A Donzela, de Graham Froy | 46ª Mostra de Cinema de São Paulo


                                                                                                      COMPETIÇÃO NOVOS DIRETORES
Exibido na seção Jornada dos Autores do Festival de Veneza e no Festival de Toronto, em ambos os eventos o filme foi indicado a prêmios de direção.

O primeiro longa-metragem do diretor canadense Graham Foy é um manifesto muito bem-intencionado e sensível de um assunto polêmico e doloroso, o suicídio na adolescência. Em duas horas de duração, o roteiro espiritualista divide-se em três atos: o suicídio de Kyle (Jackson Sluiter); o suicídio de Whitney (Hayley Ness) e o encontro de Kyle e Whitney no limbo.

Mesmo com parcos recursos, é tudo muito bem filmado, a área rural de rios e colinas é muito bem aproveitada. Os atores são realmente adolescentes. Para todos eles, é o primeiro filme também. O diretor exercitou sua arte em vários curtas-metragens e estreia nos filmes de longa duração com uma mensagem sensível e cuidadosa.

Na trama, Kyle é um jovem impulsivo e agitado. Com seu amigo Colton (Marcel T. Jiménez), diverte-se nos arredores da cidade com seu skate, invadindo casas abandonadas, quebrando coisas, fazendo pixações de The Maiden (A Donzela) nas pontes, tomando banho de rio. Os amigos aproveitam a vida tremendamente. Até que no final do dia, Kyle se mata, atirando-se na frente do trem.

Colton fica arrasado. Com a empatia ou não dos adolescentes colegas da escola, vai tentando levar a vida, curar-se da tristeza pela morte de seu melhor amigo. Um dia, passeando pela área rural da cidade, encontra o diário de Whitney, garota desaparecida. Em flashbacks, presenciamos então a trajetória da menina sensível que, sentindo-se traída pela melhor amiga, também resolve desistir da vida.

O terceiro ato é o encontro de Kyle e Whitney nessa vida pós morte. Ambos começam a perambular juntos pela área rural, tornando-se até amigos. Em uma camaradagem inusitada, frequentam os mesmos lugares mostrados anteriormente no filme, a casa abandonada, os trilhos do trem, a ponte.


Ficha Técnica
  • Título original e ano: A Donzela, 2022. Direção e Roteiro: Graham Froy. Elenco: Jackson Sluiter, Hayley Ness, Siena Yee, Charlotte Clarke, Dustin Whetton, Clem Martini. Gênero: Drama. Nacionalidade: Canadá. Mixagem de Som: Ian Reynolds. Design de Som: Simon Girard. Fotografia: Kelly Jeffrey. Edição: Brendan Mills. ProdutoresDaiva Žalnieriunas, Dan Montgomery. ProduçãoFF Films Inc, MDFF. Duração: 01h57min. Classificação Indicativa: 16 anos.

É compreensível o propósito do diretor, todavia, moralmente, o terceiro ato pode causar repúdio do espectador ao exibir um possível “final feliz” para os adolescentes suicidas. Dar fim a própria existência perpassa por questões muito urgentes de cuidado mental e interno de cada um e tal ato nunca deve ser considerado uma solução, aquém do julgamento religioso. Talvez retratar o sofrimento dos que ficaram, o vazio dessas partidas tão abruptas, coubesse mais e trouxesse outras reflexões. No final, temos Whitney e Kyle vagando pelas colinas, ao passo que Colton sente uma tristeza profunda com a partida do amigo. 

O cinema é uma arte e tem suas mensagens. Cabe ao espectador filtrá-las e aproveitar o que acredita ser conveniente. Ainda assim, A Donzela apresenta um roteiro espiritualista que tem tudo para comover o público.

Nota: 5/10.

Vinheta da Mostra SP



Horários de exibição

21/10

19:00

CINE MARQUISE Sala 2

24/10

16:00

CINESESC

25/10

21:00

CINECLUBE CORTINA

27/10

17:00

CIRCUITO SPCINE - BIBLIO. ROBERTO SANTOS


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Escrito por Marcelino Nobrega

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