Não é de hoje que astros da música investem no cinema ou em séries de tevê. A exemplo, lembremos de Ice-T, Eminem, 50Cent, Mick Jagger, Madonna e muitos outros. Recentemente, o aclamado The Weekend foi visto na série da MAX ''The Idol'', que tem criação dele em parceria com Reza Fahim e Sam Levinson. O show que trazia a filha de Johnny Depp como uma cantora da música pop não vingou e acabou também dando bad reviews a performance de Abel Tesfaye, nome de batismo de The Weeknd. O artista, contudo, não perdeu a motivação e retorna com mais força no longa ''Hurry Up:Tomorrow'', que no Brasil recebeu o subtítulo de ''Além dos Holofotes''. A trama, com um quê de produção da A24, é na verdade da Live Nation e Manic Phase e aval de distribuição, nos Estados Unidos, da Lionsgate. No Brasil, o longa chega aos cinemas pela Paris Filmes e vem trazendo uma abordagem cheia de simbolismos sobre fama e seus perigos.
A película se inicia com um áudio que o espectador irá ouvir diversas vezes e que está ligado as paixões do protagonista. The Weekend é ele mesmo, Abel Tesfaye, e seu empresário Lee, papel do sempre excêntrico Barry Beoghan, vive colado com ele para não deixar que ele perca os shows e esteja sempre se divertindo. Abel tem sentido que sua voz não é mais a mesma e vai ao médico para tentar se tratar, mas precisa mesmo é de descanso dos dias de farra para que o seu timbre consiga se manter saudável. Lee não necessariamente escuta as orientações e mesmo assim segue com a turnê a todo vapor - o capitalismo mostra suas garras, pois não sabe lidar com ''a humanidade'' dos artistas. Ao passo que o enredo com o artista se evidencia. A vida de uma de suas fãs, Anima, vivida por Jenna Ortega, vem tomando fôlego. A garota decide sair de casa e pegar seu rumo, mas antes de tudo bota fogo em tudo. Em certo momento em que vai a um posto surrupiar gasolina, percebe-se que ela está escutando canções de Abel e muito em breve ela vai a um show dele. No evento, o cantor cruza o olhar com a garota por alguns instantes, pois ele acaba não conseguindo cantar e sai dali correndo. Encontra com ela pelos bastidores e saem para uma noitada juntos.
O encontro ocasiona cenas que são mais simbólicas do que necessariamente reais. Isto porquê Anima se encontra com The Weeknd e mais do que o idolatrar insiste que o artista repense a própria arte ao prendê-lo em um quarto de hotel e fazê-los ouvir as próprias canções e letras profundas. O momento será de dor a Abel e The Weeknd juntos, pois neste momento em que ele posto a rever sua escrita acontecimentos inusitados se dão.
Crédito de Imagens: © 2025 Lionsgate / Andrew Cooper / Paris Filmes - Divulgação
A produção contou com pré estreias pagas na última quarta-feira (14/05) por todo o Brasil
O roteiro, escrito por Reza Fahim, The Weeknd e o diretor, Trey Edward Shults, vem com piadas a carreira do protagonista no cinema/tv e muitas alfinetadas ao papel do artista ou a como ele precisa aprender a lidar com a própria fama. O universo da liberdade criativa muitas vezes será permeado por tudo do melhor, mulheres, drogas, dinheiro e muita aclamação, mas o psicológico dos astros nem sempre sabe lidar com o alcance do topo. Eles se regozijam quando um fã consegue entender uma canção e tomam para si aquela obra ''parece que fala de algo que eu vivi, eu entendo de onde vem'', diz anima em cena que Abel a mostra uma música nova, uma super sentimental. Há um questionamento grande da garota, que seria, na verdade, a parte feminina presente dentro do próprio músico (algo inspirado em sentido literal da psicologia de Carl Jung). Assim, ela questiona, dança, mata quem The Weekend já não suporta mais e bota fogo em tudo que pode, destruindo o que não se quer para renascer, reiniciar.
Como formato de apresentação fílmica, ele atinge bons lugares, apesar de exigir do espectador mais estrutura sentimental e psicológica. E conversa com boas temáticas para se pensar esse universo dos holofotes que é muitas vezes almejado sem muita noção das consequências que ele pode trazer.
Trailer
Ficha Técnica
Título Original e Ano: Hurry Up Tomorrow, 2025. Direção: Trey Edward Shults. Roteiro: Reza Fahim, Trey Edwards Shults e The Weeknd. Elenco: The Weeknd/Abel Tesfaye, Jenna Ortega, Barry Keoghan, Riley Keough, Ash T, Paul L. Davis, Olga Safari, Sebastian Villalobos, Roman Mitichyan, Ibrahim Ivan Troy Simonin, Kiara Liz, Michael Buhen. Gênero: Suspense, Thriller Psicológico. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Daniel Lopatin e The Weeknd. Fotografia: Chayse Irvin. Edição: Trey Edward Shults. Figurino: Erin Benach e Hannah Jacobs.Design de Produção: Elliott Hostetter. Empresas Produtoras: Live Nation Productions e Manic Phase. Distribuidora: Paris Filmes. Duração: 01h45min.
Trey Edward Shults dirigiu ''Ao Cair da Noite'' (2017) e ''As Ondas'' (2019) e tem se inserido na indústria com um olhar voltado a diversidade e suas produções tem um estilo conciso. Aqui consegue apresentar um filme visualmente bem construído e que arranca boas conversas. As atuações não são destaque e entregam o que se é pedido. O papel de Jenna Ortega quase foi de Rachel Zagler, coincidentemente as duas são muito parecidas fisicamente. Barry Keoghan tem poucas cenas e é irritante como só ele sabe ser, The Weeknd não é um Ice T ainda, mas tem chance de crescer teatralmente, pois sabe o fazer muito vem em seus curtas musicais.
O longa-metragem é dedicado ao produtor Kevin Turen, falecido um ano e meio antes do filme ser lançado. Kevin Turem e Sam Levinson, ambos produtores e que tinham parceria conhecida na indústria acabaram terminando seus contratos por conta de Turen ter assinado a produção do filme sozinho e ambos sempre trabalharam com The Weeknd em união. Assim, a obra chega aos cinemas com mais esse gostinho amargo do que a fama pode causar, o fim de amizades e parcerias.
Avaliação: Três microfones sentimentais (3/5).
HOJE NOS CINEMAS
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