Piaffe, de Ann Oren | 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo


                                                                                                       COMPETIÇÃO NOVOS DIRETORES
Exibido nos Festivais de Locarno e San Sebatán
Piaffe é o primeiro longa-metragem da diretora israelense Ann Oren. Filmado na Alemanha com muito talento técnico, a película é um petardo de uma hora e meia que trata de um assunto explosivo: a transformação corporal. Neste magnífico exemplo desse subgênero, o corpo metamorfoseado é o da sonoplasta Eva, interpretada magnificamente pela atriz Simone Bucio. Após um acontecimento estranho, a vida desta insegura mulher vira de ponta cabeça, com profundas mudanças de personalidade.
Após sua irmá, uma mulher transgênero, ser internada devido uma crise nervosa, Eva se vê obrigada a assumir o último trabalho dela, a sonoplastia de uma peça publicitária sobre cavalos. Sem conseguir descobrir o som certo para colocar como o trote de um cavalo, fica obcecada pelo trabalho. Para piorar tudo, é uma mulher extremamente tímida e ansiosa que, mesmo atraída por um botânico que frequenta seu laboratório, não consegue se aproximar dele.
Até que essa obsessão e angústia pelo oficio provocam o crescimento de um rabo de cavalo no seu traseiro. Estranhamento, essa transformação corporal provoca mudanças na sua personalidade. A mulher tímida dá lugar a uma fêmea ciente de seus desejos e senhora das suas vontades.

Ficha Técnica
Título original e ano: Piaffe, 2022. Direção: Ann Oren. Roteiro: Ann Oren e Thais Guisasola. Elenco: Simone Bucio, Simon(e) Jaikiriuma Paetau, Sebastian Rudolph, Bjørn Melhus, Sarah Nevada Grether. Gênero: Fantasia. Nacionalidade: Alemanha. Fotografia: Carlos Vasquez. Edição: Ann Oren e Haim Tabakman. Design de Produção: Ilaria Di Carlo. SomRobert Hefter, Danylo Okulov. Duração86min.

Seduzindo o botânico (Sebastian Rudolph), Eva e ele protagonizam as cenas de sexo mais inusitadas que já foram realizadas para o cinema, envolvendo submissão, dominância, fetiche, zoofilia e botânica. Tem que ser visto para ser entendido. A submissão da sonoplasta é ilusória, ela que é a dominante do casal. Esse empoderamento é dado por sua metamorfose.

Nesse ínterim, ela descobre o som que se adequa perfeitamente ao comercial. O trabalho técnico de efeitos sonoros nesse filme é fantástico, a procura do sonoridade ideal gera sequências muito bonitas de trabalho de pesquisa no cinema. É uma verdadeira aula de sonoplastia para o espectador.
A título de curiosidade, Piaffe, o título do filme, é o movimento do trote do cavalo no mesmo lugar, o animal sendo dominado por seu cavaleiro ou amazona. Era o som a ser perseguido. Nessa metáfora de cavalos e cavaleiros, submissão e dominância, discussões importantes de gênero, corpo e poder são apresentadas. É um filme para pessoas adultas, com várias cenas de sexo, de grande impacto emocional. No final, a mulher empoderada vence. Cavalo e amazona se tornam a mesma pessoa. Assistam e se preparem para o impacto natural que o file poderá causar!

Nota: 8/10.

Vinheta da Mostra SP



Horários de exibição

24/10

21:10

CINE MARQUISE Sala 1

25/10

14:00

INSTITUTO MOREIRA SALLES - PAULISTA

30/10

16:00

ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA - AUGUSTA SALA 1


Mais informações e compra do ingresso, visite o site da Mostra SP.


Site Oficial: https://46.mostra.org/

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Escrito por Marcelino Nobrega

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