Atena, de Caco Souza


No suspense de Caco Souza, ''Atena'', a atriz gaúcha Mel Lisboa vive uma mulher sulista que faz justiça com as próprias mãos ao perceber casos de abusos e violência contra mulheres próximas à ela. Além de eliminar os abusadores, os marca a ferro com a palavra que mais os define ''estuprador''. Ao serem encontrados pela polícia, os corpos sem vida são tidos como 'anormais' e não ganham casos de investigação sobre o que lhe aconteceram. O policial Cabral, vivido por Lui Mendes, chega a responder ao jornalista Carlos, papel de Thiago Fragoso, que ''odeia este tipo de gente, que eles mereceram o fim que tiveram'', após o profissional da mídia ir atrás de dados sobre assassinatos que tem ocorrido na região de Gramado, no Rio Grande do Sul. Na verdade, a jovem tem buscado há anos extirpar da face da terra o próprio pai Antônio, interpretado por Gilberto Gawronski. O homem a abusava quando criança e nunca foi preso pelo crime cometido, pois fugiu e ninguém sabe ao certo onde ele está. Todavia, com o constante crescimento de mortes de homens na região, Carlos inicia uma busca para encontrar o culpado e chega até a moça, mas não só isso a causa de suas motivações, o pai desta, e a ajuda com o paradeiro do abusador. O momento final entre  Atena e seu violentador levará a mulher a atos extremos e desafiadores.

A obra, rodada em 2023, com direção de Caco Souza e roteiro de Enrico Peccin tem produção da Cinematográfica Nacional e da TG Filmes. A distribuidora A2 Filmes lança o suspense esta quinta-feira nos cinemas de todo o Brasil. 

Trailer


Ficha Técnica
Título Original e ano: Atena, 2023. Direção: Caco Souza. Roteiro: Enrico Peccin. Elenco: Mel Lisboa, Thiago Fragoso, Lui Mendes, Gilberto Gawronski, Bruno Krieger, Luiz Franke, Mari Amaral, Jéssica Nigro, Marcelo Crawshaw, Marcos Verza. Gênero: Drama, Suspense, Policial. Nacionalidade: Brasil. Trilha Sonora Original: Ricardo Severo. FigurinistaCarol Scortegagna. Edição: Taís Palinski e Leonardo Domingues. FotografiaJuliano Dutra. Departamento de Som: Juan Quintáns e João Avino. Maquiagem: Nani Gama. ProdutoresCarol Figueredo, Thiago Greco, Sheislane Hayall, Patricia Schirmer. Empresas Produtoras: Cinematográfica Nacional e TG Filmes Distribuição: A2 Filmes. Duração:85min.
Na mitologia grega, o nome Atena causa impacto por trazer a presença da Deusa, filha de Zeus, que simboliza ''força, justiça, sabedoria'' e entre outros. Uma figura complexa e que tem inúmeros atributos. Um deles, ser virgem. No filme, a força que Lisboa investe na personagem, traumatizada por abusos violentos causados pelo próprio paz, dão ao filme norte, mas o drama/suspense de vingança tem momentos e situações que não convencem muito ou que deixam a desejar. No entanto, cerca um tema importante para a sociedade atual e tem seu valor fílmico como uma produção ''B''.

                                    Crédito de Imagens: Cinematográfica Nacional, TG Filmes / A2 Filmes - Divulgação
O longa foi vencedor dos prêmios de melhor filme, montagem e roteiro no Festival Cine Santo André 2024 e de melhor roteiro, melhor trilha sonora e melhor ator coadjuvante no II Febancine


No Brasil, inúmeras pesquisas denotam que em casos de abusos sexuais em crianças, 80% do que ocorre, os violentadores são os próprios familiares (ver aqui). O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania ou ainda o Ministério das Mulheres, no governo atual, trabalha para que estes números diminuam, no entanto, a sociedade brasileira vive um momento muito triste de empobrecimento de valores reais, ou ainda de desvirtuamento de ideias, e a luta e combate as violências contra as mulheres, não somente encabeçada por um movimento feminista, mas por políticas públicas de direitos humanos, é grande.

O filme de Caco Souza joga luz em uma situação ficcional que, de certa forma, traz acerto de contas e paz para quem está sofrendo, mas nem sempre esta é a realidade de mulheres brasileiras ou em qualquer país do mundo. Com um tom mais dark e camadas que transformam a produção em um suspense policial, tem se um filme de ritmo disparado e que não enrola o espectador. As atuações entregam pontualidade e até comovem como em situações em que uma moça abusada decide ir a polícia e é destratada por servidores públicos que deveriam a acolher, algo muito real, aliás, e que acontece rotineiramente. Não só isto, mas todo um julgamento descabido por parte destas autoridades. 

Mel Lisboa, que é uma das melhores atrizes brasileiras que temos, está num patamar diferente do que Carey Mulligan apresentou em ''Bela Vingança'' (2020), mas as figuras se assemelham. No filme da diretora inglesa Emerald Fennell, Mulligan vive Cassandra, uma jovem que sai se vingando de todos os colegas de faculdade que foram responsáveis pelo abuso sexual de uma amiga sua e também de homens com potencial porte de estuprador. O fim da jornada de justiça de Cassandra não chega a ser encerrado como o de Atena, pois acaba morta, mas no filme de Souza, o amanhã tem sol e é esperançoso. 

HOJE NOS CINEMAS

Escrito por Bárbara Kruczyński

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