso não impede sua utilização. Uma pesquisa de satisfação do usuário pode ser respondida pelo QR Code que consta no vídeo de divulgação exibido no interior do veículo. Mais informações em: Serviços Oferecidos | CCBB Brasília

 

Horário da van – De quinta-feira a domingo:

Biblioteca Nacional – CCBB:  13h, 14h, 15h, 16h, 17h, 18h, 19h e 20h. |CCBB – Biblioteca Nacional: 13h30, 14h30, 15h30, 16h30, 17h30, 18h30, 19h30, 20h30 e 21h30.

Escrito por Equipe Wanna be Nerd

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