Baseado na história real da família de The Unbreakable Boy: A Father's Fear, a Son's Courage, and a Story of Unconditional Love'', o filme ''Invencível'' está estreando nos cinemas brasileiros esta semana. Filmado durante a pandemia da COVID-19 (de novembro a dezembro de 2020), o longa dirigido por Jon Gun (Enquanto Estivermos Juntos, 2020) aguardou as águas de desavenças políticas entre os norte-americanos acalmarem para ser lançado. Previamente previsto para março de 2022, a produção com ''temática do bem'' traz o ex astro de ''Shazam'', Zachary Levi, como ''Scott'', o pai do garoto Austin, papel de Jacob Laval, um menino com uma doença rara nos ossos e com TEA (Transtorno do Espectro Autista). A mãe do garoto, ''Teresa'', é interpretada pela excelente atriz Meghann Fahy (Drop - Ameaça Anônima, 2025) e temos ainda no elenco Gavin Warren, como Logan, o filho mais novo do casal, Patricia Heaton vive ''Marcia'', a mãe protetora de Scott, e seu pai, ''Dick'' , é interpretado por Todd Terry. Além da família ganhar destaque, o jovem Tyler, vivido por Pilot Bunch, tem arco d'o ''valentão da escola'' e Austin estende a mão à ele por entender que o jovem também tem problemas e é um ser humano.
O super animado, excêntrico e feliz Austin narra a jornada em diversos momentos. Desde o dia em que seu pai conhece sua mãe, em uma loja onde a mulher trabalha, até como sua gravidez indesejada os uniu e ainda como ele nasceu tão especial e frágil necessitando de atenção de todos a sua volta. Teresa chega a informar que tem uma condição genética a Scott e que ela mesma não pode praticar esportes ou fazer atividades que possam a fazer esbarrar em objetos ou cair, já que tem os ossos super frágeis (a doença dos ossos de vidros e que dependendo do grau podem ter outras terminologias), assim quando engravida não percebe que o filho pode ter herdado a mesma condição e só quando algumas situações especificas acontecem é que leva a criança chorosa ao hospital e descobre que o pequeno tem um grau ainda mais forte da doença. O casamento que se inicia por conta do bebê, ganha mais motivos para continuar com a chegada de um segundo filho, Logan, este sem qualquer evidência de condições especiais e que tem uma incrível conexão com o irmão. Contudo, os anos vão se passando e Austin vai tendo partes do corpo quebradas em acidentes em que está, quase sempre, com o pai desatencioso do seu lado - o que incide no casamento entrar em crise. Muito por conta de Scott se entregar a bebida, o que acaba sendo impulsionado pela perda de emprego e o desequilíbrio das finanças da família mediante tantos pagamentos a consultas e atendimentos médicos do filho mais velho. Por sua vez, momentos de dor são superados pela dedicação de Scott para ter novamente a família perto de si, enquanto a esposa dedicada é devota e sempre tendo com força sua religião.
Como incentivo a conhecer melhor as dificuldades e alegrias dos pais com crianças com autismo, o filme não entrega um produção tão forte, pois investe em conflitos aleatórios e destaca muito mais a doença que Austin tem dos ''ossos fracos''. Ademais, a atuação de Levi e a própria participação em um filme com tal temática é um pouco prejudicial visto sua trajetória polêmica de pessoa pública que apoia um grupo político extremista, que sem qualquer prova científica, confirma que ''vacinação causa autismo'', entre outras fake news. O roteiro, assinado pelo próprio diretor, trabalha uma história leve e bem familiar com tons inspiradores para a classe mais tradicional e conservadora, público alvo aqui. Assim, ele deve atingir o seu propósito, mas não convence como produções que entregam cinebiografias excepcionais de autistas, a exemplo: Temple Grandin, de Mich Jackson, lançado em 2010.
Trailer
Ficha Técnica
- Título Original e Ano: The Unbreakable Boy, 2025. Direção e Roteiro: Jon Gun - baseado no livro de The Unbreakable Boy: A Father's Fear, a Son's Courage, and a Story of Unconditional Love'' . Elenco: Zachary Levi, Meghann Fahy, Jacob Laval, Garvin Warren, Patricia Heaton, Todd Terry, Pilot Bunch, . Gênero: Drama. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Pancho Burgos-Goizueta. Figurino: Anna Redmon. Fotografia: Kristopher Kimlin. Edição: Parker Adams. Design de Produção: Christian Snell. Empresas Produtoras: Kingdom Sotry Company, Lionsgate, Wonder Project. Distribuidora: Paris Filmes. Duração: 01h4
''The Unbreakable Boy'', título original da película que em tradução literal seria ''O Garoto Inquebrável'', segue a linha de quase todos os filmes do diretor e roteirista Jon Gun, uma história que tenha apego emocional ou religioso e trate de falar de superação ou redenção. ''Uma Vida de Esperança'', lançado em 2024 e estrelado pela ganhadora do Oscar Hilary Swank, ou o cheio de apelo divino e musical ''Enquanto Estivermos Juntos'', de 2020, ou ''Você Acredita?'', de 2015, são algumas das produções do artista que chegou a ter sucesso com o público ao qual é direcionado, mas os filmes não fogem muito dessa bolha evangelical ''da família de bem'' e até alcança um ou outro de fora, pois são obras leves e que conseguem trazer certa emoção.
A jornada criada para falar do autismo e da doença dos ossos da criança acaba se misturando aos dilemas de crescimento desse pai que Levi vive. Até porquê, por alto na trama, se conta que o homem sofre de um distúrbio e tem um amigo invisível (Joe, personagem de Drew Powell), que aparece inúmeras vezes. Na narração de Austin, o garoto ainda menciona que o pai dele é como o cara de ''Clube da Luta'' (David Fincher, 1999), Tyler Durden (Brad Pitt / Edward Norton), e o espectador mais racional pode se questionar se a referência será ''de bom tom'' aos tais cristãos protestantes, muitos que se quer tem conhecimento do filme. O marketing da obra tenta trabalhar mais a relação de Scott com o filho nas peças visuais e a mãe e o irmão ganham poucos detalhes. No filme, se assiste o irmão menor defender Austin, ou a mãe ter momentos de querer jogar tudo pro alto, detalhes que são importantes destacar para que a família toda ganhe contexto, mas o roteiro insosso pisa em ovos no que quer tratar e a divulgação do projeto também.
A produtora Kingdom Story Company, baseada em Nashville, nos Estados Unidos, se dedica a lançar filmes voltados para o público cristão evangélico.
No filme, Zachary Levi, Meghann Fahy e Drew Powell cantam a música ''Always With You'' juntos logo ao fim dos créditos. O drama do distúrbio que o personagem de Levi tem não é muito falado ou explicado, mas nesta cena tem se a impressão que a esposa apenas aceita o marido como ele é, inclusive seus possíveis amigos imaginários.
Ao fim dos créditos, também será possível conhecer em poucas linhas como é a família real em que o filme se baseia para contar a história.
HOJE NOS CINEMAS
0 comments:
Postar um comentário
Pode falar. Nós retribuímos os comentários e respondemos qualquer dúvida. :)